Abro os olhos e já dou de cara com meu pai e Anne me encarando. — De novo? Pergunto com pesar. — De novo, filha e agora eu estou preocupado. — Droga! Respiro pesado. — Já colheram seu sangue e já enviaram para um laboratório de helicóptero para a próxima cidade, com certeza amanha já teremos o resultado. — Vocês sabiam que no navio tem um necrotério, caso alguém morra? Anne fala olhando cada canto da enfermaria. — Anne! Eu e meu pai falamos juntos repreendendo ela. — Que foi? Ué, eu li que muitos idosos morrerem em navios como esse e a tripulação nem fica sabendo... Será que alguém já morreu?Meu pai revira os olhos. — Cadê minha mãe? Pergunto. — Está lá na festa, ela nem sabe que você passou mal, deixei sua tia distraindo ela, elas precisam desse tempo para se reconectarem. Meu pai estava certo, tomei uma bolsa de soro e fui liberada, mas terei que voltar amanhã para pegar o resultado dos exames. Eu simplesmente capotei na cama, talvez por conta das medicações.Me
Cinco meses depois...O parto da Nathy estava prevista para esse mês e por conta disso Anne estava de volta ao Brasil e hospedada em minha casa. Minha barriga já estava grandinha, mas as blusas largas ainda escondia ela muito bem, eu ainda estava me acostumando com a ideia de ser mãe tão nova, mas eu sabia que ia me sair bem. Era por volta das 3 da manhã quando meu celular toca e vejo ser uma chamada de vídeo de Nathy. — É agora? Pergunto assim que atendo o telefone. — Acho que é, olha isso. Ela me mostra o chão cheio de líquido. — Se você não fez xixi, acho que sua bolsa estourou. Digo já acordando Anne. — Tô com medo... Quero vocês aqui. Ela diz chorando e já vejo Nick entrar no quarto dela desesperado. — Vamos, corre, o carro já está lá fora... Não! Não corre não... Deixa que eu te carrego... Nick estava desesperado e não tinha como eu e Anne não rimos. Estevão entra no quarto também e depois de rodar o ambiente igual peru tonto percebe que estamos do outro lado do tel
Sheik...— Fala aí rapaziada! Estou em minha sala na boca quando Breno entra cumprimentando os moleques que estavam enrolando algumas drogas, minha atenção estava na contabilidade. — Ai sheik, vou precisar de uma dispensa por alguns dias. Breno senta em uma cadeira de frente para minha mesa., levanto o olhar pra ele e apoio minhas costas no encosto da minha cadeira. — O que tá pegando? Pergunto desconfiado. — Nada demais, é aniversário de casamento e a patroa quer dá um rolé... — E desde quando você curte programa de casal? — Gostar eu não gosto não, mas sabe como é mulher neh, se a gente não faz o que elas querem nossa vida vira um inferno. Estava conversando com marreta quando meu rádio toca. — Chefe, na escuta? Um dos seguranças da minha casa me chama. — Fala aí Renan, o que tá pegando? — Aí chefe, Lua chegou aqui, chegou sozinha e tá maior gritaria lá dentro.Eu não estava entendendo porra nenhuma, Lua na minha casa? — Como assim, ela está na minha casa com Ju? — E
A semana passou e minha idas para casa diminuíram, todos os dias médicos diferentes subiam meu morro para consultar Antonella, olhavam seus exames e pediam novos, a última vez que vi a Ju foi quando peguei ela chorando no telefone, aquele dia foi uns dos melhores depois da notícia do câncer da Antonella, poder estar dentro dela e sentindo seu cheiro era está no paraíso.. “Seu sheik... Depois de todos esses exames feitos, chego a conclusão que infelizmente a doença da sua esposa não tem mais cura, agora é o paliativo para diminuírem seus sintomas e lhe dá qualidade de vida até o fatídico dia.” O primeiro médico disse.“Infelizmente...” O segundo médico começou. “Não há o que fazer...” O terceiro médico falou. “Só um milagre...” O quarto com olhar de pesar disse. E todos os médicos que procurei disse a mesma coisa, Antonella não queria mais ser consultada, já estava conformada e vê-la se isolar do mundo e emagrecer cada dia mais estava me matando, eu ocupava o dia da Lua, coloqu
