Para Tank não tinha mais nenhum sentido aquele compromisso, havia convidado Buck porque queria um conselho, uma companhia, alguém com quem pudesse dividir a ansiedade daquela decisão, mas Dállia tinha estragado tudo. — Me leva para visitar o Isaac? — Claro, senhor, mas foi para isso que me convidou? — Foi Buck, foi, meu amigo. Não era mentira, Tank pretendia passar em uma loja de brinquedos e conhecer o menino. Saber pessoalmente o que faltava, o número das roupas que usava, ver se a cama era adequada. Jamais conseguiria atender todas as necessidades de Isaac de uma vez, mas aos poucos poderia ir ajudando até que o garotinho tivesse mais conforto. — Obrigado, senhor. Vem, o ônibus passa aqui perto. — Vamos de carro, Buck Foram, mas ainda no caminho Tank contou ao amigo o que pretendia e como Dállia tinha conseguido estragar absolutamente tudo. — O senhor pretendia comprar uma casa, disse que foi a primeira noite de vocês juntos, pediu uma mulher em casamento e está desistindo
Chegou de volta ao Hotel Emma com a certeza de que teria algumas multas para resolver, mas pela primeira vez não fez conta sobre dinheiro. Entrou no quarto de uma vez e encontrou Dállia com a cabeça baixa segurando um pacote enorme. — TANK! Ela se atirou nos braços do rapaz como se tivessem ficado anos separados e não apenas aqueles poucos minutos. O medo de que a liberdade tivesse um preço alto demais a dominou, nem mesmo a empolgação com a carta de Mel foi capaz de fazê-la abrir o embrulho. A esposa do capo havia enviado roupas para que Dállia pudesse trabalhar em um escritório da organização. Começaria como uma assistente, um salário baixo, mas Mel garantiu que se ela focasse no trabalho e aceitasse voltar a estudar, teria a oportunidade de crescer. Foi a primeira vez que alguém acreditou que ela poderia ser mais do que um corpo, ainda assim, Dállia não experimentou as roupas e nem quis ir adiante com aquela escolha. Já Tank reconquistou o ar com aquele abraço, a apertou jun
Os movimentos continuaram enquanto a boca de Tank percorreu a pele da menina, deixou o pescoço marcado pela barba sem fazer, os lábios inchados pelos beijos quase desesperados. E Dállia gemeu alto para ele quando o prazer se intensificou ao ponto da explosão. A menina se agarrou ainda mais a ele e quando finalmente Dállia relaxou o corpo, Tank já estava quase com câimbras no braço. — Eu te amo, eu te amo, minha flor. O sorriso satisfeito ficou ainda maior e ele adorava ver aquele sorriso. Pensou que precisava de um plano, qualquer um que a fizesse sorrir daquele jeito todos os dias. Se afastou alguns centímetros, imaginou que ela deveria estar com dor na perna, mas ela se agarrou a ele. — Fica— Oh, minha flor. Eu preciso, mas eu vou com o seu cheiro em grudado em mim. Passou a mão no rosto, cheirou e terminou fechando os olhos com a sensação que teve. — Você vai demorar? — Oh, minha flor, eu não vou mentir para você. Vai demorar um pouco, mas vamos dormir abraçados e amanhã
Um raio de sol entrava por uma pequena fresta aberta da janela, a casa de madeira era escura e o cheiro estranho, mas o brilho que entrava potente a encantou. Partículas de poeira dançavam na luz enquanto o corpo de Dállia se movia com o impulso do corpo velho sobre o dela.Os sons eram estranhos, bizarros, mas ela se focou na luz, no tímido raio solar e na poeira dançante. Já estava acostumada com a dor, a maioria das vezes nem incomodava mais.Foi virada de bruços sobre a mesa, a toalha branca ficou enrolada sob o seu corpo, os movimentos continuaram, firmes, violentos e acompanhados daqueles ruídos animalescos.E foi exatamente nesse minuto que tudo mudou.Quando Dállia foi virada sobre a mesa ela lamentou que não pudesse mais olhar para a luz e foi na escuridão que seus olhos cruzaram com os de Tank pela primeira vez.Ele estava ali, parado, olhando para ela como se visse um animal ser abatido. Uma mistura de desprezo e pena que a fez fechar os olhos, segurou mais firme na borda d
Ele era diferente, não se parecia em nada com os homens da comunidade em que Dállia vivia antes de ser vendida ao marido. Tank parecia rústico e ao mesmo tempo os olhos traziam uma força diferente, dilacerante, algo que a atraia.Mas os dias passaram e ele nem sequer a olhou, nem mesmo uma única vez. Tank passava por ela como se ninguém existisse, somente ele e Amara.De certa forma, havia beleza naquele desprezo, era como se Tank e a irmã pudessem viver em um mundo próprio, algo só deles, onde as risadas e as músicas se espalhavam pela casa de um jeito que Dállia achava lindo.Em uma manhã, depois que o marido saiu para o trabalho, ela se aproximou devagar do quarto de Amara, a música estava alta e os irmãos conversavam animados enquanto comiam algo que Tank havia comprado.Eles não comiam nada que ela cozinhasse, não importava o quanto Dállia se esforçasse para agradar, Tank sempre passava em algum lugar e trazia marmitas que dividia com a irmã. Se esforçou para ouvir o que falavam.
