Alfredo começou a aparecer em todas as exposições de Diana, sempre se fazendo presente, como uma sombra insistente. Não só isso, ele também passou a comprar as obras dela por preços altíssimos, algo que a deixava ainda mais desconfortável. Quando alguém fazia tudo isso sem ser desejado, era puro sinal de obsessão.Esther, observando a expressão de Diana, não sabia bem o que dizer. Estava claro que a situação estava afetando sua amiga.Naquele exato momento, o som de uma notificação ecoou pelo ambiente. O celular de Esther emitiu um breve som de notificação, e tanto ela quanto Diana se inclinaram para verificar o que era. O grupo de ex-colegas da faculdade estava ativo, e uma nova mensagem de Hugo havia chegado.[Na próxima segunda-feira, nosso colega Alfredo vai organizar uma festa de comemoração pelo primeiro mês de vida do filho na Vila Folha Vermelha. Além disso, será nosso reencontro de turma. Espero que todos possam comparecer.]Diana franziu a testa e logo expressou sua insatisfa
Esther não pôde evitar uma risada suave diante do comentário de Diana.— Olha só o que você está dizendo! Entre mim e o Marcelo não existe amor. Mesmo que você resolva o problema da Sofia, logo surgirá outra mulher para ocupar o lugar dela.— Então é melhor eu parar de falar sobre isso. — O semblante de Diana escureceu, sua frustração evidente.A conversa foi interrompida quando a empregada trouxe o jantar, que não demorou muito para ficar pronto. Contudo, Esther, sentindo-se um pouco enjoada, comeu bem pouco e logo começou a sentir uma forte sonolência.No dia seguinte, Esther e Diana foram à exposição de arte. Diana, que já havia alcançado certa fama como artista, decidiu se disfarçar para evitar ser reconhecida, mas para sua surpresa, não funcionou. Em pouco tempo, vários admiradores a cercaram.Com o grande número de pessoas ao redor, Diana se viu obrigada a soltar a mão de Esther e aconselhou:— Esther, é melhor você voltar para casa.Assim que terminou de falar, Diana rapidamente
Ao ver Esther naquele estado, Marcelo não pôde evitar franzir a testa, preocupado.— Você não foi ao médico fazer um check-up?— Fui, sim. Estou tomando os remédios que ele receitou.Enquanto respondia, Esther sentiu um calafrio subir pela espinha, e sua garganta se apertou de nervosismo. Ela evitava encarar os olhos penetrantes de Marcelo, temendo que ele, com sua percepção aguçada, desvendasse algo que ela preferia manter em segredo.Marcelo manteve o cenho franzido, claramente incomodado.— Já se passaram um ou dois dias desde que você foi ao médico. Me mostre o que ele receitou, para que eu possa pedir ao Isaac que dê uma olhada. Se não estiver funcionando, vou pedir para ele enviar algo mais eficaz.O médico havia receitado apenas suplementos de cálcio e ácido fólico para Esther, mas ela já havia trocado as embalagens. Se Marcelo mostrasse aqueles frascos a Isaac, sendo ele um médico experiente, não demoraria a descobrir a verdade!Esther rapidamente desviou a conversa e disse:—
Esther ficou surpresa, completamente paralisada. Nunca, em todo o tempo que passou ao lado de Marcelo, ele havia sido tão gentil com ela. Suas palavras suaves e o gesto afetuoso quase a fizeram desejar permanecer ao lado dele, se não fosse pelo acordo que tinham, os três anos que se passariam como uma sombra entre eles e, claro, a presença de Sofia.Esther assentiu com a cabeça, tentando afastar esses pensamentos e respondeu:— Eu sei que o Isaac não vai me machucar, mas eu realmente fui ao médico, e ele disse que não é nada sério. Marcelo, por que você não confia em mim? Será que pareço tão doente assim? Ou... Você acha que eu estou grávida?Ela tomou a iniciativa, esperando que, ao levantar essa questão de forma direta, Marcelo descartasse essa ideia de uma vez por todas.Marcelo não respondeu de imediato, mas seus olhos recaíram sobre ela, avaliando cada detalhe de sua postura. Ele se lembrou de como, há algum tempo, havia notado que ela parecia ter ganhado alguns quilos. No entanto
