Estélio saboreava com atenção as sobremesas locais que Marcelo, com tanto esmero, havia levado especialmente para ele – cada mordida transpirava o cuidado de uma escolha meticulosa. O gesto de Marcelo era evidente em cada detalhe.

Quando a voz suave de Michele chegou aos ouvidos de Estélio, ele ergueu o olhar devagar, o fixando nela. Sem precisar de palavras, a juventude e a beleza de Michele já estavam profundamente gravadas em sua memória. Suas palavras, tão delicadas quanto uma brisa primaveril, acariciavam a alma.

— Você... é... — Estélio começou a perguntar de forma lenta, com a voz baixa e arrastada. Mesmo agora, não estando mais sozinho, ele permanecia reservado, sempre com um leve traço de hesitação em suas palavras.

Percebendo a diferença no comportamento de Estélio, Michele sentiu uma pontada de compaixão. Estendendo a mão com suavidade, ela disse:

— Eu sou tia do seu pai, ou melhor, sua tia-avó, de acordo com as convenções familiares. Que tal sairmos para uma caminhada?

Esté