— O que você está pensando? Tenho certeza de que o Gilberto gosta de você. — Falei com convicção.Porque o olhar do Gilberto para a Luana era cheio de carinho, mas agora ela estava sem confiança. Não era culpa dela; ela o havia admirado secretamente por anos e nunca teve coragem de se declarar, achando-o uma pessoa tão perfeita. E isso só refletia sua baixa autoestima. Talvez só a resposta direta de Gilberto possa curá-la.Isso é algo que, como amiga, eu não poderia explicar direito, então preferi não perder mais tempo falando sobre.— Eu vou embora agora, você se arruma direitinho mais tarde para o encontro e já troca de turno, nada de faltar, mesmo que surja alguma emergência. — Falei com um tom de mãe, dando conselhos.Ela riu, com a mesma sensação que eu. — Minha mãe não se preocupa tanto assim como você.— Isso porque sua mãe não sabe o quanto você sofre, guardando um amor secreto. — Eu disse para ela, e ela só sorriu.— Vai dar tudo certo, Luana. — Falei, fazendo um gesto com o p
Agora, aquelas mesmas palavras, se ditas, soam apenas como ironia.— Eu sei. — Falei, fazendo uma pausa antes de continuar. — Já não sou mais uma criança.Sebastião entendeu o que eu queria dizer, e soltou um sorriso forçado.— Foi excesso de preocupação da minha parte.Não respondi, e ele acrescentou:— Preste atenção ao caminhar, não se distraia.Fiz um som afirmativo, mas, de repente, uma imagem do sonho que tive à noite veio à minha mente. — A cena dele, todo ensanguentado.Agora ele estava novamente no hospital, e meu coração apertou instantaneamente. Instintivamente, perguntei:— Você veio aqui fazer o quê?Os lábios dele se moveram, mas ele não respondeu.— Você não está... — Confortável, pensei, mas não consegui completar a frase.Foi quando ouvi uma voz chamando-o à distância.— Sebastião, apresse-se!Era Lídia.Eu não conseguia ver nada, pois Sebastião me bloqueava a visão, mas podia claramente ouvir a voz dela.Agora, tudo fazia sentido. Ele não estava ali por algum mal-esta
Meu corpo se tencionou, e eu pensei:pode ser que ele esteja pensando nisso novamente!A natureza humana é assim!Quem prova, nunca esquece!Parece que nem as pessoas mais refinadas conseguem resistir a isso. Não é à toa que até os deuses distantes dos dramas de fantasia acabam violando as regras celestiais e se apaixonam.O amor é realmente a fraqueza mais mortal que o céu deu aos seres humanos.Enquanto George me beijava com uma intensidade avassaladora, eu comecei a me distrair um pouco.Foi só quando senti uma leve dor no lábio, um pequeno mordisco, que voltei a mim. George já me havia colocado na cama e estava sobre mim.Nos seus olhos, brilhava um desejo ardente, e sua garganta se movia de forma sedutora. Suas mãos estavam apoiadas ao meu lado, com os músculos bem definidos, provocando um calor insuportável.Era uma tentação vibrante, e meu corpo respondeu com uma sensação indescritível.Era um formigamento, uma sensação de algo rastejando, espalhando-se lentamente, ponto por pon
— Eu já superei meus sentimentos por Sebastião, mas isso não significa que aquelas memórias dolorosas tenham desaparecido. — Carol, você é mesmo teimosa, menina! Passou por tudo isso e não abriu a boca? Aquela casa foi comprada pra você, então você devia ter expulsado ela de lá! Se fosse pra um mendigo morar, ainda seria melhor do que deixar aquela mulher ficar! — Cátia, com seu temperamento firme, não escondia a raiva. Ela era do tipo que não engolia desaforo. Provavelmente era também por isso que João sempre mantinha a postura impecável. Além de amá-la, devia temer provocar uma tempestade. Eu e Sebastião não tínhamos mais nada, então não fazia sentido continuar falando sobre isso. Tentei apaziguá-la: — Tia, já passou. — Passou pra você, mas pra mim não passou! Hoje mesmo mando tirar ela de lá! — Cátia estava determinada. Eu suspirei, esboçando um sorriso fraco: — Mesmo que você a expulse daquela casa, Sebastião pode simplesmente comprar outra pra ela. Lídia era uma in
