O sol já estava se pondo no horizonte, as cores laranja, rosa e amarelo se misturavam ao azul de começar da noite fazendo um belo retrato de paisagem. Depois de muito chorar a mãe de Raquel pegara no sono entre soluços, envolvida pelo calor dos braços do marido que também adormecera na tristeza;
No cemitério uma esplendorosa lua cheia pairou direto e infiltrou-se terreno abaixo indo sobre o rosto pálido e sujo de terra de Raquel a sete palmos abaixo da terra, mas abriu os olhos num rompante de vida. Vida?
Deus, onde estou?-perguntou-se enquanto suas mãos tateavam o interior do caixão. Então, de repente o desespero gritou dentro dela ao se ver na escuridão já que os flashes do luar sumiram, e esta começou a socar o caixão e gritar por socorro. Raquel não havia se dado de conta que a sua força havia aumentado a tal ponto de quebrar a madeira do caixão, e só o percebera quando seu rosto e corpo começaram a cobrir-se de terra e galhos.–Tenho que sair daqui-soluçava ao sentir a pele de seus dedos se ralarem e o sangue escorrer, mas isso não a impedira de prosseguir com a destruição do caixão enquanto seu corpo começava a queimar novamente de dentro para fora. a enlouquecer de raiva. Uma pessoa movida pelo medo não recua e sim avança. E foi justamente isso que Raquel fez quando começou a escalar a terra como um gato a escalar uma parede, que lhe rodeava mesmo tendo o corpo ferido pelos galhos e pedrinhas e as roupas reduzidas a pedaços de trapos e só parou quando sentiu uma leve brisa chegar em seu rosto coberto de terra e ,mesmo com os cortes a arderem pela terra e sangue ela sorriu. Finalmente chegara á superfície e quando abriu os olhos já com metade do corpo para fora da cova a primeira coisa que viu fora a lua que parecia lhe sorrir- Então murmurou–obrigado- e largou-se ali e a comtemplou.Algum tempo se passou com Raquel ali somente a sentir a brisa morna da noite lhe tocando o rosto, se bem que seu rosto ao seu próprio toque para tirar a terra do rosto lhe era frio. Eis que esta se levantou e decidiu que era hora de rever os pais, e caminhou pelo cemitério entre lápides e mausoléus até os portões de saída. Dos males o pior, se é que pode se colocar a
situação assim já que ninguém sabia como, de fato, Raquel morrera. Imagina revê-la no estado em que se encontrava?A lua parecia seguir os passos de Raquel que, de repente, enquanto cruzava em frente a um mausoléu destruído pelo tempo e pela falta de cuidado ouviu nitidamente o bater de um coração e arranhar de unhas em algo sólido vindo lá de dentro. Claro, seu eu em primeiro pensamento fora o de sair depressa dali, mas então surgira outro em sua mente: será que enterraram mais alguém vivo?
Lentamente se dirigira até o mausoléu, suas mãos tremeram mais não hesitaram ao irem até a maçaneta da porta que com ruídos e pó a sair do chão abriu-se. De longe espiou lá para dentro, era escuro e fétido mais nada ouvira, e não ficou ali para ouvir.–Que estranho-murmurou já se virando para ir embora, mas o bater de asas surgira as suas costas e quando virou-se viu-se atacada por um morcego que cravou suas presas com raiva em seu pescoço enquanto as asas lhe chicoteavam abaixo do queixo e colo a ficarem vermelhos pelo tapas das asas e pelo sangue em pele frágil já ferida pelo morcego. O grito de Raquel reverberou pelo cemitério enquanto tentava arrancar aquele bicho de seu pescoço, parecia que haviam enfiado varias agulhas em sua veia, então ,enfim pegou aquela coisa pelas asas e a arremessou para longe de si. Sorte sua que o morcego fora embora. Suspirara aliviada ao levar a mão ate seu pescoço onde sentiu algo pegajoso e quente a escorrer por entre seus dedos, e quando os erguera á frente de seus olhos viu que era sangue. O seu sangue. Gritou de dor e de medo ao sair correndo sem rumo pelo cemitério sem nem perceber que do nada uma forte chuva começara a cair. Lágrimas rolavam por seu rosto, sangue rolava por seu pescoço e a chuva lavava não só seu corpo como a sua raiva que tamanha era que com apenas um empurrão Raquel arremessara os portões do cemitério para longe e seguiu correndo. O tempo e o espaço começaram a girar em torno de Raquel que nada mais sentia, e só fora sentir algo quando dera de cara em uma casa de esquina. O baque fora violento e a mandou ao chão desacordada. Só que Raquel não contava que o morcego havia lhe seguido e agora com ela desmaiada apossou-se de seu pescoço mais uma vez.Tragando-a faminto.O que vai acontecer?Vou te contar e te apresentar o que ninguém sabia existir. Ainda.
