Oii, sei que estou demorando para escrever, mas e que as coisas andam bem corridas. Mas postei 2 capítulos de desculpas e amanhã vou postar mais.
Amber finalmente despertou. A mente ainda nebulosa tentava juntar os pedaços dos últimos acontecimentos. Sentia-se zonza, mas determinada, forçou-se a se sentar.— Deixa que eu te ajudo — disse Maria, sua voz surgindo do escuro.Amber gritou de susto.Maria correu e acendeu as luzes da sala.— O que houve? Está tudo bem?— Sim, só me assustei — respondeu envergonhada, passando a mão pelo rosto. — Onde estão todos?— Na sala de jantar. E você? Como está se sentindo? — Maria a observava com cuidado, como quem procura rachaduras invisíveis.— Estou bem — garantiu Amber, levantando-se de imediato para reforçar sua fala.Maria sabia que não adiantava insistir. Limitou-se a acompanhá-la em silêncio até a sala onde todos estavam reunidos.— Eu não vou ficar esperando! Quero saber quem está por trás disso! — dizia uma voz exaltada, interrompida ao notar Amber na porta.— Podem continuar — ela disse com ironia, erguendo as mãos como quem se rende. Caminhou até uma cadeira próxima e se sentou. E
Na mansão, Victor se sentava sozinho na sala, o copo de whisky girando em sua mão. O sabor amargo da bebida nem se comparava ao gosto da decepção que queimava por dentro. Ele se sentia como um homem traído, ainda que uma parte de sua mente insistisse: “vocês nunca tiveram nada.” Mesmo assim, virou o restante do copo de uma só vez.As horas foram passando, um silêncio denso tomava a casa. Todos já haviam se recolhido, exceto ele. Victor já não contava o tempo em minutos, mas em copos. Quando a primeira luz surgiu do lado de fora, a garrafa estava quase vazia, e o relógio ao seu lado marcava 2h55 da manhã. Cambaleando, ele se levantou. Estava pronto para confrontá-los... mas sua voz desapareceu assim que os viu entrar.Amber estava com o rosto corado, o cabelo bagunçado. Benjamin ajeitava os próprios fios, num gesto inútil. As roupas dos dois estavam amassadas e o clima entre eles parecia... íntimo demais.— Ainda acordado, Victor? — Benjamin perguntou ao entrar, colocando o capacete sob
Já haviam se passado semanas desde a briga. Um novo mês começava, mas o clima na mansão permanecia pesado. Aos poucos, os meninos se organizaram para evitar se cruzar — mesmo com tanto espaço, revezavam os horários das refeições para não estarem no mesmo cômodo. Benjamin passou a ir de moto para a escola. Já Victor arranjava desculpas para não ir de carro comigo, o que o fazia se atrasar com frequência.Eu me sentia cada vez mais culpada. Mesmo com todos dizendo que era questão de tempo para tudo voltar ao normal, era visível que aquela confusão tinha deixado marcas em todos.Os Willivam sempre fizeram questão de jantarem juntos, mas agora Maria precisava arrumar a mesa duas vezes. Everton, além de fazer duas viagens para nos levar à escola, ainda precisava sair para abastecer a moto de Benjamin. Isso o fazia passar menos tempo com Maria, que parecia sentir falta dessa rotina.Na escola, não demorou para que todos notassem os hematomas e os rostos marcados pelos socos. Além de John e C
A respiração ofegante ainda doía no peito. Minhas mãos tremiam. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e meus joelhos mal sustentavam o corpo. Mas eu continuei andando. Sem rumo. Só queria sair de perto daquela escola, daquela vida.Virei duas esquinas, cortei caminho por um beco que eu conhecia desde pequena, e fui parar no único lugar que me trazia um pouco de paz: a velha lanchonete da dona Cida.Era um lugar simples, mas tinha cheiro de infância. Meus pais costumavam me levar lá aos sábados, antes de tudo desmoronar. Abri a porta de vidro com esforço e fui recebida pelo sino pendurado que tilintou como um sussurro de “bem-vinda de volta”.— Amber? — a voz surpresa veio de trás do balcão. — Minha nossa, menina... você está um caco.— Eu sei — murmurei, sem conseguir encará-la.— Senta aí, vou fazer um chocolate quente. Daquele que você gosta, com marshmallow e tudo.Sentei na mesa do canto, a mesma de sempre. Minhas mãos tocaram o tampo de madeira riscado, como se buscassem um
