A DURA VIDA DO MORADOR DE RUA

A DURA VIDA DO MORADOR DE RUAPT

Realista
Andreia Morena De Mello Murbach  Em andamento
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Resumo
Índice

Revisitei nessa obra minha vida, colocando a público, muitos fatos dela, que eu levei muito tempo para conseguir falar sobre, e expor. E estou expondo, o que vivi, para mostrar a pessoas que estiverem passando pelo mesmo e por ventura não tem com quem conversar sobre, e não entendem o que está acontecendo à sua volta, olharem dentro de sí, e se fortalecerem, percebendo que podem com a situação e seguindo em frente, para mudá-la. espero que essa obra ajude muitas pessoas que vivem histórias correlatas a minha e precisem de forças para dar novos passos, pois tenham a certeza, que sua direção é a mais correta.

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Último capítulo

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DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado ao médico dos médicos, Jesus Cristo, e àquelesmédicos e médicas que passaram pela minha vida me trazendo a cura física, enquanto Deus, me trazia a cura espiritual. Alguns deles vou homenagear aqui, pois citar todos os que passaram pela minha vida é uma tarefa impossível. São eles: Otacílio Conceição Bittencourt, que me trouxe ao mundo, André Saliba, cirurgião, Maicol Geison Calegari Rodrigues Barbosa, e tantos outros que em diversas circunstâncias se fizeram presentes em minha vida em momentos cruciais. Em especial a um que não sei o nome, mas me socorreu em Santa Luzia do Paruá, em 2003, a quem devo minha vida, que jamais saberei se um dia irei reencontrá-lo pessoalmente para agradecê-lo, mas peço a Deus, que o proteja. i
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PRÓLOGO
Para quem pensa que viver nas ruas é fácil, se enganou.      Para quem pensa que só vivem nas ruas, loucos, drogados, prostitutas, marginais e órfãos, e pessoas com depressão, sem religião, se enganou de novo.      Nem sempre viver na rua é falta de fé, ou falta de Deus, como muitos pregam.      Nem sempre a pessoa foi levada as ruas por seus defeitos e delitos, as vezes a única forma de fugir de marginais é ir para elas.      Por incrível que possa parecer ser morador de rua não é garantia de ser uma pessoa má.      No Brasil para uma pessoa ir parar na rua basta ser pobre.      Mas, não, pobre, de espírito, cheio de maldades e pequenez, e sim pobre de dinheiro.      A falta de dinheiro para aluguel e a não condição para conseguir viver com gente agressiva, leva milhares de brasileiros par
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SERÁ QUE SOBREVIVO?
     Naquele dia eu olhava de cima da passarela e pensava, acho que é melhor pular  daqui do que tentar enfrentar as ruas brasileiras, eu não sei me defender, sou de estatura pequena, jamais cometeria um crime para sobreviver, vou acabar morta com requintes de crueldade, pois a rua é hostil e provavelmente ninguém me tratará bem nela.      Absorvida em meus pensamentos nem notei a chegada do jovem que colocara o pano de bijuteria artesanal  a seu lado.     De repente algo bate em seu braço, eu olho e digo; pois não?     O rapaz lhe fita e pergunta, o que está fazendo parada, aí nesse parapeito minha irmã.       Eu sorrio e começo a lhe contar que estou sem um centavo, fora roubada na pensão onde morava e a dona da pensão a mandou embora e ela não tem como pagar um lugar para ficar e como não é uma criminosa está ali analisando se não é melhor se at
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A MÃO DIREITA NÃO VÊ O QUE A ESQUERDA FAZ, SERÁ?
Aquele ditado, a mão direita não vê o que a esquerda faz”, deve ser seguido literalmente nas ruas, se você quer continuar vivo      Tem se de ter em mente que, uma moradora de rua, não tem para onde voltar, não tem como esconder-se, e se falar ou fizer algo “errado” é presa fácil, para todo tipo de inimigo.      Você enquanto moradora de rua, é passível do ataque, tanto do “bom”, quanto do “ruim”, então você, é o ser mais frágil, de um meio.      Você é invisível a olho nu quando o quesito é te apoiar, mas é bem visível se fizer qualquer coisa mínima que outros desejam com toda força que faça, para te rotular de algo.      Ser moradora de rua, é estar desnuda emocional, física, intelectual e financeiramente na frente de todos e sem apoio.      É ser chamada de louca por comer a comida do lixo, mesmo todos sabendo que você não tem outra coisa par
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EXISTE LUZ NO FIM DO TÚNEL?
Mas nem tudo são sombras, no mundo das ruas, tem também a luz.      Mas muitas vezes promovida pelos seres das sombras, que querem pôr na luz os indivíduos da luz.      E que nelas,  estão presos.      “As sombras por vezes prendem os seres sem luz, pois não aceitam ser das sombras, mas as sombras que se amam sombras, devolvem a luz aos seres da luz, para poderem ser suas sombras”.      As sombras, ensinam aos da luz, que são da luz, quando estes ainda não sabem, por terem sido, manipulados e desprezados por outros seres que pensavam ser da luz, e eram sombras.      Aprendi a me valorizar e a me amar, com pessoas muito perigosas que me mostraram quem eu verdadeiramente era, e eles me fizeram ver que minha alma era leve e pura, e que eu não devia estar em seu meio, mas sim quem me jogou lá.      Mas eu amava quem
