Aquele ditado, a mão direita não vê o que a esquerda faz”, deve ser seguido literalmente nas ruas, se você quer continuar vivo
Tem se de ter em mente que, uma moradora de rua, não tem para onde voltar, não tem como esconder-se, e se falar ou fizer algo “errado” é presa fácil, para todo tipo de inimigo.
Você enquanto moradora de rua, é passível do ataque, tanto do “bom”, quanto do “ruim”, então você, é o ser mais frágil, de um meio.
Você é invisível a olho nu quando o quesito é te apoiar, mas é bem visível se fizer qualquer coisa mínima que outros desejam com toda força que faça, para te rotular de algo.
Ser moradora de rua, é estar desnuda emocional, física, intelectual e financeiramente na frente de todos e sem apoio.
É ser chamada de louca por comer a comida do lixo, mesmo todos sabendo que você não tem outra coisa para comer.
É ser tratada como drogada, mesmo todos sabendo que você não usa nada.
E quem te tratar bem será visto com maus olhos pelos demais, pois está falando com um marginalizado.
Ser moradora de rua é acordar pela manhã, com o estomago vazio, com dor, depois de dormir três ou quatro horas somente, sem poder reclamar.
Ser moradora de rua é não ter ninguém para conversar.
E se você conversar sozinho, para ouvir a voz de alguém, vai ser chamado de louco, por quem te ignora o tempo todo, pois você fala sozinho.
Ser moradora de rua e ver o filho do outro morador de uma outra pessoa de um ano e oito meses passar a noite inteira variando com febre e pedindo pão (aquele bom e velho pão francês), e ao amanhecer sair pedir um pão na padaria e o dono da padaria te negar e chamar de fedorento e te m****r sair da padaria dele.
Ser moradora de rua é ver o dono da padaria negar um pão de vinte e cinco centavos para uma criança com fome, e ainda dizer, esses lixos não param de encher o saco.
Ser moradora de rua é ver a prostituta de um bairro nobre, com uma filha de dez anos, que entrega a menina, por dez reais, para um pedófilo, e acha normal.
Sabendo que ela tem apartamento ali, conquistado a base de prostituição, e ter de calar-se, pois se for a polícia vão dizer que você inventou tudo e que aquela mãe é uma ótima pessoa, e que a prostituta é você.
Ser moradora de rua é ver uma mãe entregar um filho de dez anos para desconhecidos que acharam a criança bonita e querem “adotar”, a criança.
E você ver a criança se despedindo da mãe e dos irmãos e indo embora, e a mãe dizendo:
Que bom filho, que você vai para a casa deles, pelo menos você terá o que comer e onde dormir.
E você se perguntar intimamente, será?
Será que vão tratar bem a criança, será que ele será feliz.
Mas não pode fazer comentário algum, pois a lei da rua é cada um por si e Deus por todos.
Embora doa muito a cena, dentro de você.
Mas dar opinião como, se nem você tem o que comer, para levantar questionamentos a esses pais?
´Ser moradora de rua é se apanhar chorando com a dor do filho alheio, sem poder fazer nada a respeito, é estar de mãos e pés atados para tudo, embora esteja livre.
E por fim, ser moradora de rua é saber que o amanhã, pode não existir, o ontem, não deixou motivos para ser lembrado, e você só tem este instante, por que o próximo pode simplesmente não existir.
Mais que qualquer outra pessoa no mundo, o morador de rua tem essa consciência, tem apenas uma probabilidade viver o agora.
Feliz ou triste, doente ou sadio, alimentado ou com fome, com calor ou com frio, apenas o agora.
Ser moradora de rua é ser imediatista, pois nela a chance de existir daqui a pouco é mínima, então vive-se o agora, o depois se vier, graças a Deus, se não vier, acabou o sofrimento, o medo, a dor, seja ela física, emocional, sentimental ou material.
A vida passa num piscar de olhos, quando estamos alimentados, protegidos e somos amados, mas é um suplício eterno, quando nos falta tudo, e tudo.
É demoradamente doloroso.
A mão do ódio vem de dois jeitos na vida do pobre ou ele é posto em hospícios ou nas ruas, para sofrer até morrer, sem ser ouvido, sem ser amado, sem ser respeitado.
O mundo coloca psicopatas, narcisistas, prepotentes, e violentos, no poder e nas mais altas classes sociais, e os inocentes e inofensivos, nos hospícios e nas ruas, quando deveria ser o contrário.
Até quando, não sei, mais quem já passou pelas ruas e pelos manicômios sabe que é assim, infelizmente.
A maldade humana de nossa era choca.
Viver com medo de tudo e de todos....
