— Hum. — Respondeu ele.Eu ia dizer algo, mas ele murmurou baixinho:— Eu não consigo me controlar, Carol. Não consigo deixar de querer me aproximar de você, de ser bom com você... E sim, de te seduzir também.É verdade, o amor era algo que, se fosse controlável, nem deuses escapariam de suas armadilhas.Fiquei sem saber o que responder por um momento. George, no entanto, me soltou e disse:— Beba mais água. Se precisar de alguma coisa, me ligue.Ele então apontou para minha bolsa.— Me dá o cartão do quarto, eu abro a porta para você.— Não precisa. — Respondi, voltando a mim e me afastando um pouco. — Eu mesma faço isso.Rapidamente, tirei o cartão e abri a porta do quarto. Entrei e me encostei na porta, sem conseguir processar tudo por um bom tempo.Quando Ana voltou, eu já estava deitada. Ela entrou com passos leves, provavelmente com medo de me acordar.Não abri os olhos porque não queria conversar, mas ouvi Ana resmungando baixinho:— Ela está dormindo bem! Então vim à toa.Ao ou
Como eu esperava, o motivo da ligação de Cátia era para me chamar para almoçar juntos na casa.Eu sabia que o convite era só uma razão. Ela certamente queria falar sobre algo mais.— Tia, já provei seu mousse de maracujá, mas ir para casa agora é complicado. O parque está com o prazo apertado e estou trabalhando dia e noite. Assim que eu tiver uma folga, prometo que vou. — Não recusei de imediato, mas adiei a visita.— Ah, esse Sebastião malvado! Pra que te deixar trabalhando tanto? O mundo não vai acabar amanhã. Vou dar uma bronca nele. — Cátia fingiu estar brava.— Tia, não é culpa dele. O cronograma do projeto já estava definido. — Eu expliquei.Sebastião nunca misturou a nossa vida pessoal com o trabalho. Ele nunca usaria nossa situação para me prejudicar profissionalmente.— Tá bom, o trabalho é importante. — Cátia encerrou a ligação, mas era evidente que estava desapontada.Eu realmente tinha muito trabalho, mas mesmo que estivesse mais tranquila, não voltaria tão facilmente para
— Hum, a iluminação deu problema. — Expliquei enquanto Cátia já estava embaixo da escada onde George trabalhava.— Esse técnico aí não está usando o cinto de segurança. Isso é muito perigoso, a segurança tem que vir em primeiro lugar. — Cátia, como boa esposa de um presidente, já identificava o problema de imediato.Na verdade, George estava com o cinto de segurança, mas tinha acabado de descer e o tirou. Como ele subiu de novo rapidamente, acabou não colocando o cinto.— Sim, tem que prestar atenção. — Respondi e logo me virei para George. — Como é que você subiu sem o cinto de segurança? Desce logo!George, obediente, desceu na hora. Com um sorriso humilde, disse:— Foi erro meu. Vou prestar mais atenção, não vai acontecer de novo.Naquele momento, ele parecia uma criança que tinha feito algo errado e estava sendo repreendida, mas aceitava a bronca com sinceridade. De repente, senti como se estivesse sendo dura demais com ele, quase como se estivesse o intimidando.Cátia olhou para e
Cátia ficou surpresa por um momento, mas em seguida sorriu com ternura.— O que é isso que você está dizendo? Não pode deixar de acreditar nos homens só porque o Sebastão é um canalha. Existem canalhas, sim, mas tem muito homem bom por aí. — Cátia era uma mulher de personalidade leve e divertida. Apesar de já ter passado dos cinquenta, seu jeito de falar era moderno e descontraído.Eu não resisti e ri:— Claro que existem bons homens, mas agora eu não estou com cabeça para isso. Preciso de um tempo.Minha intenção era clara: fazer com que ela desistisse de qualquer sugestão que pudesse estar pensando.Algumas coisas não deviam ser ditas abertamente, ou acabaram gerando desconforto para todos.— Entendo. — Cátia respondeu, e eu soltei um suspiro de alívio.Mas, no segundo seguinte, ela fez um comentário inesperado:— Mas é bom não demorar muito. Namorado tem que arrumar logo, senão os bons acabam sendo escolhidos por outras.Eu sorri de novo, e Cátia acompanhou.— Você é tão bonita e um
