ELLE NARRANDO
Quando Henry fez isso, o homem o atacou com um soco, e eu me soltei de Henry. Antes que o soco pudesse acertar Henry, ele segurou a mão do homem no ar e o empurrou para longe.
— Você tem certeza que quer brigar comigo? — Disse, abrindo os botões dos punhos da camisa branca e dobrando as mangas.
— Acha que eu tenho medo de um mauricinho idiota? — Respondeu, prontamente.
O homem atacou Henry, e ele começou a bater nele de volta. Henry, vestindo uma camisa branca, parecendo apenas um homem de negócios comum só que bonito, alto e forte, deu uma surra em um marmanjo vestindo camisa de time. Foi uma surra colossal. Os outros dois amigos do homem que foi espancado entraram no meio da briga, tentando segurar Henry... Mas ele deu conta dos dois, sozinho, os espancando também. Eu estava me segurando no banco, para não cair, mas vi tudo. Agora, os três marmanjos valentões estavam caídos no chão, se contorcendo de dor.
— Será que mais alguém quer levar uma surra aqui, ou eu posso ir embora? — Henry disse. Dois caras que estavam acompanhando os valentões se afastaram, com medo. — Ótimo.
Henry me segurou mais uma vez pela cintura, e começou a me levar para fora do bar. Foi nesse momento que comecei a perder a consciência, e não entender mais o que estava acontecendo.
Eu estava desmaiada, no carro de Henry. E eu não fazia ideia do que aconteceria. Quando acordei, ele estava estacionando em frente a uma mansão imensa. Ele desceu do carro e veio até o banco do passageiro, abrindo a porta.
— Consegue andar? — Questionou, mas eu mal conseguia responder.
— Ahn... — Eu tentei falar, mas não consegui.
Henry se abaixou e pegou meus braços. Ele envolveu o próprio pescoço com meus braços e seus olhos encontraram os meus, com o rosto extremamente próximo. Ele tem os olhos castanhos mais lindos que já vi.
— Se segura. Vou te carregar pra dentro. — Ele avisou. Eu apenas concordei com a cabeça.
Henry me levantou, me segurando no colo, como se carrega uma princesa. Eu encostei meu rosto em seu ombro e apaguei de novo.
Acordei com Henry me colocando em uma cama enorme. Ele tirou minhas sandálias, e depois fez menção de ir embora... Mas eu senti meu estômago revirar.
— Henry... Acho que eu vou... Vomitar... Me ajuda. — Pedi.
Ele veio até mim, com pressa, e me ajudou a levantar. Foi comigo até o banheiro, e eu me ajoelhei em frente a privada. Ele segurou meus cabelos e eu vomitei muito.
— Eles te obrigaram a beber? — Questionou. Eu apenas concordei com a cabeça. — Filhos da puta.
Depois que terminei de vomitar, eu lavei minha boca e senti minhas pernas falharem. Me agarrei nele, mais uma vez, e ele me ajudou a ir até a cama.
Quando já estava deitada, ele fez menção de ir embora de novo, e eu agarrei seu braço.
— Não. — Pedi. Eu estava apavorada, e não queria ficar sozinha. — Fica comigo, por favor. Estou com medo.
— Ninguém te fará mal aqui. — Afirmou.
— Só... Fica comigo. — Pedi, mais uma vez, completamente bêbada. Se eu estivesse sóbria, não pediria isso... Ainda mais para ele.
Ele respirou fundo e se sentou ao meu lado na cama. Concordou com a cabeça, e eu segurei sua mão. Senti meu corpo falhando de novo, e apaguei. Acordei com ele acariciando meu rosto, e ajeitando meus cabelos, mas mais uma vez, apaguei de novo. Podia sentir sua mão em minha pele do rosto, seu polegar acariciando minha bochecha e vez ou outra passando por meu lábio inferior. Eu gosto de seu toque... Parece um sonho bom.
— Henry... É você que está com a mão no meu rosto? — Eu perguntei, sem conseguir abrir os olhos.
— Sim, sou eu. Quer que eu tire? — Questionou.
Eu levei minha mão até a mão dele que acariciava meu rosto, de forma desajeitada. A segurei contra meu rosto, esperando que isso fosse o suficiente para que ele entendesse que eu queria aquele carinho.