Tank voltou para casa após o treino ser cancelado, detestava todas as vezes que isso acontecia, mas Dylan não era um soldado comum, tinha manias estranhas, não avisava quando faltaria e vivia correndo atrás da mulher como um cachorrinho abandonado.Ninguém achava Zoey bonita o bastante para receber tanta atenção, mas jamais alguém ousou falar isso, ao menos não para o chefe de treinamento. Seria como pedir para passar uma longa temporada no centro médico e talvez, nem voltar.Abriu a porta com um humor péssimo, odiava aquela casa e tudo o que ligava ao pai. Russo nunca foi um pai amoroso, mas as coisas tinham piorado muito desde que a mãe de Tank faleceu.Respirou fundo e entrou, teria ido direto para o quarto se a música que vinha do quarto da irmã não tivesse chamado a sua atenção.— Amara, droga! Faltou à aulaReclamou apenas em pensamento, não quis chamar atenção da irmã, achou que a pegaria em flagrante. Precisava que ao menos Amara tivesse um futuro, que alguém daquela família f
Um amor impossível, os dois sabiam, não podiam continuar. Russo era um homem da máfia, um homem marcado por dores que o transformaram, temido pela sua capacidade de matar sem sentir, odiado por todos, até mesmo pelos filhos.Ela tentou falar, mas ele a segurou mais forte, mais perto, subiu a mão pelas costas de Dállia, ela tremeu.Tremeu porque nunca havia sentido nada parecido, nem mesmo teve chance de conhecer o amor.Antes aprendeu sobre dor, crueldade, submissão.Mulheres como ela não podiam amar, como aprender sobre algo que nunca viu?O rapaz deslizou a mão, que antes segurava o rosto dela, gostou da textura da pele.Uma mulher podia ser tão suave?Aproveitou com carícias lentas. Cuidadoso, quase como se tivesse medo de machucá-la.Os olhos acompanharam a mão, deslizou o polegar pelo pescoço delicado, desenhou os ossos da clavícula exposta pelo vestido. Aquela visão parecia incendiar sua alma.Segurou a coxa da menina e ergueu a perna de Dállia a fazendo enlaçar sua cintura. Pre
Tank chegou segurando uma caixa enorme, não olhou para Dállia, só colocou o embrulho sobre a mesa e ela ousou falar com ele pela primeira vez desde que o rapaz a deixou no quarto abraçada ao próprio corpo.— O que é isso?Tank não sabia o que responder, havia demorado horas escolhendo o vestido que achava que ficaria perfeito no corpo dela. A menina era linda, mas estava sempre usando roupas sensuais.Parecia um anjo vestindo roupas que simplesmente não combinavam com ela.Sabia que o pai a obrigava a se vestir daquela forma, já tinha visto várias vezes ele chegar suado e colocar as mãos no corpo da menina. Ela não era sua esposa, era uma boneca que ele tinha comprado.O rapaz achou que também podia pagar, talvez um presente, mas por alguma razão achava que aquele vestido delicado combinava bem mais com a madrasta do que as roupas que o pai jogava no chão gritando para que ela vestisse.— É para você, por aquele dia. O pagamento.Dállia sentiu o coração despedaçar no peito, as lágrima