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— Olivia, desculpe te ligar, sei que está de folga para estudar, mas será que amanhã de manhã poderá vir ao escritório me ajudar com o caso de um cliente, porque houve divergência na nota que você faturou ontem à tarde. – fala em um tom preocupado.

— Mas Dr. Adam, amanhã é sábado, não pode ficar para segunda? – digo preguiçosamente, já que amanhã Emma e eu combinamos de dormir até mais tarde.

— Por favor Olivia, é urgente. – diz ainda mais preocupado.

— Ok, amanhã as 9h estarei no escritório. - digo

— Obrigado Olivia, até amanhã. – despede-se mais aliviado.

Estranhei a ligação do Dr. Adam, para que tanta urgência? Espero que não seja nada grave. Vamos voltar aos estudos. Matemática Financeira, amo! Terei meu próprio escritório de contabilidade daqui a alguns anos, com atendimento diferenciado, irei colocar em prática minha tese sobre análise de redução de custos para empresas de modo geral, com assinaturas desnecessárias de economistas e contabilistas do meu setor de formação.

Sei que farei muitos inimigos no meu setor, mas é injusto as empresas pagarem assinaturas desnecessárias, sendo que poderiam estar investindo mais no conforto de seus funcionários, como creches para funcionárias e mães solteiras, entre outros.

— Olivia! – escuto bem baixinho e longe. Emma toca em meu ombro com meu aparelho auditivo nas mãos.

— Vamos Olivia, coloque seu aparelho, já está na hora de irmos. – diz em tom mais alto.

— Calma! Fala baixo, não precisa gritar! – digo incomodada.

— Não precisaria se você usasse seu aparelho devidamente. – diz me repreendendo repreensão.

— Ok! Vamos, não podemos chegar atrasadas. – digo recolhendo minha bolsa e saindo junto com Emma.

As provas foram tranquilas, confesso que ficarei com saudades dos meus professores e colegas de classe, mas tudo na vida sempre evolui, em breve receberei minha licença de contadora e poderei assumir um cargo melhor no escritório do Dr. Adam, como ele mesmo prometeu.

Vou ao bloco da Emma para nos encontrarmos, vamos sair com o pessoal da turma dela para comemorarmos, vamos a um barzinho aqui mesmo perto da faculdade.

[...]

No barzinho Emma coloca a sua mão em cima da minha enquanto fala com outra amiga, um amigo bonitão dela que nos observa desde que chegamos, Melvin, ao lado de outro bonitinho pergunta:

— E aí meninas, Olivia e Emma, gostariam de sair conosco amanhã para ir ao cinema, ou será que é verdade o que andam dizendo por aí sobre vocês? – diz em tom de deboche.

— Como assim o que andam dizendo de nós? – Emma pergunta séria.

— Ah Emma você me entendeu, vocês duas moram juntas, nunca desgrudam na faculdade, nunca foram vistas saindo com nenhum cara da faculdade, andam dizendo que vocês têm um relacionamento mais íntimo, se é que me entendem. – diz.

— O que? Nossa vida não é da sua conta e nem de ninguém! Ora essa agora temos que dar satisfações das coisas a todo mundo. – Emma fala em tom de revolta.

Dou um gole na minha cerveja, respiro fundo e respondo:

— Claro que aceitamos Melvin, que horas amanhã? – digo aproveitando a oportunidade e mudando de assunto.

— Olivia! – diz Emma me repreendendo.

— Lembra do que combinamos Emma? Essa é uma boa oportunidade. – digo baixo só para ela escutar.

— Ah! Claro! – diz disfarçando.

Antes sair do barzinho e nos despedirmos de todos eu tinha que me levantar e derrubar a cadeira atrás de mim, causando a queda do coitado do garçom que tropeça na cadeira e cai com bandeja.

— OLIVIA! – todos na mesa gritam ao mesmo tempo e me olham descrentes.

— Desculpa! – peço envergonhada e assustada com a mão no peito.

Após o barzinho, fomos para casa exaustas. Acordei num sobressalto com o Emma me acordando, me repreendendo novamente para colocar o aparelho.

— Que droga Emma, não me assusta! – digo preguiçosa e assustada.

— Você não disse ontem que precisava ir ao escritório hoje? Me ligaram a pouco do hospital, Melvin não pode ir e terei que o substituir na fisioterapia hoje, vamos logo, vou sair junto com você.

— É verdade, obrigada Emma por me lembrar. – digo arrependida por ter sido grossa.

Tomamos nosso café e saímos, Emma me deixou em frente ao escritório e foi para o hospital. Combinamos de almoçarmos juntas no restaurante próximo ao seu trabalho.

[...]

— Olivia, obrigado, não sei se teria conseguido resolver esse problema sem você, tão simples de resolver, acho que me desesperei, já que esse é um de nossos maiores clientes, o Sr. Kalel Miller da grande empresa Miller Enterprises – fala aliviado.

— Imagina Dr. Adam, esse é o meu trabalho. – digo o tranquilizando.

— Ok Olivia, pode ir, até segunda, vou ficar para fechar o escritório e ligar o alarme. – fala se despedindo.

— Obrigada, até segunda. – digo me despedindo também.

Nossa algo tão simples de resolver e o Dr. Adam me faz perder parte do meu sábado. Agora pensando em ontem, será que deveríamos ter aceitado o convite do Melvin e seu amigo para irmos ao cinema essa noite? Será que essa não será uma tentativa frustrante de descobrirmos que somos assexuais? Será que não deveríamos deixar pra lá? Deixar a vida seguir o seu curso natural e as coisas acontecerem naturalmente? São tantas perguntas e poucas respostas.

Nesse momento estou atravessando a rua distraída com os meus pensamentos quando escuto um barulho alto de pneu derrapando. Olho para o meu lado esquerdo, vejo um Audi R8 desviando para não me atropelar, nesse momento o carro perde o controle, b**e em outro carro e capota várias vezes. Protejo minha cabeça com as mãos, mas mesmo assim consigo ver o estrago. Falo para mim mesma: - Olivia de todos as suas distrações essa foi a pior consequência de todas.

Meu Deus será que alguém se machucou?

Quando vejo o acidente que causei, eu corro até o carro para ver e ajudar quem estiver ferido, os pedestres e as pessoas dos carros começam a se aglomerar ao redor da R8 de rodas para cima e muito amassada, um odor de queimado se faz presente, muitos pessoas gritam pedindo para ligar para os bombeiros e a polícia, sei que o carro pode explodir, está saindo muita fumaça, mas mesmo assim me aproximo, eu fui a causadora dessa tragédia.

Olho dentro do carro, um cheiro insuportável de queimado toma as minhas narinas, mas consigo enxergar no banco do motorista onde um rapaz loiro muito bonito ainda está consciente, no banco do passageiro está um homem lindo de cabelos cor de cobre, desacordado com um corte na cabeça.

Continua...

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