Eu concordei, despedindo-me de Cátia e voltando ao trabalho. Contudo, ao procurar George, só encontrei Ana.— Cadê ele? — Perguntei.— Geovane o chamou. — Respondeu Ana, me encarando com um olhar penetrante. — Carolina, sua sogra veio até aqui para tentar te convencer. E você...— Eu e o Sebastião não temos mais volta. Não importa quem venha, não vai mudar nada. Não perca seu tempo pensando nisso. — Cortei o assunto, deixando claro mais uma vez minha posição.Ana suspirou, resignada:— A verdade é que a família Martins é perfeita em todos os sentidos, menos o próprio Sebastião.Ela estava certa. A família Martins era exemplar, mas eu não estava casando com a família. Eu estava casando com Sebastião, e se ele não era a pessoa certa, nada mais importava.Eu e Ana ficamos esperando George, mas depois de meia hora sem sinal dele, resolvi ligar. Para minha surpresa, ele havia deixado o celular na área de descanso.— Carolina, pelo jeito George não tem namorada. Olha só, quem tem namorada nu
O tom de voz dele era ameaçador, como se estivesse pronto para me devorar. Mas eu não me intimidei. Na verdade, eu também tinha algo a dizer a ele, então soltei a mão de George.No entanto, antes que eu pudesse me afastar, George segurou minha mão de volta.Olhei para ele, surpresa. Ele também me olhou, e em seus olhos havia algo familiar. Era o mesmo brilho que vi em Cidade B, quando a Maitê armou para eu cair. Naquela ocasião. Era o olhar de alguém que queria me proteger.Mas naquele momento, não era necessário. Com um leve movimento, soltei minha mão da dele.— Ele não pode fazer nada comigo.George não insistiu, e eu segui Sebastião. Ele andava rápido e furioso, com Daniel tentando segui-lo até ser repreendido:— Isso não tem nada a ver com você! — Gritou Sebastião.Daniel parou, claramente assustado, e me lançou um olhar preocupado.Sebastião continuou andando, e eu não sabia onde ele estava me levando. Decidi interromper:— Chefe Sebastião, se você tem algo a dizer, diga agora.
Sorri e devolvi o comentário dele:— Só falta você me dizer que a confundiu comigo.— Eu... — Sebastião começou a falar, mas interrompi.— Sebastião, parece que você nem me beijou tantas vezes assim, não é verdade?O rosto dele ficou completamente embaraçado.Namorávamos por mais de três anos. Sim, nós tínhamos dado as mãos e nos abraçado, mas beijos intensos entre um homem e uma mulher? Quase nenhum. Mesmo quando ele me beijava, era sempre algo leve: um beijo na mão, na bochecha, na testa. E, se chegava a beijar meus lábios, era sempre de forma rápida, quase sem contato.Minhas palavras o deixaram sem resposta, e ele começou a ficar visivelmente irritado. De repente, soltou-me e passou a mão pelos cabelos com força.— É, eu fui um idiota que, por um momento, perdeu a cabeça e a beijou. Mas foi só um impulso, não significa nada!— Ah, então, dormir com ela é que significaria alguma coisa? — Retruquei, sarcástica.Sebastião ficou descontrolado.— Você realmente pensa que sou tão baixo a
Na sala de sinuca.Quando Pedro chegou, viu Sebastião jogando sinuca furiosamente. Ficava claro que ele estava ali para descontar a raiva.Pedro não o interrompeu de imediato. Pegou um taco de sinuca e, aproximando-se, sugeriu com um sorriso:— Vamos jogar como de costume?Sebastião o ignorou, continuando a bater nas bolas de sinuca com força, mas sem precisão. Depois de errar várias tacadas seguidas, jogou o taco sobre a mesa e saiu a passos largos.Pedro colocou o taco de volta no suporte e foi atrás dele.— O que foi que a Carolina fez dessa vez? — Perguntou ele, já conhecendo a resposta.— Quem disse que tem a ver com ela? Não mencione o nome dela na minha frente. — Sebastião respondeu, furioso.Pedro riu.— Quem mais te deixaria nesse estado? É porque ela não te quer mais, né? E você não consegue aceitar isso.Pedro sempre ia direto ao ponto, e dessa vez não foi diferente.Sebastião virou-se bruscamente e agarrou a gola da camisa de Pedro.— Cala a boca!— O que foi que eu disse d