De volta à mansão, o céu começava a se tingir de tons alaranjados, prenunciando o fim de mais um dia arrastado. A rotina tinha se tornado silenciosa demais, pesada demais. Victor e Benjamin continuavam com seus turnos alternados, como se fossem dois estranhos obrigados a viver sob o mesmo teto. Maria me deixou na esquina, para evitar que alguém percebesse nossa saída. Prometi que contaria tudo a ela depois do retorno da consulta, mas, na verdade, nem eu sabia o que havia acontecido de verdade.O exame de sangue só teria resultado nos próximos dias, e a médica havia sido cuidadosa em não tirar conclusões precipitadas. Mas a palavra "ultrassom invasivo" ainda martelava na minha cabeça. Me perguntei se eu conseguiria aguentar até lá sem surtar.Entrei pela porta dos fundos, subindo direto para o quarto. Maria, que havia chegado antes de mim, deixara uma bandeja com lanche sobre a escrivaninha e um bilhete carinhoso: "Se precisar conversar, estarei no quarto ao lado. Com amor, M." Sorri de
De volta à mansão, o céu começava a se tingir de tons alaranjados, prenunciando o fim de mais um dia arrastado. A rotina tinha se tornado silenciosa demais, pesada demais. Victor e Benjamin continuavam com seus turnos alternados, como se fossem dois estranhos obrigados a viver sob o mesmo teto. Maria me deixou na esquina, para evitar que alguém percebesse nossa saída. Prometi que contaria tudo a ela depois do retorno da consulta, mas, na verdade, nem eu sabia o que havia acontecido de verdade. O exame de sangue só teria resultado nos próximos dias, e a médica havia sido cuidadosa em não tirar conclusões precipitadas. Mas a palavra "ultrassom invasivo" ainda martelava na minha cabeça. Me perguntei se eu conseguiria aguentar até lá sem surtar. Entrei pela porta dos fundos, subindo direto para o quarto. Maria, que havia chegado antes de mim, deixara uma bandeja com lanche sobre a escrivaninha e um bilhete carinhoso: "Se precisar conversar, estarei no quarto ao lado. Com amor, M." Sorr
respiração ofegante ainda doía no peito. Minhas mãos tremiam. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e meus joelhos mal sustentavam o corpo. Mas eu continuei andando. Sem rumo. Só queria sair de perto daquela escola, daquela vida.Virei duas esquinas, cortei caminho por um beco que eu conhecia desde pequena, e fui parar no único lugar que me trazia um pouco de paz: a velha lanchonete da dona Cida.Era um lugar simples, mas tinha cheiro de infância. Meus pais costumavam me levar lá aos sábados, antes de tudo desmoronar. Abri a porta de vidro com esforço e fui recebida pelo sino pendurado que tilintou como um sussurro de “bem-vinda de volta”.— Amber? — a voz surpresa veio de trás do balcão. — Minha nossa, menina... você está um caco.— Eu sei — murmurei, sem conseguir encará-la.— Senta aí, vou fazer um chocolate quente. Daquele que você gosta, com marshmallow e tudo.Sentei na mesa do canto, a mesma de sempre. Minhas mãos tocaram o tampo de madeira riscado, como se buscassem uma
O sol da manhã iluminava o jardim da mansão Willivam, tingindo as folhas com tons dourados. Amber sorriu suavemente enquanto Benjamin falava sobre as aulas que teriam naquele dia. Ele gesticulava, tentando parecer natural, mas seus olhos insistiam em mergulhar nos dela. Havia tensão no ar — algo não dito, algo prestes a mudar.— A gente se vê na escola? — ele perguntou, ajeitando a gravata.— Sim. Só vou subir para pegar minhas coisas — respondeu Amber, devolvendo o sorriso contido. Ela sabia que precisava contar sobre o resultado do exame em algum momento, mas ainda não sabia como. Precisava de mais tempo.Despediram-se com um aceno silencioso e um olhar demorado. Amber virou-se e entrou na mansão, subindo as escadas com calma. No corredor, Maria passou correndo com uma toalha nas mãos, provavelmente lidando com mais um imprevisto doméstico. Amber soltou um suspiro curto. Era um daqueles dias em que tudo parecia normal — e, talvez por isso, perigoso.Ao abrir a porta do quarto, ela en