Fechei os olhos, e aquele coração que sempre esteve preocupado por não conseguir entrar em contato com ele, finalmente se acalmou.— E você? Onde está? Eu o questionei.— Na porta de casa.Ao ouvir isso, quase consegui imaginar a cena dele parado na casa vazia.Eu me mudei, mas não conseguia mais entrar em contato com ele, então ele não sabia disso e foi até lá novamente.— Você esqueceu o celular. Perguntei para Benê, e ela disse que você já tinha voltado para casa. A Luana passou por uma cirurgia, e não consegui falar com você.George me explicou.Respirei fundo e abri lentamente os olhos, olhando para a minha nova casa.— Também não consegui falar com você.— Eu sei.Ele respondeu, e sua voz me fez sorrir de forma amarga.Mas antes que eu pudesse perguntar por que ele estava incontactável, ele falou novamente:— Quando nos encontrarmos, eu te explico. Carina, você se mudou?Eu me mudei.Agora, nesta nova casa, ele não sabia disso.Antes, ele havia dito que alugaria um apartamento e
Ao ouvir isso, meu coração se apertou de uma forma estranha, e me senti injustiçada:— George, eu não esperava que você fosse tão ciumento, nem quis ouvir minha explicação.Ele retrucou:— Eu não disse que não queria ouvir, te liguei, e queria ouvir sua explicação, mas você não atendeu o telefone.Quando ele falou isso, quase consegui imaginar ele, preocupado por eu ter sumido, correndo para ver as câmeras de segurança e descobrindo que eu tinha ido com o Sebastião.Realmente, o Sebastião me disse que George tinha procurado por mim, e eu segurei a mão do George:— Não foi por querer, eu estava na UTI.A boca de George curvou-se em um sorriso:— Eu sei, por isso, não fiquei bravo. E quanto ao telefone não ter funcionado, você vai entender em breve.Ele olhou para os prédios à distância:— Desde ontem, quando você foi embora, até agora eu não dormi nem bebi nenhuma água. Estou com sede e cansado.Essas palavras apertaram meu coração, e eu continuei andando, falando enquanto andava com el
Eu segui a Lídia até o andar onde moro, e ela entrou no prédio, pegando o elevador.Quando o elevador parou no andar dela, a única coisa que passou pela minha cabeça foi: que situação.Ela mora no andar de cima.Coincidência? Ou algo mais...Eu realmente não sabia, mas era claro que não era uma situação boa.Felizmente, os vizinhos do apartamento em frente ao meu raramente aparecem, então espero que nunca mais tenha que cruzar com a Lídia.Pelo jeito dela ao andar, já dava para perceber que ela estava pesada, provavelmente já estava quase para dar à luz.Antes, ela mal tinha dinheiro para comprar nada, agora está morando nessa comunidade. Não precisa nem perguntar para saber quem pagou por isso.Sebastião, né? Ele realmente consegue ser hipócrita, fingindo ser santo enquanto age como um canalha.Nesse momento, comecei a achar que minha decisão de me afastar dele e não ser mais enganada era a mais sábia.O George não me perguntou por que me mudei para esse apartamento. E justamente por
Quando eu estava ao lado dele, sempre falava para ele se integrar com as pessoas, para não deixar que pensassem que ele era inacessível. Ele até melhorou um pouco, mas agora está completamente isolado, como um cisne no meio de galinhas.— Desde que o Tião se separou de você, ele ficou assim, com essa cara, como se todo mundo lhe devesse dinheiro.O Pedro comentou, se queixando.Dei um leve sorriso e não respondi a ele, apenas falei.—Pedro, preciso de um favor seu.Eu sabia que ele estava ocupado com a competição, mas só ele poderia me ajudar com isso.— Fala, o que é?Ele não respondeu de imediato, mas também não recusou.Eu mordi os lábios:— Investigue a verdadeira causa do acidente de carro dos meus pais.Ele franziu a testa imediatamente. Mostrei a ele minhas dúvidas e o laudo do acidente.— Pedro, só você pode me ajudar.— Carol, o que vai mudar se a gente investigar isso?Ele me perguntou.Olhei para os meus pés:— Eu sei que, mesmo que eu descubra, meus pais não vão voltar, mas
