Eu não podia voltar a lembrar do Will, eu tinha que esquece-lo, mas como o faria se ele agora era meu vizinho?
Como eu faria para esquecer aqueles belos olhos azuis acinzentados? E sua mão macia acariciando a pele do meu rosto?
Era impossível esquecer ele, mas eu precisava, pelo bem da minha relação.
A semana passou sem nenhum acontecimento extraordinário, o que ajudou para que tudo voltasse a ficar tranquilo.
Já era a noite de sexta e Maison e eu estávamos decidindo o que serviríamos para os nossos país.
-Sua mãe ama chá de hortelã, poderíamos servir isso- sugiro enquanto tiro um bule de chá do armário.
O bule parecia que havia acabado de sair da loja, não usamos ele desde que ganhamos dos país de Maison, mas o momento pedia.
-Mas meu pai detesta chá de hortelã- o mesmo responde enquanto pega quatro xícaras do conjunto que veio com o bule.
-Poderíamos fazer um café então, sei que seu pai não é adepto a chá- digo o ajudando com as xícaras
-Eu também prefiro café, bem pensado- ele diz e logo da um beijo em minha testa. -E o que tem de comida para servir?- Ele pergunta indo em direção a geladeira e abre a mesma.
-Eu estava pensando que você poderia comprar uns cupcakes- digo e o mesmo me olha com desaprovação. -Eu poderia fazer então, acho que temos ingredientes em casa- falo e começo a olhar nos armários. -Eu vou ter que ir no mercado, precisamos de farinha e fermento e também eu poderia aproveitar e comprar uns biscoitinhos- digo e o mesmo se aproxima de mim.
-Só me falar o que precisa e eu compro, está muito tarde para você sair- ele diz enquanto prende uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
-É melhor eu ir, você não vai saber qual tem que comprar, igual aquela vez que eu te pedi para comprar absorvente e você trouxe a marca errada- digo já indo em direção a porta.
-Por que você faz tanta questão de sair? Vai encontrar alguém?- Maison pergunta de uma maneira hostil.
-Porque eu preciso comprar o que falta, eu acabei de falar isso para você- digo de uma forma calma para evitar uma briga.
-Eu posso ir no seu lugar- ele diz enquanto me olha -Te mando foto do que tem lá e você escolhe.- ele diz já pegando seu casaco e a chave do carro.
Não dá nem tempo de dizer algo, quando eu iria falar ele já havia saído.
Vou andando até a sala e me jogo no sofá, ali eu fiquei 30 minutos, esperando alguma mensagem de Maison, mas não havia chegado nada, ouço a campainha tocar e penso que pode ser ele chegando com as coisas.
Ando lentamente até a porta e a abro me deparando com o Will.
-Cristina? Você é minha nova vizinha de porta?- Ele pergunta sorrindo gentilmente para mim
-Como assim?- pergunto confusa o olhando
-Eu moro nesse apartamento aqui- ele diz apontando para a porta atrás dele
Eu não podia acreditar, já era difícil ter ele morando no mesmo condômino, quem dirá ter ele no mesmo prédio e no mesmo andar.
-Nossa, que louco, não?- digo sem muita animação. -Eu posso fazer alguma coisa por você?- pergunto e o olho de cima abaixo.
Nos nossos outros encontros eu não tive a oportunidade de olha-lo, mas agora que ele está aqui eu posso fazer isso, ele não havia mudado nada, apenas o cabelo que cresceu, mas fora isso, era o mesmo Will do ano passado, talvez sua personalidade tenha mudado, mas isso só o tempo irá dizer.
-Eu queria saber se você tem alguns pregos para me dar- Will diz e sorri
-Eu sinto muito, mas acho que só o Maison tem e eu não posso mexer nas coisas dele- digo me preparando para fechar a porta
-Maison? Aquele Maison que te abandonou para ir viajar sozinho e se jogar em qualquer rabo de saia?- Will pergunta com uma expressão de reprovação
-Sim, a gente se resolveu- digo sorrindo de lado para ele
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Já era a terceira vez que Will e eu saímos na semana, ele era bem legal e também tinha sido um bom ouvinte para mim.
Estávamos indo a um bar perto da minha faculdade, era a primeira vez que eu estava indo lá, ele me convenceu dizendo que era o melhor bar da cidade e que ele conhecia todos de lá e para melhorar tudo, o bar tinha um karaokê.
Assim que entramos no estabelecimento eu posso sentir o cheiro de cigarro se misturar com algum spray para melhorar o cheiro do local o que faz meu nariz coçar.
Nos sentamos nas banquetas que estão em frente ao bar e logo pedimos nossas bebidas, ele pediu vodca e eu preferi continuar sã por enquanto então pedi água, eu nunca fui boa de beber, no primeiro copo eu já ficava zonza.