O sol já estava nascendo e Raquel só acordou porque sentiu o forte cheiro de pele queimando e resfolegou quando percebera ser a sua pele que estourava em bolhas porulhentas, e tratou de se arrastar ate a sombra da lateral da casa , pois parecia que algo havia lhe sugado as energias. Sua cabeça latejava fortemente e seu pescoço parecia chiar ,mas os sentimentos que sentia por dentro eram bem piores á ponto de fazê-la chorar. Então uma leve garoa desceu do céu.
Minutos depois de ter se acalmado, Raquel pôs-se de pé, retirou os resquícios de lágrimas das bochechas com as mãos e levou, lentamente, o pé ao sol, como se algo lhe avisasse para ter cautela e ,logo comprovou ,pois ao botar o pé no sol esse queimou e estourou em bolhas. Gritou não só de dor mas de raiva, ai percebeu que o pe na sombra se curava e voltavaao estado normal. Ela fez o teste mais duas vezes e percebeu que não conseguira sair dali a não ser pelas sombras das casas. Raiva era o que Raquel sentia e quanto mais esta se avolumava em seu peito, mas forte a chuva se tornava á ponto de trazer consigo um vento violento que varria as ruas da cidade sem piedade. Isto que Raquel nem desconfiava que eram os seus sentimentos que causavam essas bruscas variações no tempo.O dia se passou e Raquel acabou por adormecer recostada aos tijolos frios e úmidos da casa, e quando o fez a chuva no mesmo instante cessou. E esta só acordara no entardecer quando uma névoa densa cobria a cidade, tão densa que não se enxergava um palmo adiante do próprio nariz, com exceção de Raquel que seguia pelas ruas enxergando normalmente como se nem existisse a névoa a ocultar tudo.
ESSE ERA SÓ O SEU COMEÇO.
Raquel caminhava por entre a neblina sentindo-se mais viva do que antes de morrer, mas também sentia sede. Uma sede por alguma coisa que nem sabia dizer o que, mas tinha a certeza que aplacaria a secura de suas veias e artérias. Sangue-sussurrava uma vozinha em sua mente- ...sangue. Raquel se perdera em meio a tantas perguntas, afinal tinha o seu próprio sangue a correr por suas veias, e para sanar essas duvidas recorrera a uma poça d’água, mas mesmo tendo conseguido encher a boca com água a sede persistia. Mas então viu-se parada em frente a casa de seus pais e aquela vozinha lhe dizia que era ali que sua sede teria fim. As luzes dos lampiões já estavam acessas por vários lugares, mas era o calor do corpo de seus pais que aquecia seu corpo por fora ...e por dentro. Raquel abriu os braç
Longos meses de agonia seguiram Raquel onde quer que fosse. E o último lugar que fora parar havia sido por fim a casa onde Joana D’Arc e as tropas do rei haviam se instalado, um lugar que não ansiava estar, e ali dentre um pescoço e outro de algum desavisado ela se alimentou e se estudou. Eis o que descobrira:1 Por mais que quisesse não poderia viver sem sangue,bem que tentou, mas a cada vez que ousava passar sem se alimentar, sentia a dor de ser rasgada nas entranhas, mas poderia optar por sangue de animal. Se quisesse.O sangue é a vida de um sugador, se ele não o tem em si, o caminho é um só -definhamento.2 Já que sugava sangue passou a se chamar de ‘sugadora’, e ,mesmo com poder para amar e odiar o sol, devia se lembrar de que ate o momento ele era o seu maior e único inimigo.Afinal, se expôr um sugador ao sol, cinzas e cabelos ser&
Cada noite uma caça diferente ,sim, infelizmente tornara-se uma caçadora voraz, sempre com muita sade. Mas com suas atitudes passara a despertar o interesse e desconfiança daqueles que ali viviam e chamavam-na de ‘fantasma’ de Joana D’Arc como ouvira certa vez. SERÁ QUE UM FANTASMA CONSEGUE SUGAR TODO O SANGUE DE UMA PESSOA?E SABEM COMO É, UM FANTASMA É SEMPRE MOTIVO DE CURIOSIDADE E MEDO. Raquel estava ‘feliz’ á sua maneira ,e com isso nem se dera de conta que ao entrar em casa ,casa ,já que ali vivia, um grupo de pessoas armadas com foices, ancinhos, garrafas de água benta e lampiões a esperava. –O que querem aqui?-rosnou ao sentir o medo aflorar dentre aquelas pessoas. Sorrira. Raios rasgavam o céu já que sentia certa raiva por aquela gente terem ousado inv
