ELLE NARRANDODevido ao meu estado, quando ouvi passos, me virei com muito medo. Gabriel estava se aproximando de mim.— Que bom que está sozinha. Quero conversar com você. — Ele disse, se aproximando de mim. Me segurou pela cintura e eu o empurrei para longe.— Não me toca. — Falei, o empurrando.— Eu quero você. E vejo a forma como me olha, sei que você me quer também! — Ele afirmou.— Não! Eu não quero você, pelo amor de Deus! — Falei, dando um passo para trás.— Ah, você não quer? Então vamos fazer o seguinte: Ou você fica comigo, ou eu faço você ser demitida. O que acha? — Ele sorriu de forma maliciosa, e eu corri para dentro do restaurante, rezando para que houvesse algum cliente para eu atender.Sim, havia um cliente. E quem ele era? Era Henry. Ele entrou no restaurante com seus óculos escuros, perfeitamente arrumado, de mãos dadas com seu filho. Eu engoli seco e fui atende-los, enquanto se sentavam em uma mesa.— Olá, posso deixar o cardápio com vocês? — Perguntei, com o coraç
ELLE NARRANDOApesar de ter recebido aquela mensagem ridícula de Henry Abel, eu decidi ignorar. Às vezes eu sinto que ele está me vigiando, e eu não sei qual é o motivo. Será que ele é algum maluco? Será que ele gosta de mim? Eu não sei, só sei que essa sensação de ser vigiada me incomoda... Por mais que ele seja lindo e seu rosto fique atormentando meus pensamentos. Finalmente me deitei na cama, e então, um filme sobre várias coisas começou a passar na minha cabeça, mas percebi que meu principal pensamento girava em torno de Henry Abel. Como eu posso achar alguém tão insuportável e tão gostoso ao mesmo tempo? Isso é, no mínimo, bastante injusto. Depois de um tempo, fui vencida pelo meu próprio cansaço.— Henry? O que você está fazendo aqui? — Eu arregalei os olhos, o vendo entrar na minha casa sem bater.Ele abriu o primeiro botão da camisa social, depois o segundo, e todos os seguintes, sem tirar os olhos dos meus. Eu desviei o olhar para seu peitoral, e assim que ele estava perto o
ELLE NARRANDOQuando estava anoitecendo, recebi uma ligação no meu celular do meu chefe.— Alô? — Atendi, prontamente.— Oi, linda. — Era Gabriel. Aquilo me deixou com raiva.— Por que está usando o telefone do seu pai? — Questionei.— Tivemos um contratempo, meu pai está ocupado e pediu que eu te ligasse. Não se preocupe, serei breve...— Tá, fala. — Respondi, a contra gosto.— Elle, uma funcionária do turno da noite se demitiu. Será que você poderia substituir por essa semana? É importante.Eu juro que parei e pensei por um momento. Fiquei com medo de assumir e não dar conta, afinal, trabalho oito horas por dia, e isso aumentaria ainda mais minha carga horária. Mas... Eu preciso do dinheiro.— Alguns dias, apenas? — Perguntei.— Sim, apenas até encontrarmos uma nova funcionária. Você é excelente e os clientes te adoram... Eu desconfio do motivo, mas melhor ficar em silêncio. — Gabriel disse e eu girei os olhos.— Seu pai vai me pagar o adicional noturno? — Questionei.— Vai, vai sim
ELLE NARRANDODormir fica particularmente difícil quando você sofre duas coisas horríveis em tão pouco tempo. Eu fiquei virando de um lado para o outro, extremamente incomodada, sem saber o que fazer. Tenho certeza que me sentiria muito mais segura se Henry estivesse aqui no meu apartamento. Ele é um idiota, mas por algum motivo, eu me sinto segura perto dele. Talvez se eu bater em seu apartamento...Eu suspirei ao pensar nessa ideia, e senti meu corpo tremer. Tudo bem, talvez eu precise de ajuda e ele é a pessoa mais próxima. Engoli meu orgulho e fui até o apartamento ao lado, batendo na porta.— Sim? — Ele abriu, olhando para meu rosto.Primeiro, ele olhou em meus olhos. Depois, olhou para meu corpo, coberto por um pijama curto.— Eu não consigo dormir depois do que aconteceu. Tem milhares de coisas passando pela minha cabeça, Henry... — Suspirei.— Estou embalando objetos. Quer me ajudar? — Eu concordei com a cabeça.Entrei naquele apartamento, que estava quase completamente embala
