Amora passou o dia todo sozinha, esperando a chegada de Yaman para receber suas instruções. Tudo estava meticulosamente arrumado e organizado, tão impecável que ela não ousou tocar nos objetos. À medida que a noite avançava, a fome começava a atormentá-la, mas Amora resistiu à tentação de cozinhar, temendo a reação de Yaman.
Como já era noite, ela voltou rapidamente ao seu quarto, deixou que a água fria a consolasse, colocou uma camisola e foi em direção à cozinha. Abriu a geladeira e contentou-se com algumas frutas, sempre atenta à porta de entrada, receosa de ser surpreendida por ele enquanto comia. Depois, sentou-se no sofá, esperando pacientemente por sua chegada, mas o cansaço acabou por vencê-la, e ela adormeceu ali mesmo, na sala silenciosa e vazia, aguardando a volta de Yaman. Amora acordou assustada ao ouvir o som de algo quebrando, rompendo o silêncio da casa que até então estava mergulhada na penumbra. Ao redor, a escuridão era interrompida apenas pelo tênue brilho do abajur próximo a ela. Temerosa pelo barulho que perturbou sua paz, decidiu investigar e dirigiu-se à cozinha. Ao chegar lá, deparou-se com Yaman, envolto apenas em uma toalha, ajoelhado no chão, recolhendo os cacos de vidro do que um dia fora um copo. Seu corpo esculpido pelo brilho suave da luz, destacando sua virilidade e atraindo o olhar de Amora. Ao vê-la, Yaman soltou um rosnado rouco, sua expressão séria e intensa. Amora sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas ao mesmo tempo, uma onda de calor se espalhou por seu corpo ao perceber o olhar faminto e ardente que Yaman lançava sobre ela. Amora vestia uma camisola azul turquesa que realçava suas curvas, tornando-a irresistivelmente sedutora aos olhos dele. Ela não sabia o porquê, mas o seu coração galopava como mil cavalos! Em silêncio, Amora ajudou Yaman a limpar a bagunça, sentindo a vergonha rodeá-la enquanto trabalhavam juntos. — Não o vi chegar, Sr. - ela murmurou, sua voz carregada de constrangimento. — Claro que não. Você estava dormindo, menina! - ele respondeu com um tom ligeiramente chateado. — O Sr. quer que eu faça algo para comer? - Amora perguntou, mesmo sabendo que já estava tarde da noite. — Até que quero comer, Amora. Mas no momento não é comida e isso você não pode me dar! - Yaman se divertiu ao notar a expressão surpresa no rosto dela, às bochechas coradas e a leve mordida que Amora deu em seus lábios o deixaram levemente estimulado. — Sr., posso fazer algo só para mim? Acabei dormindo esperando por você. - falou, sentindo o rosto arder de vergonha ao ouvir o estômago roncar. — Não precisava me esperar para comer! Quando eu for sentar à mesa, lhe avisarei, menina. - comunicou, observando-a pegar os ingredientes para um sanduíche. Enquanto Amora degustava seu delicioso sanduíche, Yaman verificava seus e-mails no celular. Repentinamente, ele recebeu uma ligação e hesitou por um momento antes de atender. — Por que está me ligando, Zeynep? Já lhe disse que acabou entre nós. - a raiva transparecia em sua voz. Do outro lado da linha, Zeynep parecia estar chorando enquanto falava: — Não faça assim, meu amor. Nós nos amamos e podemos ser felizes juntos. — Não, Zeynep. Não há amor, apenas interesses. E no momento, minhas prioridades mudaram. - Ele desligou o telefone, visivelmente chateado. Amora observou a cena com uma mistura de curiosidade e preocupação, ponderando sobre os conflitos não resolvidos do homem ao seu lado. — Pare de me observar e termine seu sanduíche, Amora. - expressou irritação - Ou vai me dizer que gosta de ouvir conversas alheias? — Não, não gosto, Sr. - Amora respondeu secamente. Amora o olhou sem demonstrar emoção, deixando seu sanduíche no prato e virando-se para sair da cozinha. No entanto, Yaman a segurou pelo braço. – Nunca mais tente me dar as costas, menina. Lembre-se