Era alta madrugada quando Raquel abriu os olhos; ergueu-se com uma careta de dor e repulsa ao olhar para a sua pele toda enrugada ,com um cheiro podre e seca como palha de milho ao esticar seus músculos, mas percebeu que naturalmente seu corpo fora se regenerando voltando ao seu estado normal, depois de muita pele cair para surgir outra nova, músculos e tendões a custa de muita dor, serem regenerados como se nada tivesse acontecido. A bagunça reinava ao seu redor, paredes rachadas, móveis quebrados, objetos jogados e/ou quebrados, mas nada disso lhe importava já que seus olhos recaíram alegres nos vários corpos largados por todos os lados. –Ao menos terei uma refeição farta -e lambeu os lábios com os dentesjá despontados.. FOME.VINGANÇA.E uma pergunta: Como me vin
Durante todo o dia que se seguiu Raquel dedicou-se a ensinar sua nova ‘família’ tudo aquilo que aprendera sozinha e na ‘marra’ com se diz.O controle da sede.Os poderes .A influência dos sentimentos e o principal, como evitar a única coisa que pode não só feri-los como mata-los, o SOL. A noite tão aguardada enfim chegou e com a ajuda de Raquel tornou-se aterrorizante: raios e trovões sacudiam o céu, afinal o que ela mais prezou em ensinar a sua família foi como fazer da raiva o seu maior aliado, o vento forte derrubava o que não tinha estrutura para suporta-lo e a chuva castigava como açoites quem a enfrentava. A ordem fora dada por Raquel e com fúria os ‘sugadores’ saíram de sua toca derrubando paredes e móveis como touros enfurecidos, e não demorara muito para se ouvi
Londres, Inglaterra 1621 Muitos anos já se passaram desde que Raquel criara seu primeiro exército de ‘sugadores’ lá na França, mas agora este se encontram na boa e chuvosa Inglaterra, e tudo mudara desde então. Raquel usava um longo de cetim vermelho, cor que passara a ser a sua preferida-imagina o porquê?-e a abertura nas costas quase nem se percebia já que seus volumosos cabelos negros chegavam abaixo da sua cintura, mas o que passara a chamar á atenção eram seus olhos: estes além de sustentarem a cor natural-dela castanhos escuros-quando se transformavaficavam negros e com o rubi vermelho sangue ao centro e suas pálpebras adquiriram um tom negro como naturalmente assustador... e sexy. Ooops! O ‘pequeno’ grupo agora eram bem numeroso e muito mais forte e organizado, ent&a
O dia de sol finalmente se fora, em outras palavras, agora os humanos iriam dormir e os sugadores iriam acordar. A obrigação de Brenda era levantar-se antes de seu senhor, e no momento em que o último resquício de sol sumira ao horizonte seus olhos se abriram, então quando seus dedos estalaram-se ,do mesmo modo que as cortinas haviam se fechado agora elas se abriram dando permissão total para a luz da lua entrar em todos os aposentos.Se sabe, que Julio Cesar adora esse fato, é que ele não precisa ir atrás de sangue, o sangue vem á seu encontro.Como?-Quando um vampiro tem uma sacerdotisa em seu poder, ela é quem lhe prepara as ‘refeições’, sem trocadilhos. Na noite anterior Brenda envolvera-se por completo num manto negro bem grosso para proteger-se do sol forte
É chegada a hora de retornar a um lugar que por muito tempo ficara adormecido na mente de Raquel, mas jamais esquecido por ela ,e agora ela quer vingança. Uma vingança que com a ajuda de Julio Cesar vai ter um gosto mais saborosamente e mortal. Ruão ,cidadezinha no interior francês O manto da noite cobre toda a cidade, exceto por algumas lamparinas aqui e acolà. E dos becos escuros das casas saem morcegos negros que conforme vão se chegando ao chão vão se transformando em pessoas novamente.E ADIVINHA QUEM SÃO ELAS? Raquel ,Julio Cesar, Brenda e Marcus são os primeiros á saírem de um dos becos conforme os demais vão saindo ao encontro destes com seus olhos estreitos e vigilantes ao menor ruído que não for deles. –Raquel, o que quer que fa&ccedi