Essa história começa a exatos 13 anos atrás, quando eu tinha apenas 7 anos e casa ao lado da minha foi ocupada por um casal e seus filhos, no começo foi difícil, afinal eles eram completos estranhos e meus pais simplesmente decidiram que todo final de semana iríamos jantar todos juntos, pois segundo minha mãe, tínhamos que ser solidários e integra-los a nossa vizinhança.
Alguns anos se passaram e eles se mudaram para a Califórnia, e eu nunca mais tive notícias deles... até agora.
-Mas você era tão pequena, como se lembra disso tudo?- Lygia, minha sogra me pergunta após eu ter lhe contado que os conhecia
-Eu realmente não sei Senhora Matteo- respondo olhando para o bule de chá que era colocado na mesa por Grace, a empregada da casa- muito obrigada Grace- digo olhando para a mesma e ela sorri
-Você sabe que não precisa agradecer a ela... o trabalho dela é nos servir- Johnson, Esposo de Lygia e por consequência meu sogro, fala enquanto desce as escadas
-Querido, você sabe como a Cristina é agradecida, até mesmo pelas pequenas coisas- Lygia fala após receber um beijo de seu marido
-Estão prontas para o almoço?- Maison, meu namorado pergunta assim que abre a porta da entrada.
Ele decidiu organizar um almoço especial por estarmos comemorando 2 anos de namoro, e o mesmo Parece tão empolgado com esta situação, ele não parou de falar desse almoço por dias e agora finalmente está acontecendo, finalmente vou saber o que de tão especial vai acontecer para ele estar tão animado.
-Estamos sim, meus pais irão nos encontrar lá- falo e me levanto indo em direção ao mesmo
-Vai ser agradável passar um tempo como família- Johnson diz ao sair da casa passando por nós.
O trajeto que fazemos até o restaurante é silencioso, o que me deixa um pouco constrangida, porque eu realmente não sei puxar assunto
-Cristina, querida, você nunca nos contou como foi que você e meu filho se reencontram- Lygia comenta quebrando o silêncio.
O dia tinha sido péssimo para mim, eu havia terminado de voltar da casa de praia dos meus pais na Flórida e descobri a pouco menos de uma hora que a faculdade estava organizando uma festa de boas vindas para os calouros e eu não tinha nada para vestir, eu parecia um camarão de tão vermelha, como eu poderia ir assim?
Após uma hora, minha mãe conseguiu me convencer a ir para a festa, tivemos que revirar o meu armário para achar algo aceitável, me arrependo de ter sido tão mimada assim.Ao chegar a festa noto que todos estão falando sobre um tal de M.M, aparentemente ele era um dos melhores jogadores do time de futebol, o que surpreendeu todos, pois não se esperava que os "Deuses" aparecessem em uma festa para calouros.
Olhei ao redor e só vi rostos desconhecidos, todos eufóricos e felizes, e de repente no meio da multidão um rosto levemente familiar chamou minha atenção... oh Maison... ele estava ali parado, tão lindo como da última vez em que o vi, então ele virou e olhou fixamente para mim, eu não sabia o que fazer, não consigo acreditar que após anos ele estava aqui, eu queria abraça-lo, mas não sabia se ele iria me reconhecer, mas o mesmo da um passo em minha direção, e logo outro, passo a passo e logo ele se encontra em minha frente, com aquele sorriso que faz minhas pernas babearem.
-Nossa! Não acredito que esteja aqui- Maison diz enquanto me olha
-Eu quem devia falar isso, pelo que eu me lembro não fui eu quem fez meus pais se mudarem por conta de um rabo de saia- solto uma risada baixa após dizer isso.
-Em minha defesa, eu era um idiota- Ele diz e também ri -Você está linda- ele fala enquanto pega uma mecha do meu cabelo e a coloca atrás da minha orelha.
Meu sorriso se desmancha assim que vejo que algumas pessoas cochicham olhando em nossa direção, o que me deixa muito incomodada, aparentemente não foi só eu quem percebeu, vejo Maison tomar uma postura mais agressiva enquanto olha para todos.
