— Aquela mulher, achando que tem o Sebastião, esse idiota, para a proteger, vai se metendo cada vez mais fundo. Eu vou fazer ela se arrepender! — Cátia falou com raiva.— Tia, precisamos primeiro descobrir o que ela disse para o João. — Eu tentei a acalmar.— O que ela pode ter dito? Ela só quer entrar para essa família, que nós a reconheçamos abertamente. — Cátia falava com tanta certeza que parecia que Lídia já tinha dito algo claro.— Ela está sonhando demais! Mesmo que todas as mulheres do mundo morressem e o Sebastião ficasse solteiro, eu não deixaria ela entrar nessa casa. — Cátia disse de forma decisiva.Eu sabia que ela estava com pena do João, realmente estava tão irritada que precisava desabafar, então eu não insisti mais, a deixei se expressar.Depois de um bom tempo falando com raiva, Cátia se acalmou um pouco.— Carol, espera para ver, vou fazer essa mulher se arrepender.Ao ouvir isso, lembrei-me de quando entrei para a família Martins, no segundo ou terceiro ano. Cátia e
Benedita estava ligando para o George. Seria que ele finalmente atendeu? Essa foi a minha primeira reação, mas ao invés de ir até lá imediatamente, fiquei parada na porta, ouvindo Benedita continuar sua conversa.— Irmão, o ex da minha cunhada olhou para ela de um jeito estranho, ele ainda gosta dela, com certeza.— Irmão, vocês brigaram? Eu vejo a cunhada tão distraída.— Irmão, por que você não responde às mensagens, nem atende o telefone? O que você está fazendo?— Irmão, vou te avisar, se você fizer a minha cunhada sofrer, eu vou ficar brava com você.— George, responde à mensagem, atende o telefone...Ouvir aquilo me fez rir silenciosamente. Eu sabia que ela não estava ligando, mas enviando mensagens de voz. Mas o que seria que o George estava fazendo para não responder e nem atender às ligações?Para evitar que Benedita ficasse constrangida e descobrisse que eu a estava ouvindo, eu fiz de propósito um barulho ao abrir a porta novamente e depois bati com mais força.— Cunhada. — B
— Não. — Eu respondi com certeza.Mas Benedita ainda balançou a cabeça. — Não vai dar, quando meu irmão voltar, eu vou fazer ele casar com você logo, levar você para casa, assim ninguém vai ficar se intrometendo.Ela ainda era uma garota ingênua, com pensamentos simples.Ela não sabia que existe uma palavra chamada "divórcio"?Mas não falei nada disso. Se eu dissesse, ela ficaria ainda mais preocupada. Sorri e respondi: — Claro, eu estou esperando ele casar comigo.— Sério? — Os olhos de Benedita brilharam, e ela pegou o celular, enviando uma mensagem de voz para George. — Irmão, a cunhada está esperando você casar com ela, corre para voltar e pedir ela em casamento.Fiquei encantada com a fofura de Benedita.Após enviar a mensagem, ela comentou: — Por que o irmão não atende o telefone e não responde às mensagens? Não aconteceu nada com ele, né?Quando ela disse isso, meu coração deu um salto. Eu poderia ficar nervosa, mas Benedita não podia. Então, brinquei: — Talvez ele tenha sido
Fechei os olhos, e aquele coração que sempre esteve preocupado por não conseguir entrar em contato com ele, finalmente se acalmou.— E você? Onde está? Eu o questionei.— Na porta de casa.Ao ouvir isso, quase consegui imaginar a cena dele parado na casa vazia.Eu me mudei, mas não conseguia mais entrar em contato com ele, então ele não sabia disso e foi até lá novamente.— Você esqueceu o celular. Perguntei para Benê, e ela disse que você já tinha voltado para casa. A Luana passou por uma cirurgia, e não consegui falar com você.George me explicou.Respirei fundo e abri lentamente os olhos, olhando para a minha nova casa.— Também não consegui falar com você.— Eu sei.Ele respondeu, e sua voz me fez sorrir de forma amarga.Mas antes que eu pudesse perguntar por que ele estava incontactável, ele falou novamente:— Quando nos encontrarmos, eu te explico. Carina, você se mudou?Eu me mudei.Agora, nesta nova casa, ele não sabia disso.Antes, ele havia dito que alugaria um apartamento e
