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Capitulo três

-Maison, eu aceito me casar com você- Olho para o mesmo e vejo a expressão dele mudar.

Um sorriso de orelha a orelha se forma no face de Maison, ele se levanta e me abraça, seus braços envolvem minha cintura e o mesmo me puxa para perto, me dando um beijo apaixonado e ali eu esqueço do comentário infeliz que ele fez a alguns instantes.

Assim que seus lábios se separam dos meus, ele segura em minha mão e coloca o anel de noivado no meu dedo, era simplesmente lindo, eu estava hipnotizada com o brilho do diamante, mas ao ouvir minha mãe me chamar, minha atenção muda de foco.

-Mostre seu anel para a gente querida- minha mãe diz enquanto sorri.

Estico meu braço na direção das nossas mães e vejo o sorriso da minha mãe aumentar, a mãe do Maison olha para o mesmo com uma expressão de cumplicidade, provavelmente foi ela quem o ajudou a escolher, o gosto dela é bem parecido com o meu.

-É lindo querida, parabéns- Minha diz e posso ver que algumas lágrimas escorrem pelos olhos da mesma.

-Parabéns ao casal, estou muito feliz por você minha filha- Meu pai diz e logo vem ao meu encontro para me abraçar.

-Finalmente nosso filho vai sossegar- Meu sogro diz em tom de brincadeira e todos riem com ele.

-Podemos começar a planejar, escolher uma data, ver um local- A voz de minha mãe transmite uma certa empolgação ao falar sobre.

-Mãe! eu acabei de ser pedida em casamento, ainda temos tempo para isso- digo olhando para ela.

-Não precisa brigar com ela, pequena- Maison diz tranquilamente e sorri para minha mãe -Ela está animada, sua menininha irá casar e que problema tem escolher uma data? não é como se fossemos casar amanhã- ele afaga meus cabelos.

-Tudo bem, podemos escolher uma data- digo me dando por vencida.

Meus sogros e meus pais começam a falar sobre datas, temas, lugares e eu os observo sem prestar muita atenção, minha mente viaja para o passado novamente, parece que retornei aquela praia, lembro de como a brisa estava fresca e o céu estava um lindo tom de laranja com o por do sol, e de repente, seu corpo aparece em minha memoria, eu podia sentir o cheiro de seu perfume, sinto um arrepio percorrer por minha espinha.

Sinto que Maison estava me observando então tento me concentrar no assunto, eles agora estão falando sobre convidar amigos da família, e sobre o que será servido.

-Você gostaria de casar quando minha querida?- Lygia pergunta enquanto me olha carinhosamente.

-Eu adoraria me casar na primavera, é a melhor época, principalmente se for no campo, que o que eu quero desde pequena- sorrio e olho para o Maison que me olha com carinho.

-Já está na hora de voltar para o trabalho- Maison diz e faz um gesto chamando o garçom -podemos falar sobre no sábado, convidamos vocês para tomarem um chá da tarde em nosso apartamento- Maison completa e logo paga o garçom se levantando -Gostaria de uma carona para casa?- Maison pergunta enquanto me olha.

-Não, pode ir tranquilo, vou encontrar com as meninas da faculdade para conversarmos sobre um trabalho- digo e dou um beijo na bochecha do mesmo -nos vemos em casa, tchau mãe, pai. até sábado- digo enquanto me afasto da mesa.

Saio do restaurante e entro no primeiro táxi que para, a viagem segue tranquila até a Universidade, pago o motorista e vou ao encontro de minhas amigas.

A tarde se arrasta, mas o trabalho finalmente foi concluído o que me deixa tranquila, já que ainda tenho bastante coisa para entregar, decidimos ir a um bar próximo da faculdade para comemorar o nosso "sucesso".

Como o bar é perto, vamos a pé mesmo, o bar estava recém aberto, mas já tinha bastante gente. Eu amo esse local, aqui sempre tem bons eventos e tem música ao vivo, que é o melhor de tudo, pois a música me preenche.

Pedimos algumas cervejas e nos sentamos nos banquinhos próximos ao balcão, é um ótimo lugar para se escutar a música, mas não tem nenhuma visibilidade do palco.

A música começa com uma melodia leve e logo o cantor começa a cantar.

"Entre tanta gente, yo te vi llegar

Algo en el destino me hizo saludar

Te dije mi nombre y no sé dónde

Como con un beso me respondes"

Entre tantas pessoas, eu te vi chegar

Algo no destino me fez te cumprimentar

Te falei meu nome e não entendi direito

Como você me respondeu com um beijo

"Sólo te importó que te tratara bien

Tú de 19 y yo de 23

Y empecé mis planes

Para vernos otra vez"

Você só queria que te tratasse bem

Você tem 19 anos e eu 23

E comecei a planejar

Quando nos veríamos outra vez

Eu conheço essa voz, eu já ouvi em algum lugar antes e essa música, parece tão familiar para mim, eu só não consigo lembrar de onde.

A música segue e logo todos estão se movimentando com ela, e eu continuo presa em meus pensamentos, até que no último refrão minha atenção retorna a música.

"Y aunque yo esté en otra parte

Soy más feliz porque yo pude encontrarte

Y aunque no tenga la certeza de volverte a ver

Es tuya esta canción

Recuérdame"

E embora eu esteja em outro lugar

Sou mais feliz por ter te encontrado

E mesmo não sabendo se voltarei a te ver

Esta canção é sua

Lembre-se de mim

E de repente todas as memorias vem à tona, eu não posso continuar aqui, eu tenho que ir embora, pago a minha parte da conta e me despeço das meninas, corro para fora do bar e quase caio enquanto subo as escadas que me levam a calçada do bar, espero alguns instantes e logo aparece um táxi, entro no mesmo e assim que o motorista da a partida, ouço alguém chamar pelo meu nome.

-Cristina?- era a voz dele, eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

Mas eu não tinha como voltar atrás e apenas sigo o meu caminho para casa, o caminho é silencioso e isso é um estimulo para minhas memorias aflorarem, e me levam novamente para as férias de um tempo atrás.

 ‐Espero que goste da melodia, eu levei um bom tempo para cria-la- William diz e logo começa a tocar

A melodia da música era suave e contagiante, mas ainda não tinha letra, Will tinha tudo para se tornar um grande musico, e eu não me surpreenderia se eu ouvisse sua música tocando em várias rádios no top 1.

O talento dele era invejável, apenas com a melodia ele conseguia expressar sentimentos

Eu não ouvi mais nada da música, no dia seguinte eu havia ido embora, de volta para o meu apartamento.

O motorista do táxi logo estaciona o carro em frente ao meu condomínio, olho em direção ao meu apartamento e as luzes ainda estão apagadas, sinal de que Maison ainda não havia chegado, pago o motorista e saio do carro, caminho tranquilamente até meu prédio e logo entro no mesmo, aceno gentilmente para o porteiro e entro no elevador.

-Segura o elevador- A voz de Maison soa em um tom um pouco alto

impeço que a porta se feche e logo o mesmo se junta a mim no elevador.

-Onde você estava para chegar essa hora?- Maison pergunta em um tom sério.

-Eu e as meninas fomos ao barzinho que tem perto da universidade, comemorar a conclusão do trabalho- digo animada e olho para ele.

-Eu já te disse que não gosto que você vá naquele lugar... e o que foi aquilo que você fez para o porteiro, está dando mole para ele?- ele diz em um tom ríspido e eu não respondo.

Sinto sua mão segurar em meu braço com uma certa força e eu o olho assustada.

-Eu te fiz uma pergunta- ele aperta mais meu braço ao dizer isso, fazendo com que eu sinta dor.

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