No instante seguinte, Esther se viu envolvida em um abraço firme e inesperado. O cheiro forte de álcool misturado ao tabaco a fez prender a respiração. Ela soube imediatamente quem era, e seu corpo ficou tenso.— Paulo, eu ainda não morri. — A voz fria e cortante de Marcelo veio de cima, bem próxima da cabeça de Esther.Paulo, ao ver Marcelo na sua frente, ficou visivelmente atônito. Ele não esperava que, depois de tantos comentários sobre Esther nos bastidores e de Marcelo trazer um novo talento para a empresa, o próprio Marcelo estivesse ali, defendendo-a com tanta veemência.Tentando manter a compostura, Paulo forçou um sorriso e disse: — Sr. Marcelo, apesar de não termos negócios juntos agora, ainda podemos ter muitas oportunidades pela frente, não acha?Marcelo não respondeu. Seus lábios estavam cerrados e os olhos exalavam uma frieza que fazia o sangue de Paulo gelar. Esther, sentindo a tensão no ar, percebeu que Marcelo estava prestes a perder o controle. Ela abriu a boca, pro
Marcelo respirava fundo, tentando conter a raiva que parecia prestes a explodir. Seus dentes cerrados eram a prova viva da tensão que dominava o ambiente. Ele puxou Esther com força, sem dar a ela chance de escapar, e antes que pudesse reagir, sentiu a mão grande dele apertar seu braço com firmeza.— Por que você me impediu? — A voz dele saiu num rosnado, cheia de frustração e indignação.— Ele é o presidente de uma empresa, Marcelo. E como ele mesmo disse, vamos ter que nos encontrar de novo em algum momento, né? Além disso, meu Deus, tinha muita gente lá! O que você fez pode acabar gerando um monte de notícias negativas pra você... — Esther tentou justificar, com a garganta seca e a voz rouca.— Eu vi outro homem se aproveitando da minha esposa e deveria ignorar? — Marcelo a interrompeu com um sorriso frio, seus olhos negros refletindo uma frieza cortante. Esther desviou o olhar, sentindo o peso das palavras dele. — A gente tá casado em segredo. — Murmurou ela, tentando relembrá-lo
Marcelo empurrou Esther levemente enquanto pressionava o botão para atender a chamada. A voz ansiosa de Sofia ecoou pelo carro, cheia de pânico.— Marcelo, estou com muito medo. Você pode vir? Parece que estou vendo a Nicole novamente, ah!O grito de Sofia foi abruptamente interrompido, deixando o som frio do sinal de ocupado ecoando na mente de Esther. Marcelo guardou o celular com um semblante fechado e ordenou ao motorista, sem sequer olhar para Esther:— Primeiro me leve ao hospital e, depois, leve a Esther para o Jardim dos Sonhos.Sua voz era firme, inflexível, como se não houvesse margem para discussão. O motorista, hesitante, não teve escolha senão alterar a rota.— Entendido, senhor.Em menos de quarenta minutos, o carro estacionou na frente do hospital. Marcelo se virou brevemente para Esther, os olhos frios e distantes, sem traço de emoção.— Eu volto mais tarde. Quando eu retornar, espero que você esteja no Jardim dos Sonhos. Suas palavras soaram como uma sentença. Não er
Marcelo franziu a testa, dando um passo à frente. — Você está pensando demais, Sofia. O que aconteceu com Nicole foi culpa dela, não sua. Por que está se torturando assim? — Disse ele, a voz era firme, mas não escondia a exasperação.Sofia, com a cabeça baixa, apertava a palma da mão. Quando falou, a voz saiu quase como um sussurro:— Era uma vida humana, Marcelo. Eu vi com meus próprios olhos. Não consigo simplesmente ignorar. Marcelo, a vida é tão frágil, sabe?Marcelo balançou a cabeça, impaciente. Aproximou-se mais alguns passos, sua presença imponente fazendo a distância entre eles parecer ainda maior.— Tudo na vida tem causa e efeito. Se você continuar assim, vou ter que te encaminhar para um psicólogo. — Disse ele, o olhar frio deixando claro que não estava para brincadeira.Sofia ergueu a cabeça de repente, o desespero transparecendo em seus olhos. Sua voz quebrou, enquanto suas mãos tremiam:— Marcelo, pelo amor de Deus, não me manda pra um psicólogo. Se você fizer isso, o q
