Marcelo olhou para todos os presentes na sala, seu olhar firme e penetrante, e disse com uma voz que misturava calma e autoridade:— Vocês estão dizendo que, para eu contratar um novo funcionário, preciso da aprovação de vocês, os altos executivos? Um dos diretores, sentindo o peso das palavras de Marcelo e tentando aliviar a tensão que pairava no ar, respondeu rapidamente, quase atropelando as palavras:— Não foi isso que quisemos dizer, Sr. Marcelo. De jeito nenhum! Naquele momento, Poliana, que até então estava calada no fundo da sala, sentiu seu nome ser mencionado por Marcelo. Com o coração acelerado, mas determinada, ela decidiu se pronunciar. — Boa tarde a todos, sou Poliana, a nova contratada, e é um prazer conhecer os senhores. — Disse ela, com uma voz firme e clara, que contrastava com sua aparência jovem.Os olhares dos diretores se voltaram imediatamente para Poliana, e ela sentiu como se estivesse sob um microscópio. Na mente de muitos, a pergunta era inevitável. De ond
Os olhos de Marcelo estavam gélidos e cortantes como lâminas enquanto ele questionava:— Onde você encontrou essa pessoa?Esther, que estava de pé à sua frente, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela havia conseguido rapidamente preencher a vaga na empresa e estava agora se preparando para deixar o cargo, sem sequer esperar pela aprovação dele. Sentia o peso da tensão no ar e, sem entender completamente o motivo da raiva de Marcelo, tentou se defender.— Foi um processo de recrutamento normal, Sr. Marcelo. — Disse ela, esforçando-se para manter a voz firme. — Não é isso que você aprecia nela?Marcelo, no entanto, não parecia satisfeito. Seu olhar endureceu ainda mais, e ele falou com frieza:— Se você quer sair, eu permito que você se demita. Pode ficar em casa e cuidar das suas coisas como minha esposa.Ele apertou um pouco mais o queixo de Esther, forçando-a a levantar a cabeça para que seus olhares se encontrassem. Os dedos dele estavam firmes e quase dolorosos contra a pele
— Isso faz sentido. Mas, olha a Srta. Esther, com aquele rosto e corpo, é realmente uma beleza rara!... Esther ainda não sabia que estava sendo observada, e sua atenção estava totalmente focada em ajudar Poliana, a nova funcionária, no evento. Ela fazia isso de coração, afinal, Marcelo havia pedido. Mas, mesmo sem querer admitir, sentia um cansaço físico e mental se aproximando. Poliana, sempre atenta, percebeu que algo estava errado e ofereceu ajuda com as bebidas, mostrando-se uma verdadeira companheira naquele momento de necessidade.Enquanto Poliana circulava entre os convidados com uma confiança invejável, Esther não pôde deixar de sentir um certo alívio. Poliana, com sua habilidade natural para lidar com pessoas, se destacava em responder as questões dos parceiros de negócios com uma facilidade que quase fazia parecer que aquele ambiente era seu habitat natural. E isso não passou despercebido pelos convidados.— Sr. Marcelo, onde você encontrou uma pessoa tão competente?— Sr.
