Capítulo 2
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.

Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.

- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.

Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.

- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.

- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.

Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.

No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que foi paga por alguém de Pedro para a intimidar durante esses cinco anos.

Olhando para os ferimentos no rosto de Carolina, maçã de Adão de Pedro se moveu e a empurrou com aversão.

Enjoo.

Carolina olhou entorpecida para o homem que um dia ela amou durante toda sua juventude, agora era incapaz de despertar qualquer emoção em seu coração.

Ela já não o amava mais.

CIdade A, hospital.

Carolina foi arrastada para fora do carro por Pedro.

Ela implorava, olhando para Pedro, ajoelhando-se no chão.

Após esses anos na prisão, ela estava apavorada.

- Pedro, por favor, eu não posso doar um rim, não estou em condições... posso compensar meu erro, vocês podem me mandar fazer o que quiserem.

Carolina implorou incessantemente, batendo a cabeça com força no chão.

Agora, sem posição social, ela sabia muito bem que Pedro e a família Silva queriam esmagá-la, como se estivessem esmagando uma formiga.

Eles queriam que ela sofresse, e ela teria que sofrer ainda mais do que imaginavam, para temporariamente salvar sua vida e planejar o próximo passo.

Carolina teve plena consciência de que Pedro não a deixaria em paz, nem a família Silva.

Ela precisou sobreviver... ela teve uma razão vital para isso.

Pedro deu um passo para trás instintivamente, com sentimentos complicados nos olhos, parecendo não ter imaginado que a antiga herdeira da família Silva, outrora poderosa, se tornaria essa figura desprezível e humilde.

- Irmão, por favor, pense bem, com o poder da família Silva, deve haver muitas pessoas dispostas a doar um rim para Luana, não é mesmo? Por favor, eu não posso suportar o procedimento, meu corpo não aguenta.

Carolina, com uma doença cardíaca congênita, mesmo que tenha feito uma cirurgia quando criança, ainda não conseguia suportar os danos de doar um rim.

Rui sabia disso, mas se manteve frio. - Isso é o que você deve a Luana. Se sua mãe não tivesse trocado minha irmã, você já estaria morta.

O corpo de Carolina ficou tenso por um longo tempo, sentando-se impotente no chão.

- Posso expiar meu erro de outra forma?

- Você merece isso? - Pedro zombou. - Carolina, o seu erro... você acha que pode apagar tudo só porque passou cinco anos na prisão? Você esqueceu o que fez comigo? Quando me traiu com outro homem na cama, já pensou que isso iria acontecer?

Carolina não ousou reviver os infernos de cinco anos atrás, nem tive forças para explicar.

O irmão que uma vez prometeu protegê-la para sempre, Rui, depois de descobrir a verdade, a entregou nas mãos de outro homem, apenas para arruiná-la.

Em seus olhos, Carolina era uma farsante, e seu noivo, Pedro, deveria pertencer à Luana.

Foi assim que Luana o levou para pegar os dois juntos.

Tudo esteve planejado por Luana e Rui.

Luana é a verdadeira herdeira prejudicada, suas palavras foram acreditadas por todos.

Já as palavras da filha ladrão, ninguém acreditou.

……

Na enfermaria.

Luana ainda esteve inconsciente, com uma aparência pálida.

Carolina encolheu os ombros, baixando a cabeça sem ousar levantá-la.

Ao lado da cama, estiveram o chefe da família Silva, João Miguel Silva, e sua esposa Ana Nunes, que Carolina costumava chamar de pai e mãe por vinte e um anos.

"Pa!" Ao ver Carolina entrar na enfermaria, Ana desferiu um tapa, com as emoções à flor da pele.

Comparada a Ana, João era mais calmo. - Ela concordou?

- Ela não tem o direito de discordar. - Pedro já havia tomado a decisão por Calorina, forçando-a a ajoelhar-se ao lado da cama.

Carolina tremiu enquanto olhava para João Miguel. - Pai... Sr. João, eu não atendo aos critérios de doação, por favor, me poupe, posso redimir de outra forma, posso pagar minha dívida com a família Silva...

João fez uma careta, um tanto descontente.

Carolina olhaou para todos como estranhos. Nos cinco anos na prisão, ela até duvidou se os vinte e um anos de sua vida eram um sonho.

- Carolina, você esqueceu que, cinco anos atrás, você teve um filho ilegítimo com um amante, e esse filho foi dado para adoção, ele deve ter cerca de cinco anos agora. - Pedro sempre encontrava todas as fraquezas de Carolina, abrindo suas feridas e pondo sal nelas repetidamente.

Carolina levantou a cabeça bruscamente, olhando para Pedro. Ele estava pressionando-a...

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