Na fração de um segundo, Isaac já estava de pé, movendo-se rapidamente em direção a Marcelo. Ele estendeu a mão, pronto para examinar o pulso do amigo. — Encontre um bom psicólogo para a Sofia. — Pediu Marcelo, com uma expressão de desgosto, se desviando bruscamente de Isaac.Ao ouvir o nome de Sofia, o rosto de Isaac se fechou num instante. Ele cruzou os braços, claramente contrariado.— Poxa, você já tá casado há três anos! — Exclamou Isaac, com um tom misto de incredulidade e reprovação. — Não tem medo de que a Esther fique pensando coisas?Marcelo manteve o olhar fixo, respondendo de forma neutra, quase automática:— É só um favor.Ele sempre manteve uma distância cuidadosa de Sofia, mas Isaac, conhecendo o amigo de longa data, parecia cético. Com um suspiro resignado, comentou:— Cara, relacionamento de casal muitas vezes começa com uma ajuda. Casamento é sobre aproveitar as oportunidades e valorizar o que se tem, sabe?Isaac deu um tapinha no ombro de Marcelo. Embora o gesto fos
Marcelo ainda não estava levando as palavras dela a sério. Um sorriso frio e sarcástico se cruzou seus lábios enquanto ele dizia: — Um momento de bondade não apaga o mal do passado. Com essas palavras, Marcelo deu as costas para ela e subiu as escadas sem olhar para trás.O rosto de Joana estava vermelho de raiva. Se a situação continuasse assim, Esther acabaria se tornando a matriarca da família Mendes. Esther não só tinha a aprovação de Igor, como agora também ganhava o apoio de Marcelo. Não podia deixar que isso acontecesse.Um olhar feroz se cruzou nos olhos de Joana. Ela não permitiria que Esther roubasse seu lugar....Esther já havia chegado ao apartamento de Diana. Diana percebeu imediatamente o estado abatido de Esther, uma tristeza profunda e evidente.— Se a situação é de separação, você precisa se acalmar. É um efeito temporário, você precisa aprender a lidar com isso. Se não for separação, então é hora de pensar em como fazer com que esse casamento acabe. — Diana disse,
— Além de sua casa, Esther não tem outro lugar para ir. — A voz de Marcelo era firme, quase fria.Esther acordou de repente e se sentou na cama. Só então percebeu que o dia já havia amanhecido. Do outro lado do apartamento, a voz sarcástica de Diana ecoou pelo corredor:— Marcelo, não acha essa sua afirmação ridícula?Não era um sonho. Marcelo estava ali de verdade. Esther saiu da cama e foi até a sala, onde encontrou Marcelo e Diana frente a frente. Marcelo usava uma camisa cinza-chumbo, e Diana, com sua altura pequena, parecia ainda menor ao lado dele.— Marcelo, se você veio para fazer o que eu estou pensando, então eu vou com você. — Esther disse, com os lábios apertados, enquanto caminhava lentamente em direção a ele.Marcelo e Diana se viraram ao mesmo tempo para encará-la. Marcelo observou o pijama de Esther, estampado com desenhos do Doraemon. Seus olhos escureceram num instante. Nunca a tinha visto usando esse tipo de roupa enquanto estavam juntos.Com os cabelos longos caindo
Marcelo podia ser gentil, mas também sabia ser cruel. No entanto, havia um detalhe que ele nunca mencionava: o divórcio.Esther tentou soltar sua mão, mas Marcelo a segurou ainda mais firme.— Esther, não faça isso. — Disse ele, com uma voz suave.— E por que eu não deveria? Se você pensa igual à sua mãe, posso devolver os dez milhões que vocês pagaram. — Retrucou Esther, sentindo o aperto no peito aumentar.— Esther, você não tem esse dinheiro. — Disse Marcelo, sem acreditar que ela tivesse tanto dinheiro.Enquanto isso, o carro seguia lentamente pela estrada. As portas estavam trancadas pelo controle central, e não havia como sair.— Eu sei que não tenho, mas posso ganhar. — A voz de Esther era rouca, mas determinada.— E como pretende fazer isso? Você acha que alguém vai te contratar depois que sair do Grupo Mendes? Quanto você planeja pagar por mês? — Perguntou Marcelo, soltando uma risada leve. Antes que Esther pudesse responder, Marcelo continuou, com um sorriso que beirava o deb