de que está sob o meu teto! – articulou com sua pose dominante. – Sim, Sr. – ela respondeu, uma palavra carregada de ironia. – Há mais alguma coisa que eu possa fazer pelo Senhorzinho? – Por agora, nada mais. Pode se recolher. – falou, soltando-a. Amora assentiu e dirigiu-se ao seu quarto, sentindo o peso dos problemas sobre seus ombros. Ao deitar-se, procurou esquecer tudo o que havia acontecido, desejando apenas encontrar paz para dormir. Ela começou a contar corações em sua mente, um ritual que costumava ajudá-la a adormecer nos momentos difíceis. E assim, gradualmente, a tranquilidade tomou conta de seu corpo e mente, até que finalmente ela sucumbiu ao sono, deixando para trás as preocupações do dia. Enquanto Amora dormia, Yaman caminhava amargurado pela sala, tomando o seu rotineiro Macallan. O interfone toca e ao perceber quem é, ele abre a porta. — O que faz aqui? Já lhe avisei para não me procurar... — Precisamos conversar, meu amor. Você não pode terminar assim comigo. — O que realmente tivemos foi apenas sexo, Zeynep. Nunca a amei de verdade e sabe muito bem que não lhe enganei sobre isso. Mesmo insatisfeita com as palavras dele, Zeynep se aproxima de Yaman, puxando a sua toalha e o deixando nu, então começa a despi-se. Antes do nascer do sol, Amora remexia-se de um lado para o outro em sua confortável cama, os lençóis emaranhados ao redor dela. Ela acordou subitamente, coberta de suor e aflita, como se o pesadelo tivesse consumido cada parte de sua essência. Seu coração batia descompassado, e sua mente estava turva com as imagens perturbadoras que haviam assaltado seus sonhos. Amora virou-se na cama, seus olhos buscando o despertador sobre a mesinha de cabeceira. Observou a hora, então ela decidiu levantar. Dirigiu-se ao banheiro e realizou sua rotina de higiene matinal, deixando a água do chuveiro cair sobre seu corpo por mais tempo do que o habitual, numa tentativa de despertar completamente seus sentidos. Após o banho revigorante, Amora vestiu-se em um vestido comportado, optando por uma escolha discreta, pois não sabia quando receberia seu uniforme. Prontamente arrumada, ela saiu de seu quarto e seguiu em direção à cozinha, pronta para enfrentar mais um dia. Na cozinha, Amora dedicou-se a preparar o Kahvalti, o "café da manhã" turco, concentrando-se para que tudo saísse perfeito e a refeição matinal fosse verdadeiramente saborosa. Com habilidade e cuidado, ela começou a montar a mesa, colocando os itens cuidadosamente dispostos. A mesa estava repleta de uma variedade de alimentos: azeitonas, queijos, manteiga, mel e geleias, ovos cozidos, pão fresco que ela mesma havia preparado com carinho, torradas crocantes e uma deliciosa torta caseira. Para acompanhar, havia suco de pêssego e romã e café fumegante, completando a experiência gastronômica. Amora colocou cada item com precisão, garantindo que a apresentação fosse tão convidativa quanto o sabor. Seu empenho refletia-se no cuidado com que organizava cada detalhe, tornando o café da manhã não apenas uma refeição, mas uma verdadeira celebração dos sentidos. Ela reparou no relógio e percebeu que já estava quase na hora de Yaman aparecer. Com um suspiro, ela se sentou na bancada da cozinha e apoiou os braços no mármore frio, aguardando pacientemente sua chegada. Os minutos pareciam se arrastar enquanto ela observava o relógio, sua frustração aumentando gradualmente ao perceber que Yaman não estava disposto a aparecer. Ciente de que algumas das iguarias do café da manhã logo começariam a esfriar, Amora decidiu tomar coragem e ir procurá-lo em seu quarto para informar que a mesa estava posta.Levantando-se da bancada, ela seguiu pelo corredor, determinada a garantir que a refeição não fosse desperdiçada.Ela bateu na porta algumas vezes, mas não obteve resposta.