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Capitulo quatro

Sinto sua mão segurar em meu braço com uma certa força e eu o olho assustada.

-Eu te fiz uma pergunta- ele aperta mais meu braço ao dizer isso, fazendo com que eu sinta dor.

-Você está me machucando- digo enquanto tento soltar meu braço -Eu só estava sendo educada.

-Educada? você estava se jogando para cima dele, isso sim- ele diz em tom agressivo

Logo as portas do elevador se abrem e ele solta meu braço para que ninguém veja o que estava acontecendo, saímos do elevador e percebe-se que seus passos estão pesados.

entramos em nosso apartamento e logo ele bate a porta e se vira em minha direção, eu não consigo decifrar seu olhar, não sei se é raiva ou desgosto e acho que talvez eu não queira descobrir.

-Eu não me surpreenderia se alguém me disser que você deu em cima do bar inteiro, porque é isso que você faz, você age como uma vadia, se esquecendo que tem um namorado- ele diz enquanto segura um porta retrato e logo atira o mesmo no chão fazendo com que eu me assuste.

Ele anda lentamente em minha direção, mas eu corro do mesmo, eu não o reconhecia e ele estava me assustando, entro na minha sala de pintura e me tranco na mesma.

Minha respiração está pesada e acelerada, meu coração está num ritmo acelerado, eu sei que não sou a pessoa mais atlética do mundo, mas não deveria ficar assim tão facilmente, talvez seja apenas o susto que levei com o acontecido.

Ouço os passos do Maison pelo corredor e por um instante eu prendo minha respiração por um curto instante, até ter certeza de que ele não está mais no corredor, caminho até o pequeno sofá que se encontra na sala e me sento no mesmo, e penso no que acabou de acontecer.

Meu corpo treme levemente, eu estava realmente assustada, olho para o meu braço, onde posso ver a marca da mão do mesmo, ao menos não tinha me machucado tanto.

Deito no pequeno sofá que havia na sala e meus pensamento me levam para longe, seus belos olhos vem a minha mente, eu não podia evitar de pensar no William e nem na noite que passamos juntos, seus braços me envolvendo e o calor de sua pele grudada à minha, seus cabelos bagunçados, aquela semana mágica retornava a minha mente e fazia com que meu corpo se acendesse como nunca.

Me reviro várias vezes, na vaga esperança de conseguir dormir, mas minha mente tinha outros planos para mim e agora parece que minhas memorias ganharam vida, consigo sentir o leve toque de seus dedos deslizando em minha coxa, enquanto o calor de seus lábios encontra meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar.

Chacoalho minha cabeça levemente afastando as lembranças que me cercam e levanto do sofá lentamente, me aproximo da porta e coloco minha orelha contra a mesma na intenção de ouvir alguma coisa, porém a casa se encontra em total silencio.

Abro a porta lentamente e coloco apenas minha cabeça do lado de fora, olho para os lados e as luzes estão todas desligadas, saio da sala de pintura e ando lenta e silenciosamente até o meu quarto e do Maison, a porta está entreaberta e eu posso ouvir a leve respiração de Maison, o que indica que ele estava dormindo a algum tempo.

Me afasto da porta do quarto e vou para a cozinha, me sento em umas das banquetas da ilha que tem na cozinha e pego uma maçã na fruteira e dou uma mordida na mesma, geralmente quando fico nervosa com algo, eu com, mas o Maison me ajudou a parar com isso, ele disse que se eu continuasse a comer besteiras toda vez que eu ficasse nervosa, eu estaria obesa e ninguém iria gostar de mim e foi ai que eu parei, embora eu já tenha voltado a fazer em algumas situações.

E finalmente, o sono me atinge, minhas pálpebras começam a pesar, vou até o banheiro e escovo meus dentes, e ando lentamente até a sala, pego o cobertor que fica no armário da sala e logo me cubro após deitar-me no sofá e meus olhos vagarosamente se fecham e eu finalmente durmo

Acordo com a claridade do céu adentrando pela enorme janela da sala, o cheiro de café chama minha atenção, me espreguiço para espantar do sono que domina meu corpo e levanto do sofá, vou para a cozinha e vejo que Maison me encara.

Eu não sei o que falar com ele, não sei nem se eu quero falar com ele, depois do que aconteceu ontem eu só quero evitar conflitos.

Abro a geladeira e pego a jarra de suco e a margarina, fecho a mesma e observo o Maison dos pés a cabeça, eles estava bem arrumado, provavelmente teria uma reunião importante, sinto que o mesmo me olha de volta, então eu desvio o olhar, pego meu copo e duas torradas, despejo o suco no copo e passo a margarina nas torradas, levo uma a minha boca e dou uma mordida na mesma.

O restante do café da manhã se passa lentamente e com o silencio dominando o ambiente, nesses trinta minutos, não trocamos sequer uma palavra, logo ele pegou sua pasta e saiu pela porta, sem ao menos se despedir.

Vou para o meu quarto e pego o primeiro conjunto de roupas que encontro no armário e levo o mesmo para o banheiro, tomo meu banho com tranquilidade e logo depois escovo meus dentes, visto a minha roupa e ajeito meu cabelo.

Retorno para meu quarto e coloco sapatos que combinem com a roupa que eu escolhi, pego minha bolsa e meus livros e vou para a sala, peço um carro por aplicativo enquanto vou andando para fora do meu apartamento e me direciono para o elevador.

Coloco o par de fones em meus ouvidos enquanto espero o elevador chegar ao meu andar, seleciono uma música e logo estou desligada do mundo, entro no elevador e noto que alguém entrou logo após de mim, mas não estou curiosa o suficiente para descobrir quem é.

Em alguns instantes estou no térreo, vou para o lado de fora do apartamento, olho em meu celular e ainda falta um pouco para que o carro chegue, me sento em um dos banquinhos que haviam do lado de fora do prédio.

Enquanto mexia em meu celular pude sentir que alguém se aproximava de mim, olho para frente e me deparo com as pernas de um homem, tiro os fones de meu ouvido e olho para cima, não posso acreditar no que estou vendo.

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