Capítulo 222
Parecia que ele estava implicando com ela, mas não era nada grave. Talvez fosse só impressão, uma daquelas que aparecem quando a gente já está acostumado a esperar o pior.

Esther suspirou, tentando afastar esses pensamentos enquanto entrava no carro logo em seguida, sentindo o clima pesado que parecia envolvê-los como uma nuvem carregada de tempestade. O veículo começou a se mover lentamente, e ela olhou pela janela, tentando ignorar o silêncio quase opressivo que dominava o ambiente.

Marcelo segurava o tablet com uma expressão séria, os olhos fixos na tela, mas não havia qualquer emoção visível em seu rosto. Ele deslizava os dedos longos pela tela de forma mecânica, como se estivesse fazendo isso apenas para evitar qualquer interação entre eles. Sem sequer olhar para ela, disse com uma voz indiferente, que parecia mais fria do que o ar-condicionado do carro:

— Já está ficando tarde. Vou te levar para casa.

Esther sabia que ele estava certo. Já era noite quando saíram do hospital, e
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