Série Legados Eternos Vampiro A Criação (livro 2)
Série Legados Eternos Vampiro A Criação (livro 2)
Por: Alexa Valentina
Renascendo

ISSO É O QUE VOCÊ JÁ SABE...

Lacrimal city, Cardelhas 2075

Muitos anos depois de Londres

    O dia nasceu lindo e o único objeto a brilhar na piscina azul celeste acima de todos era o sol.

    O mundo evoluiu e, com ele, os vampiros tanto na forma física quanto espiritual.

    Julio Cesar por exemplo cortara os longos cabelos e os ‘espetara’ para cima dando um charme despojado junto a jaqueta de couro que ocupara o lugar do longo sobretudo.

    Marcus por outro lado deixara os cabelos crescerem com leves ondulações á altura dos ombros, mas também deixara os longos casacos por blusas e jaquetas com um pouco mais de cor já que vampiros são adeptos de cores fúnebres. Claro que nem todos resolveram mudar tanto assim, em especial os vampiros que ainda permaneciam no clã de Julio Cesar.

   

    No momento o pequeno grupo vinha por um túnel formado por árvores altas e com muitas folhas, ok que o sol já não mais os afeta tanto, mas isso não significa que eles o adorem. Abruptamente Julio Cesar estacou.

–Julio Cesar o que foi?-perguntou-lhe Brenda ao seguir seu olhar e ficar boquiaberta como ele ao ver o que não seria possível.

–Não é possível-murmurou com o coração em disparada como a muito tempo não ocorria.

Todos estavam boquiabertos, felizes, espantados e até mesmo raivosos.

–Aquela não pode ser Miranda -enraivou-se Laís- eu mesma matei a vadia.

Eu a vi virar cinzas pelo ar—acrescentara a última parte em pensamento claro já que o segredo seu valia ouro.

   Logo mais á frente vindo em suas direções vinha aquela que todos pensavam ser o reencontro do passado encarnado no futuro.

   Uma linda garota de longos e lisos cabelos negros com mechas azuis escuras e olhos tão negros quanto a noite aproximava-se da direção dos estranhos que ela percebera pararem do nada e lhe encararem com emoções diversas em seus olhos. Nas mãos a garota trazia dois cadernos colegiais e um estojo, indicio de que estava a caminho do colégio.

   O encontro estava próximo, mas Julio Cesar não podia e nem queria esperar e adiantou-se em direção a ‘sua’ Miranda e agarrou firme o braço da garota que arregalou os olhos e estremeceu.

–Miranda, meu amor - e pela primeira vez, em muito tempo, este sorrira.

–Desculpe - e com gentileza, mas tremor puxou seu braço do aperto exagerado do estranho - mas meu nome e Soraia-e tratou de sair da presença daquele grupo que lhe causava arrepios.

–Ela é a Miranda-afirmou ao ter seu sorriso de amor trocado pelo de ressentimento diante da recusa e mentira de Soraia. –Não ouviu ela dizer que se chama Soraia?!

    Laís trazia fúria e medo em suas palavras, afinal se Julio Cesar descobrisse o que ela fizera, bem, não bem ela, muito sangue iria ser derramado mais uma vez, literalmente.

-Ela esta mentindo!

-E por que ela o faria?

   Brenda olhava com atenção para a garota e via que além dela não estar mentindo havia mais diferenças do que semelhanças entre ela e Miranda, mas sabia que o amor tem o poder de cegar. Mesmo um alguém como Julio Cesar.

–Eu não sei, mas irei descobrir-jurou ao dar de ombros, mas seus pensamentos estavam naquela garota que era o seu amor e ele não descansaria até tê-la para si mais uma vez, nem que para isso fosse preciso fazer o que fez em Londres.

     Marcus era o único ali que poderia alertar aquela garota dos perigos que Julio Cesar trazia consigo, mas como fazer isso sem Julio Cesar saber?