-O que foi? Nunca viram não?- Ele indaga em um tom defensivo.
-Hey... Tá tudo bem- Falo olhando o mesmo.
-Você não entende, eles tem que me respeitar, afinal, quem leva o time da faculdade a vitória sou eu- Ele diz e sorri, a quanto tempo eu não vejo esse sorriso de quem está se gabando por algo.
Vejo dois "armários", um deles é um pouco mais baixo do que Maison, possui cabelos loiros e olhos azuis, o clichê dos filmes, o outro é enorme talvez tenha quase dois metros, o seu tom de pele é um negro escuro e seus olhos castanhos, assim como o cabelo, se aproximarem do Maison, o mesmo cumprimenta eles.
-M.M estão todos falando de você e uma garota misteriosa- o loiro fala e me olha dos pés a cabeça
-Não é educado da sua parte ficar olhando assim para mim- digo olhando para o mesmo
-Desculpa pelo meu amigo, é que você é a garota misteriosa que todos estão falando- o mais alto fala
-Esses são Carteer- Maison aponta para o mais alto- e Joshua- Ele aponta para o loiro- Eles são do meu time de futebol- Maison Explica- Rapazes, essa é a Cristina, minha amiga de infância- Ele diz e me olha com carinho
-É um prazer conhece-los- digo olhando os dois- mas me conta Dengo, você é o tão famoso M.M?- indago dessa vez olhando para o Maison e o mesmo sorri
-Ui, Dengo- ouço o Joshua sussurrar em tom de deboche
-Nem sou tão famoso assim, só sou bastante sociável- Maison diz com um sorriso enorme no rosto
-Bom, se for isso, você é bem popular entre as mulheres, principalmente as mais velhas- digo e solto uma risadinha notando que o mesmo corou.
Depois desse dia, passamos a nos encontrar sempre que dava e logo nos tornamos o casal mais popular da faculdade, e o melhor é que pelo "apelido" dele, sempre ganhávamos M&M das pessoas.
Com o passar do tempo eu me via cada vez mais apaixonada por ele e já não dava para negar que eu queria ele a todo instante, e alguns meses depois de completar meu primeiro ano na universidade, eu me mudei para o apartamento dele, foi bom para mim, segundo ele, meus pais estavam sugando toda a minha inspiração, criatividade, minha essência para a pintura, embora a única arte que eu fosse boa era a arte da música, eu amava a forma como os instrumentos soavam, as melodias, eu amava cantar, mas a pintura tem que ter um lado bom... Certo?Isso nos traz de volta aos dias atuais, onde o silêncio volta a reinar dentro do carro, ninguém ousa falar uma única palavra e talvez seja melhor assim.E novamente minha mente vagueia, lembrando de alguns momentos em que o Maison agia com
-Maison, eu aceito me casar com você- Olho para o mesmo e vejo a expressão dele mudar.Um sorriso de orelha a orelha se forma no face de Maison, ele se levanta e me abraça, seus braços envolvem minha cintura e o mesmo me puxa para perto, me dando um beijo apaixonado e ali eu esqueço do comentário infeliz que ele fez a alguns instantes.Assim que seus lábios se separam dos meus, ele segura em minha mão e coloca o anel de noivado no meu dedo, era simplesmente lindo, eu estava hipnotizada com o brilho do diamante, mas ao ouvir minha mãe me chamar, minha atenção muda de foco.-Mostre seu anel para a gente querida- minha mãe diz enquanto sorri.Estico meu braço na direção das nossas mães e vejo o sorriso da minha mãe aumentar, a mãe do Maison olha para o mesmo com uma expressão de cumplicidade, provavelmente foi ela quem o ajudou
Sinto sua mão segurar em meu braço com uma certa força e eu o olho assustada.-Eu te fiz uma pergunta- ele aperta mais meu braço ao dizer isso, fazendo com que eu sinta dor.-Você está me machucando- digo enquanto tento soltar meu braço -Eu só estava sendo educada.-Educada? você estava se jogando para cima dele, isso sim- ele diz em tom agressivoLogo as portas do elevador se abrem e ele solta meu braço para que ninguém veja o que estava acontecendo, saímos do elevador e percebe-se que seus passos estão pesados.entramos em nosso apartamento e logo ele bate a porta e se vira em minha direç
