Maya— Chegamos, senhorita — disse Noberto despertando-me dos pensamentos.Ele desceu e abriu a porta do carro para mim e estendeu-me a sua mão para me ajudar a sair. Dei alguns passos até a entrada do hospital e olhei para trás ao perceber que Noberto não me acompanhava.— Você não vem? — perguntei o vendo caminhar em direção à porta do motorista.— Não, senhorita. O sr. White mandou uma mensagem pedindo que eu volte imediatamente. Mas quando quiser ir embora, é só me mandar uma mensagem de texto.Apenas assenti em resposta.Victor está me deixando sozinha, sem ninguém na minha cola? Ótimo!Entrei no hospital e tomei o elevador indo de encontro a minha mãe. Ao entrar no quarto, encontrei tia Jenna sentada na poltrona ao lado da cama.— Bom dia — disse ao entrar.— Bom dia, querida — disse a minha mãe toda feliz ao me ver.— Bom dia, Maya — disse tia Jenna levantando-se. — Já que chegou, vou até a lanchonete. Quer alguma coisa?— Não, tia. Obrigada.Ela assentiu e saiu nos deixando a s
MayaChegando lá, paguei a corrida e desci indo em direção ao elevador privado. Quando as portas se abriram no corredor do último andar, não havia seguranças na porta, estava tudo vazio, silencioso e quieto. Eu não tinha o cartão para abrir a porta, então resolvi bater, mas ninguém a abriu. O sinal do elevador que anunciava a chegada de alguém no andar, soou e as portas se abriram. Olhei esperançosa de ser o Victor, mas era apenas a camareira.— Em que posso ajudar? — perguntou ela ao se aproximar de mim.— Sabe onde o hóspede deste quarto está? — perguntei-lhe. — Parece que não tem ninguém.— Ele entregou a suíte esta manhã — respondeu passando por mim e inserindo o cartão magnético na porta.A camareira a abriu e eu quase a empurrei, entrando primeiro que ela. Na sala, não estava mais as suas coisas espalhadas sobre a mesa de centro ou na mesa da copa. O quarto e o closet estavam completamente vazios e o banheiro também, não havia absolutamente nada sobre a bancada ou dentro das gave
Maya— Acho melhor você ficar mansinha comigo, porque eu tenho testemunhas de que você tem ficado no LasGold com aquele velho bilionário do Texas. O que está fazendo, Maya? Se prostituindo? — A sua arrogância fez o meu sangue ferver. — É isso que dá fazer faculdade solta por aí, longe da família. Não sabia que a falta de uma figura materna dentro de casa faria de você uma vadia. — O meu sangue transbordou e eu parti para cima dela.Acertei-lhe um forte tapa no seu rosto, jogando-a no chão. Parti para cima dela e agarrei os seus cabelos desferindo um soco abaixo do olho. Ela gritou pedindo por socorro e tentando livrar-se de mim. Acertei mais um soco mirando a sua boca e só saí de cima dela quando vi sangue escorrer por seu lábio.— Você nunca mais trate a minha mãe como se ela já estivesse morta, porque ela não está! A respeite e saiba que a vadia aqui é você! Saia da minha casa! — gritei e ela levantou-se com dificuldades, pegando a chave caída no chão. — Me dê isso aqui. — Tomei as c
MayaNo dia seguinte, acordei com Bow em cima de mim, latindo alto no meu ouvido. Sentei-me na cama e peguei o meu celular, assustando-me com as horas que eram. Passavam das duas da tarde, eu havia perdido toda a manhã. Com uma leve dor de cabeça, levantei à procura de um remédio na cozinha. Depois de tomá-lo, sentei-me à mesa e comi um prato de biscoitos com gotas de chocolate, acompanhado de um copo de leite. Bow estava agitado dentro de casa, ele não parava de latir e arranhar a porta da frente.— Pare, Bow. O seu latido ecoa na minha cabeça — pedi alto, mas ele continuou. — O que quer lá fora uma hora dessas? — perguntei irritada.Fui até ele e acariciei os seus pelos antes de abrir a porta. Ele mal esperou que eu a abrisse e saiu espremendo-se por uma fresta. Quando saí na varanda, havia um lindo arranjo de flores vermelhas sobre a pequena mesa redonda de vidro ao lado do sofá de bambu. Bow sentou-se ao meu lado e finalmente se calou. No arranjo, havia um cartão. Eu o peguei com a