Mas nem tudo são sombras, no mundo das ruas, tem também a luz. Mas muitas vezes promovida pelos seres das sombras, que querem pôr na luz os indivíduos da luz. E que nelas, estão presos. “As sombras por vezes prendem os seres sem luz, pois não aceitam ser das sombras, mas as sombras que se amam sombras, devolvem a luz aos seres da luz, para poderem ser suas sombras”. As sombras, ensinam aos da luz, que são da luz, quando estes ainda não sabem, por terem sido, manipulados e desprezados por outros seres que pensavam ser da luz, e eram sombras. Aprendi a me valorizar e a me amar, com pessoas muito perigosas que me mostraram quem eu verdadeiramente era, e eles me fizeram ver que minha alma era leve e pura, e que eu não devia estar em seu meio, mas sim quem me jogou lá. Mas eu amava quem
O recanto das borboletas. A vida nas ruas começa ficar boa, quando, você se dá conta, que as pessoas, que você, não gosta e as que não gostam de você não se farão presentes nela. Desse momento em diante, a rua começa a se tornar um local, agradável, embora, se passe, fome, frio e dor nela, a dor emocional de ter de conviver com quem te faz mal, nela desaparece. Sabemos que nossos inimigos, não vão pessoalmente nos procurar na rua, e aí começamos a ter a certeza que a vida é uma delícia. É logico que os perigos, nas ruas são muitos, os embates com pessoas inescrupulosas, mal intencionadas e preconceituosas são comuns, mas familiares que porventura te fizeram cair fora, para, não, tê-los por perto, você jamais verá por lá. Mesmo porque quem leva outras pessoas a buscarem a rua para se ver livre de sua presença, são o
Embora eu já estivesse me habituando a passar dias e dias caminhando a esmo, encontrando comida no mato e a tomar banho de rio, as vezes bati a necessidade de me sentir útil, o que me levava a entrar em alguma cidade e arrumar algo para trabalhar. Resolvi catar papel em uma cidade, pois o artesanato não vendia e a catação de papel me garantiria o pão de cada dia honesto. Lá fui eu, remexia os lixos achava latinhas e litros descartáveis nas sacolas, punha o máximo em cada sacola e amarrava umas nas outras e jogava nas costas e lá ia eu entregar em um local apropriado. Saí de Santa Catarina, para o Paraná, com a ideia de conseguir chegar à Foz do Iguaçu, e conhecer as cataratas. Mas como não tinha de pagar passagem, pois o que me levava aos lugares eram meus próprios pés, não tinha data e nem hora para lá chegar.  
A vida segue em frente e todos nós também temos de ir em frente, e nos percalços, eu entendia o amor de Deus por mim. O relato que segue é um deles. Descobri aos poucos a maldade humana em minha vida e aonde ela é capaz de chegar, quando nossa mãe tem um transtorno narcísico, e tem fixação em destruir-nos. Eu caí e levantei muitas vezes consegui empregos e fui demitida, com a mesma facilidade, bastando apenas minha mãe saber onde eu estava trabalhando. Não cedi aos seus intentos então tive muitos percalços a ultrapassar. Um dia estava andando na estrada e um homem vem por trás, põe uma faca em meu pescoço e com a outra mão, um revólver em minha boca e me diz: Agora você fará tudo o que eu m****r, eu tentei escapar e não consegui, o tipo me estuprou e me informou que eu continuaria a passar por
Minha mãe foi o capítulo mais doloroso da minha vida. A minha vida antes da rua, foi dolorosa demais, tornando a rua um lugar acolhedor. Duas semanas depois, da morte de meu pai, um dos meus irmãos o mais velho chega em casa com uma novidade. O médico tinha feito contato com ele, no trabalho. Fora encontrada uma substância no sangue de meu pai, que o levou ao infarto, e a morte. E parecia que a pessoa que o estava acompanhando na UTI esperou até a morte ser consumada para chamar os médicos e não ter como ajudá-lo. Dizia Ele que havia perguntado ao médico por quem eram dadas as medicações que o pai recebera no hospital, e ter sido respondido que as intravenosas pelas enfermeiras e os comprimidos eram repassados ao acompanhante, junto com a indicação de horários a serem dados.  
Minha cidade natal fez eu deixar para trás, muitas lembranças dolorosas e situações que vivi, as quais não desejo a ninguém. Ao chegar naquele inverno “na terrinha”, minha vida ia ter uma reviravolta, que me faria entender que o amor divino, não nos deixa cair , jamais. Mas ao chegar no interior do estado, me dei conta de muitas coisas, que o interior ainda é um local, calmo e sem tanta vida noturna, comecei a perceber também a relação entre esse fato e o fator criminalidade. Em cidades grandes acima de cem mil habitantes as pessoas tem muitas opções em matéria de vida noturna, sexo fácil e muitas ruas com prostitutas e homossexuais, depois das dez horas da noite oferecendo seu corpo. Ao passo que nas cidades de interior e pequenas isso é raro, e as que existem são mais escondidas, ficam em casas apropriadas, os bordéis, e tem uma estrutura mínima por t
Um abraço, conforta e reconforta tudo. Durante muito tempo em minha vida, busquei abraços. Abraço de familiares, abraço de amigos, abraço de um amor, e foi em um abraço divino, que encontrei conforto. Depois que cheguei a minha terra natal, eu estava desejosa de um abraço, mas, não tinha ninguém lá para oferecer seu braço para este abraço, mas de repente me surge na lembrança, Cataratas do Iguaçu, e volto àquele momento e me sinto abraçada por Deus, e o conforto chega a mim. Ao descobrir a internet eu busquei pessoas que eu admirava, que eu amava, que eu acreditava ainda, que fizeram parte do passado, e todas me mostraram suas verdadeiras faces muito diferentes daquela que eu acreditava existir nelas. Não me surpreendi muito sabe, de fato eu já esperava por isso, só que ainda assim, doeu, ver que eram
A insignificância do amor para algumas pessoas, chega a extremos desmedidos, tal qual é a significância da ganância delas. Para quem valoriza gestos de amor, é difícil entender o ganancioso. A diferença que faz, viver em paz ou em guerra, depende de quem se é. Existem pessoas que para se sentirem em paz, necessitam tirar a paz alheia. Ficam desconcertados e descontentes, quando todos em sua volta estão felizes e achando sua vida uma delícia. Pois para estes, não existe prazer em uma vida, calma, tranquila, sem excessos físicos, emocionais, sociais, intelectuais, financeiros. Tranquilidade para algumas pessoas é sinônimo de inércia, de infantilidade e até mesmo derotina. Tais indivíduos, jamais estarão completos e satisfeitos, com o que possuír