Levantando-se da bancada, ela seguiu pelo corredor, determinada a garantir que a refeição não fosse desperdiçada.
Ela bateu na porta algumas vezes, mas não obteve resposta. — Será que ele saiu e eu não percebi? – pensou em voz alta. — Deve ter sido na madrugada. Ponderou por alguns segundos, olhando para a porta. — Bom... Se ele não está, irei arrumar o seu quarto. – decidiu, abrindo a porta. Ao abrir a porta subitamente, Amora se deparou com uma cena picante, algo que não deveria ter acontecido. Yaman e uma mulher estavam em momentos íntimos de prazer, e ela sentiu-se envergonhada com a cena. Seus olhos arregalados expressavam sua surpresa e desconforto diante da situação inesperada. Yaman, atordoado, se enrolou no lençol à sua frente, sua expressão uma mistura de indignação e fúria. A mulher que estava na cama, coberta por outro lençol, lançou um olhar furioso para Amora. — Quem lhe deu permissão para entrar? – esbravejou com raiva. — Menina, você é muito sem noção mesmo. O cheiro de álcool exalava a cada palavra dita por ele. — Desculpe, Sr. Como não respondeu, pensei que havia saído. – ela disse sem jeito quase gaguejando, tentando encontrar as melhores palavras. A moça, que até então estava deitada, levantou-se e foi até a porta, encarando Amora com desdém. — Quem é essa vadia, Yaman? – perguntou, dirigindo-se a Amora com um tom de desprezo. O olhar de Amora entregou o sentimento de ofensa que ela havia recebido. Ela olhou para Yaman, mas ele permaneceu calado. — Olha, garota estraga-prazeres, sinto cheiro de vagabunda no ar. Não te conheço, mas não tente se meter com meu Yaman. – a moça distribuía ofensas gratuitas, enquanto Yaman apenas observava. Mesmo tentando, Amora não conseguiu conter a lágrima que começou a rolar em seu rosto. Sentindo-se desamparada diante da injustiça da situação, ela se trancou em seu próprio quarto e começou a chorar baixinho no travesseiro, buscando algum conforto em meio à turbulência emocional que se abateu sobre ela. Após uma hora, a mulher que estava com Yaman foi embora, e ele decidiu-se dirigir-se à cozinha. Ao entrar, seus olhos foram imediatamente atraídos para a mesa onde o delicioso café da manhã que Amora havia preparado aguardava pacientemente. Ele se sentou na cadeira, um pouco pensativo, e tomou uma xícara de café fumegante enquanto observava ao redor. No entanto, para sua surpresa, não viu sinal de Amora. Uma sensação de desconforto começou a se instalar em seu peito ao perceber a ausência dela. Onde estaria Amora? Por que ela não estava ali para compartilhar o Kahvalti que preparou com tanto cuidado? Mesmo sabendo a resposta, Yaman levantou-se da mesa e dirigiu-se até a frente da porta do quarto de Amora. Na incerteza, ele começou a bater na porta do quarto dela, sua mente inundada com pensamentos turbulentos. Ouvindo as batidas na porta, Amora se recompôs imediatamente. Ao olhar no espelho, viu que seu rosto estava inchado pelo choro e seu nariz estava vermelho, mas não havia como mudar isso naquele momento. Yaman estava batendo tão forte na porta que parecia capaz de derrubá-la a qualquer momento. Com um suspiro, Amora abriu a porta e viu Yaman se afastar imediatamente. — Desculpe a demora, Sr. Como posso ajudá-lo? – perguntou, tentando manter a compostura. — Não quero tomar café sozinho, venha comigo. – respondeu rispidamente. Contudo, não deixou de notar o rastro de dor que ele causou nela. — Sim, Sr. – respondeu, tentando ser o mais profissional possível. — Pode me chamar de Yaman, não mordo, por isso. – Yaman disse, analisando-a atentamente. — Perdão, Sr., mas somos apenas