MayaElliot me levou até a faculdade, e assim que entrei no campus, logo avistei Débora, uma nova amiga.— Oi.— Maya... Oi. Pronta para apresentar o seminário?— Não sei se pronta é a palavra certa, mas vamos lá.Ela riu.A caminho para o auditório cruzei com o professor o qual estava me ajudando.— Bom dia, meninas — desejou ele.— Bom dia, Sr. Malone — retribuímos em uníssono.Richard Malone era um homem alto, de meia-idade, alguns fios grisalhos nas têmporas, sorriso encantador e uma ótima pessoa além de um exímio professor de cardiologia.— Indo para o auditório?— Sim e você? — perguntei.— Indo para a minha primeira aula do dia.— Temos que ir, Maya — falou Débora olhando as horas no seu relógio de pulso.— Claro. Tenha um bom-dia, professor.— Vocês também. — Sorriu simpaticamente e passou por nós.— Professor... — chamei-o. Ele parou e virou-se para mim.— Sim?— Só quero agradecer novamente por ter me indicado ao estágio. Não sabe o quanto sou grata por isso.Ele riu e aprox
Victor— Maya... Isso foi feito há mais de dez anos, quando fiz minha vasectomia. Guardei porque tinha esperança de encontrar alguém logo mais, mas o tempo passou e isso demorou a acontecer. Eu sequer lembrava que isso ainda existia. Havia uma cláusula no contrato que dizia que os embriões só podiam ficar congelados por cento e vinte meses. Pensei que já tivessem sido descartados. Acha mesmo que esconderia isso de você?Ela encarou-me cheia de tristeza. Os olhos que só me deram amor e excitação, naquele instante estavam cheios de mágoa e decepção.— Amor... Por que quer tanto brigar por filhos agora? Você ainda é jovem demais.— O fato de eu não querer engravidar neste exato momento, não me impede de lutar por algo que desejo no meu futuro próximo!— Maya...— Não! — interrompeu-me. — Você é um egoísta! Eu não entendo o porquê de não querer, quando disse uma vez que desejava tudo comigo. Por que quer tirar isso de mim, Victor? Não entende que quero ter algo de você comigo para sempre?
Victor— Oi... Como está se sentindo?— Oi, amor. — Sorri. — Bem. Apavorei você?— Sim. — Começou a chorar e abaixou sua cabeça. — Me desculpe pela briga. Foi culpa minha...— Ei... — Peguei seu queixo entre meus dedos e levantei seu rosto, para que ela me olhasse nos olhos. — Não foi culpa sua, meu anjo. — Sequei suas lágrimas. — Preciso contar algo a você e espero que me perdoe. Mas antes preciso que entenda que não escondi isso de você. Apenas estava sem coragem para lhe dizer. Assumo... fui um covarde.— O que aconteceu?— Depois do infarto, tornei a sentir dores no peito e falta de ar. Procurei meu cardiologista em Houston e ele me submeteu a centenas de exames. Maya... meu coração está fraco. Ele está se cansando muito rápido. Talvez um dia eu durma e não acorde. Você sabe que o problema coronário não tem cura e que sua tendência é piorar.As lágrimas lavavam seu rosto.— Está dizendo que vou perdê-lo logo mais?— Estou. — Um bolo se formou em minha garganta.— Por isso não quer
MayaDepois do intervalo voltamos ao estágio. Às seis horas deixei o hospital e fui direto para onde Victor estava.— Olá.— Olá, Dra. White — cumprimentou Victor sorrindo.— Ainda não sou doutora, mas falta pouco. — Beijei-o.— Onde está Caleb? — perguntei olhando em volta e dando por sua falta.— Foi comer e já deve estar voltando.— Você já comeu? Está sentindo alguma coisa estranha?Ele riu.— Sim, acabei de jantar. E não, estou bem.— Eu me preocupo.— Eu sei. — Segurou minha mão.— Se importa se eu for à exposição sozinha?— Ah, é mesmo. Tínhamos uma exposição de fotos hoje.— Tínhamos.— Vou pedir ao Noberto que cuide de você pessoalmente. Mas, por favor, amor... tome cuidado, okay? Não se esqueça de que aquele louco ainda está à solta.— Não se preocupe. Devo chegar até as dez em casa.— Me liga?— Ligo sim.— Já estou com saudade de você, querida.— Também estou. Previsão para a alta?— Amanhã, pela manhã.— Eu venho buscar você.— Vou estar aqui te esperando. — Sorriu.Caleb
