Pelo menos na visão de Gilberto, Marcelo e Sofia eram completamente inocentes. Apesar dos boatos que circulavam, dizendo que havia algo entre eles, ele não acreditava. Talvez houvesse coisas que ele não sabia, mas amor? Isso ele tinha certeza que não estava envolvido.— Gilberto, por que tá me dizendo isso agora? — Esther deu um sorriso leve, tentando manter o tom de voz casual. — Você sabe como as coisas são. Você estava lá naquele dia. Eu e Marcelo, cedo ou tarde, vamos nos divorciar.Gilberto, notando a melancolia em seu olhar, coçou a cabeça, um pouco desconcertado. Ele sabia que, embora Marcelo tivesse criado a empresa de entretenimento por causa de Sofia, isso não significava que o casamento deles fosse assim tão frágil.— Posso te perguntar uma coisa pessoal? Espero que não se importe. — Começou Gilberto, hesitante, enquanto os olhos dele examinavam as feições de Esther em busca de uma pista sobre o que ela realmente sentia. — Você quer mesmo se divorciar do Sr. Marcelo?Esther
A decisão dela ainda surpreendeu um pouco Gilberto. Ele ficou parado por alguns instantes, os olhos fixos em Esther, tentando processar tudo o que havia acabado de ouvir. Esther vinha trabalhando no Grupo Mendes há anos, crescendo sob os olhos dele, passo a passo. Era como se ele estivesse vendo uma parte importante de sua própria trajetória se despedir. Depois de tantos anos trabalhando juntos, vê-la partir assim, de repente, deixava um certo vazio. Mas ele sabia que, no fim, essa era uma escolha pessoal dela, algo que ele deveria respeitar.Ainda assim, com uma expressão de preocupação, ele não conseguiu segurar a pergunta que escapou de seus lábios. — Você tem certeza da sua decisão? — As palavras saíram quase em um sussurro, como se ele estivesse tentando persuadi-la a reconsiderar, mesmo sabendo que isso era inútil.— Sim, estou certa. — Respondeu Esther com firmeza. Ela olhou para o céu, onde algumas aves faziam círculos no ar, como se estivessem explorando sua liberdade. Os olh
Parecia que ele estava implicando com ela, mas não era nada grave. Talvez fosse só impressão, uma daquelas que aparecem quando a gente já está acostumado a esperar o pior. Esther suspirou, tentando afastar esses pensamentos enquanto entrava no carro logo em seguida, sentindo o clima pesado que parecia envolvê-los como uma nuvem carregada de tempestade. O veículo começou a se mover lentamente, e ela olhou pela janela, tentando ignorar o silêncio quase opressivo que dominava o ambiente.Marcelo segurava o tablet com uma expressão séria, os olhos fixos na tela, mas não havia qualquer emoção visível em seu rosto. Ele deslizava os dedos longos pela tela de forma mecânica, como se estivesse fazendo isso apenas para evitar qualquer interação entre eles. Sem sequer olhar para ela, disse com uma voz indiferente, que parecia mais fria do que o ar-condicionado do carro: — Já está ficando tarde. Vou te levar para casa.Esther sabia que ele estava certo. Já era noite quando saíram do hospital, e
— Sr. Marcelo, não se esqueceu de que hoje é o dia do seu divórcio com a Srta. Esther? — Gilberto falou, com um tom cauteloso, enquanto dava um passo atrás, evitando o olhar fixo de Marcelo. — É hora de ir ao cartório para formalizar o processo.Marcelo ficou em silêncio, a mandíbula contraída. Seus olhos se fixaram no calendário à sua frente, uma data destacada em vermelho gritava a realidade que ele tentava evitar. Naquele dia era o dia marcado para o término do prazo de três anos do seu casamento com Esther. Três anos que pareciam uma vida inteira e, ao mesmo tempo, um piscar de olhos.— Poxa. — Marcelo soltou um suspiro carregado, ajustando a gravata com um movimento brusco. Ele lançou um olhar frio para Gilberto, que, por um momento, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. — Foi a Esther quem te disse isso?A tensão na voz de Marcelo era evidente, e Gilberto engoliu seco, percebendo o desconforto crescente no ar. Algo ali parecia fora do lugar.— Sim, senhor. — Gilberto responde