patrão e empregada. Não devo e nem quero ultrapassar o limite da intimidade. – Amora falou, desprovida de qualquer emoção. Ao ouvir isso, Yaman não gostou e saiu pisando duro rumo à cozinha. Amora o seguiu e ficou em pé ao lado dele enquanto ele tomava seu café da manhã, mantendo uma postura profissional, mas sentindo a tensão no ar. — Sente-se, menina, e comece a comer. Não quero que depois você passe mal e eu seja acusado de deixá-la passando fome – articulou autoritário. Amora, sem retrucar, sentou-se à mesa e começou a tomar o seu café. Então, lembrou-se do seu uniforme e decidiu perguntar: — Sr., quando receberei o meu uniforme e todas as instruções? Nada aqui fica fora do lugar, então não sei o que fazer direito – ela falou temerosa. Ele olhou para ela como se pensasse em uma resposta, então disse: — Não quero que use um uniforme, até porque se precisar sair comigo, não quero você atrás de mim com aquela roupa horrorosa! – disse sendo sincero. Ela sentiu alívio ao notá-lo mais brando. – Na verdade, você não irá fazer serviços pesados. Apenas irá cuidar das coisas básicas, como meu quarto, as refeições e anotar algum recado. Também será assim no apartamento, até porque terá uma equipe de limpeza. – explicou a ela. – Terei muito tempo livre então... – Amora pensou em voz alta. – Sim, terá mesmo. Você pode ler ou fazer qualquer outra coisa que mulheres gostam. Se for sair, deve me avisar antes. – completou ele. – Obrigada! – falou em um sussurro. – Pelo que? – Yaman perguntou. – Por me receber em seu lar e me dar trabalho. Eu não saberia o que fazer da minha vida neste momento. – foi sincera em suas palavras. – Não precisa me agradecer, faça isso ao meu pai. – falou enquanto bebia um gole do suco de romã. – Já fiz isso, Sr. Meu padrinho é um bom homem! – falou carinhosa. — Isso você tem razão, porém ele ficou triste com você. Ao invés de ser tratada como a filha que ele nunca teve, você optou por trabalhar para nós – expressou enquanto olhava nos grandes olhos castanhos escuros dela, esperando uma resposta. — Meus pais sempre me ensinaram que não devemos nos aproveitar da bondade de outra pessoa e que o melhor é trabalhar para não ser dependente. – disse pensativa — Aprendi muito bem a cuidar de uma casa, por isso falei que preferia, no momento, ser uma das empregadas, já que de outro jeito não conseguiria um trabalho facilmente. — Entendi o seu ponto de vista, mas já que está aqui, agora me pertence! – ele falou com sua voz rouca, olhando intensamente para Amora. Amora olha para Yaman um pouco intimidada com suas palavras, então diz: — Sr., não brinque assim comigo. – ela pede — Você se assusta fácil, Amora. Talvez eu goste de ter você por perto – Yaman levanta-se e sai, deixando-a sozinha à mesa. Ele vai para o aconchegante sofá e começa a mexer no seu laptop. Yaman levanta sua visão por alguns instantes e observa Amora no mesmo lugar, com uma expressão de confusão no rosto. Ele sorri de canto e continua a mexer em seu aparelho.Após algumas horas do constrangimento que Amora sofreu, ela estava na sala, lendo um caderno de receitas e procurando algo delicioso para fazer ao meio-dia, quando Yaman sai do seu quarto perfeitamente alinhado em seu terno preto. Seu cheiro amadeirado exala na sala, deixando o ar agradável. Ao olhar para Amora, ele pergunta:— Estou bonito, Amora? – se aproxima, sentando ao lado dela no sofá.— Creio que sim, Sr. Yaman! – ela responde envergonhada.— Tem namorado, Amora? Você é uma moça muito bonita para não ter um pretendente. – a elogia, vendo as bochechas dela ficarem vermelhas.— Penso que não temos tanta intimidade assim para falar sobre isso – ela responde rispidamente.Ela se levanta do sofá, saindo de perto dele. Yaman passa os dedos sobre a almofada do sofá, como se estivesse pensando em algo importante.— Gosto do seu jeito. A verdade é que essa carinha de inocente não tem medo de mim! – ele diz, olhando para o nada.— O Sr. não é um animal para que eu tenha medo. Apenas t