Homens não resistiam às lágrimas de uma mulher, e as mulheres não resistiam à vulnerabilidade de um homem. Ainda mais quando se tratava de amor e sexo. A primeira vez sempre era desajeitada, então não dava para culpá-lo. O mais importante foi a mensagem da Luana, carinhosa como sempre. Ela me explicou que, na primeira vez, é normal que uma mulher sofra pequenos machucados e pediu para eu não colocar a culpa no George. Se ele soubesse disso, provavelmente deveria agradecer muito a Luana. Ela não só suavizou a situação, como também conseguiu fazer com que Gilberto aceitasse realizar a cirurgia da irmã dele. Eu ainda estava dolorida, então, por mais que George tivesse desejo, ele teria que se controlar. Imaginei que ele voltaria para o quarto dele para dormir, mas a verdade foi bem diferente. Ele ficou onde estava, me segurando firme nos braços. — George, você não está desconfortável? — Perguntei, deitada no peito dele, com um tom travesso. Ele respondeu apenas: — Não fala
Ele trocou para uma camiseta de manga curta e vestia uma calça cargo. George parecia gostar desse estilo, e, para ser sincera, combinava muito com ele. Tinha aquele ar de agente secreto, sério e cheio de presença. Claro, isso vinha não só do físico dele, mas de anos de treino. Lembrei imediatamente da cena de ontem à noite, quando ele estava no chão da sala fazendo flexões. Não podia negar, a postura dele era impecável. — Por que está me olhando? Come logo. — Disse George, ao notar meu olhar fixo. Tomei um gole do leite e, curiosa, perguntei: — Você vai muito à academia? Ele pegou uma torrada e colocou no meu prato: — Não. Treino por conta própria. — Ah, então é por isso que suas flexões são tão perfeitas. — Falei sem pensar, deixando escapar o comentário. George parou por um instante, surpreso. Depois, abaixou os olhos. Achei que ele estivesse envergonhado por eu ter percebido que o observei em silêncio, mas ele apenas disse, naturalmente: — Você viu? Dessa vez f
George me olhava, e eu podia sentir sua tensão. Era evidente que ele estava nervoso. No fundo, era engraçado. Homens que amam de verdade raramente são generosos quando o assunto é ciúmes, e George não era exceção. Vendo aquele lado dele tão raro, tão diferente do seu habitual autocontrole, não consegui evitar um sorriso discreto. Mas, só para provocar, mantive a expressão séria enquanto parava bem na frente dele, sem dizer uma palavra. George abriu a boca, como se quisesse falar algo, mas parecia estar lutando internamente para decidir se devia ou não dizer. Ele, que sempre foi direto e objetivo, agora estava ali, hesitante, como uma criança que fez algo errado e não sabe como se explicar. Não aguentei. A cena era tão engraçada que acabei soltando uma risada. Minha reação o deixou ainda mais confuso. — Carina… — Ele disse, sem entender nada. Peguei o café que ele tinha preparado para mim e, ficando na ponta dos pés, dei um beijo rápido em sua bochecha. — Obrigada. — D
Entendi o que ele quis dizer. — Chefe, tem alguma coisa planejada? Precisa que eu viaje? Edgar confirmou com um aceno. — Quero que você fique fora por dois dias. Eu tinha acabado de encerrar a reunião matinal e não havia ouvido nada sobre novos projetos externos. Provavelmente era uma decisão de última hora de Edgar. — Para onde? Fazer o quê? — Perguntei, querendo detalhes. — Isso… Decido mais tarde. A resposta me deixou perplexa. Já que ele não podia dizer mais nada naquele momento, não insisti. Apenas me concentrei em organizar e finalizar tudo que estava em minhas mãos. Só consegui respirar às 10h30. Peguei minha caneca e fui até a copa. Assim que me aproximei da porta, ouvi duas meninas conversando e rindo enquanto tomavam chá. — O novo George fica cada vez mais lindo. Hoje, com aquela calça cargo, parece que as coxas dele têm um metro e oitenta! — Exagerada! Você tá caidinha pelo George. E eu lembro que antes você era fã do chefe Edgar, não era? — Pois é, ac