-Estou curioso sobre uma coisa- Will chama a minha atenção. -O que aconteceu com o seu namorado ou ex namorado?- Will pergunta e por um instante eu sinto um nó formar em minha garganta.
-Ele foi para o Rio de Janeiro, passar o carnaval deles e bom, se jogou em cima de qualquer uma que deu mole para ele- sinto meus olhos encherem de lágrimas enquanto eu falo
-Me desculpa, eu não quis te fazer chorar- Will diz passando seu dedo suavemente em meu rosto para secar a lágrima que havia acabado de escapar.
-Tudo bem, uma hora ou outra isso ia acontecer- digo e sorrio de lado.
Eu não sei se foi a carência ou se realmente rolou uma química, mas eu me aproximei dele e logo o beijei e parece que o mesmo havia gostado, tanto que ele retribuiu ao meu beijo
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Will ainda estava parado em minha porta e eu não sei o porque.
-Tem mais alguma coisa que eu possa fazer?- Pergunto
-Não, não, eu já vou indo, obrigada de qualquer forma Cristina- Ele diz e logo se vira voltando para casa
Fecho a porta e respiro fundo, é muito difícil estar perto dele, ele me deixa desconcertada.
Vou para o meu quarto e me deito na cama esquecendo de tudo e me deixo cair no sono.
No Sábado eu acordo bem cedo, às 6 de manhã, eu não vi o Maison chegar e muito menos o vi sair, o que me faz pensar que talvez ele não tenha vindo para casa, mas ao chegar na cozinha eu vejo as sacolas de compra em cima da bancada e um bilhete do mesmo.
"Tive que sair cedo para uma reunião e não quis te acordar.
Uma menina vai ai entregar seu café da manhã, tenha um bom dia-Maison"
Guardo o bilhete na gaveta e logo ouço a campainha tocar, vou até a porta e quando a abro dou de cara com uma jovem que segurava um copo de café e uma sacola de papel branco, pego as coisas e logo dou uma gorjeta para a menina, afinal, Maison já tinha lhe pagado pelo café.
Me dirijo até o sofá lentamente e logo me sento, deixo o copo de café na mesinha de centro e logo ligo a televisão num canal qualquer e logo começo a comer.
Percebo que tinha ligado no canal de notícias quando aparece uma chamada de emergência dizendo que havia um incêndio em um motel, fazendo minha atenção se voltar para a televisão.
Começa a aparecer imagens ao vivo do local e se pode ver as pessoas correndo apenas de toalha ou roupão para fora do estabelecimento, de repente vejo um rosto conhecido e não posso acreditar no que esta acontecendo.
"Meu amor
Visto por último às 06:04Maison, você viu o jornal?
Visualizado às 6:15
Não Cristina, Por que?
Um motel pegou fogo
Visualizado às 6:17
E qual é a importância disso Cristina?
Você não sabe quem estava lá.
Visualizado às 6:18
Quem?"
Meu amorOnlineQuem?Cristina, por que não responde?Seu pai Maison, seu pai estava no motelVisualizado às 6:20Você acha que sua mãe estava assistindo?Visualizado às 6:20Espero que não, seria horrível para ela.Eu preciso sair do celular, estão me chamando para outra reunião.Beijos.━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━Coloco meu celular em cima da mesa de centro e termino de tomar meu café, abro a sacola de papel e encontro um muffin dentro da mesma.Como o pequeno bolo de forma lenta enquanto eu pensava no que havia acabado de acontecer, eu estava torcendo para que minha sogra não tivesse visto o jornal, mas não adiantaria muita coisa, porque muito provavelmente passaria a reprise da notícia.Termino de comer o muffin ainda com a cabeça n
-Você já pode abrir os olhos, já está tudo bem- essa voz conhecida me acalma e logo eu abro os olho me deparando com o meu pai.Me jogo em cima do mesmo o abraçando enquanto algumas lágrimas escorriam por meu rosto, sinto os lábios dele tocarem minha testa em um beijo carinhoso.Me separo do abraço e olho para o lado em que Carteer estava, vejo o mesmo se levantando do chão com um olho roxo.-Senhor Garcia, não era nada do que você estava pensando- Carteer diz sem jeito.-Eu sei muito bem o que eu vi, rapaz- meu pai diz enquanto olha para Carteer com desgosto -E eu acho melhor você ir embora para que eu não seja obrigado a fazer algo pior- ele diz e da um passo para frente como se ameaçasse o Carteer.Carteer se vira e começa a andar, mas antes que ele suma de nossas vistas, meu pai avisa.-Espero que esteja ciente que o concelho vai receber u
