A tarde se arrastava com um calor suave, típico das tardes de verão em Ancara. Após uma longa conversa e momentos agradáveis juntos, Ömer finalmente se levantou do sofá, alisando as pregas de seu paletó com um gesto que indicava sua decisão de partir.— Foi ótimo passar esse tempo com vocês. — disse ele, sorrindo calorosamente para Yaman e Amora. — Mas acho que já é hora de eu ir para a mansão Bozkurt descansar um pouco. Vocês sabem como sua mãe pode ser exigente às vezes. — completou ele, lançando um olhar divertido para Yaman.Yaman e Amora riram, conscientes de que, apesar do comportamento muitas vezes rígido de Nadi, Ömer sempre conseguia encontrar uma forma de equilibrar as coisas.— Foi ótimo tê-lo aqui, pai! — disse Yaman, levantando-se para abraçá-lo novamente. — A casa sempre ficará mais alegre quando o senhor estiver por perto.Amora também se levantou, oferecendo um abraço ao sogro.— Foi maravilhoso revê-lo, padrinho. — disse ela com sinceridade. — E o bebê também está ans
Os dias passavam apressadamente, e Yaman e Amora estavam radiantes por terem finalizado a decoração do quarto de seu tão esperado herdeiro. As paredes em tons suaves de azul e cinza transmitiam serenidade, enquanto os móveis cuidadosamente escolhidos refletiam o amor e a expectativa do casal. Amora acariciava a barriga, já grande, sentindo cada movimento do bebê com um sorriso no rosto.— Está perfeito, Yaman! — Amora disse, admirando o ambiente acolhedor. — Mal posso esperar para vê-lo aqui.Yaman se aproximou, passando o braço ao redor dos ombros dela. — Eu também, meu amor. Vai ser maravilhoso ver nosso filho crescer aqui, rodeado de tanto amor.Nos últimos dias, o casal estava mais unido do que nunca. A notícia do médico, de que a gravidez de Amora estava fora de perigo, trouxe um alívio imenso. Eles agora podiam aproveitar os últimos meses de gestação sem o peso da preocupação constante.— Graças a Deus que agora está tudo bem. — disse Amora, enquanto ajeitava as pequenas roupi
O sol despontava no horizonte, tingindo o céu com tonalidades suaves de rosa e laranja, enquanto o dia tão esperado por Zeynep finalmente chegava. A manhã, que deveria estar repleta de ansiedade, era surpreendentemente calma. Zeynep sentia uma mistura de emoções enquanto olhava para a pequena criatura adormecida em seus braços. Sua filha, tão frágil e ao mesmo tempo tão forte, era agora o centro de seu mundo.— Hoje é o dia, minha pequena. — murmurou Zeynep, acariciando delicadamente a bochecha da bebê. — Vamos para casa.A enfermeira, sempre atenciosa, já estava ocupada arrumando as pequenas roupas e pertences da bebê na mala. Zeynep observava cada movimento com atenção, certificando-se de que nada seria esquecido. Queria que tudo estivesse perfeito para a nova fase de suas vidas.— Não se preocupe, senhora Zeynep, estou garantindo que nada fique para trás! — disse a enfermeira com um sorriso gentil, notando o olhar preocupado de Zeynep.— Obrigada! — respondeu Zeynep, com um leve ac
Os dias passavam em velocidade máxima, o sol do meio-dia filtrava-se pelas cortinas do apartamento de Zeynep, criando um ambiente acolhedor e tranquilo. A brisa leve que entrava pelas janelas trazia consigo o aroma doce das flores que adornavam a mesa de chá que Zeynep cuidadosamente preparou. Ela olhou para a sua filha, Eylul, que dormia serena no berço ao lado, e sorriu com uma satisfação que não sentia há muito tempo. Era uma sensação de completude, como se finalmente tivesse encontrado a paz que tanto almejava.— Encontrei a felicidade que tanto precisava! — murmurou Zeynep para si mesma, seus olhos brilhando enquanto observava a pequena Eylul. — E não estava nele. — Com um suspiro profundo, ela decidiu que era hora de enfrentar o passado e fazer o que era certo. Pegou o celular e, com dedos ligeiramente trêmulos, discou um número que conhecia bem.Do outro lado da linha, uma voz familiar atendeu. — Alô?— Amora! — Zeynep começou, tentando manter a voz firme. — Você poderia vir a