MayaAs horas passaram e a exposição chegou ao fim após o leilão das fotos, que arrecadaria fundos para uma fundação não governamental na África. O jantar foi ótimo. Boa conversa e não enrolamos para comer ou pedir nossos pratos.— A conta, senhores — anunciou o garçom ao colocá-la sobre a mesa.— Eu pago. Um presente ao Joshua pela sua exposição de sucesso esta noite — disse Richard pegando a conta e entregando-a ao garçom junto ao seu cartão de crédito.— Não, que isso... não precisa, Sr. Malone. Eu pago meu consumo — falei estendendo meu cartão ao garçom.— Por favor, Maya. Eu insisto. — Ele segurou minha mão, impedindo o garçom de pegar meu cartão de crédito. — E vou pedir a você o mesmo que já pedi a Débora esta noite. Fora do hospital e da universidade, sou apenas Richard.— Desculpe. — Puxei minha mão da sua.— Não precisa se desculpar por isso.Sorri envergonhada. Deixamos o restaurante e Débora se despediu de nós, logo após seu namorado. Eles se foram e Richard ficou comigo n
VictorDepois que Maya saiu para o estágio, fui para uma reunião em meu novo escritório no centro da cidade. Ainda estava lá assinando alguns documentos antes de me reunir com alguns sócios em dez minutos, quando minha secretária passou afoita pela porta segurando nas mãos um tablet.— Senhor White...— Sim. Algum problema?— Acho melhor o senhor ver isso?— Estendeu-me o aparelho.Peguei-o e fiquei confuso com a foto que vi. Que porra era aquela?Será que o romance mais clicado do momento chegou ao fim depois de boatos de que Victor White e sua namorada, Maya Valentine, de apenas 22 anos, teriam se casado em uma cerimônia íntima no Havaí?A Srta. Valentine (ou Sra. White, não sabemos) foi vista aos beijos com um homem lindo, identificado como como Dr. Richard Malone, cardiologista do Hospital Memorial Hallie Corel e professor da universidade de medicina de Oklahoma, onde por acaso a mocinha envolvida na história estuda atualmente. Segundo uma fonte, após um jantar no restaurante fran
VictorAtingi-lhe com outro soco na mandíbula, seguido de mais um contra seu nariz fazendo o sangue jorrar. Ele revidou e atingiu-me na maçã do rosto, fazendo-me afastar dele. Peguei-o pela gola da camisa e joguei-o contra a mesinha de centro à minha esquerda, fazendo-o cair sobre ela e o vidro estilhaçar. Parti para cima dele apoiando meu joelho direito sobre seu tórax para mantê-lo no chão. Com a mão esquerda agarrei seu pescoço, enquanto com a outra o soquei duas vezes seguidas na face. Um grito estridente, quase ensurdecedor, interrompeu o terceiro soco que viria a seguir. Olhei para a porta e havia uma mulher parada ali, olhando-nos com olhos arregalados e a mão cobrindo a boca aberta com espanto. Richard empurrou-me de cima dele e eu me coloquei de pé observando sua figura com olho roxo, nariz quebrado e hematomas na mandíbula.— Se chegar perto da minha mulher outra vez... eu mato você! Entendeu? Eu mato você! — berrei e deixei a sala passando pela moça assustada.Voltei para c
MayaSe havia algo que odiava e que me dava vontade castigá-la dolorosamente, era quando alguma coisa acontecia a Maya e eu era o último a saber. Não entendia por que me esconder um acontecimento grave, sabendo que, no fim, quem poderia ajudá-la seria apenas eu. Mas eu não conseguia ser um dominante severo com ela. Não entendia o que me acontecia, apenas não conseguia. Acho que o problema era que a amava demais, até mais do que eu mesmo. O amor sempre atrapalha a dominância de um homem. Não que isso seja uma reclamação, mas é por esse motivo que muitos dominadores e mestres não se deixam envolver demais ou têm contratos que estipulam o tempo que a relação irá durar.Passei o polegar por seus lábios e os contemplei em silêncio. Arrastei a ponta do chicote suavemente por seu corpo assistindo a sua pele se arrepiar. Maya fechou os olhos e respirou fundo soltando o ar vagarosamente pela boca entreaberta. Afastei-me e sentei no sofá depois de me servir de mais uma dose de uísque.— Vem até