Será que ela veio até aqui por rancor de mim?As coisas não são tão simples assim, Lídia deve ter outro objetivo.Eu estava prestes a retrucar quando George e Edgar chegaram. George se aproximou de mim e, com um olhar gélido, encarou a Lídia.— O que o teu filho tem a ver conosco?A Lídia estremeceu um pouco, talvez pelo impacto da presença do George. Sua expressão frágil ficou ainda mais evidente, e ela levantou a mão, apontando para mim.— Se não fosse pelo Tião, claro que isso não teria nada a ver com ela.— Eles se conhecem desde dez anos atrás. Naquela época, você nem sabia onde estava. O que tem de mais neles se procurarem?A resposta do George me surpreendeu.Lídia olhou para ele com uma expressão de surpresa, claramente não esperando que George fosse me defender daquela forma, e muito menos com tamanha indiferença.Agora eu começava a entender o motivo dela estar ali. Ela queria prejudicar minha relação com George.Mas, se ela destruísse minha relação com George, ela não teria
— Eu vou!Não precisa nem perguntar, eu vou.Aquele parque de diversões carrega tantas memórias para mim: o esforço de dois anos de construção, os incontáveis dias e noites de esforço árduo, minhas esperanças, meus arrependimentos, e até mesmo meu renascimento.No momento em que recebi o convite, todo do meu passado começou a passar pela minha cabeça...— Posso levar alguém?Perguntei, voltando a questão para Sebastião.Ele ficou dois segundos em silêncio.— É o George?Não respondi, e ele deu uma risada suave.— Se você vier, pode levar quem quiser.Essa foi a concessão do Sebastião.No passado, ele só sabia me acalmar, mas agora ele aprendeu a ceder.E, agora, ele estava diferente de antes.— Obrigada!Eu disse, prestes a desligar, mas Sebastião me chamou de volta.— Carol, meus pais também vão, e... vamos esperar por você.A pressão nas palavras dele era clara, ele queria garantir que eu fosse.— Tudo bem!Respondi.Mas ele não desligou, parecia que ainda tinha algo a dizer. Porém,
Ele tem aquele rosto de lealdade e bondade, que até quando mente, ninguém duvida. E, além disso, ele me olha de maneira tão sincera.Fiquei até sem palavras para acusá-lo de estar me enganando, então só brinquei com ele.— Então foi como brincadeira de criança? Você acreditou nisso, George? Você não tem vergonha.Enquanto cortava os legumes, ele parou um momento e respondeu com um tom sério.— Hum, só com você.Ok! Esse homem tem uma maneira de ser tão melosa que é impossível não se derreter.— Sogra, eu também quero ir! Nunca fui a um parque de diversões.Benedita, com sua atitude direta, fez o pedido.Na verdade, eu também estava pensando nisso, senão eu não teria perguntado para Sebastião. Só que ele entendeu errado, achando que eu queria levar George.E George, mesmo sem eu precisar levá-lo, já ia. Afinal, ele foi o responsável pela parte técnica de iluminação do parque durante a construção.A publicidade do evento foi gigantesca, e isso fez com que o parque estivesse lotado. Mas o
Lídia estava no meio da multidão, exibindo a barriga de grávida com um sorriso que misturava satisfação e provocação. Todos os olhares se voltaram para ela. João, ao meu lado, apertou minha mão com força, enquanto Sebastião deu largas passadas em direção a Lídia, claramente enfurecido. Com sua habilidade de manipular o momento, Lídia aproveitou a brecha para falar: — Sr. João, o filho que eu carrego foi o senhor quem prometeu cuidar. Disse que garantiria que ele nunca passasse necessidade. — Pare de falar besteira! — Cátia rebateu, apontando o dedo diretamente para Lídia. — Esse filho que você está esperando não tem nada a ver com a família Martins. Procure o pai da criança e resolva isso com ele! — Chega, Cátia! — João a interrompeu com um tom firme. Enquanto isso, Sebastião já havia alcançado Lídia. Com o rosto fechado e a voz carregada de raiva, ele perguntou: — O que você quer, Lídia? Lídia, sem demonstrar medo algum, virou-se para ele: — Tião, eu já aceitei que v
