MayaQuando o relógio marcou cinco horas, fui para a parada e peguei o ônibus chegando em meia hora no trabalho. Ao entrar, a primeira pessoa que avistei foi o Pette parado no meio da pista de dança espelhada, em reunião com os seguranças. Ele encarou-me com sua feição fechada e aquele olhar estranho intimidou-me. Abaixei minha cabeça e fui para o vestiário encontrando Zoe ao entrar.— E aí, menina? — cumprimentou-me ela.— Oi, Zoe. Pette me disse no sábado, para eu pegar o novo uniforme da área VIP com você.— Ele me avisou. Já coloquei no seu armário. Você está linda! Tem cabelos muitos bonitos para ficarem sempre presos em um rabo de cavalo sem graça. — Sorriu.— Obrigada. — Retribuí seu sorriso.Abri meu armário, guardei minha bolsa e peguei a camiseta do uniforme. Segurei-a estendida à minha frente e encarei o pedaço de pano com o logotipo da Wilcox.— Gostou? — perguntou ela.— Não! Olha para isso, meus seios vão ficar saltando para fora e minha barriga à mostra.Zoe gargalhou n
MayaJá passavam das cinco quando saímos do bar. Eu estava tão cansada, que nem me lembrei de chamar um táxi para voltar ao hotel. Esqueci completamente de que não tinha companhia para minha caminhada noturna.— Vai voltar sozinha para casa? — perguntou Tyler, quando saímos na calçada.— Sim. Minha companheira está de folga hoje, se lembra?— Se quiser, eu te levo até o hotel. Nunca se sabe se sua caminhada será perigosa ou não, ainda mais com esse maníaco à solta.— Não precisa — disse uma voz masculina conhecida.Olhei para o lado e vi Allan se aproximar de nós.— Tudo bem. Vou nessa... Tchau, Maya.Tyler saiu em direção do seu carro e Allan parou à minha frente dando-me um beijo leve nos lábios.— Você está bem? — perguntou acariciando meu rosto.— Estou cansada. E você?— Estou bem. — Sorriu docemente. — Desculpe-me não te ligar durante a tarde, é que foi tudo uma loucura hoje.— Eu soube do outro corpo que encontraram.— É... Por isso vim buscá-la.— Não estava trabalhando por pe
MayaEntramos e seguimos para o bairro de Bucktown. À primeira vista, se parecia ser um ótimo lugar para se morar. Muitos comércios, como: cafeterias, restaurantes, floriculturas e etc.. As ruas eram limpas e as calçadas organizadas, nada de barraquinhas de comida montadas sobre elas, apenas algumas mesas de restaurantes eram postas ali fora, de modo que não atrapalhava o fluxo dos pedestres. O prédio era de esquina e meio antigo, se percebia pelo design retrô da obra, porém, recém-reformado.Descemos do carro e subimos pelo elevador direto para o quarto andar. Allan tirou a chave do bolso de sua calça e abriu a porta dando-me passagem para entrar primeiro. O apartamento era pequeno e lindo. As paredes brancas davam um ar clean ao lugar. Era gostoso e aconchegante de se estar ali, já pude até me imaginar morando com Sasha. As janelas da sala eram de vidro e iam de um metro acima do piso de madeira clara, até o teto. Uma ilha espaçosa de pedra clara com uma pia acoplada e banquetas alta
MayaAllan não parou depois que gozei, Allan continuou e pediu de maneira rude, que soou mais como uma ordem, para que eu gozasse novamente apertando seu pau como da última vez. Assim fiz sem demora, e ele finalmente gozou em urros animalescos. Ainda não tínhamos feito sexo de maneira tão bruta e intensa. Eu mal conseguia me lembrar em detalhes de como tinha sido a vez em que transamos no carro. Confesso que aquela noite estava meio alcoolizada, e tudo que me recordava era que tinha sido gostoso e que ele era um gato. A segunda vez, em sua casa, havia sido incrível, mas ele não me mostrou esse seu lado tão... bruto, digamos assim.Saciados, ele se deitou sobre mim e beijou-me tirando o resto de fôlego que existia em meu peito. As chaves estavam nas algemas, facilitando para desprendê-las, enquanto ainda me beijava. Sem dizer nada um ao outro, ficamos assim; abraçados, com seu rosto enterrado em meu pescoço, até que nossa respiração e batimentos cardíacos se normalizassem outra vez.— V
