HENRY NARRANDOSem palavras para descrever Elle. Ela não sai da droga da minha cabeça e eu confesso que sou um cara que, bom, tem tudo o que quer. E eu quero a Elle.Tomamos café da manhã todos juntos, e ela não olhava na minha cara. Vou conquistar essa danada, eu sei que vou.Eu peguei Benny no colo e o coloquei no carro para ir para escola.— Tchau, filho, papai te ama muito. — Falei, dando um beijo em sua testa.— Também te amo, papai. — Ele sorriu. — Até mais tarde.— Até.Fechei a porta do carro e o carro saiu. Quando entrei de volta em casa, Elle estava de braços cruzados, me esperando.— Posso ir embora? Eu tô exausta. — Pediu.— Pode. — Falei, de forma fria, e ela me olhou nos olhos. Parecia querer falar alguma coisa. — Peça para o meu motorista te levar.— Tá.Elle saiu e eu acompanhei com o olhar todo o trajeto. Depois, peguei minhas coisas e fui para a minha empresa.Sentei em minha cadeira no escritório e minha secretária, me entregou uma documentação que pedi.— Obrigado.
ELLE NARRANDODurante o trajeto de volta, a única coisa que conseguia pensar era em Henry. Não consigo esquecer seu rosto, seus ombros, a forma como me beija... Eu não consigo esquecer porque estou completamente apaixonada por ele, por mais irritante que ele seja. Sabe quando você percebe que o desastre está prestes a acontecer? Dizem que em um grande maremoto que teve, na Tailândia, algumas crianças começaram a gritar desesperadamente falando que o mar havia recuado demais, e que elas haviam visto nas aulas de ciências que isso era sinal de um tsunami. Quase nenhuma foi levada a sério, mas aquelas que foram levadas a sério, conseguiram mudar destinos de famílias inteiras que as seguiram para se esconder. É, isso foi algo incrivelmente lindo, mas considerando o fato de que estamos falando de um desastre, foi triste por não terem acreditado nas crianças. Eu sinto como se meu cérebro fosse uma das crianças que não está sendo ouvida... E então, fechei os olhos e suspirei ao constatar ess
ELLE NARRANDOAlguns dias se passaram desde que me mudei para a casa de Henry, e eu percebia sua frieza comigo. Não entendia o motivo, mas ele se afastou completamente de mim... Eu queria dizer que isso não me magoou, mas isso me magoou, sim. Talvez eu tenha entendido tudo errado... Ele me protege como sempre, cuida de mim como sempre, mas não... Deus, o que estou pensando? Estou reclamando porque ele não deu em cima de mim, mais? É, é isso. Foram dias sem vê-lo direito, ele parecia ocupado. Até que, hoje, ele decidiu falar comigo. Estava com um cabide envolto em um saco de guardar roupa, e então, ele apenas me entregou.— Seu trabalho vai ser um pouco diferente, hoje. — Falou.— Bom dia pra você também, Henry. — Falei, de forma irônica. — Eu vou muito bem, e você?Isso o fez rir.— Ando muito ocupado. De verdade. Eu preciso que compareça em um baile comigo e com o Benny. É importante, preciso ver algumas pessoas lá e o Benny vai embora com os primos, terá uma festa do pijama depois d
A última vez que ele disse isso, transou comigo na minha casa. O que ele iria fazer, então? Ah, sim... Eu entendi quando me vi chegando na pista de dança, e como o rapaz disse, está realmente linda e muito romântica. Há pétalas de rosa no chão, e a música suave que toca atrai os casais para a pista. As luzes estão baixas, e o clima é perfeito.Henry encontrou um canto para nós na pista. Ele levou uma das mãos até a minha cintura, e a outra, segurou minha mão. Seu rosto estava muito perto do meu, e ele fazia questão de olhar em meus olhos e em meu rosto, vez ou outra observando meus lábios.Senti seu nariz encostar no meu. Isso me fez fechar os olhos. A presença dele é tão embriagante quanto vinho. Ele roçou o nariz em minha pele da bochecha, e alcançou meu ouvido. Fez menção de falar algo, mas acabou não falando.Não queria que aquele momento acabasse. Não queria que aquela dança terminasse... Mas a música acabou e ele se separou de mim. Pegou minha mão e deu um beijo nela, como um pe