-Não acredito que você mora aqui- William diz e eu o olho incrédula-Wi-William, o que você está fazendo aqui?- pergunto me levantando do banco-Eu me mudei pra cá ontem, falando em ontem... nem pudemos conversar, você saiu correndo tão rápido, não gostou da minha música? e você sabe que eu não gosto de ser chamado de William, é apenas Will- ele diz e dá um sorrisinhoContinuo olhando para ele sem entender como ele veio parar aqui, de todos os condomínios que existem na Florida, ele veio logo para o mesmo que o meu.-Desculpa Will, eu tinha me esquecido de você não gostava... eu tinha um compromisso, por isso eu tiv
Quando abro meus olhos vejo quem estava tapando a luz do sol que vinha em minha direção, era Carteer e ele me olhava de uma maneira estranha-Carteer? posso te ajudar de alguma forma?- pergunto quebrando o silêncio constrangedor-Fiquei sabendo que o Maison viajou, que vocês deram um tempo e que ele está aproveitando todas as brasileiras que dão mole para ele- ele me diz enquanto ainda me encaraO que ele diz sobre o Maison no final quebra meu coração em pedacinhos, mas eu me esforço para não expressar isso.-E eu vim dizer que eu estou aqui para você, se você quiser um ombro amigo ou algo a mais- ele diz e se aproxi
Eu não podia voltar a lembrar do Will, eu tinha que esquece-lo, mas como o faria se ele agora era meu vizinho?Como eu faria para esquecer aqueles belos olhos azuis acinzentados? E sua mão macia acariciando a pele do meu rosto?Era impossível esquecer ele, mas eu precisava, pelo bem da minha relação.A semana passou sem nenhum acontecimento extraordinário, o que ajudou para que tudo voltasse a ficar tranquilo.Já era a noite de sexta e Maison e eu estávamos decidindo o que serviríamos para os nossos país.-Sua mãe ama chá de hortelã, poderíamos servir isso- sugiro enquanto tiro um bule de chá do armário.O bule parecia que havia acabado de sair da loja, não usamos ele desde que ganhamos dos país de Maison, mas o momento pedia.-Mas meu pai detesta chá de hortelã- o mesmo responde enquanto pega qua
Meu amorOnlineQuem?Cristina, por que não responde?Seu pai Maison, seu pai estava no motelVisualizado às 6:20Você acha que sua mãe estava assistindo?Visualizado às 6:20Espero que não, seria horrível para ela.Eu preciso sair do celular, estão me chamando para outra reunião.Beijos.━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━Coloco meu celular em cima da mesa de centro e termino de tomar meu café, abro a sacola de papel e encontro um muffin dentro da mesma.Como o pequeno bolo de forma lenta enquanto eu pensava no que havia acabado de acontecer, eu estava torcendo para que minha sogra não tivesse visto o jornal, mas não adiantaria muita coisa, porque muito provavelmente passaria a reprise da notícia.Termino de comer o muffin ainda com a cabeça n
-Você já pode abrir os olhos, já está tudo bem- essa voz conhecida me acalma e logo eu abro os olho me deparando com o meu pai.Me jogo em cima do mesmo o abraçando enquanto algumas lágrimas escorriam por meu rosto, sinto os lábios dele tocarem minha testa em um beijo carinhoso.Me separo do abraço e olho para o lado em que Carteer estava, vejo o mesmo se levantando do chão com um olho roxo.-Senhor Garcia, não era nada do que você estava pensando- Carteer diz sem jeito.-Eu sei muito bem o que eu vi, rapaz- meu pai diz enquanto olha para Carteer com desgosto -E eu acho melhor você ir embora para que eu não seja obrigado a fazer algo pior- ele diz e da um passo para frente como se ameaçasse o Carteer.Carteer se vira e começa a andar, mas antes que ele suma de nossas vistas, meu pai avisa.-Espero que esteja ciente que o concelho vai receber u