O casal entrou no hospital apressadamente, tomados pelo desespero.Maria Frota, a mãe de Luiza, assim que viu a filha deitada na cama do hospital, com o rosto pálido e ainda inconsciente, desabou no chão. Seu choro ecoava pelos corredores, cada lamento carregado de dor e arrependimento.— Minha filha, minha pobre filha... Como você pode passar por algo assim? Eu sabia que não devia ter deixado você voltar ao país. Olha só o sofrimento que você está enfrentando... Que destino cruel, meu Deus!Ela se agarrou ao lado da cama, as lágrimas caindo incessantemente enquanto seu corpo tremia. Guilherme Frota, o pai de Luiza, se abaixou para ajudar Maria a se levantar, mantendo a voz firme, apesar do nó em sua garganta.— Nossa filha vai ficar bem. Você precisa ser forte, Maria. Não adianta se desesperar assim. Luiza foi vítima de algo grave, e temos que lutar para que a justiça seja feita. Se você desmoronar agora, quem vai defender nossa filha?As palavras de Guilherme trouxeram um pouco de ca
Fernanda jamais havia encontrado pais tão irracionais como aqueles.Eles não queriam saber dos fatos. Já haviam decidido que Esther era a culpada por tudo o que aconteceu com Luiza. E se algo terrível tivesse ocorrido com Esther, para quem eles poderiam reclamar depois? A simples ideia de que Esther pudesse estar em perigo fazia o coração de Fernanda se apertar ainda mais.Ela conhecia Esther, sabia que a jovem era bondosa, sempre disposta a ajudar os outros, e jamais faria algo cruel. Esther não era assim. Fernanda acreditava nisso de todo o coração, afinal, foi ela quem treinou e guiou Esther no ambiente de trabalho. Por outro lado, Luiza, aos seus olhos, era uma pessoa manipuladora, alguém que não hesitaria em se aproveitar da situação. Fernanda nem precisava de provas para acreditar que Luiza seria capaz de algo terrível.“Se essa Luiza se machucou, então só está colhendo o que plantou.”, pensou Fernanda, contendo a indignação que fervia dentro dela.— E você acha que tem o direi
Não muito longe dali, Esther olhava para Marcelo com um olhar sereno e o chamou com suavidade.Ao seu lado, estava Diana, que não conseguia esconder sua preocupação. Ela não deixou Esther sozinha nem por um instante, acompanhando-a até o hospital, apenas para se deparar com aquela confusão toda.Marcelo ouviu a voz e, instintivamente, parou, congelado por um momento. Ele se virou rapidamente e, para seu alívio e surpresa, viu Esther ali, em pé, completamente ilesa.A sensação de tê-la de volta o atingiu com força. O alívio era tão intenso que ele mal conseguia processar a mistura de emoções que o invadia. Era como se o mundo ao seu redor tivesse parado, e só importava o fato de ela estar ali. Viva.Sem hesitar, Marcelo deu passos rápidos em direção a Esther e, sem pensar duas vezes, a envolveu em seus braços, apertando-a com força contra o peito.Esther não esperava por aquela reação tão repentina e intensa. Seus braços ficaram rígidos ao lado do corpo, sem saber onde colocá-los. Ela s
— Você não ouviu o que a Esther disse? Ela também caiu no mar! Sua filha não é a única vítima aqui. Nossa Esther é que foi a verdadeira vítima! E agora você vem acusar a gente, como se a sua filha fosse a única prejudicada? Que absurdo! — Diana não aguentou ouvir mais nada e retrucou, indignada com a falta de razão de Maria.Maria não se deu por vencida e respondeu com raiva:— Minha filha jamais faria mal a alguém! Olha só quem está deitada em uma cama de hospital e quem está em pé, sem nenhum arranhão! Isso só pode significar que essa mulher fez algo contra a minha filha! Não acredito nem por um segundo que ela simplesmente caiu no mar por acidente. Aposto que está inventando essa história para encobrir seu crime!Ela estava certa de que Esther tinha jogado Luiza no mar, movida pela inveja. Afinal, não havia testemunhas, e Esther, na visão de Maria, poderia mentir sem ser desmascarada.— Como você é sem noção! Sabe o que vamos fazer? Vamos chamar a polícia e deixar que eles investigu