Esther mordeu os lábios, confusa. Ela respirou fundo, tentando manter a calma antes de dizer:— Você sabe que eu pedi demissão, né? — Demissão? — Gilberto repetiu, com um sorriso simpático. — O Sr. Marcelo ainda não deu sua autorização, e, sabe, não tem ninguém para assumir o seu posto. Você precisa continuar vindo trabalhar, Srta. Esther.— Caramba. — Esther murmurou para si mesma, sentindo o peso da situação. Parecia que todas as suas tentativas de se afastar daquele lugar estavam sendo frustradas. — Poxa, que saco. Ela estava irritada consigo mesma por não ter planejado essa parte com mais cuidado. Se alguém estivesse pronto para assumir suas funções, ela poderia ter se afastado sem causar tanto alvoroço.Tomando uma decisão rápida, ela perguntou:— E se eu encontrar alguém para me substituir, aí eu posso finalmente me demitir?Gilberto hesitou um pouco, percebendo que ela não desistiria facilmente.— Teoricamente, sim. — Ele respondeu, tentando manter o tom neutro.— Certo, então
Esther abaixou os olhos para os papéis espalhados pela mesa e, com uma calma aparente, disse:— Enquanto eu estiver na empresa e o senhor precisar de um novo secretário, é minha responsabilidade encontrar alguém adequado para o cargo.Ela tentava manter a serenidade, mas sabia que Marcelo estava lendo suas intenções por trás daquela fachada tranquila. Será que ele estava percebendo que, na verdade, ela estava tentando fugir dele? Marcelo cruzou os braços, seus olhos estreitando-se em desconfiança, como se estivesse analisando cada palavra dela. Esther sentiu o desconforto crescer, mas continuou falando:— Não sabe quando o senhor vai estar disponível? Afinal, hoje é o dia do nosso divórcio, como combinamos. O senhor não vai mudar de ideia, vai?Marcelo ficou em silêncio, os lábios cerrados em uma linha fina, sem dar qualquer indicação de seus pensamentos. Esther levantou os olhos e o encarou, tentando manter sua postura firme.— Espero que o senhor cumpra sua palavra. Isso seria bom
Esther curvou os lábios em um sorriso frio, mas a amargura transparecia em seus olhos gélidos, que fixavam Marcelo com uma intensidade cortante. Ela tentava se convencer de que não era nada demais, repetindo para si mesma que também havia tirado proveito desse casamento. No entanto, a verdade é que ela estava profundamente ferida, sentindo-se apenas uma ferramenta nas mãos de Marcelo.O pensamento era sufocante, mas ela se forçava a manter a postura. “Algumas coisas podem ser ignoradas. Eu não preciso me apegar a elas, né?”, pensou ela, tentando afastar a dor Afinal, ela também tinha obtido benefícios. Mas, por mais que tentasse racionalizar, a sensação de humilhação a corroía por dentro.Marcelo, por sua vez, observava as reações dela, notando a tensão que endurecia sua expressão. Ele franziu a testa, incomodado pela frieza no olhar de Esther. Com um tom impessoal, quase clínico, ele perguntou:— Quando você descobriu?— Isso importa? — Esther respondeu, sem desviar o olhar, sua voz
Marcelo deu um tapa firme nas nádegas de Esther. A dor que percorreu seu corpo foi intensa, uma sensação ardente que parecia queimar sua pele.— Parece que você ainda não aprendeu a lição! — Disse Marcelo, a voz saindo cortante, com uma frieza que fazia gelar o ambiente.O tempo parecia se arrastar. Esther, ainda jovem e inexperiente, sentia que não conseguia mais suportar o que ele fazia.— Por favor... Para... Me deixa ir... — Implorou ela, com uma voz trêmula, quase como um sussurro implorante.Marcelo a observou com um olhar penetrante, vendo a mulher deitada sobre a mesa, como se fosse um brinquedo quebrado. O corpo dela, delicado e vulnerável, parecia não ter ossos. O cabelo desgrenhado caía em torno de seu rosto, que estava corado, enquanto pequenas gotas de suor brilhavam em sua testa. A camisa dela pendia frouxa ao redor da cintura, as meias já haviam sido arrancadas, e a saia estava arregaçada até as coxas.Ela chorava sem parar, os soluços sacudiam seu corpo, fazendo-a parec