— Fica... — Foi o que consegui dizer.
— Estou aqui. — Ele disse.
Eu apaguei, dessa vez, sem conseguir abrir os olhos por um bom tempo.
Quando acordei, não entendi onde estava. Comecei a ter flashs da noite passada, e me lembrei que um homem estava me embebedando. Quando percebi que aquela cama macia não era a minha, e vi um homem desconhecido sentado ao meu lado, eu dei um soco enorme em seu rosto, com toda força que tinha e tentei me levantar, mas ele me impediu.
— Mas que porra! — Ele disse, e começou a tentar me segurar.
Eu me debatia na cama, tentando me desvencilhar do homem que eu ainda não estava entendendo quem era.
— Me deixa ir embora! Seu hooligan filho da puta! — Gritei.
O homem pulou por cima de mim, me pressionando contra a cama, e segurando meus punhos contra a cama e me olhando muito de perto. Seu rosto estava muito perto do meu, e nossos narizes se tocaram.
— Olha pra mim, caralho! — Ele disse, em voz alta. — Abre os olhos, Elle!
Eu reconheci essa voz como uma voz boa e parei de me debater.
Ele soltou minha mão, mas não saiu de cima de mim. Eu tentava abrir os olhos, e sentia a respiração dele muito próxima a minha. Meu corpo relaxou por causa da voz dele. Ele levou a mão até meu rosto, e começou a acaricia-lo, e eu me lembrei daquele carinho. Reconheci o carinho, mas não ele, a princípio.
Sua outra mão foi apoiada em minha cintura. Ele estava tão perto... Aquele cheiro delicioso de perfume caro, eu já o senti. Quem está em cima de mim?
— Quem... — Eu ainda não conseguia falar.
— Não me reconhece? — Ele disse, com a voz calma.
Senti sua mão que estava em minha cintura, descer pela lateral de meu corpo e ele a apoiou em minha coxa. Deus, eu estou completamente excitada.
— Henry. — Sussurrei. Era o único rosto que me vinha à mente, o rosto daquele ricaço filho da puta do restaurante.
Minhas mãos não me obedeciam. Eu as apoiei nos ombros dele, e flexionei minhas pernas, o que fez com que ele se encaixasse no meio delas. Meu vestido subiu, expondo minhas coxas. A mão dele passeava por minha coxa descoberta, e ele sussurrou contra meus lábios.
— Não me provoca. — Sussurrou. Eu sentia seu hálito quente e gostoso contra meus lábios.
Rebolei embaixo dele. Eu estou bêbada, isso deve ser um sonho. Henry por cima de mim? Até parece.
— Eu quero você, Henry... — Sussurrei, contra os lábios dele.
A mão que antes estava em meu rosto, escorregou por meu corpo, passando por cima do meu seio, por minha barriga, e alcançou minha outra coxa. Ele levou o rosto até meu pescoço, passando o nariz ali. Podia sentir sua respiração, e meu corpo inteiro se arrepiava. Meu coração batia acelerado. Não sei quem estava por cima de mim, mas aquilo era muito, muito bom.
— Você tá bêbada.
De repente, ele se levantou.
Comecei a entender onde estou, ao olhar para ele: Era Henry Abel, o cara rico do restaurante. Isso começou a me acalmar. Olhei para mim mesma, e vi que estava vestida, mas meu vestido estava um pouco para cima.
— Ah, eu tô na sua casa. — Afirmei, enquanto o olhava.
Os toques, sua respiração, seu cheiro... Aquilo realmente aconteceu ou foi um sonho? Era ele? Eu não sei, ainda estou confusa por causa da bebida.