Ao ouvir isso, meu coração se apertou de uma forma estranha, e me senti injustiçada:— George, eu não esperava que você fosse tão ciumento, nem quis ouvir minha explicação.Ele retrucou:— Eu não disse que não queria ouvir, te liguei, e queria ouvir sua explicação, mas você não atendeu o telefone.Quando ele falou isso, quase consegui imaginar ele, preocupado por eu ter sumido, correndo para ver as câmeras de segurança e descobrindo que eu tinha ido com o Sebastião.Realmente, o Sebastião me disse que George tinha procurado por mim, e eu segurei a mão do George:— Não foi por querer, eu estava na UTI.A boca de George curvou-se em um sorriso:— Eu sei, por isso, não fiquei bravo. E quanto ao telefone não ter funcionado, você vai entender em breve.Ele olhou para os prédios à distância:— Desde ontem, quando você foi embora, até agora eu não dormi nem bebi nenhuma água. Estou com sede e cansado.Essas palavras apertaram meu coração, e eu continuei andando, falando enquanto andava com el
Eu segui a Lídia até o andar onde moro, e ela entrou no prédio, pegando o elevador.Quando o elevador parou no andar dela, a única coisa que passou pela minha cabeça foi: que situação.Ela mora no andar de cima.Coincidência? Ou algo mais...Eu realmente não sabia, mas era claro que não era uma situação boa.Felizmente, os vizinhos do apartamento em frente ao meu raramente aparecem, então espero que nunca mais tenha que cruzar com a Lídia.Pelo jeito dela ao andar, já dava para perceber que ela estava pesada, provavelmente já estava quase para dar à luz.Antes, ela mal tinha dinheiro para comprar nada, agora está morando nessa comunidade. Não precisa nem perguntar para saber quem pagou por isso.Sebastião, né? Ele realmente consegue ser hipócrita, fingindo ser santo enquanto age como um canalha.Nesse momento, comecei a achar que minha decisão de me afastar dele e não ser mais enganada era a mais sábia.O George não me perguntou por que me mudei para esse apartamento. E justamente por
— Seja honesto, você já fez amor com Carolina?A voz rouca do homem se espalhou pelo vão da porta, fazendo com que eu, prestes a entrar, parasse meus passos. Através do vão, observei os lábios finos de Sebastião pressionados de leve.— Ela tentou, mas eu não estava interessado.— Sebastião, não humilhe a Carolina dessa maneira. Ela é uma das mais belas do nosso círculo social; muitos caras estão interessados nela.Quem falou isso foi Pedro Santos, amigo íntimo de Sebastião e testemunha dos nossos dez anos de relacionamento.— Estamos muito familiarizados, você entende? — Sebastião franziu as sobrancelhas.Quando eu tinha quatorze anos, fui enviada para a casa dos Martins, onde conheci Sebastião pela primeira vez. Desde então, todos me disseram que ele seria meu futuro marido. E assim vivemos juntos por dez anos.— Isso mesmo, vocês trabalham na mesma empresa durante o dia, veem um ao outro o tempo todo, e à noite vocês comem na mesma mesa. Devem se conhecer tão bem que até sabem quanta
Sebastião levantou a cabeça ao ouvir o som da porta, e seu olhar parou no meu rosto. Ele deve ter notado minha expressão.— Está se sentindo mal? — Ele franziu ligeiramente a testa.Caminhei silenciosamente até sua mesa, engolindo o amargor que subia em minha garganta, e falei: — Se você não quer casar comigo, posso falar com sua mãe.As rugas entre as sobrancelhas de Sebastião aprofundaram; ele percebeu que eu tinha ouvido sua conversa com Pedro.A amargura voltou à minha garganta, e eu continuei: — Nunca pensei que me tornaria uma pessoa com quem você se sente desconfortável em estar, Sebastião...— Para todos, já somos marido e mulher. — Sebastião me interrompeu.E daí? Ele quer casar comigo por causa dos outros? Eu queria que ele case comigo por me amar, por querer passar o resto da sua vida comigo.Com um clique suave, Sebastião fechou a caneta que segurava, seu olhar caiu sobre o documento em minhas mãos, e disse: — Vamos pegar a certidão de casamento na próxima quarta-feira.