No instante seguinte, Esther se viu envolvida em um abraço firme e inesperado. O cheiro forte de álcool misturado ao tabaco a fez prender a respiração. Ela soube imediatamente quem era, e seu corpo ficou tenso.— Paulo, eu ainda não morri. — A voz fria e cortante de Marcelo veio de cima, bem próxima da cabeça de Esther.Paulo, ao ver Marcelo na sua frente, ficou visivelmente atônito. Ele não esperava que, depois de tantos comentários sobre Esther nos bastidores e de Marcelo trazer um novo talento para a empresa, o próprio Marcelo estivesse ali, defendendo-a com tanta veemência.Tentando manter a compostura, Paulo forçou um sorriso e disse: — Sr. Marcelo, apesar de não termos negócios juntos agora, ainda podemos ter muitas oportunidades pela frente, não acha?Marcelo não respondeu. Seus lábios estavam cerrados e os olhos exalavam uma frieza que fazia o sangue de Paulo gelar. Esther, sentindo a tensão no ar, percebeu que Marcelo estava prestes a perder o controle. Ela abriu a boca, pro
Marcelo respirava fundo, tentando conter a raiva que parecia prestes a explodir. Seus dentes cerrados eram a prova viva da tensão que dominava o ambiente. Ele puxou Esther com força, sem dar a ela chance de escapar, e antes que pudesse reagir, sentiu a mão grande dele apertar seu braço com firmeza.— Por que você me impediu? — A voz dele saiu num rosnado, cheia de frustração e indignação.— Ele é o presidente de uma empresa, Marcelo. E como ele mesmo disse, vamos ter que nos encontrar de novo em algum momento, né? Além disso, meu Deus, tinha muita gente lá! O que você fez pode acabar gerando um monte de notícias negativas pra você... — Esther tentou justificar, com a garganta seca e a voz rouca.— Eu vi outro homem se aproveitando da minha esposa e deveria ignorar? — Marcelo a interrompeu com um sorriso frio, seus olhos negros refletindo uma frieza cortante. Esther desviou o olhar, sentindo o peso das palavras dele. — A gente tá casado em segredo. — Murmurou ela, tentando relembrá-lo
Marcelo empurrou Esther levemente enquanto pressionava o botão para atender a chamada. A voz ansiosa de Sofia ecoou pelo carro, cheia de pânico.— Marcelo, estou com muito medo. Você pode vir? Parece que estou vendo a Nicole novamente, ah!O grito de Sofia foi abruptamente interrompido, deixando o som frio do sinal de ocupado ecoando na mente de Esther. Marcelo guardou o celular com um semblante fechado e ordenou ao motorista, sem sequer olhar para Esther:— Primeiro me leve ao hospital e, depois, leve a Esther para o Jardim dos Sonhos.Sua voz era firme, inflexível, como se não houvesse margem para discussão. O motorista, hesitante, não teve escolha senão alterar a rota.— Entendido, senhor.Em menos de quarenta minutos, o carro estacionou na frente do hospital. Marcelo se virou brevemente para Esther, os olhos frios e distantes, sem traço de emoção.— Eu volto mais tarde. Quando eu retornar, espero que você esteja no Jardim dos Sonhos. Suas palavras soaram como uma sentença. Não er
Marcelo franziu a testa, dando um passo à frente. — Você está pensando demais, Sofia. O que aconteceu com Nicole foi culpa dela, não sua. Por que está se torturando assim? — Disse ele, a voz era firme, mas não escondia a exasperação.Sofia, com a cabeça baixa, apertava a palma da mão. Quando falou, a voz saiu quase como um sussurro:— Era uma vida humana, Marcelo. Eu vi com meus próprios olhos. Não consigo simplesmente ignorar. Marcelo, a vida é tão frágil, sabe?Marcelo balançou a cabeça, impaciente. Aproximou-se mais alguns passos, sua presença imponente fazendo a distância entre eles parecer ainda maior.— Tudo na vida tem causa e efeito. Se você continuar assim, vou ter que te encaminhar para um psicólogo. — Disse ele, o olhar frio deixando claro que não estava para brincadeira.Sofia ergueu a cabeça de repente, o desespero transparecendo em seus olhos. Sua voz quebrou, enquanto suas mãos tremiam:— Marcelo, pelo amor de Deus, não me manda pra um psicólogo. Se você fizer isso, o q
Na fração de um segundo, Isaac já estava de pé, movendo-se rapidamente em direção a Marcelo. Ele estendeu a mão, pronto para examinar o pulso do amigo. — Encontre um bom psicólogo para a Sofia. — Pediu Marcelo, com uma expressão de desgosto, se desviando bruscamente de Isaac.Ao ouvir o nome de Sofia, o rosto de Isaac se fechou num instante. Ele cruzou os braços, claramente contrariado.— Poxa, você já tá casado há três anos! — Exclamou Isaac, com um tom misto de incredulidade e reprovação. — Não tem medo de que a Esther fique pensando coisas?Marcelo manteve o olhar fixo, respondendo de forma neutra, quase automática:— É só um favor.Ele sempre manteve uma distância cuidadosa de Sofia, mas Isaac, conhecendo o amigo de longa data, parecia cético. Com um suspiro resignado, comentou:— Cara, relacionamento de casal muitas vezes começa com uma ajuda. Casamento é sobre aproveitar as oportunidades e valorizar o que se tem, sabe?Isaac deu um tapinha no ombro de Marcelo. Embora o gesto fos