Dois dias se passaram, e eu recebi um e-mail de uma agência de emprego, que estavam procurando uma babá. Eu enviei meu currículo, e depois de alguns minutos, me voltaram dizendo que eu havia sido aprovada. Eu vibrei de felicidade! Meu telefone tocou, e eu atendi. A moça começou a me explicar um pouco sobre qual era o meu trabalho, e depois, ao final, disse o salário.— Você aceita? — Questionou.— Sim! Com certeza! — Falei, alegre.— Você poderia por favor vir assinar o contrato de trabalho aqui na agência de emprego amanhã de manhã? — Ela questionou.— É claro! Estarei aí. — Falei.— Ótimo, venha trocada, porque você começa ao meio dia, tudo bem? — Falou.— Sim, é claro!Senti um alívio imenso. Eu iria conseguir o emprego, e iria conseguir pagar minha dívida!Na manhã seguinte, coloquei uma calça de moletom cinza bastante confortável, um tênis branco e uma regata branca. Coloquei brincos pequenos, arrumei o cabelo e coloquei tudo que eu precisava em uma bolsa lateral. Estava pronta p
ELLE NARRANDOEu dei um abraço em mim mesma e respirei fundo. Olhei para o lindo jardim da mansão de Henry e senti uma pontadinha de tristeza. Fiquei refletindo sobre uma coisa: Ele me trouxe aqui, não trouxe? Eu estava bêbada e passei muito mal. Talvez eu não tenha reconhecido porque fui embora tão depressa que não reparei em nada.Estava na hora de receber o menino, e então, entrei e me sentei no sofá. Olhei no relógio e poucos minutos depois ele entrou correndo. O sorriso dele ao me ver foi impagável.— Elle? Eu não acredito! Você veio! — Ele disse, e veio correndo em minha direção.Não sei o motivo, mas esse menininho parece realmente gostar de mim.— Sim, sou eu! —Respondi, o abraçando. — Como você está?— Estou bem. Ei, você vai morar com a gente agora? O papai escolheu você pra ser minha mamãe? — Eu ergui as sobrancelhas e neguei.— Não, meu amor, eu sou apenas sua babá.— Não! Você vai ser minha mamãe, agora!Benny apertou os braços ao redor do meu pescoço e eu apenas o abrace
ELLE NARRANDO Nem eu sei porque disse isso, apenas falei, entrei pela porta da casa dele e fui pisando firme até a mesa de jantar.Eu ajudei o garoto a comer, e ele foi um amorzinho. Depois, o coloquei para dormir. Não vi Henry durante o jantar ou quando fui colocar Benny para dormir, depois que ele falou comigo, simplesmente sumiu.Depois que Benny dormiu, eu fiquei sentada no sofá mexendo no meu celular, e então, finalmente Henry apareceu.— Venha, vou te levar para casa. — Disse. Eu respirei de forma profunda e acompanhei Henry até o lado de fora.Henry tem um carro preto com cheiro de carro novo. Eu coloquei o cinto e cruzei os braços, mantendo meus olhos para o lado de fora da janela durante todo o trajeto.— Elle, eu vou precisar que durma na minha casa amanhã. — Ele disse, quando estávamos quase chegando no meu apartamento.— O que? Oi? — Falei. Ele estacionou o carro em frente ao pequeno prédio que moro e eu abri a porta imediatamente. — Vai sonhando.Fui andando com pressa p
ELLE NARRANDODepois daquela noite, eu não vi Henry por dois dias. Ele parece ter desaparecido do mapa, não que eu me importe... Ou pelo menos, é o que eu tento falar para mim mesma. Será que ele se arrependeu daquilo? Bom, se ele se arrependeu, eu me arrependi também.Quando cheguei de mais um dia de trabalho da casa dele, eu estava tão nervosa e frustrada que fui até meu quarto, peguei uma boneca de pano que tenho em cima da cama e descontei toda minha raiva nela. Dei socos, apertei o pescoço dela e comecei a rosnar.— Eu queria tanto que você fosse o Henry, bonequinha! — Falava, enquanto esganava a boneca.Que ódio desse cara! Por que ele tem que mexer tanto com a minha cabeça e depois fugir? Ele é idiota? Eu não consigo parar de pensar nas reações do meu corpo quando Henry me toca, e ao mesmo tempo, não consigo parar de pensar nas coisas que ele me faz sentir só quando o vejo. Ele transformou meu cérebro em um furacão perfeito. Eu já não era boa do juízo, mas depois dele, as coisa