Maya— Recebi uma foto de um número privado ontem. Era uma foto da Penny se encontrando com a Eliza no estacionamento de um supermercado em Houston. Penny era a única que sabia sobre minha tentativa de me prostituir. E se foi ela quem passou essa informação a Eliza? De que outro jeito essa mulher iria descobrir sobre isso? Ou pior... e se Penny me induziu a ir àquela maldita festa, por que sabia o que iria acontecer? Eu chorei abraçada a ela, Clarice.— Faz todo sentido. Não sei o que dizer, Maya. Vocês eram muito amigas. — Não. Eu era muito amiga dela. Penny apenas fingiu e, na primeira chance por dinheiro, apunhalou-me pelas costas.— Eu sinto muito.— Como já disse... Esqueça. Me fale sobre minha mãe. Como ela está?— Está na mesma, querida. Talvez uma visita sua a faça reagir.— Ainda não estou pronta para voltar, Clarice. Não estou pronta para o meu pai.— Tudo bem. Irei respeitar seu tempo, mas... só não demore demais, Maya.— Não vou — prometi antes de despedir e encerrar a li
Maya— Quando vim para cá, parti deixando um amor para trás. Um amor que acredito estar perdido, mas que ainda está vivo em mim. Mudei para tentar seguir em frente e recomeçar de novo a vida. Claro que não foi somente por isso que tomei essa decisão, mas esse foi um dos principais motivos que me levou a ela. Acho que por isso não quis dar um nome para o que está acontecendo entre nós. Não quero lhe dar falsas expectativas sobre nós. Só queria que as coisas fossem legais e descomplicadas. E por favor... por favor, Allan, não pense que estou lhe usando para esquecer alguém, porque não estou. Quando digo que gosto de você, eu realmente estou falando a verdade.— Ele foi tão forte assim na sua vida, para você ter que recomeçar?— Foi.Foi com Victor que descobri o significado da palavra amor. Achava que já tinha amado antes, mas não. Só havia me apaixonado e, outras vezes, me iludido.Allan ficou em silêncio por alguns segundos, enquanto olhava para o nada atrás de mim, como se pensasse e
MayaFiquei por alguns minutos olhando para o celular e pensando no que poderia estar me aguardando no dia seguinte. Deixei o celular sobre a cama e fui até a sala. Já era quase meio-dia e Sasha ainda não havia voltado para casa depois que saiu logo pela manhã dizendo que estava indo resolver alguns assuntos pessoais. Então, eu fui para a cozinha preparar qualquer coisa para comer. Estava pegando os ingredientes para preparar um sanduíche natural, quando a campainha tocou. Caminhei até a porta e olhei pelo olho mágico antes de abri-la.— Com fome? — perguntou Allan erguendo duas sacolas com comida chinesa.— Estou faminta. Entra.Ele entrou e deu-me um beijo rápido nos lábios antes de ir até a mesa e colocar as sacolas sobre ela.— Como você está? Dormiu esta noite? — perguntei aproximando-me dele.— Dormi sim — respondeu-me tirando sua jaqueta preta de couro e colocando-a no encosto de uma das cadeiras. — Mas bem eu não estou. Estava com saudade de você. — Sorriu encantador.Com movi
MayaVirei-me para trás em um pulinho e vi uma mulher loira de estatura baixa, que vestia preto da cabeça aos pés.— Sim. Meu nome é Maya. Eu vim ver o Tyrone...— Já sei o que veio fazer — interrompeu-me sendo um tanto hostil. — Vou avisar que você chegou.Ela passou por mim e desapareceu pelas portas de aço, mas logo voltou com Tyrone, que abriu um enorme sorriso quando me viu.— Achei que não me ligaria mais — disse animado, vindo até mim. — Como você está, querida? — cumprimentou-me com um beijo no rosto.— Bem, obrigada. E você?— Ótimo, como todos os dias. — Gargalhou. — Venha e seja bem-vinda. — Ele saiu à minha frente e eu o segui passando pelas portas duplas. — Fique à vontade, Maya. Este é meu estúdio, onde minha mágica acontece.O lugar era enorme, ocupava praticamente todo o andar e continha vários cenários diferentes.— Ela é nossa salvadora? — perguntou uma mulher de cabelos negros encaracolados.— Ela mesma — respondeu Tyrone.— Prazer em conhecê-la. Sou Lucy — apresent