Bernardo Fonseca
Caleb após casar-se com Talita em pouco tempo tornaram-se pais de uma garotinha chamada Ana Vitória. Minha sobrinha diferente do pai não era nada bobinha, a pequena tinha personalidade forte. Cinco anos passaram-se, e ainda assim, tudo parecia ter sido ontem. Meus sentimentos por Marcela cresciam a cada dia mais. Ter uma esposa advogada e totalmente independente era meu orgulho, sim, ela tinha me laçado de vez. Namoramos durante quase dois anos e ficamos noivos em pouco tempo, apenas seis meses. Eu sentia-me preparado pra ser pai, planejamos tudo durante anos até finalmente tentarmos. Aguardava Marcela do lado de fora do banheiro com ansiedade. Nas últimas semanas ela começou a sentir alguns sintomas de gravidez, foi então que comprei alguns testes de gravidez.
— Filho, po
Marcela Andrade Todas as manhãs queria passar longe dos espelhos, entretanto, era irremediável. Depois de escovar os dentes, fiquei amassando meu rosto na frente do espelho. Eu era uma mulher acima do peso, não preciso nem mencionar o quanto foi difícil e ainda era, ouvir tudo que ouvia e fingir que era normal, mas não era, nenhum ser humano deveria ser tratado como se fosse uma atração de circo, apenas por ser diferente do padrão de beleza determinado pela sociedade. — Com óculos? Ou sem? — murmurei, tocando no meu óculos de grau. Minha miopia foi mais uma razão pra ser insultada, tudo era motivo para zombarem de mim, isso foi piorando com o passar dos anos. Passei a sofrer desde cedo, nunca pouparam a língua afiada na época que eu era somente uma criança, mesmo sem entender direito me machucava muito, tantas vezes saí correndo para chorar escond
Bernardo FonsecaAcreditei que fugindo de todos esqueceria o que me fez querer desaparecer, entretanto, isso não aconteceu. Retornar para o cargo de presidente de uma das maiores empresas de cosméticos do país era inevitável, prolonguei tempo de mais minhas supostas férias. Meu irmão caçula Caleb não conseguia mais dar conta de tudo sozinho. Nunca quis ser o pai do meu irmão, mas precisei assumir esse papel quando nosso pai foi assassinado. Enganei-me ao pensar que tudo pudesse voltar à normalidade porque após o velório do nosso pai, a nossa mãe nunca mais foi a mesma de antes, enlouquecerá, sequer se importava com os filhos.Lembro-me de um sábado aparentemente igual aos outros, mas que mudaria tudo. Não era o final de semana que pensei qu
Marcela AndradeEu sabia que a partir do momento que Bernardo Fonseca chegasse minha tormenta começaria. Quais as chances de dividirmos o mesmo elevador? Era impossível, certo? Afinal, usava o elevador de serviço! Como de costume peguei o elevador para iniciar a limpeza no quinto andar naquela manhã, então o vi no seu terno azul-marinho e com uma barba enorme que combinou perfeitamente na simetria de seu rosto. Beleza era algo que nunca lhe faltou, não era à toa sua fama de mulherengo, ele realmente era um homão da porra. Entrei em desespero ao perceber que ele estava vindo na minha direção. Esbugalhei os olhos, apertando diversos botões diferentes para que as portas do elevador fechassem rapidamente, no entanto, isso não aconteceu.— Merda... — resmunguei
Bernardo FonsecaPor que escolhi subir pelo elevador de serviço? Porque eu não queria ser incomodado por ninguém! Quando vi o elevador de serviço disponível apressei os passos e adentrei. Era pra ser um trajeto rápido, no entanto, não foi, e a companhia também não era das melhores. Marcela Andrade escolheu o pior momento para me enfrentar. Eu não esperava qualquer discussão com aquela mulher, mas ela me fez perder a razão.Ela era alguém que costumava aborrecer propositalmente pra passar o tempo, porque nem todos os dias conseguia tempo para transar no escritório por exemplo, então a gorda me divertia. O incidente no elevador era algo que não esqueceria tão cedo. Chorei na frente daquela mulher e ela achou que fosse de raiva, mas n&a
Marcela AndradeAcordei sentindo dores pelo corpo inteiro, não pensei que perderia a consciência. Quanto tempo fiquei desacordada? Com dificuldade sentei na cama. Olhei para o soro do meu lado direito e fiquei incomodada, conseguia sentir a agulha enfiada no meu braço. Eu estava realmente em um hospital? Quer dizer, nunca antes havia estado em um leito sozinha e tão elegante como aquele. Os atendimentos pelo sus nunca foram dos melhores, com certeza, era um hospital caro e eu não tinha dinheiro para pagar.— Merda! Preciso dá o fora desse lugar. — resmunguei, bastante preocupada. Mesmo sentindo muita dor levantei da cama e puxei o soro, tirando-o do gancho de suporte. Caminhei descalça pelo piso frio indo em direção à porta, faltava muito pouco para minha fuga desesperad
Bernardo FonsecaEu não pensei que fosse tão fácil convencer Marcela Andrade há assinar um contrato. Não planejava cobrá-la com os gastos do hospital particular, pagaria sem problema algum, afinal, um dos meus funcionários deixou-a machucada. Ela nem sequer agradeceu e ainda me agrediu. O contrato foi feito às pressas e entregue pra mim no hospital. Usá-la como uma das minhas modelos plus size foi a desculpa perfeita para meus planos reais. Queria estar na sua frente quando ela recebesse a cópia do contrato, mas isso não era possível e muito menos sensato da minha parte.Ser pobre não deveria ser tão ruim assim, ela tinha um trabalho e pelo seu tamanho, com certeza, comia bem e muito. Nunca gostei de mulher acima do peso, elas dão gastos de mais.
Marcela AndradeQuais são as chances do homem que você gosta, estar te tratando como uma rainha? Poucas claro! Rafael nos últimos quatro dias depois do que aconteceu comigo decidiu ser meu companheiro de todas as noites. Que companheiro maravilhoso! Passávamos horas coladinhos no meu sofá de dois lugares, assistindo filmes. Naquele momento estávamos bebendo cerveja enquanto conversávamos assuntos aleatórios. Deixei de tomar as porcarias que o médico receitou, não me fez muito bem, então cortei.Nunca antes estivemos tão próximos daquele jeito, precisou algo ruim acontecer para o melhor vir. Eu não queria saber de nada além de aproveitar sua companhia. Talvez fosse o momento de dar uma investida, tentei deixar de lado o nervosismo e olhei nos seus l
Bernardo FonsecaNa noite anterior mal consegui dormir porque Marcela Andrade roncava como um motor de carro do século passado. Levantei algumas vezes durante a madrugada, até filmei o jeito estranho que ela estava dormindo no sofá de dois lugares. Acredita que seu pijama era uma fantasia de panda? Infantil, eu sei! Fiquei surpreso ao descobrir que ela era advogada. O que mais eu não sabia sobre ela? Apesar do seu apartamento ser minúsculo tudo era bem organizado. O cheiro dela ficou pela cama inteira e posso afirmar que não era nada mau.Passar a tarde e a noite do dia anterior com ela foi uma verdadeira guerra. Brigamos por comida e também pelo controle da tv. Ela não queria dividir nada comigo, nadinha! Mas como um bom lutador insisti até conseguir tudo que queria.
Último capítulo