Oii pessoal, como vocês estão? Nesse novo capitulo tentei dar uma apimentada na historia, mas calma que o drama não acabou. Espero que estejam gostando.
Amber despertou de um sono profundo, o tipo que não tinha mais há muito tempo. Ao abrir os olhos, por um breve momento esqueceu onde estava. Mas, como uma onda pesada, as memórias recentes retornaram — o hospital, Benjamin, a fuga, a queda. Ela suspirou, sentindo o peso voltar aos ombros. Sentou-se na cama macia e percebeu, sobre a cômoda, uma muda de roupas cuidadosamente dobradas.De início, pensou em ignorá-las. Mas logo lembrou que fazia três dias desde seu último banho. Pegou as roupas e seguiu até uma das portas — a que achava ser o banheiro. Abriu e deu de cara com um closet vazio. Revirando os olhos, riu discretamente da própria confusão e entrou na porta ao lado.A água quente a surpreendeu. Não pelo calor, mas pela sensação. A cada gota que caía em sua pele, ela sentia o corpo relaxar. Por um momento, lembrou-se de sua mãe. De quando ela a banhava numa banheira cheia de espuma e cantava baixinho. Era uma lembrança que doía e acolhia ao mesmo tempo.Na casa do zelador, onde mo
— Quando você falou em carro, achei que era... sei lá, um carro de verdade. — Victor encarava a caminhonete com cara de quem duvidava da própria sanidade.— Ei! Não fala assim da Jasmini, ela só é... um pouco temperamental. — Amber sorriu, abrindo a porta da velha caminhonete com um empurrão de leve. — Fiz uma revisão esses dias, tá praticamente uma máquina de guerra agora.— Você tá dizendo que essa coisa ainda anda?— Claro! Tá comigo há dois anos e nunca me deixou na mão. — Ela passou a mão com carinho no volante, orgulhosa.— Marrentinha... eu juro que nunca vi tanta ferrugem junta na vida.— Deixa de ser fresco, vai.— Talvez depois. Por agora, minha resposta é não. Esse carro aí parece uma arma biológica. — Ele abriu a porta, fazendo uma careta. — Vem, sai da sua pequena Chernobyl e vamos naquela lanchonete ali. Depois eu ligo pro Everton vir buscar a gente.— Só vou porque já tava pensando em passar lá mesmo. Mas pra deixar claro: vou voltar na minha caminhonete, com ou sem você
O clima entre os dois jovens não era dos melhores. Benjamin encostou as costas na parede do cinema, um pouco afastado dos outros, mas com os olhos vidrados em Amber.— Alguém pode me lembrar por que ainda estamos aqui fora, se todo mundo já chegou? — Victor parecia uma criança hiperativa, incapaz de ficar parado ou calado por mais de dois minutos.— Victor, pela terceira vez: tô esperando minha prima — Carla respondeu, impaciente. — Tu nasceu prematuro, foi?— E não é que você acertou? — Ele deu de ombros com um sorrisinho debochado e foi até Amber, que estava quieta num canto. — Marrentinha, fala pra ela que a prima pode muito bem encontrar a gente lá dentro.— Não me mete nas tuas tretas, Victor. E para de me chamar assim — ela retrucou, cruzando os braços.— Ué, tu já se olhou no espelho? — Ele apontou pra ela. — Tu é a personificação da marra.— Gente... acho que é ela — Carla interrompeu, apontando para um carro preto que acabara de estacionar do outro lado da rua. Uma jovem loira
— Aonde eles foram? — Victor não aguentou esperar o fim do filme e saiu apressado. Logo, todos estavam do lado de fora procurando por eles.— Aqueles dois ali, passando de moto? — John apontou, rindo, para a moto que cruzava a rua à frente.— Ué... Eles estão namorando? — Letícia franziu a testa, confusa.— Não — respondeu Victor, focado na moto que desaparecia no horizonte. Seu olhar era tão intenso que parecia capaz de explodi-la com a força do pensamento.— Então ela é sua namorada? — insistiu Letícia, sem noção.— Lê, querida... melhor irmos — murmurou Carla, constrangida. Queria enfiar a amiga num buraco pelas perguntas inconvenientes, mas também não podia culpá-la. Nem ela mesma sabia desse triângulo amoroso até aquele momento. O problema era que Letícia não captava nada do que estava no ar.— Já vamos indo, meninos — despediu-se Carla, puxando Letícia pelo braço.— Mas já? Nem escureceu ainda! — protestou Letícia, relutante. Agora que um dos gatinhos tinha ido embora, talvez o o
