Capitulo sete

Eu não podia voltar a lembrar do Will, eu tinha que esquece-lo, mas como o faria se ele agora era meu vizinho?

Como eu faria para esquecer aqueles belos olhos azuis acinzentados? E sua mão macia acariciando a pele do meu rosto?

Era impossível esquecer ele, mas eu precisava, pelo bem da minha relação.

A semana passou sem nenhum acontecimento extraordinário, o que ajudou para que tudo voltasse a ficar tranquilo.

Já era a noite de sexta e Maison e eu estávamos decidindo o que serviríamos para os nossos país.

-Sua mãe ama chá de hortelã, poderíamos servir isso- sugiro enquanto tiro um bule de chá do armário.

O bule parecia que havia acabado de sair da loja, não usamos ele desde que ganhamos dos país de Maison, mas o momento pedia.

-Mas meu pai detesta chá de hortelã- o mesmo responde enquanto pega quatro xícaras do conjunto que veio com o bule.

-Poderíamos fazer um café então, sei que seu pai não é adepto a chá- digo o ajudando com as xícaras

-Eu também prefiro café, bem pensado- ele diz e logo da um beijo em minha testa. -E o que tem de comida para servir?- Ele pergunta indo em direção a geladeira e abre a mesma.

-Eu estava pensando que você poderia comprar uns cupcakes- digo e o mesmo me olha com desaprovação. -Eu poderia fazer então, acho que temos ingredientes em casa- falo e começo a olhar nos armários. -Eu vou ter que ir no mercado, precisamos de farinha e fermento e também eu poderia aproveitar e comprar uns biscoitinhos- digo e o mesmo se aproxima de mim.

-Só me falar o que precisa e eu compro, está muito tarde para você sair- ele diz enquanto prende uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

-É melhor eu ir, você não vai saber qual tem que comprar, igual aquela vez que eu te pedi para comprar absorvente e você trouxe a marca errada- digo já indo em direção a porta.

-Por que você faz tanta questão de sair? Vai encontrar alguém?- Maison pergunta de uma maneira hostil.

-Porque eu preciso comprar o que falta, eu acabei de falar isso para você- digo de uma forma calma para evitar uma briga.

-Eu posso ir no seu lugar- ele diz enquanto me olha -Te mando foto do que tem lá e você escolhe.- ele diz já pegando seu casaco e a chave do carro.

Não dá nem tempo de dizer algo, quando eu iria falar ele já havia saído.

Vou andando até a sala e me jogo no sofá, ali eu fiquei 30 minutos, esperando alguma mensagem de Maison, mas não havia chegado nada, ouço a campainha tocar e penso que pode ser ele chegando com as coisas.

Ando lentamente até a porta e a abro me deparando com o Will.

-Cristina? Você é minha nova vizinha de porta?- Ele pergunta sorrindo gentilmente para mim

-Como assim?- pergunto confusa o olhando

-Eu moro nesse apartamento aqui- ele diz apontando para a porta atrás dele

Eu não podia acreditar, já era difícil ter ele morando no mesmo condômino, quem dirá ter ele no mesmo prédio e no mesmo andar.

-Nossa, que louco, não?- digo sem muita animação. -Eu posso fazer alguma coisa por você?- pergunto e o olho de cima abaixo.

Nos nossos outros encontros eu não tive a oportunidade de olha-lo, mas agora que ele está aqui eu posso fazer isso, ele não havia mudado nada, apenas o cabelo que cresceu, mas fora isso, era o mesmo Will do ano passado, talvez sua personalidade tenha mudado, mas isso só o tempo irá dizer.

-Eu queria saber se você tem alguns pregos para me dar- Will diz e sorri

-Eu sinto muito, mas acho que só o Maison tem e eu não posso mexer nas coisas dele- digo me preparando para fechar a porta

-Maison? Aquele Maison que te abandonou para ir viajar sozinho e se jogar em qualquer rabo de saia?- Will pergunta com uma expressão de reprovação

-Sim, a gente se resolveu- digo sorrindo de lado para ele

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Já era a terceira vez que Will e eu saímos na semana, ele era bem legal e também tinha sido um bom ouvinte para mim.

Estávamos indo a um bar perto da minha faculdade, era a primeira vez que eu estava indo lá, ele me convenceu dizendo que era o melhor bar da cidade e que ele conhecia todos de lá e para melhorar tudo, o bar tinha um karaokê.

Assim que entramos no estabelecimento eu posso sentir o cheiro de cigarro se misturar com algum spray para melhorar o cheiro do local o que faz meu nariz coçar.

Nos sentamos nas banquetas que estão em frente ao bar e logo pedimos nossas bebidas, ele pediu vodca e eu preferi continuar sã por enquanto então pedi água, eu nunca fui boa de beber, no primeiro copo eu já ficava zonza.

-Estou curioso sobre uma coisa- Will chama a minha atenção. -O que aconteceu com o seu namorado ou ex namorado?- Will pergunta e por um instante eu sinto um nó formar em minha garganta.

-Ele foi para o Rio de Janeiro, passar o carnaval deles e bom, se jogou em cima de qualquer uma que deu mole para ele- sinto meus olhos encherem de lágrimas enquanto eu falo

-Me desculpa, eu não quis te fazer chorar- Will diz passando seu dedo suavemente em meu rosto para secar a lágrima que havia acabado de escapar.

-Tudo bem, uma hora ou outra isso ia acontecer- digo e sorrio de lado.

Eu não sei se foi a carência ou se realmente rolou uma químicamas eu me aproximei dele e logo o beijei e parece que o mesmo havia gostado, tanto que ele retribuiu ao meu beijo

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Will ainda estava parado em minha porta e eu não sei o porque.

-Tem mais alguma coisa que eu possa fazer?- Pergunto

-Não, não, eu já vou indo, obrigada de qualquer forma Cristina- Ele diz e logo se vira voltando para casa

Fecho a porta e respiro fundo, é muito difícil estar perto dele, ele me deixa desconcertada.

Vou para o meu quarto e me deito na cama esquecendo de tudo e me deixo cair no sono.

No Sábado eu acordo bem cedo, às 6 de manhã, eu não vi o Maison chegar e muito menos o vi sair, o que me faz pensar que talvez ele não tenha vindo para casa, mas ao chegar na cozinha eu vejo as sacolas de compra em cima da bancada e um bilhete do mesmo.

"Tive que sair cedo para uma reunião e não quis te acordar.

Uma menina vai ai entregar seu café da manhã, tenha um bom dia

-Maison"

Guardo o bilhete na gaveta e logo ouço a campainha tocar, vou até a porta e quando a abro dou de cara com uma jovem que segurava um copo de café e uma sacola de papel branco, pego as coisas e logo dou uma gorjeta para a menina, afinal, Maison já tinha lhe pagado pelo café.

Me dirijo até o sofá lentamente e logo me sento, deixo o copo de café na mesinha de centro e logo ligo a televisão num canal qualquer e logo começo a comer.

Percebo que tinha ligado no canal de notícias quando aparece uma chamada de emergência dizendo que havia um incêndio em um motel, fazendo minha atenção se voltar para a televisão.

Começa a aparecer imagens ao vivo do local e se pode ver as pessoas correndo apenas de toalha ou roupão para fora do estabelecimento, de repente vejo um rosto conhecido e não posso acreditar no que esta acontecendo.

"Meu amor

Visto por último às 06:04

Maison, você viu o jornal?

Visualizado às 6:15

Não Cristina, Por que?

Um motel pegou fogo

Visualizado às 6:17

E qual é a importância disso Cristina?

Você não sabe quem estava lá.

Visualizado às 6:18

Quem?"

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