ELLE NARRANDOApaguei de novo. Tudo estava confuso demais, eu não fazia ideia do que estava acontecendo direito. Mas então, quando acordei depois de um longo tempo, eu vi o que estava acontecendo e lembrei de onde estava. Agora, eu já me sentia bem melhor. Me levantei e vi na mesinha de centro minha bolsa, uma garrafa de água e alguns comprimidos para dor de cabeça e enjôo. Eu peguei um para dor de cabeça e tomei, então, vesti as sandálias e saí do quarto. Henry me salvou e eu só conseguia sentir um misto de gratidão e... Outras coisas que pulavam por meu peito e eu não conseguia entender. Sou uma pessoa confusa, e Henry chegou transformando meu peito em um liquidificador aberto, ligado, com passa de panqueca... Só que sem tampa. É, foi isso que ele fez comigo.Fui surpreendida pelo filho de Henry, que veio correndo em minha direção.— Ei! É você! É a moça legal do restaurante! — Ele agarrou minhas pernas. — Você vai ser minha nova mamãe? Diz que sim! O papai nunca traz nenhuma mulher
ELLE NARRANDOAcordei cedo, hoje o dia seria ótimo, pressupus. Não tenho nada me incomodando e tenho tempo para chegar ao meu trabalho de forma tranquila. Me arrumei, passei um pouco de rímel e batom, fiz uma trança embutida em meu cabelo e olhei para mim mesma. Sou uma mulher bonita de cabelos castanhos e olhos castanhos, pele clara, tenho baixa estatura e um corpo normal. Não sou o padrão de beleza, mas todos sempre disseram que tenho uma beleza diferente das outras. Essa beleza já me colocou em mais enrascadas do que posso contar. O valentão no bar não foi o primeiro.Ouvi batidas na porta e fui correndo atender. Quem poderia ser essa hora?— Oi, amiga. — Nicole estava na porta, quando eu atendi. Eu a olhei com ódio.— Amiga? Você tem coragem de me chamar de amiga depois de me deixar sozinha naquela droga de bar? Você me deixou nas mãos de um filho da puta, sabia? Ele me embebedou e podia ter me estuprado, se não fosse... — Eu mesma me interrompi.— Me perdoa! Eu sei que errei, mas
ELLE NARRANDODevido ao meu estado, quando ouvi passos, me virei com muito medo. Gabriel estava se aproximando de mim.— Que bom que está sozinha. Quero conversar com você. — Ele disse, se aproximando de mim. Me segurou pela cintura e eu o empurrei para longe.— Não me toca. — Falei, o empurrando.— Eu quero você. E vejo a forma como me olha, sei que você me quer também! — Ele afirmou.— Não! Eu não quero você, pelo amor de Deus! — Falei, dando um passo para trás.— Ah, você não quer? Então vamos fazer o seguinte: Ou você fica comigo, ou eu faço você ser demitida. O que acha? — Ele sorriu de forma maliciosa, e eu corri para dentro do restaurante, rezando para que houvesse algum cliente para eu atender.Sim, havia um cliente. E quem ele era? Era Henry. Ele entrou no restaurante com seus óculos escuros, perfeitamente arrumado, de mãos dadas com seu filho. Eu engoli seco e fui atende-los, enquanto se sentavam em uma mesa.— Olá, posso deixar o cardápio com vocês? — Perguntei, com o coraç
ELLE NARRANDOApesar de ter recebido aquela mensagem ridícula de Henry Abel, eu decidi ignorar. Às vezes eu sinto que ele está me vigiando, e eu não sei qual é o motivo. Será que ele é algum maluco? Será que ele gosta de mim? Eu não sei, só sei que essa sensação de ser vigiada me incomoda... Por mais que ele seja lindo e seu rosto fique atormentando meus pensamentos. Finalmente me deitei na cama, e então, um filme sobre várias coisas começou a passar na minha cabeça, mas percebi que meu principal pensamento girava em torno de Henry Abel. Como eu posso achar alguém tão insuportável e tão gostoso ao mesmo tempo? Isso é, no mínimo, bastante injusto. Depois de um tempo, fui vencida pelo meu próprio cansaço.— Henry? O que você está fazendo aqui? — Eu arregalei os olhos, o vendo entrar na minha casa sem bater.Ele abriu o primeiro botão da camisa social, depois o segundo, e todos os seguintes, sem tirar os olhos dos meus. Eu desviei o olhar para seu peitoral, e assim que ele estava perto o