— Você sabia que seu marido não suportaria a traição da esposa com um amigo próximo, que ele ficaria descontrolado e perderia a concentração ao dirigir. Então, mandou seu irmão arranjar alguém para entrar com o carro no caminho dele naquele exato momento, causando o acidente. — Minhas palavras foram diretas, e o impacto delas começou a se refletir no rosto de Lídia. Ela ficou pálida e começou a balançar a cabeça, tentando negar desesperadamente: — Não foi assim, eu não fiz nada disso! Você só quer me difamar porque tem medo de eu conseguir o parque de diversões! Ao lado dela, Sebastião a encarava com um olhar cortante. Ele apertou o braço de Lídia com força, sacudindo-a enquanto falava: — É verdade? Fala, Lídia! Foi isso que você fez? — Não, eu não fiz nada disso! Sebastião, você sabe muito bem que tudo o que aconteceu entre nós foi porque você quis! — Lídia gritou, desafiadora, enquanto as lágrimas rolavam pelo rosto. Sebastião parecia tomado por uma fúria surda. Seu rosto
Miguel arregalou os olhos de repente, e seu rosto, que até então mantinha uma expressão controlada, desmoronou. Sua mão, que segurava a minha com força, foi lentamente afrouxando. — Agora você me despreza ainda mais, né? — A voz dele saiu baixa, quase um sussurro, mas carregada de amargura. Encarei-o com firmeza e respondi com sinceridade: — No passado, entre você e o Sebastião, escolhi ele não porque te desprezava, mas porque ele despertava algo em mim. Agora, no entanto, suas atitudes realmente me decepcionaram. — Mas você sabe por que eu fiz isso? — Ele perguntou, com a voz rouca e os olhos buscando respostas no meu rosto. Eu ri de forma irônica, balançando a cabeça: — Há quatro anos, quando você foi embora, parecia tão lúcido, tão certo do que queria. Como pode ter se perdido tanto assim? Desde o momento em que comecei meu relacionamento com Sebastião, há quatro anos, ficou claro que entre Miguel e eu só poderia haver uma relação de irmãos. Mesmo que Sebastião e eu te
Não pude evitar olhar para trás, e quando o fiz, fiquei completamente surpresa. As bicicletas que estavam atrás de mim agora estavam enfeitadas com faixas coloridas, e nelas havia algo escrito. Antes que eu pudesse ler direito, as bicicletas aceleraram, e George diminuiu a nossa velocidade. Quando percebi, já estávamos cercados pelo grupo, que formava um círculo ao nosso redor. Foi nesse momento que consegui finalmente ler o que estava escrito nas faixas: “Carina, casa comigo.” Meu coração deu um salto, e imediatamente me virei para George. Ele tinha a expressão tranquila, sem qualquer sinal de constrangimento ou surpresa. Era óbvio, ele havia planejado tudo. — George, você está me pedindo em casamento? — Perguntei, sentindo meu coração acelerar. — Sim. Quero te levar para casa como minha esposa. Assim, ninguém mais vai ousar pensar em você. — Ele respondeu de forma direta, sem rodeios. Pelo jeito, ele sabia muito bem sobre os sentimentos de Miguel por mim. Enquanto eu
Eu sabia exatamente o que tinha pedido para ele investigar. Aquilo, para mim, deveria ser uma notícia de alívio, até de celebração, mas, por algum motivo, senti minhas pálpebras tremerem duas vezes, como um presságio ruim.— Qual foi o resultado? — Perguntei, com a voz tensa.— O material que você viu está incompleto. Ainda há uma conclusão final, mas não sei por que você não teve acesso a ela. — Respondeu Pedro, sua voz carregada de dúvida.Respirei fundo e perguntei diretamente:— E você descobriu alguma coisa?— Não. O policial que cuidou do caso do acidente faleceu.Meu coração deu um salto, e minha garganta ficou seca.— Quando ele morreu? — Forcei as palavras a saírem.— Um mês depois de o caso do acidente do seu pai ter sido encerrado.Minha respiração ficou presa. Fiquei em silêncio por um longo tempo, até ouvir a voz de Pedro me chamar:— Carol...Interrompi antes que ele continuasse:— Você acha que a morte desse policial pode estar ligada à conclusão do caso do meu pai?— Eu