Victor— Oi... Como está se sentindo?— Oi, amor. — Sorri. — Bem. Apavorei você?— Sim. — Começou a chorar e abaixou sua cabeça. — Me desculpe pela briga. Foi culpa minha...— Ei... — Peguei seu queixo entre meus dedos e levantei seu rosto, para que ela me olhasse nos olhos. — Não foi culpa sua, meu anjo. — Sequei suas lágrimas. — Preciso contar algo a você e espero que me perdoe. Mas antes preciso que entenda que não escondi isso de você. Apenas estava sem coragem para lhe dizer. Assumo... fui um covarde.— O que aconteceu?— Depois do infarto, tornei a sentir dores no peito e falta de ar. Procurei meu cardiologista em Houston e ele me submeteu a centenas de exames. Maya... meu coração está fraco. Ele está se cansando muito rápido. Talvez um dia eu durma e não acorde. Você sabe que o problema coronário não tem cura e que sua tendência é piorar.As lágrimas lavavam seu rosto.— Está dizendo que vou perdê-lo logo mais?— Estou. — Um bolo se formou em minha garganta.— Por isso não quer
MayaDepois do intervalo voltamos ao estágio. Às seis horas deixei o hospital e fui direto para onde Victor estava.— Olá.— Olá, Dra. White — cumprimentou Victor sorrindo.— Ainda não sou doutora, mas falta pouco. — Beijei-o.— Onde está Caleb? — perguntei olhando em volta e dando por sua falta.— Foi comer e já deve estar voltando.— Você já comeu? Está sentindo alguma coisa estranha?Ele riu.— Sim, acabei de jantar. E não, estou bem.— Eu me preocupo.— Eu sei. — Segurou minha mão.— Se importa se eu for à exposição sozinha?— Ah, é mesmo. Tínhamos uma exposição de fotos hoje.— Tínhamos.— Vou pedir ao Noberto que cuide de você pessoalmente. Mas, por favor, amor... tome cuidado, okay? Não se esqueça de que aquele louco ainda está à solta.— Não se preocupe. Devo chegar até as dez em casa.— Me liga?— Ligo sim.— Já estou com saudade de você, querida.— Também estou. Previsão para a alta?— Amanhã, pela manhã.— Eu venho buscar você.— Vou estar aqui te esperando. — Sorriu.Caleb
MayaAs horas passaram e a exposição chegou ao fim após o leilão das fotos, que arrecadaria fundos para uma fundação não governamental na África. O jantar foi ótimo. Boa conversa e não enrolamos para comer ou pedir nossos pratos.— A conta, senhores — anunciou o garçom ao colocá-la sobre a mesa.— Eu pago. Um presente ao Joshua pela sua exposição de sucesso esta noite — disse Richard pegando a conta e entregando-a ao garçom junto ao seu cartão de crédito.— Não, que isso... não precisa, Sr. Malone. Eu pago meu consumo — falei estendendo meu cartão ao garçom.— Por favor, Maya. Eu insisto. — Ele segurou minha mão, impedindo o garçom de pegar meu cartão de crédito. — E vou pedir a você o mesmo que já pedi a Débora esta noite. Fora do hospital e da universidade, sou apenas Richard.— Desculpe. — Puxei minha mão da sua.— Não precisa se desculpar por isso.Sorri envergonhada. Deixamos o restaurante e Débora se despediu de nós, logo após seu namorado. Eles se foram e Richard ficou comigo n
VictorDepois que Maya saiu para o estágio, fui para uma reunião em meu novo escritório no centro da cidade. Ainda estava lá assinando alguns documentos antes de me reunir com alguns sócios em dez minutos, quando minha secretária passou afoita pela porta segurando nas mãos um tablet.— Senhor White...— Sim. Algum problema?— Acho melhor o senhor ver isso?— Estendeu-me o aparelho.Peguei-o e fiquei confuso com a foto que vi. Que porra era aquela?Será que o romance mais clicado do momento chegou ao fim depois de boatos de que Victor White e sua namorada, Maya Valentine, de apenas 22 anos, teriam se casado em uma cerimônia íntima no Havaí?A Srta. Valentine (ou Sra. White, não sabemos) foi vista aos beijos com um homem lindo, identificado como como Dr. Richard Malone, cardiologista do Hospital Memorial Hallie Corel e professor da universidade de medicina de Oklahoma, onde por acaso a mocinha envolvida na história estuda atualmente. Segundo uma fonte, após um jantar no restaurante fran