Victor chegou à mansão com o motorista de John cambaleando ao seu lado, derrotado por algumas doses a mais. Ele havia tentado acompanhar o ritmo de Victor, esquecendo que estava diante de um dos maiores festeiros de Londres.Cada gole daquela noite parecia pesar agora. Victor se amaldiçoava por não ter tido coragem de beijar Amber — e, ao mesmo tempo, lembrava dos olhos dela marejados. Aquilo o impediu.Desceu do carro em silêncio e entrou na mansão já mergulhada na penumbra da noite. Imaginava que todos estivessem em casa. Procurou por Amber e Benjamin, mas quem encontrou primeiro foi sua tia, sentada na sala com um livro nas mãos.— Tia... você sabe onde estão o Benjamin e a Amber? — perguntou direto, mantendo uma distância segura para esconder o cheiro de álcool. Ela fechou o livro lentamente.— Achei que estivessem com você — respondeu, levantando-se. Victor recuou instintivamente, mudando de lado.— Maria! — chamou a ama. Em segundos, a mulher apareceu na sala. — Alguma notícia do
— Amber, querida… acorde. — A voz suave de Maria atravessava a neblina do sono.Amber abriu os olhos devagar, confusa. — Maria? Me desculpa… eu…— Não tem por que se desculpar, menina. — A mulher sorriu com ternura. — Vim acordá-la para que tenha tempo de se arrumar com calma. Se levantar agora, consegue tomar um café da manhã tranquilo.— Mas... e a escola? Não tenho uniforme, nem material. — Ela já tinha usado essa desculpa na noite anterior, torcendo para que servisse de pretexto para ficar.— Ah, isso já está resolvido. Benjamin providenciou seu uniforme faz um tempo. Está no closet. — Maria desapareceu por um instante entre as portas abertas. — Vou pegar para você. Vai querer ir de calça? — A voz veio lá de dentro. — E também deixei uma pomada sobre a cômoda. Achei que ajudaria…Amber olhou para a pomada com um misto de surpresa e gratidão. Quando Maria teria visto suas marcas? Tentou lembrar, mas afastou os pensamentos — ela só queria cuidar dela. E seria rude questionar isso.Fo
Amber já não aguentava mais. Depois de ser seguida por toda a manhã, sentia-se sufocada. Ofegante, parou diante do armário e bateu a porta com força.— Sério isso? — Ela exclamou, encarando o grupo. — Vocês não têm nada melhor pra fazer?— Até que não, viu? — Victor respondeu com um sorriso debochado, o primeiro a se manifestar, como sempre. Ele claramente era o que mais se divertia com a brincadeira de “perseguir a Amber”.— Amiga, para de ser mal-agradecida. A gente só tá cuidando de você — disse Jhon, abraçando-a de lado.— Eu sei... — Amber se desvencilhou dos braços dele. — Mas vocês estão me sufocando. E mais: tão fazendo todo mundo achar que eu sou maluca. A intenção é boa, eu sei. Mas agora virei o centro das atenções, e isso me deixa desconfortável. Jhon, Carla... Qual é o meu lema?— “A melhor forma de sobreviver ao ensino médio é sendo invisível” — responderam os dois, em coro.— Pois então, seu plano foi por água abaixo, marrentinha. — Victor riu e virou o celular na direçã
— Amber, está tudo bem? Você está muito quieta hoje. Não está doente, está? — Kevin já não aguentava mais vê-la parada, encarando o nada com aquele olhar distante.— Estou bem. Não estou doente. — Amber pegou um pano e foi limpar uma das mesas, apenas para escapar da próxima leva de perguntas.A conversa com a diretora ainda ecoava em sua mente. Ela se lembrava de todos os amigos dos pais, mas nunca tinha ouvido falar daquela mulher. Mesmo assim, a foto era real — seus pais estavam nela. Mas... algo ainda não se encaixava.— Ora, ora... se não é a falsa rainha do baile. — Amber revirou os olhos ao ouvir aquela voz.— O que você quer, Verônica? — murmurou, sem sequer olhar para a garota, que se sentou com o grupinho na mesma mesa que Amber limpava.— Nada demais. Só vim avisar pra você cair fora e desistir da eleição. Ninguém aqui quer você como rainha.— Por que isso é tão importante pra todo mundo? É só uma coroa de plástico ridícula.— Ridícula é você. E vai pagar por ter atrapalhado