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O RECANTO DAS BORBOLETAS
O recanto das borboletas.      A vida nas ruas começa  ficar boa, quando, você se dá conta, que as pessoas, que você, não gosta e as que não gostam de você não se farão presentes nela.      Desse momento em diante, a rua começa a se tornar um local, agradável, embora, se passe, fome, frio e dor nela, a dor emocional de ter de conviver com quem te faz mal, nela desaparece.      Sabemos que nossos inimigos, não vão pessoalmente nos procurar na rua, e aí começamos a ter a certeza que a vida é uma delícia.      É logico que os perigos, nas ruas são muitos, os embates com pessoas inescrupulosas, mal intencionadas e preconceituosas são comuns, mas familiares que porventura te fizeram cair fora, para, não, tê-los por perto, você jamais verá por lá.      Mesmo porque quem leva outras pessoas a buscarem a rua para se ver livre de sua presença, são o
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A NECESSIDADE HUMANA EM SER ÚTIL
Embora eu já estivesse me habituando a passar dias e dias caminhando a esmo, encontrando comida no mato e a tomar banho de rio, as vezes bati a necessidade de me sentir útil, o que me levava a entrar em alguma cidade e arrumar algo para trabalhar.      Resolvi catar papel em uma cidade, pois o artesanato não vendia e a catação de papel me garantiria o pão de cada dia honesto.      Lá fui eu, remexia os lixos achava latinhas e litros descartáveis nas sacolas, punha o máximo em cada sacola e amarrava umas nas outras e jogava nas costas e lá ia eu entregar em um local apropriado.      Saí de Santa Catarina, para o Paraná, com a ideia de conseguir chegar à Foz do Iguaçu, e conhecer as cataratas.      Mas como não tinha de pagar passagem, pois o que me levava aos lugares eram meus próprios pés, não tinha data e nem hora para lá chegar.    
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OS PERCALÇOS DE SEGUIR EM FRENTE
A vida segue em frente e todos nós também temos de ir em frente, e nos percalços, eu entendia o amor de Deus por mim.      O relato que segue é um deles.      Descobri aos poucos a maldade humana em minha vida e aonde ela é capaz de chegar, quando nossa mãe tem um transtorno narcísico, e tem fixação em destruir-nos.      Eu caí e levantei muitas vezes consegui empregos e fui demitida, com a mesma facilidade, bastando apenas minha mãe saber  onde eu estava  trabalhando.      Não cedi aos seus intentos então tive  muitos percalços a ultrapassar.      Um dia estava andando na estrada e um homem vem por trás, põe uma faca em meu pescoço e com a outra mão, um revólver em minha boca e me diz: Agora você fará tudo o que eu m****r, eu tentei escapar e não consegui, o tipo me estuprou e me informou que eu continuaria a passar por
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O CAPÍTULO MAIS DOLOROSO, MINHA MÃE...
Minha mãe foi o capítulo mais doloroso da minha vida.      A minha vida antes da rua, foi dolorosa demais, tornando a rua um lugar acolhedor.      Duas semanas depois, da morte de meu pai, um dos meus irmãos o mais velho chega em casa com uma novidade.      O médico tinha feito contato com ele, no trabalho.      Fora encontrada uma substância no sangue de meu pai, que o levou ao infarto, e a morte.     E parecia que a pessoa que o estava acompanhando na UTI esperou até a morte ser consumada para chamar os médicos e não ter como ajudá-lo.     Dizia Ele que havia perguntado ao médico por quem eram dadas as medicações que o pai recebera no hospital, e ter sido respondido que as intravenosas pelas enfermeiras e os comprimidos eram repassados ao acompanhante, junto com a indicação de horários a serem dados.    
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VOLTA A TERRA NATAL
Minha cidade natal fez eu deixar para trás, muitas lembranças dolorosas e situações que vivi, as quais não desejo a ninguém.      Ao chegar naquele inverno “na terrinha”, minha vida ia ter uma reviravolta, que me faria entender que o amor divino, não nos deixa cair , jamais.      Mas ao chegar no interior do estado, me dei conta de muitas coisas, que o interior ainda é um local, calmo e sem tanta vida noturna, comecei a perceber também a relação entre esse fato e o fator criminalidade.      Em cidades grandes acima de cem mil habitantes as pessoas tem muitas opções em matéria de vida noturna, sexo fácil e muitas ruas com prostitutas e homossexuais, depois das dez horas da noite oferecendo seu corpo.      Ao passo que nas cidades de interior e pequenas isso é raro, e as que existem são mais escondidas, ficam em casas apropriadas, os bordéis, e tem uma estrutura mínima por t
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