O que acho estranho no povo brasileiro é que um bandido ou se torna um herói nacional ou uma lenda urbana nacional.
Como no caso do serial killer goiano, que depois de sobreviver na mata vai virando lenda nacional, uns o veem como raposa, outros como onça, outros como dragão, e assim por diante, cada um nomeia o tipo de uma maneira, mas já se tornou uma lenda.
Está fazendo história em todo o território nacional, dentro e fora das prisões, nas casas e nas ruas, as pessoas pararam de viver para assistir notícias desse tipo.
Ninguém vai na internet procurar notícias locais, todo mundo busca notícias goianas.
Eu enquanto pessoa e como escritora, acabo embarcando nas loucuras ditas pelos outros e entrando na brincadeira
Por isso resolvi escrever uma das mais interessantes teo
Entrando na brincadeira, do povo e fazendo conjecturas, sem lógica, afinal para escrever, tem de se ter imaginação suficiente para isso.
Essa história ainda não chegou ao fim, o livro pode ser mudado várias vezes, pois esta é minha história de vida, e minha vida continua. Este livro tem um final, a priori, mas isso não quer dizer, que minha vida acabou, então de repente, ele poderá ser mudado, pois, eu tive motivo para contar algo mais a você meu querido leitor. A culpa sempre é da gente, e sempre vai ser, em tudo o que fazemos e no que omitimos. Não podemos sonhar que a sociedade, que é feita de pessoas, possa admitir, que enquanto pessoas elas sejam falhas, e que elas não são boas. Bom só existe um, Deus. Passou disso, todos são maus, e a gente vem para a vida terrena, par se tornar menos mau. Não podemos esperar que as pessoas vejam nossos acertos e que essa mesma sociedade deix
Este livro é dedicado ao médico dos médicos, Jesus Cristo, e àquelesmédicos e médicas que passaram pela minha vida me trazendo a cura física, enquanto Deus, me trazia a cura espiritual. Alguns deles vou homenagear aqui, pois citar todos os que passaram pela minha vida é uma tarefa impossível. São eles: Otacílio Conceição Bittencourt, que me trouxe ao mundo, André Saliba, cirurgião, Maicol Geison Calegari Rodrigues Barbosa, e tantos outros que em diversas circunstâncias se fizeram presentes em minha vida em momentos cruciais. Em especial a um que não sei o nome, mas me socorreu em Santa Luzia do Paruá, em 2003, a quem devo minha vida, que jamais saberei se um dia irei reencontrá-lo pessoalmente para agradecê-lo, mas peço a Deus, que o proteja. i
Para quem pensa que viver nas ruas é fácil, se enganou. Para quem pensa que só vivem nas ruas, loucos, drogados, prostitutas, marginais e órfãos, e pessoas com depressão, sem religião, se enganou de novo. Nem sempre viver na rua é falta de fé, ou falta de Deus, como muitos pregam. Nem sempre a pessoa foi levada as ruas por seus defeitos e delitos, as vezes a única forma de fugir de marginais é ir para elas. Por incrível que possa parecer ser morador de rua não é garantia de ser uma pessoa má. No Brasil para uma pessoa ir parar na rua basta ser pobre. Mas, não, pobre, de espírito, cheio de maldades e pequenez, e sim pobre de dinheiro. A falta de dinheiro para aluguel e a não condição para conseguir viver com gente agressiva, leva milhares de brasileiros par
Naquele dia eu olhava de cima da passarela e pensava, acho que é melhor pular daqui do que tentar enfrentar as ruas brasileiras, eu não sei me defender, sou de estatura pequena, jamais cometeria um crime para sobreviver, vou acabar morta com requintes de crueldade, pois a rua é hostil e provavelmente ninguém me tratará bem nela. Absorvida em meus pensamentos nem notei a chegada do jovem que colocara o pano de bijuteria artesanal a seu lado. De repente algo bate em seu braço, eu olho e digo; pois não? O rapaz lhe fita e pergunta, o que está fazendo parada, aí nesse parapeito minha irmã. Eu sorrio e começo a lhe contar que estou sem um centavo, fora roubada na pensão onde morava e a dona da pensão a mandou embora e ela não tem como pagar um lugar para ficar e como não é uma criminosa está ali analisando se não é melhor se at
Aquele ditado, a mão direita não vê o que a esquerda faz”, deve ser seguido literalmente nas ruas, se você quer continuar vivo Tem se de ter em mente que, uma moradora de rua, não tem para onde voltar, não tem como esconder-se, e se falar ou fizer algo “errado” é presa fácil, para todo tipo de inimigo. Você enquanto moradora de rua, é passível do ataque, tanto do “bom”, quanto do “ruim”, então você, é o ser mais frágil, de um meio. Você é invisível a olho nu quando o quesito é te apoiar, mas é bem visível se fizer qualquer coisa mínima que outros desejam com toda força que faça, para te rotular de algo. Ser moradora de rua, é estar desnuda emocional, física, intelectual e financeiramente na frente de todos e sem apoio. É ser chamada de louca por comer a comida do lixo, mesmo todos sabendo que você não tem outra coisa par
Mas nem tudo são sombras, no mundo das ruas, tem também a luz. Mas muitas vezes promovida pelos seres das sombras, que querem pôr na luz os indivíduos da luz. E que nelas, estão presos. “As sombras por vezes prendem os seres sem luz, pois não aceitam ser das sombras, mas as sombras que se amam sombras, devolvem a luz aos seres da luz, para poderem ser suas sombras”. As sombras, ensinam aos da luz, que são da luz, quando estes ainda não sabem, por terem sido, manipulados e desprezados por outros seres que pensavam ser da luz, e eram sombras. Aprendi a me valorizar e a me amar, com pessoas muito perigosas que me mostraram quem eu verdadeiramente era, e eles me fizeram ver que minha alma era leve e pura, e que eu não devia estar em seu meio, mas sim quem me jogou lá. Mas eu amava quem
O recanto das borboletas. A vida nas ruas começa ficar boa, quando, você se dá conta, que as pessoas, que você, não gosta e as que não gostam de você não se farão presentes nela. Desse momento em diante, a rua começa a se tornar um local, agradável, embora, se passe, fome, frio e dor nela, a dor emocional de ter de conviver com quem te faz mal, nela desaparece. Sabemos que nossos inimigos, não vão pessoalmente nos procurar na rua, e aí começamos a ter a certeza que a vida é uma delícia. É logico que os perigos, nas ruas são muitos, os embates com pessoas inescrupulosas, mal intencionadas e preconceituosas são comuns, mas familiares que porventura te fizeram cair fora, para, não, tê-los por perto, você jamais verá por lá. Mesmo porque quem leva outras pessoas a buscarem a rua para se ver livre de sua presença, são o
Embora eu já estivesse me habituando a passar dias e dias caminhando a esmo, encontrando comida no mato e a tomar banho de rio, as vezes bati a necessidade de me sentir útil, o que me levava a entrar em alguma cidade e arrumar algo para trabalhar. Resolvi catar papel em uma cidade, pois o artesanato não vendia e a catação de papel me garantiria o pão de cada dia honesto. Lá fui eu, remexia os lixos achava latinhas e litros descartáveis nas sacolas, punha o máximo em cada sacola e amarrava umas nas outras e jogava nas costas e lá ia eu entregar em um local apropriado. Saí de Santa Catarina, para o Paraná, com a ideia de conseguir chegar à Foz do Iguaçu, e conhecer as cataratas. Mas como não tinha de pagar passagem, pois o que me levava aos lugares eram meus próprios pés, não tinha data e nem hora para lá chegar.