Voltei pra casa, Antonella estava pior, lua voltou a chorar e agora eu recebia bilhetes da escola dizendo o quanto Lua estava agressiva. — Por que você bateu na Yasmim? Digo séro. Yasmin era uma colega de classe dela, as duas eram amigas e nos últimos dias andavam se estranhando. — Minha caneta colorida estava no estojo dela, ela roubou e ladrão aqui não tem vez! Ela dizia brava e usava minhas palavras. — Roubou? Será? Yasmim é sua melhor amiga, tenho certeza que ela não roubaria algo seu... — Mas minha caneta estava no estojo dela! — E se ela usou e no meio das atividades ela esqueceu e colocou no estojo dela sem querer? Quantas vezes isso aconteceu com você, Lua? — Mas eu sempre devolvia! — E você deu a chance dela te devolver? Lua fica pensativa e sacode a cabeça negativamente. — Não. Diz baixando a cabeça. — Então você vai subir, vai tomar seu banho, vai comer algo e vai ligar pra ela... Vai pedir desculpas e amanhã vai levar um presente pra ela... O que você fez foi
Aquele papo estava surreal, nada fazia sentindo. — Nick, tú bebeu já de manhã cedo? — Não! Claro que não... — Fumou? — Não sheik! Para de fugir do assunto, o que tá pegando? Eu sei que vocês estavam brigados, que sua cabeça estava abarrotada de merda, mas filho é filho, é nosso sangue, cara... Sem contar que, eu sou seu parça, por que não conversou comigo. — Nick... Respiro já sem paciência. — Ou tú me explica essa história direito por que nada faz sentido ou eu vou precisar ligar pra sua mãe e pedir ela para obrigar você a passar no médico aí... — A Ju está grávida, sheik! Grávida de um filho seu e tú rejeitou o bebê, quero saber o porquê? Você não é assim, cara! Como assim, Ju grávida? — Cara, esse filho não deve ser meu não, ela está namorando. Dizer isso em voz alta foi como uma facada em meu peito, eu quis tanto ter um filho com ela e no final ela vai ter com outro. Mesmo parado ainda com o carro no estacionamento do hospital, minhas mãos está segurando firme o volante
Acordo em uma sala toda branca, eu sabia que era a sala de um hospital, olho para o meu braço e vejo um acesso esquisito no braço, acompanho a mangueira até o alto e vejo uma bolsa de sangue... — Estamos no postinho. Ouço a voz de Ju e meu olhar vai até ela que está sentada em uma cadeira. — O que... Antes que eu pergunte ela já me responde. — Por causa da sua teimosia o tiro atingiu uma artéria sua, você perdeu muito sangue, sorte que ela atravessou seu braço e não precisou de cirurgia... — Preciso do meu telefone... Peço e a mesma tira ele do bolso e me entrega, a sua cara não era nada boa e seu corpo tremia. Pego o mesmo e ligo para Nick. “Fala aí mano, já acordou?” “To de boa parça, preciso de um favor seu.” “ Diz aí!” “Passa lá em casa e pega um moletom meu.” “Ta maneiro!” Assim que desligo o telefone o silêncio volta a reinar no lugar, Ju não diz nada e fica o tempo todo mexendo no celular, talvez esteja dando alguma satisfação ao seu namorado e isso me deixa puto.
Passei a noite no hospital, Ju passou comigo, não conversamos mais sobre nós, no entanto falamos muito sobre como vai ser daqui pra frente. Eu queria que ela viesse morar no morro, mas claro que ela não aceitou, disse que podemos nos falar sempre que eu quisesse, que tudo sobre o bebê será passado para mim e disse que me ajudaria a montar o quarto do bebê aqui na minha casa para quando ele viesse ficar comigo, isso me fodeu, por que tive a certeza que era realmente verdade o que ela disse, que não voltaria pra mim. Eu tinha me despedido dela enquanto ela entrava no carro de Estevão, ele levaria ela até em casa, quando vejo marreta se aproximar. — Não! Digo sério pra ele. — Mas eu preciso me desculpar, porra sheik, isso vai durar até quando? — Não sei, talvez pra sempre! Ele bufa. — Você me fodeu marreta, ela está grávida e não vai voltar pra mim... Tô ligado que nem tudo foi culpa sua, mas tenho certeza que o fato de não ter me metido naquela presepada sua fodeu tudo muito mais