MayaAmanheceu e o meu despertador no celular tocou as sete, acordando-me em um susto com a música estridente e alta. Tomei um banho e me arrumei para a viagem.— Se é a coisa certa a se fazer, eu não sei. Só sei que quero ir — disse para mim mesma, enquanto escovava os meus cabelos na frente do espelho do banheiro.Desci para a cozinha e a cafeteira havia acabado de passar o café. Servia-me de uma caneca quando a porta da sala foi aberta e o meu pai entrou com a cara tão amarrotada quanto a roupa.— Bom dia. — Estendi-lhe a caneca que havia arrumado para mim.— Eu pego outra — disse aproximando-se de mim.— Tudo bem. Pode pegar essa. Parece estar precisando mais do que eu.Ele sorriu e pegou a caneca da minha mão, antes de me dar um beijo na testa.— Obrigado, filha. Para que é a mala na sala? — perguntou sentando-se à mesa.— Eu vou passar uns dias em Seattle com alguns amigos da faculdade. Achei que a mamãe tivesse lhe dito — menti me servindo de café.— Não disse. Quando volta?— E
MayaBrandon estava imóvel e de olhos fechados no chão. Abaixei-me ao seu lado e chequei os seus sinais vitais, ele havia apenas desmaiado. Olhei para Victor e ele ainda estava sendo segurado por seus outros seguranças. Ele tinha o seu olhar vidrado em mim e o seu rosto estava vermelho de raiva.— Me soltem! — ordenou Victor em um grito e os homens o obedeceram. — Tirem esse traste daqui! — mandou antes de sair do quarto.— Você está bem, Maya? — perguntou Noberto ao se aproximar de mim.— Hum-hum... — resmunguei assentindo.Saí do quarto e parei diante de uma porta aberta no corredor. Era uma sala não muito grande, uma mistura de biblioteca com escritório. Nas paredes havia algumas estantes cheias de livros. Ao canto, um jogo de sofá e poltronas brancas. Próxima à janela, uma grande mesa de escritório e depois dela, estava Victor sentado em uma cadeira com os cotovelos apoiados sobre a mesa e o seu rosto afundado nas mãos. Entrei e aproximei-me dele lentamente. Toquei o seu ombro e co
MayaDepois do banho, vesti uma calça jeans e uma blusa de mangas compridas, o clima estava começando a esfriar. Fui para a sala e encontrei Victor sentado no sofá, tomando uísque enquanto observava o fogo na lareira elétrica. Caminhei até ele e sentei-me ao seu lado. Victor estendeu o seu braço esquerdo, o oferecendo para me aconchegar nele e assim eu fiz. Depois do jantar nos sentamos na varanda enrolados em um cobertor bebendo vinho e admirando a espetacular vista noturna da cidade.— Onde será o baile? — perguntei-lhe.— Você não precisa saber. Só tem que estar perfeita para esta noite — respondeu antes de tomar mais um gole do seu vinho.— Vamos para a cama? Está ficando mais frio aqui.— Vamos — concordou levantando-se.Fomos para o quarto e ele se trocou colocando uma calça de seda preta para dormir. Depois de vestir uma camisola, deitei-me do outro lado da cama e me ajeitei confortavelmente debaixo dos cobertores. Victor deitou-se ao meu lado e me puxou para ele. Fiquei ali nos
MayaAo chegamos à frente do prédio, o motorista abriu a porta e estendeu-me a sua mão para me ajudar a descer. O lugar era lindo, de uma arquitetura bem moderna e vidros espelhados por todo o edifício no lado de fora. Era tão alto, que o seu topo se perde em meio às nuvens e o arranha-céu. Entramos e logo Victor foi abordado por uma mulher que o esperava no hall com pastas na mão. Ela vestia um vestido preto e justo até os joelhos e com um decote um tanto exagerado para um ambiente de trabalho.— Senhor White. Seja bem-vindo a Cash Dynasty — disse estendendo a sua mão para ele, que aceitou o seu cumprimento. — Eu sou Celeste. Serei sua nova subalterna.Odiei a forma como ela se ofereceu a ele com os seus seios à mostra e apresentando-se por seu primeiro nome. Odiei mais ainda como a palavra “subalterna” saiu da sua boca. Quem ainda diz essa palavra hoje em dia?— Obrigado, senhorita... — disse Victor esperando que ela pronunciasse o seu sobrenome.— Hank — disse diminuindo o seu sorri