Marcelo tinha um lugar muito importante no coração de Esther. Se ele se dispusesse a ajudar, reunir a família seria apenas uma questão de tempo.No entanto, o próprio o Faraó não hesitou em assegurar a Marcelo:— Pode ficar tranquilo, minha intenção com Esther é genuína. Também serei sinceramente empenhado em ver meu neto viver. Ou seja, não havia condições, em que Marcelo precisasse ajudá-lo, para que ele cuidasse bem da saúde da criança.— Eu sei. — Respondeu Marcelo, com a voz calma. Essas palavras eram suficientes para expressar tudo o que precisava ser dito.No entanto, infelizmente, a compatibilidade de medula entre ele e Estélio não teve sucesso.Enquanto isso, com Esther...Marcelo disse: — Esther é muito perspicaz, não podemos deixá-la saber sobre o teste de compatibilidade. Se Esther soubesse, isso seria um golpe devastador para ela.Depois de tanto tempo, ela finalmente conseguiu reencontrar seu filho e estar com ele. Então, se ela descobrisse que ele estava tão doente, c
Esther não estava interessada em ouvir as discussões dos dois, mas percebeu que, de algum modo, algo estava acontecendo entre Bernardo e Julia.Nos últimos tempos, Durval e Rita lhe contaram uma novidade: no final do ano, eles iriam se casar. Luiz também estava com planos em andamento em sua família.Ela então se perguntou quem mais ainda estava solteiro?Sobre André, Esther não tinha certeza, mas uma coisa era clara: nem Geraldo nem Bernardo estavam comprometidos. Embora Julia tivesse tido desentendimentos com ela no passado, se, por acaso, algo viesse a surgir entre Julia e Bernardo, seria uma boa notícia para todos.— Você... — Quando Bernardo se preparava para chamar Esther, percebeu que ela já estava apressada, se afastando.Julia se colocou no caminho dele. Com a cabeça baixa, parecia uma criança arrependida. — Me desculpe, Sr. Bernardo. Só quis ajudar, mas acabei estragando tudo... — Você não percebeu que fez Esther ir embora de tanto que a irritou? Se continuar com essa conve
Esther permanecia ao lado de Estélio, com o filho nos braços, lhe oferecendo conforto e companhia.Enquanto isso, ela vasculhava a lista de tratamentos deixada pelo Faraó no laboratório. Um nome, em particular, chamou sua atenção: trevo de sete folhas.Essa planta, rara e de difícil acesso, crescia em regiões sombrias, nas profundezas das montanhas. Sua eficácia medicinal era famosa, mas, devido a isso, ela atraía cobras venenosas, que se tornavam suas guardiãs naturais.A tarefa de colher o trevo de sete folhas não era para qualquer um. Somente quem tivesse experiência em colher ervas, alguém realmente habilidoso, teria coragem de se aventurar. Nenhum ser humano comum se arriscaria a isso.O Faraó, ao lado do nome da planta, havia colocado uma marca, possivelmente refletindo sobre as dificuldades envolvidas na colheita.Esther mordeu o lábio inferior, com a mente decidida. Se ninguém mais poderia fazer isso, ela faria.Nada a impediria de salvar seu filho. Se fosse necessário, ela dar
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não