ELLE NARRANDOEu dei um abraço em mim mesma e respirei fundo. Olhei para o lindo jardim da mansão de Henry e senti uma pontadinha de tristeza. Fiquei refletindo sobre uma coisa: Ele me trouxe aqui, não trouxe? Eu estava bêbada e passei muito mal. Talvez eu não tenha reconhecido porque fui embora tão depressa que não reparei em nada.Estava na hora de receber o menino, e então, entrei e me sentei no sofá. Olhei no relógio e poucos minutos depois ele entrou correndo. O sorriso dele ao me ver foi impagável.— Elle? Eu não acredito! Você veio! — Ele disse, e veio correndo em minha direção.Não sei o motivo, mas esse menininho parece realmente gostar de mim.— Sim, sou eu! —Respondi, o abraçando. — Como você está?— Estou bem. Ei, você vai morar com a gente agora? O papai escolheu você pra ser minha mamãe? — Eu ergui as sobrancelhas e neguei.— Não, meu amor, eu sou apenas sua babá.— Não! Você vai ser minha mamãe, agora!Benny apertou os braços ao redor do meu pescoço e eu apenas o abrace
ELLE NARRANDO Nem eu sei porque disse isso, apenas falei, entrei pela porta da casa dele e fui pisando firme até a mesa de jantar.Eu ajudei o garoto a comer, e ele foi um amorzinho. Depois, o coloquei para dormir. Não vi Henry durante o jantar ou quando fui colocar Benny para dormir, depois que ele falou comigo, simplesmente sumiu.Depois que Benny dormiu, eu fiquei sentada no sofá mexendo no meu celular, e então, finalmente Henry apareceu.— Venha, vou te levar para casa. — Disse. Eu respirei de forma profunda e acompanhei Henry até o lado de fora.Henry tem um carro preto com cheiro de carro novo. Eu coloquei o cinto e cruzei os braços, mantendo meus olhos para o lado de fora da janela durante todo o trajeto.— Elle, eu vou precisar que durma na minha casa amanhã. — Ele disse, quando estávamos quase chegando no meu apartamento.— O que? Oi? — Falei. Ele estacionou o carro em frente ao pequeno prédio que moro e eu abri a porta imediatamente. — Vai sonhando.Fui andando com pressa p
ELLE NARRANDODepois daquela noite, eu não vi Henry por dois dias. Ele parece ter desaparecido do mapa, não que eu me importe... Ou pelo menos, é o que eu tento falar para mim mesma. Será que ele se arrependeu daquilo? Bom, se ele se arrependeu, eu me arrependi também.Quando cheguei de mais um dia de trabalho da casa dele, eu estava tão nervosa e frustrada que fui até meu quarto, peguei uma boneca de pano que tenho em cima da cama e descontei toda minha raiva nela. Dei socos, apertei o pescoço dela e comecei a rosnar.— Eu queria tanto que você fosse o Henry, bonequinha! — Falava, enquanto esganava a boneca.Que ódio desse cara! Por que ele tem que mexer tanto com a minha cabeça e depois fugir? Ele é idiota? Eu não consigo parar de pensar nas reações do meu corpo quando Henry me toca, e ao mesmo tempo, não consigo parar de pensar nas coisas que ele me faz sentir só quando o vejo. Ele transformou meu cérebro em um furacão perfeito. Eu já não era boa do juízo, mas depois dele, as coisa
ELLE NARRANDOQuando abri meus olhos vagarosamente, vi Henry me olhando com um sorrisinho satisfeito nos lábios. Isso me fez dar um pulo da cama e me sentar.— Desculpa por ter dormido ao seu lado. — Falei.Eu senti um cheiro de banho no ar, um perfume delicioso também. Henry estava apenas de cueca e isso fez com que eu me levantasse da cama.— Tá apaixonada por mim. — Disse, rindo.— Eu? Você tá louco? — Falei, e fui andando até a porta.Henry segurou meu braço, me fazendo virar de frente para ele. Eu o olhei nos olhos, tentando entender o que estava acontecendo ali.— Você está. Cuidou de mim e até me fez um carinho, não fez? — Eu arregalei os olhos, agora, vermelha feito um pimentão.— E-eu... Você estava bêbado e eu estava cumprindo meu papel de babá. Não me lembro de nada disso. — Respondi, sentindo meu rosto ferver.— Ah, é mesmo? Não se lembra? Espera, posso lembrar você. — Disse, com um sorriso malicioso nos lábios.Ele pegou minha mão, que usou para me puxar para perto dele.