— Será que ele saiu e eu não percebi? – pensou em voz alta. — Deve ter sido na madrugada.Ponderou por alguns segundos, olhando para a porta.— Bom... Se ele não está, irei arrumar o seu quarto. – decidiu, abrindo a porta.Ao abrir a porta subitamente, Amora se deparou com uma cena picante, algo que não deveria ter acontecido. Yaman e uma mulher estavam em momentos íntimos de prazer, e ela sentiu-se envergonhada com a cena. Seus olhos arregalados expressavam sua surpresa e desconforto diante da situação inesperada.Yaman, atordoado, se enrolou no lençol à sua frente, sua expressão uma mistura de indignação e fúria. A mulher que estava na cama, coberta por outro lençol, lançou um olhar furioso para Amora.— Quem lhe deu permissão para entrar? – esbravejou com raiva. — Menina, você é muito sem noção mesmo.O cheiro d
Após algumas horas do constrangimento que Amora sofreu, ela estava na sala, lendo um caderno de receitas e procurando algo delicioso para fazer ao meio-dia, quando Yaman sai do seu quarto perfeitamente alinhado em seu terno preto. Seu cheiro amadeirado exala na sala, deixando o ar agradável. Ao olhar para Amora, ele pergunta:— Estou bonito, Amora? – se aproxima, sentando ao lado dela no sofá.— Creio que sim, Sr. Yaman! – ela responde envergonhada.— Tem namorado, Amora? Você é uma moça muito bonita para não ter um pretendente. – a elogia, vendo as bochechas dela ficarem vermelhas.— Penso que não temos tanta intimidade assim para falar sobre isso – ela responde rispidamente.Ela se levanta do sofá, saindo de perto dele. Yaman passa os dedos sobre a almofada do sofá, como se estivesse pensando em algo importante.— Gosto do seu jeito. A verdade é que essa carinha de inocente não tem medo de mim! – ele diz, olhando para o nada.— O Sr. não é um animal para que eu tenha medo. Apenas t
Sentado no confortável sofá, tomando Glenfiddich, Yaman espera pacientemente por Amora. Ele vê que estão alguns minutos atrasados, porém seu semblante continua sereno como a noite.Logo a sua espera acaba ao ouvir a porta ser aberta e Amora adentrar a sala deslumbrante com seu longo e elegante vestido vermelho. O decote sutil em V realça sua feminilidade, enquanto o tecido fluido cai suavemente em suas curvas, criando uma silhueta elegante e sedutora. O vestido possui detalhes delicados de renda preta, que adicionam um toque de sofisticação e mistério. Nos pés, ela usa um par de sapatos de salto alto pretos, com tiras delicadas que envolvem o tornozelo, adicionando um toque sensual ao seu visual. Os sapatos possuem detalhes em pequenos diamantes que brilham delicadamente a cada passo que ela dá em direção a Yaman.Ele sorri para ela sem dizer uma única palavra, enquanto termina de tomar seu Glenfiddich.Para completar o visual, Amora usa joias discretas, mas elegantes: um par de brinc
Amora, sem querer, deixa a taça deslizar de sua mão, assustando tanto Zeynep quanto Yaman e revelando que ouviu a conversa deles.— Essa menina é muito intrometida, Yaman. Ela estava ouvindo a nossa conversa. – Zeynep diz amargurada, querendo atacar Amora, no entanto e segurada por Yaman.Amora tenta ir embora, mas é parada por Yaman quando ele a puxa pelo braço, machucando-a.— Você não tem jeito mesmo, né, menina? É a segunda vez que faz o que não deve, penso que terei que lhe dar um castigo. – ele diz bravo.— Não precisa, Sr. Yaman. Estarei me retirando da mansão o mais rápido possível para não o incomodar mais! – murmura, tentando tirar a mão dele que segura seu braço.Yaman a olha com mais fúria, machucando-a até ver as lágrimas escorrerem pelo rosto dela.— Por favor, me solte, Sr., ou terei que gritar – ela implora. — Está doendo muito.Ele a solta, vendo-a ir em direção à sua ala privativa.— Nem pense