— Carolina, você está com o Tião agora? Pode pedir para ele atender meu telefone?A voz de Lídia soou nítida na sala silenciosa, cortando o ambiente.Simultaneamente, o som das pessoas puxando o ar em surpresa também foi claro, e os olhares se viraram de mim e meu celular para o Sebastião.Ignorei as reações ao meu redor e nem olhei para o Sebastião, apenas respondi calmamente ao telefone:— Você ligou para o número errado. Por que está pedindo para seu homem me ligar?O ambiente ficou extremamente silencioso, como se fosse só eu na sala grande.— Ele não atende meu telefone.Lídia falou, com um tom de voz fraco.— Ah. Então, se eu pedir, ele vai atender?Eu dei um sorriso sarcástico e levantei o canto da boca.Antes que a Lídia respondesse, o Sebastião já estava do meu lado, pegando meu celular com raiva e desligando a chamada.Ele estava com o rosto cheio de fúria, e eu não pude deixar de sorrir suavemente.— Sr. Sebastião, com essa atitude você vai fazer sua mulher achar que estou i
O homem que estava na escada nem precisou me deixar recusar.George estava usando uma camiseta preta e calças cargo, parado ao lado de uma motocicleta preta, com um estilo super descolado e cheio de atitude.Era a primeira vez que eu via George assim.Mas não era a primeira vez que eu via um homem assim. No passado, Sebastião também foi assim. Naquele tempo, ele se comportava de forma arrogante, como se o mundo estivesse aos seus pés.Cada vez que eu via ele assim, meu coração disparava como louco.Mesmo hoje, lembro-me de inúmeras vezes em que estava atrás dele na moto, com meus braços ao redor de sua cintura, sentindo a liberdade da noite ao vento.— Ainda gosta de andar de moto?A voz baixa de Sebastião me interrompeu enquanto eu estava perdida em meus pensamentos.Entendi o que ele quis dizer, dei um sorriso sutil, mas não respondi. Apenas comecei a caminhar em direção ao George.Quando George me viu, ele também veio na minha direção, mas alguém o interceptou.Era o Alden Junqueira
Quando Lídia apareceu para me procurar, eu não fiquei nem um pouco surpresa. O que realmente me surpreendeu foi que ela foi até o meu trabalho, e não ficou esperando na porta do meu prédio ou no hall do meu apartamento.Eu sabia que, se ela estava me procurando, não seria por nada além de Sebastião.Mas eu já estava cansada de desperdiçar saliva com ela, então disse direto para a recepção:— Diga a ela que eu não estou.Quando terminei meu expediente, para minha surpresa, ela ainda estava lá, esperando na porta do meu prédio.— Diretora Carolina, ela está esperando há muito tempo, nem a água que oferecemos ela bebeu, e ainda está grávida. Se algo acontecer aqui, será um problema.A recepcionista me alertou.Lídia estava sendo teimosa, tentando me forçar a vê-la dessa maneira.Se eu cedesse agora, ela continuaria fazendo isso sempre.— Se ela se machucar, não é problema nosso. Se ela quiser esperar, que espere.Eu respondi, e continuei indo em direção à saída.— Carolina!Lídia gritou,
Será que ela veio até aqui por rancor de mim?As coisas não são tão simples assim, Lídia deve ter outro objetivo.Eu estava prestes a retrucar quando George e Edgar chegaram. George se aproximou de mim e, com um olhar gélido, encarou a Lídia.— O que o teu filho tem a ver conosco?A Lídia estremeceu um pouco, talvez pelo impacto da presença do George. Sua expressão frágil ficou ainda mais evidente, e ela levantou a mão, apontando para mim.— Se não fosse pelo Tião, claro que isso não teria nada a ver com ela.— Eles se conhecem desde dez anos atrás. Naquela época, você nem sabia onde estava. O que tem de mais neles se procurarem?A resposta do George me surpreendeu.Lídia olhou para ele com uma expressão de surpresa, claramente não esperando que George fosse me defender daquela forma, e muito menos com tamanha indiferença.Agora eu começava a entender o motivo dela estar ali. Ela queria prejudicar minha relação com George.Mas, se ela destruísse minha relação com George, ela não teria