ELLE NARRANDOCINCO ANOS DEPOIS...Estamos morando na Inglaterra. Agimos como um casal normal desde que chegamos, há quatro anos. Nossa vida mudou muito desse tempo para cá.Depois que Henry tomou o controle de tudo, ele consolidou todas as decisões e avisou que deixaria o poder. Ele entregou a máfia nas mãos de alguém tão forte quanto ele: Meu pai. Agora, nós não sabemos mais nada sobre a máfia, afinal, nos afastamos completamente do meu pai.Aqui na Inglaterra nossa vida é mais simples do que era nos Estados Unidos, mas eu não me importo. Temos uma casa maravilhosa, dois bons carros, nossos filhos estão em uma excelente escola e as coisas vão bem. Eu finalmente pude realizar meu grande sonho: Agora, tenho meu próprio restaurante e sou gerente nele. Hoje, minha família virá almoçar em meu restaurante e eu serei minha própria convidada.Quando vi Henry chegando com Benny e Taylor, abri um sorriso enorme. Sentei-me na melhor mesa de meu restaurante, que eu havia separado para nós, e re
ELLE NARRANDOO despertador tocou e eu percebi que estava atrasada. Eu não sou do tipo de pessoa que se atrasa, então, me incomodou muito. Tenho trabalhado demais e dormido de menos desde que meus pais faleceram, mas essa semana, com o aniversário de dez anos da morte deles, eu estou me jogando ainda mais no trabalho para esquecer. Sou garçonete e estou fazendo todos os turnos possíveis, levando meu corpo ao limite, porque quando estou em casa... Eu me lembro. E lembrar dói.Arrumei meu cabelo em frente ao espelho, em um rabo de cavalo. Ajeitei minha roupa de frio em frente ao espelho e escovei os dentes rapidamente. Estava chovendo bastante, e por causa do final do mês, já estou sem grana pra ônibus ou pra pegar um táxi, o que me obriga a correr mais ainda. Por estar atrasada, não tomei café da manhã, não daria tempo de qualquer forma. Arrumei minhas coisas e logo saí de casa, com pressa.Minha vida não é fácil, mas eu gosto dela. Gosto de trabalhar no restaurante, porque vejo pessoa
ELLE NARRANDOHenry Abel levantou a mão, me chamando para que eu fosse atende-lo. Eu fui até eles, para anotar o pedido.— Para mim, uma paleta de cordeiro do chef, por favor. E pode sugerir uma entrada que achar agradável. — Ele disse, meio que sem se importar.— Vinho para acompanhar, senhor? — Questionei.— Qual sua sugestão? — Questionou.— Esse prato harmoniza muito bem com nosso vinho Chianti, que vem diretamente da Toscana e é elaborado com uvas Sangiovese. Mas se o senhor não gostar de vinhos italianos, posso sugerir o Bordeaux, também harmoniza bem.— Pode ser o Chianti.— E você, meu amor, o que vai querer? — Eu sorri para o garotinho, o observando de forma carinhosa.— Eu quero esse, esse, esse e esse! — Disse, apontando para os quatro pratos no cardápio.— Ah, meu amor, você não vai aguentar comer tudo isso. Por que não escolhe apenas um, hm? Eles são pratos bem grandes. — Falei, pacientemente.— Não, eu quero todos. — O garoto me olhou com seriedade, como se eu fosse obri
ELLE NARRANDOFiquei com muita raiva do que aconteceu. Eu fui completamente humilhada por esse tal de Henry Abel. Tanto faz quem ele é, se é rico ou pobre, o que me interessa foi o jeito com que ele me tratou que eu odiei! Porém, eu não posso deixar de admitir uma coisa: Ele é um homem muito, muito bonito... E seu ar dominador me deixou meio... Eu não sei dizer, com os joelhos bambos. Homens poderosos sempre me deixaram assim, mas eu apenas ignoro. Não tenho tempo para ficar me derretendo por cada homem poderoso que acho bonito dentro do restaurante onde trabalho. O problema é que, o olhar de Henry Abel no meu não me sai da cabeça. E isso me faz ficar com mais raiva ainda.Quando cheguei em casa, depois desse dia horrível, liguei para minha melhor amiga, Nicole.— Oi, amiga. — Falei, no telefone.— Oi, linda! Como você está? — Questionou.— Irritada. Tive um dia péssimo. — Bufei. — Você não vai acreditar no que me aconteceu hoje.— O que aconteceu?— Hoje de manhã, eu estava atrasada