ELLE NARRANDOFomos ao bar, e quando eu estava ficando muito bêbada, decidimos voltar para casa e continuar a bebedeira em casa. Eu nunca bebi tanto e de propósito em toda a minha vida. A pior parte foi que eu bebia e chorava, falava o nome de Henry, deitava no chão e chorava mais...— Henry Abel, seu grande filho da puta! — Eu falei, por último.— Ele é um grande filho da puta e você é apaixonada por ele, sua tonta.Tive uma pequena lembrança da minha infância, com meus pais. Sabe, nós sempre fomos uma família feliz, mas meu pai sempre manteve muitos segredos, o que me faz odiar isso. Ele escondia coisas da minha mãe e sempre que ela perguntava, ele se recusava a responder, como se ela não tivesse direito de saber mesmo sendo sua esposa. Isso é altamente irritante. O fato de Henry ser uma incógnita, e eu ter tido uma incógnita como pai, me deixa profundamente estressada. Jurei que não repetiria o erro, mas estou repetindo. Ele tem tudo que eu quero e não quero em um homem. Desastre,
ELLE NARRANDOMeus pés doem, eu me virei na cama e percebi que Henry estava abraçado em mim. Tenho lembranças vagas da noite passada, e nem estou entendendo aonde estou direito. O relógio na mesinha de cabeceira marca três da manhã. Eu estou bêbada ainda? Eu não faço ideia. Me virei para frente de Henry, que estava abraçado em mim e dormia. Eu só posso estar muito bêbada para estar dormindo com ele dessa forma. Levei uma das mãos até seu rosto e aproximei meus lábios dos dele, dando um selinho rápido em sua boca. Nem eu mesma sei o porquê de ter feito isso. Antes que eu pudesse afastar os lábios, ele abriu os olhos e me olhou.— Vai passar a noite me torturando, não vai? — Ele disse.— Por que diz isso? — Questionei.— Você já me beijou três vezes. Essa é a quarta... E eu não posso simplesmente te beijar de volta, e foder você, porque você está bêbada. — Ele disse.Coloquei a mão na minha própria boca enquanto o olhava nos olhos. Eu não lembro de ter beijado ele. Nem lembro direito o
ELLE NARRANDOSentamos em uma mesa, pois hoje, pelo que entendi, era a festa da família. Eu e Henry estávamos sentados juntos, lado a lado, e Benny estava do lado dele, mas logo Benny saiu correndo para brincar com alguns amiguinhos. Então, uma mulher junto com um homem vieram de encontro a nós, sorrindo para Henry.— Henry, meu querido, quanto tempo! — O homem disse. Henry se levantou para cumprimenta-lo, e eu fiz o mesmo. O homem esticou a mão para mim, em seguida. — Que linda sua esposa, não sabia que havia se casado! — Ele disse.Eu arregalei os olhos, sem saber o que dizer. Henry olhou para mim com um pequeno sorriso malicioso nos lábios.— Obrigado. Ela é realmente linda, tenho bom gosto. — Disse, satisfeito.Eu não sabia onde enfiar a cara. Ele confirmou que eu sou esposa dele, é isso?Eu sorri sem graça. Eles trocaram algumas palavras com Henry, e depois, foram embora.— Henry, você acabou de confirmar para esse casal que eu sou sua esposa? Você tá maluco? — Eu falei, e ele me
HENRY NARRANDOA lei de Murphy é a mais real que já conheci: “Se algo tem que dar errado, dará. No pior momento possível, e da pior forma possível”. Eu nunca tinha levado a sério essa lei até conhecer a Elle. Por quê? Explico.No dia em que vi Elle pela primeira vez, naquela porra de restaurante, eu não sei o que aconteceu comigo. Eu me apaixonei por ela, desde o primeiro olhar que trocamos. Eu a quis pra mim, de uma forma tão intensa que nem eu mesmo entendi. Eu sou um cara que tem tudo que quer, eu sei, mas quando eu quis Elle, a quis mais do que qualquer outra coisa na vida e não entendi o porque até raciocinar que minha obsessão por ela tinha mais a ver com amor do que com obsessão propriamente. Isso me incomoda, um cara como eu não pode ter pontos fracos e eu já tenho um, meu filho adotivo Benny. Ter mais um ponto fraco me torna vulnerável, muito mais do que já sou.Depois que decidi que queria Elle para mim e que entendi que ela não era um simples capricho para o meu coração, eu