Amora desceu os degraus do prédio com a cabeça cheia de pensamentos. Quando abriu a porta do carro, encontrou Yaman já ao volante, esperando por ela com um olhar curioso. Ele a estudou, tentando decifrar o que se passava em sua mente após a conversa com Zeynep.— Como foi? — Yaman perguntou suavemente, com uma mistura de preocupação e curiosidade em sua voz. Ele sabia que aquela conversa poderia ter sido carregada de tensões, mas o que viu nos olhos de Amora o surpreendeu.Amora, ainda pensativa, virou-se para ele e, ao encontrar seu olhar, deixou escapar um pequeno sorriso de alívio. — Foi... melhor do que eu esperava. Conversamos, e finalmente conseguimos nos acertar.Yaman se inclinou para frente, depositando um beijo suave em sua testa. — Fico feliz em ouvir isso! — disse ele, sincero. Era um alívio para ele também, sabendo que o relacionamento entre as duas mulheres em sua vida havia chegado a um ponto de entendimento.Ele ligou o carro e começou a dirigir, mas logo Amora perce
Amora mal havia se acomodado no sofá quando sentiu um líquido quente escorrer por suas pernas, molhando o tecido do vestido. Um misto de surpresa e preocupação tomou conta dela. — Yaman! — ela gritou, sua voz carregada de urgência.Yaman, que estava em seu escritório, ouviu o chamado desesperado de Amora e correu para a sala. Ao chegar, ele a encontrou com uma expressão de pânico no rosto, as mãos segurando a barriga. — Amora, o que aconteceu? — perguntou ele, o tom preocupado.— Eu... acho que a bolsa estourou! — ela respondeu, ofegante. — Estou sentindo contrações, Yaman... o bebê está vindo!Por um segundo, Yaman ficou paralisado, absorvendo a realidade do momento. Mas logo seu instinto de proteção o fez entrar em ação. — Não se preocupe, meu amor. Vai ficar tudo bem. — Ele se virou e correu até a porta, gritando ordens para o segurança. — Prepare o carro, agora! O bebê está chegando!Yaman subiu as escadas com rapidez, pegando as malas que já haviam preparado há semanas. Ao des
O Sr. Ömer Bozkurt, um homem casto e bem-sucedido, adentra sua elegante mansão com um sorriso gentil adornando seu rosto enrugado. Ao seu lado, segue sua afilhada, Amora Kartal, uma jovem de semblante delicado e tímido, cujos olhos parecem refletir um misto de curiosidade e nervosismo diante da vaidosa presença da elegante senhora que a observa com um olhar penetrante, como se buscasse respostas silenciosamente!Amora sente-se sem graça ao perceber a intensidade do olhar da senhora, que parece exigir explicações apenas com sua expressão facial. No entanto, sua atenção é rapidamente desviada para o homem ao lado da enorme janela: um ser de beleza marcante e postura firme. Seus olhos, verdes e profundos como o mar em uma noite sem lua, fixam-se nela e no padrinho, enquanto este segura a modesta mala de Amora...A atmosfera na mansão é carregada de expectativas e silêncio tenso, enquanto Amora observa seu padrinho se afastar e entra no que lhe parece ser um escritório com a sua esposa. A
Amora passou o dia todo sozinha, esperando a chegada de Yaman para receber suas instruções. Tudo estava meticulosamente arrumado e organizado, tão impecável que ela não ousou tocar nos objetos. À medida que a noite avançava, a fome começava a atormentá-la, mas Amora resistiu à tentação de cozinhar, temendo a reação de Yaman.Como já era noite, ela voltou rapidamente ao seu quarto, deixou que a água fria a consolasse, colocou uma camisola e foi em direção à cozinha.Abriu a geladeira e contentou-se com algumas frutas, sempre atenta à porta de entrada, receosa de ser surpreendida por ele enquanto comia. Depois, sentou-se no sofá, esperando pacientemente por sua chegada, mas o cansaço acabou por vencê-la, e ela adormeceu ali mesmo, na sala silenciosa e vazia, aguardando a volta de Yaman.Amora acordou assustada ao ouvir o som de algo quebrando, rompendo o silêncio da casa que até então estava mergulhada na penumbra. Ao redor, a escuridão era interrompida apenas pelo tênue brilho do abaju