   Para se entender o futuro, muitas vezes devemos voltar ao passado. Então volte comigo numa viagem no tempo em que o mundo ainda nem sonhava em ter de conviver com vampiros.

EIS AQUI O QUE VOCÊ PRECISA SABER.

Domrémy ,Interior da França 1412

    Em um lugarejo de casas e pessoas bem simples nascia e vivia a pequena Joana D’Arc ,que repousava nos braços da mãe que olhava a ela e ao pai, cuidando de cavalos, com amor e devoção. Então o tempo fora passando com uma infância pobre, mas feliz á adolescência que lhe trouxe revelações.

    Certo dia Joana já com doze anos estava a pastorear algumas abras num pasto próximo quando uma voz lhe surgiu e nada aos ouvidos e lhe dizia:salve a França e coroe o rei. Mantenha-se firme e descubra o seu poder.

   Assustada com o ocorrido largou as cabras e correu aos pais para contar-lhe o fato, mas claro que acharam tudo fantasioso e mandaram-na de volta ao campo.

    O assunto fora esquecido aos pais, pois Joana mantinha aquelas palavras na mente ate o dia que tomou uma atitude enfim. Aos dezessete anos, cansada de ver o povo sofrer e com uma raiva que a fazia fazer coisas que a assustavam mais também lhe davam uma sensação de liberdade, Joana conseguiu um cavalo emprestado com um amigo de seu pai e partiu para o

Castelo de Chinon a residência do rei e contou-lhe a revelação que tivera.Claro que não ficou cara á cara com o rei, mas o mensageiro fez o seu trabalho.

    A França caia cada vez mais, mas enfim Joana depois de muitas lutas ganhou o comando dos franceses e, com isso, muitas vitórias. Mas seu verdadeiro poder iria ser descoberto, pena que não o aproveitaria,mas o daria como presente a alguém que mudaria a historia do mundo para sempre E sempre no novo mundo era bem, bem longo.

    Em trinta de maio de mil quatrocentos e trinta e um o segredo de Joana D’Arc fora revelado a todos que estavam na praça da cidade de Ruão. Ela fora amarrada ,muito ferida, mas ainda viva e sem roupas num pau colocado na praça e uma fogueira fora acendida á seus pés. E conforme o fogo ia consumindo sua carne que já cheirava a carne assada junto ao forte cheiro de sangue, o horror e a repulsa de alguns era revertida em palavras de ordem. Mas seu corpo não pode mais conter o seu segredo.

    Uma fumaça negra e espessa começara a sair por seus olhos, nariz e boca. Boca essa que gritava em raiva e desespero, e ir direto para o meio do povo que começou a correr e gritar enquanto aquela fumaça parecia procurar por algo ou alguém específico. Eis que o alvo fora localizado, uma menininha de olhos castanhos escuros arregalados ,perdida dos pais no meio da multidão enlouquecida.

Ela é a minha escolhida! Ela que será condenada junto comigo!

     Uma coluna densa e negra avolumou-se e como um touro furioso indo em direção á capa do toureiro a fumaça foi ao encontro da menina e com fúria adentrou por seus olhos arregalados, por sua boca aberta e por seu nariz empinado e a jogara ao chão enquanto se apossava de seu corpo. De sua alma. De sua vida.

    Joana consumida pelas chamas dera sua última risada ao se tornar não mais do que um amontoado de cinzas de sua roupa, de sua carne e da madeira e cordas que a prendiam a esse mundo.

    A fumaça tornara-se uma força poderosa e arremessou as pessoas que ali haviam parado para ver o corpo da menininha que alguém chamara de Raquel se debater no chão para todos os lados, enquanto uma garoa bem fininha descia e dissipava a fumaça e as chamas do fogo ao ar.

     A noite caiu, e, finalmente Raquel despertara, não havia mais ninguém por ali, provavel-mente viera sozinha ao ‘evento’ e, agora, a primeira coisa que via era o céu e a lua cheia e nela o reflexo de um sorriso cruel. A partir daqui começa a trajetória daquilo que mudaria o mundo.

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