ELLE NARRANDOQuando Henry fez isso, o homem o atacou com um soco, e eu me soltei de Henry. Antes que o soco pudesse acertar Henry, ele segurou a mão do homem no ar e o empurrou para longe.— Você tem certeza que quer brigar comigo? — Disse, abrindo os botões dos punhos da camisa branca e dobrando as mangas.— Acha que eu tenho medo de um mauricinho idiota? — Respondeu, prontamente.O homem atacou Henry, e ele começou a bater nele de volta. Henry, vestindo uma camisa branca, parecendo apenas um homem de negócios comum só que bonito, alto e forte, deu uma surra em um marmanjo vestindo camisa de time. Foi uma surra colossal. Os outros dois amigos do homem que foi espancado entraram no meio da briga, tentando segurar Henry... Mas ele deu conta dos dois, sozinho, os espancando também. Eu estava me segurando no banco, para não cair, mas vi tudo. Agora, os três marmanjos valentões estavam caídos no chão, se contorcendo de dor.— Será que mais alguém quer levar uma surra aqui, ou eu posso ir
ELLE NARRANDOApaguei de novo. Tudo estava confuso demais, eu não fazia ideia do que estava acontecendo direito. Mas então, quando acordei depois de um longo tempo, eu vi o que estava acontecendo e lembrei de onde estava. Agora, eu já me sentia bem melhor. Me levantei e vi na mesinha de centro minha bolsa, uma garrafa de água e alguns comprimidos para dor de cabeça e enjôo. Eu peguei um para dor de cabeça e tomei, então, vesti as sandálias e saí do quarto. Henry me salvou e eu só conseguia sentir um misto de gratidão e... Outras coisas que pulavam por meu peito e eu não conseguia entender. Sou uma pessoa confusa, e Henry chegou transformando meu peito em um liquidificador aberto, ligado, com passa de panqueca... Só que sem tampa. É, foi isso que ele fez comigo.Fui surpreendida pelo filho de Henry, que veio correndo em minha direção.— Ei! É você! É a moça legal do restaurante! — Ele agarrou minhas pernas. — Você vai ser minha nova mamãe? Diz que sim! O papai nunca traz nenhuma mulher
ELLE NARRANDOAcordei cedo, hoje o dia seria ótimo, pressupus. Não tenho nada me incomodando e tenho tempo para chegar ao meu trabalho de forma tranquila. Me arrumei, passei um pouco de rímel e batom, fiz uma trança embutida em meu cabelo e olhei para mim mesma. Sou uma mulher bonita de cabelos castanhos e olhos castanhos, pele clara, tenho baixa estatura e um corpo normal. Não sou o padrão de beleza, mas todos sempre disseram que tenho uma beleza diferente das outras. Essa beleza já me colocou em mais enrascadas do que posso contar. O valentão no bar não foi o primeiro.Ouvi batidas na porta e fui correndo atender. Quem poderia ser essa hora?— Oi, amiga. — Nicole estava na porta, quando eu atendi. Eu a olhei com ódio.— Amiga? Você tem coragem de me chamar de amiga depois de me deixar sozinha naquela droga de bar? Você me deixou nas mãos de um filho da puta, sabia? Ele me embebedou e podia ter me estuprado, se não fosse... — Eu mesma me interrompi.— Me perdoa! Eu sei que errei, mas
ELLE NARRANDODevido ao meu estado, quando ouvi passos, me virei com muito medo. Gabriel estava se aproximando de mim.— Que bom que está sozinha. Quero conversar com você. — Ele disse, se aproximando de mim. Me segurou pela cintura e eu o empurrei para longe.— Não me toca. — Falei, o empurrando.— Eu quero você. E vejo a forma como me olha, sei que você me quer também! — Ele afirmou.— Não! Eu não quero você, pelo amor de Deus! — Falei, dando um passo para trás.— Ah, você não quer? Então vamos fazer o seguinte: Ou você fica comigo, ou eu faço você ser demitida. O que acha? — Ele sorriu de forma maliciosa, e eu corri para dentro do restaurante, rezando para que houvesse algum cliente para eu atender.Sim, havia um cliente. E quem ele era? Era Henry. Ele entrou no restaurante com seus óculos escuros, perfeitamente arrumado, de mãos dadas com seu filho. Eu engoli seco e fui atende-los, enquanto se sentavam em uma mesa.— Olá, posso deixar o cardápio com vocês? — Perguntei, com o coraç