Sentado no confortável sofá, tomando Glenfiddich, Yaman espera pacientemente por Amora. Ele vê que estão alguns minutos atrasados, porém seu semblante continua sereno como a noite.Logo a sua espera acaba ao ouvir a porta ser aberta e Amora adentrar a sala deslumbrante com seu longo e elegante vestido vermelho. O decote sutil em V realça sua feminilidade, enquanto o tecido fluido cai suavemente em suas curvas, criando uma silhueta elegante e sedutora. O vestido possui detalhes delicados de renda preta, que adicionam um toque de sofisticação e mistério. Nos pés, ela usa um par de sapatos de salto alto pretos, com tiras delicadas que envolvem o tornozelo, adicionando um toque sensual ao seu visual. Os sapatos possuem detalhes em pequenos diamantes que brilham delicadamente a cada passo que ela dá em direção a Yaman.Ele sorri para ela sem dizer uma única palavra, enquanto termina de tomar seu Glenfiddich.Para completar o visual, Amora usa joias discretas, mas elegantes: um par de brinc
Amora, sem querer, deixa a taça deslizar de sua mão, assustando tanto Zeynep quanto Yaman e revelando que ouviu a conversa deles.— Essa menina é muito intrometida, Yaman. Ela estava ouvindo a nossa conversa. – Zeynep diz amargurada, querendo atacar Amora, no entanto e segurada por Yaman.Amora tenta ir embora, mas é parada por Yaman quando ele a puxa pelo braço, machucando-a.— Você não tem jeito mesmo, né, menina? É a segunda vez que faz o que não deve, penso que terei que lhe dar um castigo. – ele diz bravo.— Não precisa, Sr. Yaman. Estarei me retirando da mansão o mais rápido possível para não o incomodar mais! – murmura, tentando tirar a mão dele que segura seu braço.Yaman a olha com mais fúria, machucando-a até ver as lágrimas escorrerem pelo rosto dela.— Por favor, me solte, Sr., ou terei que gritar – ela implora. — Está doendo muito.Ele a solta, vendo-a ir em direção à sua ala privativa.— Nem pense
Após uma noite exaustiva sem conseguir dormir, Amora levanta-se, arrastando-se até o banheiro para fazer sua higiene matinal. Após terminar o banho, ela se arruma e prende seus cabelos em um coque frouxo. Saindo do quarto, vai direto tomar água e um comprimido para dor de cabeça, suas olheiras enormes denunciando a falta de sono, ela sente-se cansada e fraca!Sentindo-se mal, ela caminha até o sofá e se deita, encolhendo-se em posição fetal. Yaman sai do seu quarto e observa Amora deitada de olhos fechados. Ele se aproxima dela.— Amora? – chama, porém ela não responde.Sentando-se ao lado dela, ele põe a mão em seus cabelos, sua expressão mudando ao sentir algo diferente.— Amora, acorda. – Yaman a chama novamente suavemente, para não assustá-la — Você está com febre!Como ela não responde, ele pega o termômetro e mede sua temperatura. Ao ver que está com 40°C, a pega no colo, levando-a para o seu próprio quarto.Yaman a deixa em sua cama e vai encher a banheira, deixando a água em t
