HENRY NARRANDOA lei de Murphy é a mais real que já conheci: “Se algo tem que dar errado, dará. No pior momento possível, e da pior forma possível”. Eu nunca tinha levado a sério essa lei até conhecer a Elle. Por quê? Explico.No dia em que vi Elle pela primeira vez, naquela porra de restaurante, eu não sei o que aconteceu comigo. Eu me apaixonei por ela, desde o primeiro olhar que trocamos. Eu a quis pra mim, de uma forma tão intensa que nem eu mesmo entendi. Eu sou um cara que tem tudo que quer, eu sei, mas quando eu quis Elle, a quis mais do que qualquer outra coisa na vida e não entendi o porque até raciocinar que minha obsessão por ela tinha mais a ver com amor do que com obsessão propriamente. Isso me incomoda, um cara como eu não pode ter pontos fracos e eu já tenho um, meu filho adotivo Benny. Ter mais um ponto fraco me torna vulnerável, muito mais do que já sou.Depois que decidi que queria Elle para mim e que entendi que ela não era um simples capricho para o meu coração, eu
ELLE NARRANDOEra noite, e eu não conseguia parar de pensar em Henry e no beijo que demos pela manhã. Eu me odeio por ser tão confusa. Minha cabeça me sabota, eu sei disso, e eu fico pensando naquela maldita loira que disse que eu não merecia o Henry o tempo todo. É como se eu pudesse ouvir nitidamente a voz dela, me falando que não sou suficiente. Que ódio!Estou no meu quarto, Henry não chegou e Benny já dormiu. Estou mexendo no meu celular e falando com Nicole sobre morar na casa dela, e então, a porta do meu quarto abriu. Olhei para Henry, que trancou a porta e começou a abrir os botões da camisa.— Vai me expulsar hoje? — Questionou, já com a camisa aberta. Ele agora mexia com os botões do punho, e eu estava embriagada pela imagem dele na minha frente.— N-não. — Respondi. Deus, eu gaguejei?Fiquei em pé, o olhando, sem saber o que fazer. Por sorte, ele sabe, sempre sabe o que fazer. Um sorriso malicioso tomou conta de seus lábios e ele levou uma das mãos até a lateral de meu pes
Acho que é a primeira vez que tenho uma conversa tão sincera com um homem.— Vamos com calma, então. — Ele respondeu e eu sorri.— Eu estava falando com a Nicole, hoje... Sobre precisar de um lugar pra ficar. Tudo bem se eu ficar na casa dela até arrumar um apartamento para alugar? Eu não gosto de ficar morando de favor na sua casa, Henry... — Falei, enquanto acariciava o rosto dele.— Você é boba. Minha casa é enorme, você pode ficar aqui sem nenhum problema. — Falou.— Eu sei... Mas eu quero minha independência, entende? — Ele concordou com a cabeça.— É mais seguro que você fique perto de mim, Elle. — Ele falou, um pouco mais sério.— Eu sei me cuidar sozinha. — Falei e ele riu da minha cara. — Ei! — Dei um tapinha em seu ombro.— Você conseguiu se meter em encrenca mais vezes do que eu posso contar quando estava longe de mim. Se eu não tivesse aparecido... — Ele suspirou.— Eu sei. Prometo ser mais cuidadosa. — Falei.— Eu não posso te obrigar a ficar, por mais que eu queira. Você
ELLE NARRANDOEu achei que as coisas seriam diferentes depois da noite que passei ao lado de Henry, mas mais uma vez, ele agiu como uma verdadeira incógnita pra mim. Ele parecia tão ocupado que mal olhava na minha cara. Não tinha um segundo para mim, e isso foi me deixando mais e mais irritada com o passar do tempo. Todos os dias, eu ia cuidar do Benny, passava o dia lá, e vez ou outra o via de longe, sempre correndo, extremamente ocupado. Ele parecia tão frio quanto da primeira vez que o vi. A verdade é que isso fez com que eu me sentisse usada. Sei que Henry e eu não temos um relacionamento e que ele não me deve nada, mas é muito incômodo ver Henry de longe, vivendo a vida, sem se importar se eu existo ou não. Será que ele está assim porque me mudei? Ou só está muito ocupado?Depois que Henry colocou Benny no carro como de costume, eu parei na frente dele e o olhei.— Ocupado demais para me dar um bom dia decente? — Eu cruzei os braços e mantive a postura firme, o olhando nos olhos.