Esther preparou uma refeição com carinho, colocando atenção em cada detalhe. Ela cozinhou uma canjica com leite condensado, quente e reconfortante, fez um delicioso pão com ovos e, como toque final, preparou um café forte. Quando tudo estava pronto, as empregadas a ajudaram a levar os pratos para a mesa do lado de fora.Marcelo apareceu no topo das escadas exatamente nesse momento. Esther, com um sorriso tranquilo, o chamou:— Venha logo tomar o café da manhã.A luz dourada do sol incidia diretamente sobre Esther, criando uma cena quase surreal. Ela parecia envolta em uma aura dourada, como se o sol a estivesse abraçando e destacando sua beleza de maneira quase mágica. Marcelo observou essa cena e, por um instante, sentiu como se estivesse revivendo os primeiros dias de casamento, quando tudo parecia mais simples e cheio de possibilidades. Mas, no fundo, ele sabia que essa sensação era apenas temporária. Afinal, depois do café da manhã, eles precisariam ir ao cartório para agendar o d
Esther estava visivelmente descontente, mas não tinha outra escolha.— Sim, estou muito feliz. — Respondeu Esther, contrariando o próprio coração.Marcelo, que já havia percebido o verdadeiro estado de espírito dela, olhou diretamente em seus olhos e questionou:— Esse seu “melhor jeito” de resolver as coisas... Você quer dizer que vai procurar um advogado?Esther não negou. Após um breve silêncio, ela se virou para Marcelo e disse com firmeza:— Sr. Marcelo, nossos caminhos não coincidem mais.Era evidente que ela estava decidida a encontrar um advogado, e Marcelo, que percebeu suas intenções, certamente não estaria disposto a ajudá-la, oferecendo uma carona.— O Grupo Mendes está acumulando muitas pendências. — Comentou Marcelo, de forma fria e distante.— Ah, entendi. — Respondeu Esther, sem se alongar na conversa.Quando chegaram ao Grupo Mendes, Marcelo seguiu direto para o escritório da presidência, enquanto Esther retornou ao seu posto de trabalho habitual.Assim que Poliana viu
Marcelo sequer levantou os olhos dos documentos à sua frente enquanto dizia:— Vá até o hotel e receba o pessoal do Grupo Frota. Além disso, organize o local para o almoço de hoje e também faça os preparativos para o encontro desta noite no clube.— Sim, senhor. — Esther respondeu de imediato, ciente de que não poderia recusar as ordens de Marcelo.Depois de anotar o endereço do hotel, ela se dirigiu ao estacionamento subterrâneo para pegar o carro. No momento em que puxou a maçaneta para abrir a porta, sentiu uma mão firme segurando seu pulso. Assustada, ela se virou rapidamente e reconheceu a voz de Poliana.— Esther, foi você que me trouxe para esta empresa. Sabe muito bem qual é minha índole, não sabe? Aquelas perguntas que te fiz não tinham nenhuma segunda intenção. Eu realmente queria aprender com você. Por favor, você poderia interceder por mim com o Sr. Marcelo?Poliana estava desesperada para não ser demitida daquela maneira. Ela tinha ficado de tocaia no estacionamento, decid
Assim que Luiza terminou de falar, se virou de repente, deixando Esther com um simples vislumbre de suas costas.Porque não conseguia receber o pessoal do Grupo Frota, Esther reportou a situação para Marcelo:— Eles exigiram a sua presença. Estão insatisfeitos com as constantes mudanças de representantes do nosso lado.Esther não perdeu tempo com palavras desnecessárias. Se Marcelo quisesse manter essa parceria, ele teria que ir pessoalmente. Caso contrário, poderia ignorar a exigência e deixar o negócio escorrer por entre os dedos. Para Esther, isso poderia até ser uma oportunidade para encontrar um advogado e resolver seus próprios problemas.Mas, para sua surpresa, Marcelo foi direto.— Volte ao escritório. — A firmeza e a seriedade nas palavras de Marcelo deixaram claro que ele não estava brincando.— Entendido. — Esther respondeu, sem protestar.Ao retornar ao escritório, não encontrou Marcelo em sua mesa de trabalho. Ele estava de pé, em frente à ampla janela panorâmica, observan