VictorAtingi-lhe com outro soco na mandíbula, seguido de mais um contra seu nariz fazendo o sangue jorrar. Ele revidou e atingiu-me na maçã do rosto, fazendo-me afastar dele. Peguei-o pela gola da camisa e joguei-o contra a mesinha de centro à minha esquerda, fazendo-o cair sobre ela e o vidro estilhaçar. Parti para cima dele apoiando meu joelho direito sobre seu tórax para mantê-lo no chão. Com a mão esquerda agarrei seu pescoço, enquanto com a outra o soquei duas vezes seguidas na face. Um grito estridente, quase ensurdecedor, interrompeu o terceiro soco que viria a seguir. Olhei para a porta e havia uma mulher parada ali, olhando-nos com olhos arregalados e a mão cobrindo a boca aberta com espanto. Richard empurrou-me de cima dele e eu me coloquei de pé observando sua figura com olho roxo, nariz quebrado e hematomas na mandíbula.— Se chegar perto da minha mulher outra vez... eu mato você! Entendeu? Eu mato você! — berrei e deixei a sala passando pela moça assustada.Voltei para c
MayaSe havia algo que odiava e que me dava vontade castigá-la dolorosamente, era quando alguma coisa acontecia a Maya e eu era o último a saber. Não entendia por que me esconder um acontecimento grave, sabendo que, no fim, quem poderia ajudá-la seria apenas eu. Mas eu não conseguia ser um dominante severo com ela. Não entendia o que me acontecia, apenas não conseguia. Acho que o problema era que a amava demais, até mais do que eu mesmo. O amor sempre atrapalha a dominância de um homem. Não que isso seja uma reclamação, mas é por esse motivo que muitos dominadores e mestres não se deixam envolver demais ou têm contratos que estipulam o tempo que a relação irá durar.Passei o polegar por seus lábios e os contemplei em silêncio. Arrastei a ponta do chicote suavemente por seu corpo assistindo a sua pele se arrepiar. Maya fechou os olhos e respirou fundo soltando o ar vagarosamente pela boca entreaberta. Afastei-me e sentei no sofá depois de me servir de mais uma dose de uísque.— Vem até
MayaNa manhã seguinte, voltamos para casa. O clima de romance entre nós dois ainda estava forte. Victor abriu a porta da entrada e deu-me passagem vindo logo depois de mim. Vovó apareceu no hall com um sorrisinho enigmático e nos desejou um bom-dia.— Vocês perderam o café da manhã.— Desculpe, vovó. Acordamos um pouco tarde.— Pensei até que tivesse ido direto para a faculdade.— Eu não vou hoje.— Tem faltado bastante nesta semana, não acha? — Olhou-me com uma das sobrancelhas arqueadas e um olhar repreensivo.— É que essa semana tem sido meio difícil.— Vou subir para tomar um banho. Você vem? — perguntou Victor.— Eu já vou.Ele pegou nossas malas e subiu.— Eu vi na internet... você e o professor. Quer conversar?— Meu pai viu?— Acho que não. Ao menos não comentou nada. Ele é desligado com essas coisas, você o conhece.— Onde ele está agora?— Saiu bem cedo. Disse que tinha coisas para fazer.— Não falou para onde ia?— Não.— Caleb já foi para a escola?— Saiu há dez minutos c
MayaSegui para a sala de estar e sentei em uma das poltronas.— Por favor, sentem-se.Eles se sentaram no sofá à minha frente e Elliot se instalou de pé ao meu lado.— Bem... Sabe nos dizer onde estava seu marido ontem à noite? — perguntou o detetive Garcia.— Claro. Comigo no hotel Gleen Palace.— A noite toda? — questionou o outro.— A noite toda.— O que faziam lá?— Acho que não preciso descrever o que eu e meu marido fizemos em um quarto de hotel — disse um tanto rude.— Desculpe. Mas preciso saber se estavam sozinhos.— Sim, estávamos.— A que horas deram entrada? — perguntou o detetive Washington.— Eu não sei ao certo. Acho que umas cinco da tarde.— A que horas deixaram o hotel?— Hoje de manhã, uma hora atrás.— Deixaram o hotel durante a noite em algum momento?— Não.— Nem seu marido sozinho? Entre as onze e meia-noite e meia?— Posso garantir que entre as onze e meia-noite e meia Victor estava comigo.— Certo — disse Garcia e respirou fundo. — Segundo um tabloide na inte