ELLE NARRANDOQuando estava anoitecendo, recebi uma ligação no meu celular do meu chefe.— Alô? — Atendi, prontamente.— Oi, linda. — Era Gabriel. Aquilo me deixou com raiva.— Por que está usando o telefone do seu pai? — Questionei.— Tivemos um contratempo, meu pai está ocupado e pediu que eu te ligasse. Não se preocupe, serei breve...— Tá, fala. — Respondi, a contra gosto.— Elle, uma funcionária do turno da noite se demitiu. Será que você poderia substituir por essa semana? É importante.Eu juro que parei e pensei por um momento. Fiquei com medo de assumir e não dar conta, afinal, trabalho oito horas por dia, e isso aumentaria ainda mais minha carga horária. Mas... Eu preciso do dinheiro.— Alguns dias, apenas? — Perguntei.— Sim, apenas até encontrarmos uma nova funcionária. Você é excelente e os clientes te adoram... Eu desconfio do motivo, mas melhor ficar em silêncio. — Gabriel disse e eu girei os olhos.— Seu pai vai me pagar o adicional noturno? — Questionei.— Vai, vai sim
ELLE NARRANDODormir fica particularmente difícil quando você sofre duas coisas horríveis em tão pouco tempo. Eu fiquei virando de um lado para o outro, extremamente incomodada, sem saber o que fazer. Tenho certeza que me sentiria muito mais segura se Henry estivesse aqui no meu apartamento. Ele é um idiota, mas por algum motivo, eu me sinto segura perto dele. Talvez se eu bater em seu apartamento...Eu suspirei ao pensar nessa ideia, e senti meu corpo tremer. Tudo bem, talvez eu precise de ajuda e ele é a pessoa mais próxima. Engoli meu orgulho e fui até o apartamento ao lado, batendo na porta.— Sim? — Ele abriu, olhando para meu rosto.Primeiro, ele olhou em meus olhos. Depois, olhou para meu corpo, coberto por um pijama curto.— Eu não consigo dormir depois do que aconteceu. Tem milhares de coisas passando pela minha cabeça, Henry... — Suspirei.— Estou embalando objetos. Quer me ajudar? — Eu concordei com a cabeça.Entrei naquele apartamento, que estava quase completamente embala
Dois dias se passaram, e eu recebi um e-mail de uma agência de emprego, que estavam procurando uma babá. Eu enviei meu currículo, e depois de alguns minutos, me voltaram dizendo que eu havia sido aprovada. Eu vibrei de felicidade! Meu telefone tocou, e eu atendi. A moça começou a me explicar um pouco sobre qual era o meu trabalho, e depois, ao final, disse o salário.— Você aceita? — Questionou.— Sim! Com certeza! — Falei, alegre.— Você poderia por favor vir assinar o contrato de trabalho aqui na agência de emprego amanhã de manhã? — Ela questionou.— É claro! Estarei aí. — Falei.— Ótimo, venha trocada, porque você começa ao meio dia, tudo bem? — Falou.— Sim, é claro!Senti um alívio imenso. Eu iria conseguir o emprego, e iria conseguir pagar minha dívida!Na manhã seguinte, coloquei uma calça de moletom cinza bastante confortável, um tênis branco e uma regata branca. Coloquei brincos pequenos, arrumei o cabelo e coloquei tudo que eu precisava em uma bolsa lateral. Estava pronta p
ELLE NARRANDOEu dei um abraço em mim mesma e respirei fundo. Olhei para o lindo jardim da mansão de Henry e senti uma pontadinha de tristeza. Fiquei refletindo sobre uma coisa: Ele me trouxe aqui, não trouxe? Eu estava bêbada e passei muito mal. Talvez eu não tenha reconhecido porque fui embora tão depressa que não reparei em nada.Estava na hora de receber o menino, e então, entrei e me sentei no sofá. Olhei no relógio e poucos minutos depois ele entrou correndo. O sorriso dele ao me ver foi impagável.— Elle? Eu não acredito! Você veio! — Ele disse, e veio correndo em minha direção.Não sei o motivo, mas esse menininho parece realmente gostar de mim.— Sim, sou eu! —Respondi, o abraçando. — Como você está?— Estou bem. Ei, você vai morar com a gente agora? O papai escolheu você pra ser minha mamãe? — Eu ergui as sobrancelhas e neguei.— Não, meu amor, eu sou apenas sua babá.— Não! Você vai ser minha mamãe, agora!Benny apertou os braços ao redor do meu pescoço e eu apenas o abrace