HENRY NARRANDOSem palavras para descrever Elle. Ela não sai da droga da minha cabeça e eu confesso que sou um cara que, bom, tem tudo o que quer. E eu quero a Elle.Tomamos café da manhã todos juntos, e ela não olhava na minha cara. Vou conquistar essa danada, eu sei que vou.Eu peguei Benny no colo e o coloquei no carro para ir para escola.— Tchau, filho, papai te ama muito. — Falei, dando um beijo em sua testa.— Também te amo, papai. — Ele sorriu. — Até mais tarde.— Até.Fechei a porta do carro e o carro saiu. Quando entrei de volta em casa, Elle estava de braços cruzados, me esperando.— Posso ir embora? Eu tô exausta. — Pediu.— Pode. — Falei, de forma fria, e ela me olhou nos olhos. Parecia querer falar alguma coisa. — Peça para o meu motorista te levar.— Tá.Elle saiu e eu acompanhei com o olhar todo o trajeto. Depois, peguei minhas coisas e fui para a minha empresa.Sentei em minha cadeira no escritório e minha secretária, me entregou uma documentação que pedi.— Obrigado.
ELLE NARRANDODurante o trajeto de volta, a única coisa que conseguia pensar era em Henry. Não consigo esquecer seu rosto, seus ombros, a forma como me beija... Eu não consigo esquecer porque estou completamente apaixonada por ele, por mais irritante que ele seja. Sabe quando você percebe que o desastre está prestes a acontecer? Dizem que em um grande maremoto que teve, na Tailândia, algumas crianças começaram a gritar desesperadamente falando que o mar havia recuado demais, e que elas haviam visto nas aulas de ciências que isso era sinal de um tsunami. Quase nenhuma foi levada a sério, mas aquelas que foram levadas a sério, conseguiram mudar destinos de famílias inteiras que as seguiram para se esconder. É, isso foi algo incrivelmente lindo, mas considerando o fato de que estamos falando de um desastre, foi triste por não terem acreditado nas crianças. Eu sinto como se meu cérebro fosse uma das crianças que não está sendo ouvida... E então, fechei os olhos e suspirei ao constatar ess
ELLE NARRANDOAlguns dias se passaram desde que me mudei para a casa de Henry, e eu percebia sua frieza comigo. Não entendia o motivo, mas ele se afastou completamente de mim... Eu queria dizer que isso não me magoou, mas isso me magoou, sim. Talvez eu tenha entendido tudo errado... Ele me protege como sempre, cuida de mim como sempre, mas não... Deus, o que estou pensando? Estou reclamando porque ele não deu em cima de mim, mais? É, é isso. Foram dias sem vê-lo direito, ele parecia ocupado. Até que, hoje, ele decidiu falar comigo. Estava com um cabide envolto em um saco de guardar roupa, e então, ele apenas me entregou.— Seu trabalho vai ser um pouco diferente, hoje. — Falou.— Bom dia pra você também, Henry. — Falei, de forma irônica. — Eu vou muito bem, e você?Isso o fez rir.— Ando muito ocupado. De verdade. Eu preciso que compareça em um baile comigo e com o Benny. É importante, preciso ver algumas pessoas lá e o Benny vai embora com os primos, terá uma festa do pijama depois d
A última vez que ele disse isso, transou comigo na minha casa. O que ele iria fazer, então? Ah, sim... Eu entendi quando me vi chegando na pista de dança, e como o rapaz disse, está realmente linda e muito romântica. Há pétalas de rosa no chão, e a música suave que toca atrai os casais para a pista. As luzes estão baixas, e o clima é perfeito.Henry encontrou um canto para nós na pista. Ele levou uma das mãos até a minha cintura, e a outra, segurou minha mão. Seu rosto estava muito perto do meu, e ele fazia questão de olhar em meus olhos e em meu rosto, vez ou outra observando meus lábios.Senti seu nariz encostar no meu. Isso me fez fechar os olhos. A presença dele é tão embriagante quanto vinho. Ele roçou o nariz em minha pele da bochecha, e alcançou meu ouvido. Fez menção de falar algo, mas acabou não falando.Não queria que aquele momento acabasse. Não queria que aquela dança terminasse... Mas a música acabou e ele se separou de mim. Pegou minha mão e deu um beijo nela, como um pe