Eu conhecia aquele olhar e eu sabia que em algum momento eu ouviria muitas reclamações.Provavelmente eu fiz uma cara de medo porque logo minha sogra já dizia algo para me tranquilizar.-Fica tranquila minha querida, não tem problema algum. Tem mais no armário não? Você se machucou?- ela pergunta e se aproxima de mim.Havia um pequeno cortezinho perto de onde se encontrava a marca da mão do Maison e eu percebo que a minha sogra viu, mas não falou nada sobre.-Vai lá lavar enquanto eu varro esses cacos- Lygia diz e eu a obedeço.Caminho com calma até o banheiro e observo o pequeno corte para ver se não tinha algum pedacinho de cerâmica em minha pele, lavo a pequena ferida e coloco um curativo no mesmo.Ao sair do banheiro eu volto para a varanda onde já está tudo posto à mesa.Me sento entre meu pai e Maison e apoio minha ca
Me aproximo do mesmo e o beijo,as únicas certezas que tenho é que estava sobrea e que eu queria muito fazer isso, ele me puxa para seu colo e nossos corpos ficam colados um ao outro.Suas mãos percorrem por minhas costas e logo ele tira a jaqueta que eu estava usando, nos separamos do beijo por falta de ar e nos encaramos por alguns instantes.Sinto a temperatura do meu corpo subir e minha respiração já estava acelerada, ele me olha com compaixão e logo fala.-Você quer continuar com isso Cristina?- ele pergunta docemente.Ele era tão diferente dos outros caras que eu conheci, mesmo que eu tenha avançado, ele quis confirmar que era o que eu queria.balanço minha cabeça de forma afirmativa e o mesmo se levanta enquanto me segura em seu colo, ele caminha lentamente enquanto deixa alguns beijos em meu pescoço
No dia seguinte eu acordo cansada e insatisfeita da noite anterior, mas não adiantaria falar com Maison, ele já havia saído de casa.Eu não entendo como até no domingo ele tem reunião, já fazem semanas que todos os dias ele tem reuniões, e eu fico sozinha em casa.Domingo passou e eu fiquei sozinha o dia inteiro, só recebi uma mensagem de Maison dizendo que teve que viajar de última hora.As semanas passam voando e logo chega Segunda-Feira, dia 06 de julho.Já faziam 2 semanas que eu não estava me sentindo bem, estava com náuseas, dor de cabeça e cansaço.Como sempre faço após acordar, vou ao banheiro para banhar-me, por mais que minha vontade fosse ficar na cama, o curso de artes já estava chegando ao final, por isso não podia perder nenhuma aula.Após me vestir com uma roupa confortável, pego minha
-Para mim está ótimo, eu só tenho que pegar algumas coisas em casa, preciso levar algo para a festa?- pergunto enquanto pego meu celular.-Só levar uma bebida- Lexy fala -Então nos vemos mais tarde, beijos- ele diz enquanto se afasta com Sophie.Passo pela porta da saída, chegando ao pátio da faculdade, caminho em direção ao enorme portão para finalmente ir embora.Assim que atravesso o portão, vejo a chamativa moto vermelha de Will se aproximar, logo ele para em minha frente e me entrega um capacete.-Will, o que você está fazendo aqui?- pergunto um pouco surpresa.-Eu pensei que provavelmente você precisaria de uma carona para casa, então decidi vir- ele diz enquanto sorri -Sobe ai- ele fala e ajeita seu capacete.Coloco o capacete e enquanto subo na moto, posso ver que uma multidão se aproxima de nós dois, esse é um
-Deve ser impressão sua- digo enquanto termino de me vestir -Droga- digo quando me lembro que esqueci algo-O que foi?- Sophie pergunta enquanto me olha-Esqueci de pegar uma bebida para levar- falo para a mesmaPego meu celular e vou na lista de contatos, encontro o antigo número do Will e espero que ele continue a usar esse número.Aperto para ligar para o mesmo e o celular começa a chamar, após algumas chamadas cai na caixa postal.Entro em meu twitter e procuro o perfil dele, e em questão de segundos eu o acho.Seu número de seguidores não para de crescer, eu espero que seja fácil mandar uma mensagem para ele.
Finalmente consigo lembrar, era StacyHastings, uma das melhores amigas de Jessica Montgomery, mais conhecida como Jess, e ao lado de Stacy estava Carina Yang, outra amiga.As três sempre andavam juntas, afinal já era de se esperar pois eram as líderes de torcida da faculdade.-Se você não gostou, era só ter ido embora- Lexy diz ficando entre mim e Stacy -E Outra, eu não me lembro de ter te chamado- Lexy olha para a jovem a sua frente.-Não por isso, eu me retiro, não estava gostando dessa festinha mesmo- Stacy diz e saí andando.-Eu gostei bastante da sua música... se der, você me apresenta para o Will?- Carina pergunta com um sorriso.-CARINA-