Enquanto Luiza falava, as lágrimas escorriam pelo seu rosto, agarrando a mão de Maria, como se buscasse proteção. O medo em seus olhos era visível, e seu corpo tremia levemente, como se a simples presença de Esther a aterrorizasse.Essa reação despertou o instinto protetor de Maria. Ela envolveu Luiza em seus braços, e lançou um olhar cheio de ódio para Esther. Sua voz saiu cheia de raiva, com as palavras quase cuspidas de tanta emoção:— O que você tem a dizer agora? Minha filha já te acusou! Você tentou matá-la! Você é uma mulher venenosa, não é? Deve ter inveja da Luiza, porque ela é muito melhor do que você! Só isso explica uma atitude tão cruel!Guilherme, ao lado, estava igualmente furioso, mas seu semblante era de pura confiança. Ele se voltou para Marcelo com um olhar de triunfo, soltando uma risada irônica antes de falar:— Minha filha acordou e já disse tudo. Esther não tem para onde correr agora. Deixar uma mulher como ela ao seu lado, Marcelo, é trazer problemas para você m
Atendendo ao pedido de Luiza, Guilherme se aproximou dos policiais, seu tom impaciente:— Policiais, podemos conversar lá fora? Srta. Esther, por favor, saia daqui. Você não é bem-vinda!Esther lançou um olhar direto para Luiza, que agora parecia uma sombra da pessoa arrogante que havia sido no cais. A jovem estava frágil, deitada, tentando desesperadamente manter a pose de vítima. Esther, no entanto, soltou uma risada curta, fria, antes de responder, com as palavras repletas de sarcasmo:— Está com medo de mim, Luiza? Ou será que é o peso da sua consciência te atormentando? Acha que, só porque está deitada aí, fingindo ser a pobre vítima, eu não vou desmascarar você? Acha que eu não tenho como te enfrentar?Luiza, no fundo, ainda alimentava a esperança de que, sem provas concretas, pudesse escapar dessa situação. Afinal, ela estava visivelmente mais machucada que Esther, o que poderia funcionar a seu favor. Mas, ao mesmo tempo, havia um medo crescente em seu peito, um receio de que qu
Marcelo, com seu olhar penetrante, fitou Esther em silêncio. Desde o início, ele estava preocupado que ela pudesse sair prejudicada. Não importava se Esther havia empurrado Luiza ou não, ele sempre ficaria ao lado dela. Se a família Frota tentasse mandá-la para a prisão, Marcelo não hesitaria em usar todos os meios ao seu alcance para ameaçá-los e tirá-la de lá.Esther, no entanto, havia pedido que ele não dissesse nada. E, por isso, ele permaneceu calado durante todo o tempo, observando a situação se desenrolar. Quando percebeu que ela estava lidando com tudo sozinha, uma sensação de alívio o envolveu.O policial, depois de pegar o gravador das mãos de Esther, olhou com seriedade para Luiza e Maria.— Se isso for verdade, o que temos aqui é tentativa de homicídio. Mesmo que a vítima não tenha se machucado gravemente, você ainda vai ter que responder na justiça.Ao ouvir aquilo, Maria se sentiu injustiçada, acreditando que os policiais estavam do lado de Esther.— Seu policial, ainda n
— Srta. Luiza, por favor, nos acompanhe. — A voz firme do policial indicava que a paciência estava se esgotando.Ficava cada vez mais claro para todos que Luiza estava tentando evitar a responsabilidade pelo que havia feito, fingindo fragilidade. Mas, os policiais não estavam ali para fazer concessões emocionais. Seguiram o protocolo com rigor, sem se deixar influenciar pelas lágrimas ou súplicas.Vendo que Luiza não pretendia colaborar, os policiais decidiram tomar uma medida mais firme. Duas policiais mulheres se aproximaram da cama, pegando Luiza pelos braços com delicadeza, mas com firmeza, levantando-a da cama.— Eu não quero! Eu não vou para a delegacia! Mamãe, me ajuda! Não me deixa ir! — Luiza, completamente apavorada, tentava se soltar, mas as policiais não permitiram.Maria, em desespero, avançou para proteger a filha, tentando afastar as policiais.— Larguem a minha filha! Não toquem nela! — Sua voz soava entre lágrimas e fúria, o instinto maternal aflorando.No entanto, out