Após uma noite exaustiva sem conseguir dormir, Amora levanta-se, arrastando-se até o banheiro para fazer sua higiene matinal. Após terminar o banho, ela se arruma e prende seus cabelos em um coque frouxo. Saindo do quarto, vai direto tomar água e um comprimido para dor de cabeça, suas olheiras enormes denunciando a falta de sono, ela sente-se cansada e fraca!Sentindo-se mal, ela caminha até o sofá e se deita, encolhendo-se em posição fetal. Yaman sai do seu quarto e observa Amora deitada de olhos fechados. Ele se aproxima dela.— Amora? – chama, porém ela não responde.Sentando-se ao lado dela, ele põe a mão em seus cabelos, sua expressão mudando ao sentir algo diferente.— Amora, acorda. – Yaman a chama novamente suavemente, para não assustá-la — Você está com febre!Como ela não responde, ele pega o termômetro e mede sua temperatura. Ao ver que está com 40°C, a pega no colo, levando-a para o seu próprio quarto.Yaman a deixa em sua cama e vai encher a banheira, deixando a água em t
Yaman arruma-se casualmente após receber uma ligação e sai, deixando Amora sozinha. Sem ânimo, ela começa a pensar em sua trajetória enquanto ferve um pouco de leite com mel. Ao adentrar a sala, ela olha o seu reflexo no enorme espelho estampado na parede, vestida em uma camisa branca de Yaman que lhe serve de vestido, meias listradas nos pés e seu cabelo em um coque alto bagunçado ela diz:— O que está fazendo da sua vida, Amora? – pergunta, tocando o espelho.— Você não dará conta de seguir com essa loucura, lhe conheço o suficiente para saber que dará errado! – afirma enquanto conversa sozinha.— Será uma oportunidade única, assim não ficarei desamparada e sem lar! – a feição sedutora agora se torna indecisa.— Não vale a pena se sujeitar a isso, Amora. Ele só está pensando no seu futuro herdeiro, você sairá com o coração partido quando essa história acabar! – sua consciência grita, fazendo a sua cabeça latejar. Enquanto Amora fica sozinha em casa, perdida em seus pensamentos e i
No entanto, Amora interrompeu bruscamente o clima entre eles, tentando tirar Yaman de cima dela. Ele cai para o lado da cama, frustrado, colocando o braço sobre a cabeça. Ela o olha um pouco nervosa, e Yaman, sentindo o olhar dela, pergunta:— Fiz algo de errado? — sua voz sai frustrada, porém calma.— Não, não! — ela está um pouco trêmula, porém tenta disfarçar. — Então você não gostou, e isso? — ele pergunta, agora olhando para ela.Antes de responder, Amora vira a cabeça para o lado, sem querer olhar nos olhos dele. — Tudo está indo rápido demais, eu... Eu não quero que seja assim. — ela tenta explicar, mas sua voz falha.— Assim como? Preciso que me diga exatamente o que pensa, o que deseja. — sua voz é suave.— Eu sei que temos um não relacionamento, mas quero que pelo menos minha primeira vez seja romântica, entende? — ela diz envergonhada.— Deixe o nosso "não relacionamento" de lado neste momento. Jamais seria bruto com você em sua primeira vez, não sou insensível a esse pon
Ao amanhecer, Yaman entra abruptamente no quarto de Amora. Ele vai até ela puxando o lençol.— Acorda, Amora, você precisa se arrumar, temos visita! — ele fala, puxando-a da cama.— Vá embora, não quero falar com você. — responde, magoada. Sua voz rouca entrega que adormeceu enquanto chorava.— Não seja birrenta e vá logo se arrumar. — ele expressa, com seu jeito mandão, porém num tom brincalhão. — Onde vamos? — Amora pergunta, levantando-se da cama, ainda sonolenta. — O juiz está aqui, iremos nos casar agora mesmo! — ele sorri ao ver a expressão dela, aproximasse e beija às bochechas rosadas que Amora têm. No entanto, Yaman sente-se estranho com o desejo e necessidade que o angústia para tocar a pele delicada que Amora possui.— Não quero, te odeio! — pronuncia, bufando de raiva, o empurrando para longe. — Você que sim, princesinha. E se arrume logo, não podemos perder tempo. O vestido está na caixa! — diz, saindo e