Yaman arruma-se casualmente após receber uma ligação e sai, deixando Amora sozinha. Sem ânimo, ela começa a pensar em sua trajetória enquanto ferve um pouco de leite com mel. Ao adentrar a sala, ela olha o seu reflexo no enorme espelho estampado na parede, vestida em uma camisa branca de Yaman que lhe serve de vestido, meias listradas nos pés e seu cabelo em um coque alto bagunçado ela diz:— O que está fazendo da sua vida, Amora? – pergunta, tocando o espelho.— Você não dará conta de seguir com essa loucura, lhe conheço o suficiente para saber que dará errado! – afirma enquanto conversa sozinha.— Será uma oportunidade única, assim não ficarei desamparada e sem lar! – a feição sedutora agora se torna indecisa.— Não vale a pena se sujeitar a isso, Amora. Ele só está pensando no seu futuro herdeiro, você sairá com o coração partido quando essa história acabar! – sua consciência grita, fazendo a sua cabeça latejar. Enquanto Amora fica sozinha em casa, perdida em seus pensamentos e i
No entanto, Amora interrompeu bruscamente o clima entre eles, tentando tirar Yaman de cima dela. Ele cai para o lado da cama, frustrado, colocando o braço sobre a cabeça. Ela o olha um pouco nervosa, e Yaman, sentindo o olhar dela, pergunta:— Fiz algo de errado? — sua voz sai frustrada, porém calma.— Não, não! — ela está um pouco trêmula, porém tenta disfarçar. — Então você não gostou, e isso? — ele pergunta, agora olhando para ela.Antes de responder, Amora vira a cabeça para o lado, sem querer olhar nos olhos dele. — Tudo está indo rápido demais, eu... Eu não quero que seja assim. — ela tenta explicar, mas sua voz falha.— Assim como? Preciso que me diga exatamente o que pensa, o que deseja. — sua voz é suave.— Eu sei que temos um não relacionamento, mas quero que pelo menos minha primeira vez seja romântica, entende? — ela diz envergonhada.— Deixe o nosso "não relacionamento" de lado neste momento. Jamais seria bruto com você em sua primeira vez, não sou insensível a esse pon
Ao amanhecer, Yaman entra abruptamente no quarto de Amora. Ele vai até ela puxando o lençol.— Acorda, Amora, você precisa se arrumar, temos visita! — ele fala, puxando-a da cama.— Vá embora, não quero falar com você. — responde, magoada. Sua voz rouca entrega que adormeceu enquanto chorava.— Não seja birrenta e vá logo se arrumar. — ele expressa, com seu jeito mandão, porém num tom brincalhão. — Onde vamos? — Amora pergunta, levantando-se da cama, ainda sonolenta. — O juiz está aqui, iremos nos casar agora mesmo! — ele sorri ao ver a expressão dela, aproximasse e beija às bochechas rosadas que Amora têm. No entanto, Yaman sente-se estranho com o desejo e necessidade que o angústia para tocar a pele delicada que Amora possui.— Não quero, te odeio! — pronuncia, bufando de raiva, o empurrando para longe. — Você que sim, princesinha. E se arrume logo, não podemos perder tempo. O vestido está na caixa! — diz, saindo e
Em uma cafeteria no centro de Ancara, Zeynep está sentada impaciente enquanto espera por alguém, olhando a hora ela coloca o seu celular novamente em sua bolsa ao verificar as suas mensagens. — Zeynep querida. — Nadi chama a sua atenção — Desculpe por deixa-la esperando.— Tia! — Zeynep levanta-se para abraça-la — Já fiz os pedidos! — ela diz enquanto Nadi se acomodam— Agora me conta, tia... — ela fala, eufórica. — Aquela empregadinha sairá da Mansão?— Ontem conversei com Yaman... — ela pausa por um momento com seu semblante insatisfeito — Ele está decidido a mantê-la em sua vida. Agora, o que não entendo é o porquê disso tudo!— A única explicação para isso é que eles já se conheciam, ou até mesmo eram amantes. Não tem lógica ele fazer isso se a conheceu agora. — Zeynep reflete indignada. — Eles não se conheceram agora, lembre-se que ela é afilhada de Ömer! Além do mais, Yaman a viu apenas uma vez. — Nadi diz, saboreando sua torta de frutas.— Eu tenho razão, eles são amantes. Ya