Carolina baixou a cabeça, apertando com força os dedos de José.Depois de um momento de silêncio, ela levantou a cabeça. — Não vou fazer isso.Marcos franziu a testa.— Tiago está comigo. Ele tem a mãe, o tio, e também... José. Ele está feliz e pode crescer de forma saudável. Mas se ficar com você, você certamente vai se casar novamente no futuro... Ele só terá uma madrasta. — Carolina finalmente se mostrou com firmeza.Era claro que José a havia apoiado, lhe dando coragem.— Carolina, você tem certeza? — Marcos perguntou, tentando conter a raiva.— Mesmo que vamos para o tribunal, eu... tenho chances de ganhar. José vai me ajudar. — Carolina abraçou com força o braço de José.Ela sabia que José a ajudaria.Eles tinham um casamento de fato, e embora Carolina não soubesse quando José iria pedir o divórcio e terminar a relação, pelo menos agora... Se Marcos quisesse lutar pela guarda das crianças, José certamente interviria.José observava silenciosamente Carolina, estendendo os braços p
Com as mãos trêmulas e apertadas, Daniel abaixou a cabeça e falou com amargura: — Mesmo que decida me demitir, ainda vou dizer, Sr. Marcos... já se afastou do que realmente sente. Tudo o que fez nos últimos tempos ultrapassou em muito a intenção de compensar a Carolina. O que você chama de amor é obsessivo demais.Marcos sentiu o peito apertar. Ele segurou Daniel pela gola, com o punho levantado, pronto para agir.Mas, embora o punho estivesse levantado, ele não desceu.A razão, no fim, venceu o impulso.Aos poucos, soltou Daniel e deu um passo para trás.Ele realmente havia se esforçado demais para obrigar Carolina a ceder.Tantos seis anos atrás, quanto agora.— Você tem razão... Desde o momento em que assumi falsamente o papel de pai de Tiago, eu já estava errado. — Admitiu Marcos com a voz grave. — Carolina me rejeita porque acha que fui eu quem a violentou seis anos atrás, causando o trauma que a levou a tantas tentativas de suicídio ao longo desses anos.Ele se sentou no sofá, su
— Augusto!Quando Júlia soube que a criança havia sido sequestrada, ela saiu de casa sozinha no meio da noite, dirigindo o carro.Sua aparência estava um pouco desarrumada, claramente ela havia mais uma vez tratado seu carro de luxo de milhões como se fosse um simples bate-bate.Ao a ver se aproximando mancando, Augusto ficou parado sob a luz do poste de iluminação, em choque por um longo tempo.Júlia correu até ele, como uma chama, entrando de repente em seu mundo frio e sombrio.Então, mesmo sabendo que eles não eram do mesmo mundo, Augusto ainda assim... se apaixonou por Júlia.Com os dedos um pouco rígidos, Augusto levantou a mão lentamente, e, sendo honesto consigo mesmo, acabou a abraçar.— Você saiu sozinha no meio da noite? Tá querendo se matar? — Augusto sabia o quanto a situação de Júlia era perigosa, caso contrário, ela não teria tantos seguranças.Mas essa mulher, mesmo sabendo do risco, ainda se arriscava com suas habilidades de direção desastrosas até chegar ali.— Tranqu
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo
A repulsa nos olhos de Pedro cresceu com a menção do filho bastardo, e ele desejava que Carolina morresse.Naquela época, Carolina fazia sexo com outro homem, envergonhando a família Santos, e depois engravidou. Antes de entrar na prisão, deu à luz aquele bastardo.Carolina olhou desesperadamente para Pedro, como se nunca o tivesse conhecido. - A criança, a criança é inocente!- Inocente? Quando Luana foi trocada e levada para viver uma vida inferior em sua casa, ela também era inocente. - Ana gritou agudamente, dando a Carolina mais dois tapas.Se não fosse João intervir, ela teria continuado a bater em Carolina para aliviar sua raiva.Com a cabeça baixa, os olhos inchados e vermelhos, Carolina permitiu-se ser espancada.Vinte e um anos de criação, essa era a dívida que ela tinha que pagar.Respirando fundo, Carolina encheu os olhos de lágrimas, olhou para Pedro, sua voz fraca e determinada. - Vou doar...Desde que não mexam com seu filho, ela faria qualquer coisa.- Você é realmente
A água do balde não conseguiu deixar Carolina acorda, mas a febre repentinamente a acometeu.- O que está acontecendo? Rápido, vamos salvá-la! - Coincidentemente, um médico estava fazendo sua ronda e, ao ver a palidez de Carolina, fez uma avaliação preliminar. - Leve-a imediatamente para a sala de emergência!Pedro permaneceu parado, com os dedos dormentes, agarrando bruscamente a gola da camisa de Rui. - Você disse que ela estava fingindo?Rui também estava nervoso e, ao afastar a mão de Pedro, respondeu: - Como eu poderia saber? Ela é uma mestre em fingir, já ouviu a fábula do Lobo em Pele de Cordeiro?- Não se preocupe, ela não vai morrer. - Ana, exibia toda a sua aura de senhora rica, calçando saltos altos, afirmou com firmeza. - Doutor, já que ela concordou em doar um rim para a nossa Luana, por favor, aproveite para verificar se os rins dela são compatíveis.O médico franzia o cenho. - Primeiramente, vamos salvá-la.- Dr. Pinto, seu pai e o pai do nosso João são bons amigos, há c
Carolina fugir do hospital enfureceu completamente a família Silva e Pedro.- Eu sei, ela não vai devolver meu rim de bom grado. - Na cama do hospital, Luana acordou, com a voz embargada.Cada palavra de Luana transmitiu a todos que Carolina lhe deveu isso.Quando voltou para a família Silva, Luana Martins não concordou em mudar seu sobrenome, continuando a se chamar Luana Martins.Ela sabia que, apesar de tudo, a família Martins a havia criado por vinte e um anos.Que contraste irônico e marcante, Luana se tornou a verdadeira princesa gentil até os ossos, enquanto Carolina era a impostora maldosa e desprezível..Na verdade, Luana era muito astuta. Ela mantinha seu nome para provocar constantemente os membros da família Silva, mantendo-os sempre culpados e compensando sem escrúpulos as mais de duas décadas de ausência.- Luana, não chore, isso é o que ela te deve. - Rui franziu a testa, preocupado. - Ela não vai escapar!- Irmão... - Luana chorou, abraçando Rui. - Estou com medo, Carol