ELLE NARRANDOO homem começou a me agarrar. Eu olhei para Nicole desesperada, tentando negar aquele idiota, porque eu não queria beijá-lo. Nicole ficou olhando mas realmente não parecia querer fazer alguma coisa útil para ajudar, o que me frustrou.— Ei! Para com isso, era pra ser divertido, se ela não quer, deixa pra lá! — Nicole falou, de longe.Por que minha melhor amiga está agindo assim? Por quê? Por que ela não entra na frente, chama a polícia, sei lá? De vez em quando duvido do amor de Nicole por mim. Ela parece tão imprevisível e centrada na própria vida que às vezes esquece que sou humana, sabe? De vez em quando penso que ela só me quer por perto porque eu sempre tenho dinheiro para pagar as bebidas dela, não sei. Talvez seja isso.Tentei fazê-lo parar. Mas ele parecia cego pela bebida, e começou a me agarrar no sofá. Mesmo bêbado, ele era bem mais forte que eu e começou a me atacar, me pressionar contra o sofá e subiu por cima de mim. Ninguém na festa ligava, ninguém! É ness
ELLE NARRANDOHenry estava parado na frente da própria casa, com os braços cruzados. Estava de terno e óculos escuros. Então, quando me aproximei, ele entrou na frente da porta me impedindo de entrar.— Pode me dar licença? Eu preciso cuidar do Benny. — Ele negou com a cabeça e me olhou de cima a baixo.— Ele foi para a escola mais cedo, hoje. Precisamos conversar. — Ele afirmou, muito sério e me segurou pelo braço.— Eu não quero conversar. — Eu falei.Henry bufou, tirou os óculos escuros e me pegou no colo, como se eu fosse um saco de batatas, me jogando por cima do ombro. Eu comecei a me debater, tentando descer.— Me solta! — Gritei, mas ele simplesmente fingiu não me ouvir. Cretino do caralho!Eu batia nas costas dele, até que, ele entrou no próprio quarto e me jogou na cama. Antes que eu pudesse levantar, ele se deitou por cima de mim, e eu arregalei os olhos.— Você vai falar comigo, por bem ou por mal.Eu tentava empurrá-lo, mas acho que ele se cansou disso e de todo o meu dra
ELLE NARRANDOQuando consegui recuperar o meu controle próprio, empurrei Henry para longe. Já chega de ficar às cegas nisso. Eu não posso, ele precisa me contar!— Eu não quero ser salva por alguém que me vigia e não me diz nem ao menos se é um criminoso ou não. Eu não conheço você, Henry. — Eu me levantei e fui caminhando até a porta.— Você realmente está me deixando de novo, Elle? Toda vez que você sai por aquela porta, alguma merda catastrófica acontece e você é arrastada de volta pra minha vida. Será que não dá pra você parar com essa palhaçada antes que dê um jeito de se matar de verdade? — Questionou, enfurecido.— O que vai me matar de verdade é não saber nada sobre uma pessoa por quem estou criando sentimentos! — Eu gritei com ele, pela primeira vez. — Você não enxerga como isso é difícil? Você não consegue ver? E se você for a porra de um stalker? Eu quero respeito e privacidade, e isso parece não existir para os seus funcionários... Pelo menos não pra mim!— Elle, pelo amor
HENRY NARRANDOEu estava em uma casa abandonada com meus parceiros e o rapaz que tentou molestar Elle estava na minha frente, pendurado pelos braços. Com um ferro quente, eu o torturava, colocando vez ou outra em sua barriga exposta.— Você não vai falar para quem trabalha? — Questionei. O rapaz gritava.— Pelo amor de Deus, eu sou amigo da Nicole! Sou amigo dela há anos! Não trabalho pra ninguém! — Ele dizia, choramingando.— Então você não conhece nada sobre a família Wilson? — Questionei.— Não! — Gritava.Eu continuei torturando o homem, sem piedade nenhuma. Ele me deu algumas informações interessantes: Nicole é realmente uma garota desmiolada, como pensei, e Elle não está segura na casa dela de jeito nenhum. Mas o mais importante é que Nicole é exploradora, bêbada e quer o dinheiro de Elle. Ela só tem uma casa porque herdou dos pais, se não, nem isso teria.Por ter maltratado Elle e tentado abusar dela, eu o matei a sangue frio. Os seus dois amigos que estavam na festa foram mort