Capítulo 3
A repulsa nos olhos de Pedro cresceu com a menção do filho bastardo, e ele desejava que Carolina morresse.

Naquela época, Carolina fazia sexo com outro homem, envergonhando a família Santos, e depois engravidou. Antes de entrar na prisão, deu à luz aquele bastardo.

Carolina olhou desesperadamente para Pedro, como se nunca o tivesse conhecido. - A criança, a criança é inocente!

- Inocente? Quando Luana foi trocada e levada para viver uma vida inferior em sua casa, ela também era inocente. - Ana gritou agudamente, dando a Carolina mais dois tapas.

Se não fosse João intervir, ela teria continuado a bater em Carolina para aliviar sua raiva.

Com a cabeça baixa, os olhos inchados e vermelhos, Carolina permitiu-se ser espancada.

Vinte e um anos de criação, essa era a dívida que ela tinha que pagar.

Respirando fundo, Carolina encheu os olhos de lágrimas, olhou para Pedro, sua voz fraca e determinada. - Vou doar...

Desde que não mexam com seu filho, ela faria qualquer coisa.

- Você é realmente desprezível. - Observando a figura miserável e humilde de Carolina, Pedro sentiu um aperto no peito, mas não a perdoou. - Leve-a para um exame, entregue-a ao médico, faça-a assinar.

- Não me toque... - A voz de Carolina tremia, mas não havia mais medo ou súplica, ela se levantou lentamente, desajeitada, mas com um olhar firme para João. - Minha condição... você sabe muito bem, doando um rim, eu pago minha dívida com vocês, a partir de agora, considerem tudo resolvido, me deixem em paz.

Ela tinha uma doença cardíaca congênita, desde pequena era frágil, ter um filho cinco anos atrás quase lhe custou a vida, e agora os Silva, sabendo disso, ainda a obrigavam a doar um rim, na verdade eles queriam sua morte.

João franzia a testa, um lampejo de emoção passando por seus olhos.

Afinal, eram vinte e um anos de criaçaõ. Carolina foi obediente e sensata na família da Silva.

- Mesmo morta, você ainda terá que continuar se redimindo! - Mas Ana não estava disposta a deixá-la escapar.

- Chega. - João suspirou. - Contanto que você concorde em doar o rim, os cinco anos na prisão foram um castigo suficiente, viva bem daqui em diante, os Silva não vão mais te incomodar.

Carolina sorriu, as mãos sem força.

Viver bem...

Neste estado, ela talvez não pudesse nem sair da mesa de cirurgia.

- Doar um rim pode compensar seus erros? Luana perdeu vinte e um anos de vida e quase morreu por sua causa! - Mas mesmo assim, Pedro parecia insatisfeito, como se quisesse destruí-la completamente.

Todos que a amaram no passado, agora pertenciam à Luana, não era o suficiente? Como mais ela poderia se redimir? O que mais ela fez de errado?

- Pedro... - Carolina falou sem forças, de repente rindo. - Se você me odeia tanto, depois que eu morrer, espalhe minhas cinzas ao vento.

Os lábios de Carolina estavam pálidos, sua condição era lamentável. - Não toque no meu filho.

Os olhos de Pedro escureceram, até agora, ela ainda estava protegendo aquele filho bastardo!

- Você acha que não ousamos? - Rui respondeu por Pedro, olhando sarcasticamente para Carolina. - Você é má até os ossos, herdou a baixeza de sua mãe! Aquele bastardo merece morrer, é uma vergonha para todos!

Carolina não disse nada, seus olhos escureceram, antes mesmo de sair do quarto, ela desmaiou no chão.

- Carolinha!

Antes de perder a consciência, Carolina ouviu alguém chamando por ela, Carolinha.

Seria Pedro? Que ironia...

- Não se preocupe com ela! Ela está apenas fingindo! Eu sabia que ela concordaria, cinco anos de prisão não a mudaram em nada. - Rui disse com raiva, indo até o banheiro buscar um balde de água fria para jogar em Carolina e acordá-la.

Carolina tentou abrir os olhos, mas não tinha forças.

Ela sabia por que Rui estava tão agitado, ele temia que Pedro soubesse sobre sua doença cardíaca congênita, doar um rim significaria sua morte.

- Rui... - Quando Rui estava prestes a jogar a água, Pedro segurou seu pulso. - Já chega...

- Pedro, sentindo pena? - Rui olhou sarcasticamente para Pedro. - Não esqueça sua posição, você é o noivo de Luana agora, minha irmã sofreu o acidente por sua causa!

Pedro ficou atônito por um momento e soltou lentamente o pulso de Rui.

Aquele balde de água fria acabou sendo despejado inteiramente no rosto de Carolina.
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