— Eu sei, mas preciso atender os meus últimos pacientes. - diz já com voz de sono.
— Eu vim visitar Kalel e Melvin Miller. - falo desanimada, já que tenho vergonha por tudo que aconteceu.
— Que coincidência, os verei agora, vamos. - diz divertida.
Sigo pelo mesmo caminho de ontem e entro no quarto de Kalel, já Emma vai para o quarto ao lado. Kalel ainda dorme então me aproximo, mas ao invés de pegar a sua mão eu toco delicadamente seu rosto cheio de hematomas e arranhões. Ele se meche e geme, como se estivesse acordando. Começa a abrir os olhos, e olha confuso até abrir um lindo e tímido sorriso para mim, como se estivesse em um sonho bom. Não entendo a sua reação sendo que fui eu que quase tirei a sua vida. Sorrio de volta e pergunto.
— Como se sente? Sou Olivia Hill. - falo me apresentando um pouco envergonhada da maneira que ele me olha.
— Você parece um anjo! O que aconteceu? - diz admirado. Quando eu ia responder, bem na hora uma voz conhecida e nada agradável entra no quarto.
— O que você está fazendo aqui? - a velha com cara de Botox fala indignada. Fico sem resposta e solto a mão de Kalel.
— Fale baixo Adele, estou com muita dor de cabeça. - reclama com certo incomodo.
— Meu amor, você acordou! - quase passa por cima de mim e se j**a em cima de Kalel beijando-o, este reclama de dor novamente, o que essa mulher pensa que está fazendo?
— Aí Adele, está me machucando. - diz Kalel gritando de dor.
— Eu vou chamar o médico. - digo e saio à procura de alguém para ajudar Kalel. Encontro Emma e uma enfermeira afrodescendente conversando no corredor. - digo desesperada, porque Kalel gritava muito, aquela vaca machucou ele.
— Calma Olivia! Estamos indo. - fala Emma e vamos as três para o quarto.
Chegando no quarto a enfermeira pergunta ao Kalel como ele se sente, aplica uma injeção para dor no IV de Kalel e sai do quarto dizendo que vai chamar o médico ortopedista Dr. Robert. O olhar de Kalel para mim mudou, agora é frio e tem raiva.
— Já mandei você ir embora. - fala Adele me desafiando.
— Como ousa falar assim com minha amiga? - fala Emma indignada
— E quem é você? - fala Adele com desdém.
— Emma Smith, fisioterapeuta, não pode falar alto assim em um hospital, retire-se por favor. - fala Emma imponente, intimidando Adele.
— Vou chamar a Dra. Maya. - fala disfarçando e sai sem olhar para nenhum de nós.
— Então é você a culpada por eu e meu irmão estarmos nessa situação. - diz Kalel em tom de decepção.
— Me desculpe. - digo com lágrimas nos olhos. Emma me abraça.
— Não pode falar com ela assim, foi um acidente, ela ajudou vocês dois em todo o momento, estancou o sangramento da sua cabeça com a própria roupa, se não fosse por Olivia, sua situação poderia ser muito pior. Ficou aqui no hospital toda suja com seu sangue até altas horas da noite, para obter notícias de vocês. - Emma me defende imponente.
— Ninguém te chamou na conversa, mas mesmo assim obrigado por ter nos ajudado Olivia, esse seu nome? O que fazia no meio da rua? Poderia estar morta agora. - fala Kalel em tom de arrependimento.
Quando eu ia responder, entram no quarto, o Dr. Robert, Dra. Maya que me cumprimenta, a enfermeira e a cobra da noiva bisavó. Decido sair e deixar os médicos fazerem o seu trabalho. Emma fica no quarto a pedido do Dr. Robert. Vou ao quarto ao lado verificar como está Melvin, encontro-o acordado assistindo pica-pau na televisão, um homem desse tamanho assistindo desenho?
— Bom dia! Posso entrar? Como se sente? - digo preocupada, tentando sorrir para disfarçar minha tristeza de minutos atrás.
— Olha Olivia! Estou melhor hoje, sentindo menos dor. - fala como se fosse meu amigo de infância.
— Fico feliz! Seu irmão acordou a pouco tempo, está sendo examinado nesse momento. - digo informando, para tranquilizar Melvin.
— Que bom! E como ele está? - pergunta preocupado.
— Estava sentindo dores, uma senhora foi dar beijos nele e acabou o machucando mais. - digo para sondar sobre essa mulher.
— Adele? O que aquela bruxa quer? - como assim bruxa, ele chama a própria cunhada de bruxa? Deixa para lá, eles que se entendam.
— Bom vou indo, já o incomodei bastante. Melvin, gostaria novamente pedir desculpas por tudo o que aconteceu, não foi minha intenção causar danos a vocês. O que vocês precisarem estarei à disposição. Aqui meu cartão. Até mais, melhoras! - digo me despedindo, Melvin somente recebe o cartão e acena com a mão, não diz nada.
Devo ir embora, ou será que devo passar no quarto de Kalel, para tentar explicar melhor tudo o que aconteceu? Coragem Olivia, eles estão assim por sua culpa, seja forte e corajosa, vamos lá. Da porta posso ver três pessoas ao redor da cama de Kalel, nem sinal da bruxa loira, nem sinal do médico e Emma também não está. Eles sorriem, parece que estão entre amigos e familiares, melhor ir embora e voltar uma outra hora. Quando me viro para sair, escuto alguém me chamando.
— Olivia! - Levo um leve susto, mas mesmo com vergonha respondo.
— Desculpem não quero atrapalhar! - digo envergonhada.
— Não atrapalha de modo algum, você salvou a vida do meu filho, o Dr. Robert nos falou, se você não tivesse estancado o ferimento de Kalel, ele poderia não ter sobrevivido, já que o corte foi muito grande. - fala enquanto me abraça. A Dra. me apresenta formalmente a sua família, Eliza sua filha, que agradece e me abraça, em seguida o seu esposo Dr. Matthew, que me agradece formalmente com um aperto de mão.
— Já chega de tanto drama, não acham, afinal, acho que a Srta. Hill veio me visitar e não a vocês. - fala Kalel com tom de deboche. Todos riem.
— Acho que você já está melhor irmãozinho. - fala Eliza ainda rindo.
— Bom vamos tomar um café nós três, para deixá-los conversar um momento. Já volto filho! - Maya beija a testa do filho e se despede. Fico em silêncio alguns segundos após a saída deles.
— Sr. Miller gostaria de me desculpar pelo que aconteceu, não foi minha intenção o Sr. deve saber, foi um acidente, sinto muito, assim como falei ao seu irmão, caso precise de algo, me procure estarei à disposição para ajudar. - entrego meu cartão a ele, que pega um tanto curioso. — Deve ficar mais atenta Srta. Hill, poderia estar morta a essa hora. Entregou o mesmo cartão ao meu irmão? - Como assim o que ele quer dizer? Penso. — Sim, me disponho a ajudar os dois. - Kalel sorri, e faz uma careta de dor. — Aí. Só toma cuidado, meu irmão é um tanto conquistador. - ele fala e fico envergonhada corando. — Não fique com vergonha, fica linda com as afeições rubras dessa maneira. - estou vendo quem é o irmão conquistador, penso. Mudo de assunto, não me sinto bem com elogios, ainda mais de um homem. — Se sente melhor? - pergunto. — A medida do possível, pode me ajudar a colocar aquele travesseiro nas costas? - pergunta, e pego o travesseiro ajudando a colocar nas suas costas. Ele pega m
E outra ele deve ser um conquistador barato, assim como falou que o irmão dele é, esse pessoal rico, acha que pode usar quem tem menos condições. Mas confesso que nunca senti nada parecido como o que senti naquele dia quando ele pegou no meu braço e falou perto do meu ouvido. Emma e eu combinamos de sair com David e o amigo dele para irmos ao cinema, já que da última vez furamos com eles, combinamos também de não cair nas cantadas baratas dos irmãos Miller. Chego em casa após o trabalho e encontro Emma fazendo as malas. — Oi! Vai viajar? - pergunto. — Não! É trabalho, fui escalada para ficar este mês para atender o Sr. Kalel Miller com a fisioterapia, graças a Deus David foi escalado para atender ao Sr. Melvin Miller. Eles vão precisar de fisioterapia intensiva, já que irão ficar meses em recuperação, Kalel já pode usar a cadeira de rodas, Melvin ainda não, vai ficar de cama algumas semanas ainda. - Emma fala e fico triste porque ficarei sozinha. — Mas você terá que dormir na casa
O que esse homem pretende, ele é comprometido, deve ser tão galinha como disse que o irmão dele é. Não vou cair nessa, apesar de que não posso negar que ele mexe comigo. Nenhum homem conseguiu mexer comigo do jeito que ele está conseguindo e o pior é que uma sensação estranha está dominando meu corpo, na minha vagina para ser mais exata, sem que eu perceba estou roçando as pernas em busca de algo que eu não sei, talvez alivio? Apenas sei que o olhar desse homem está me deixando úmida, e pela primeira vez nos meus 20 anos de vida pensamentos pecaminosos passam pela minha mente, me vejo querendo saber como é ter aquele homem por cima de mim, a cada pensamento o roçar de pernas se torna pior e me levanto abruptamente chamando a sua atenção. Peço para ir ao banheiro, preciso me recuperar do meu nervosismo e me acalmar. Depois de sair do banheiro, encontro Emma e o Sr. Miller conversando na sala. Cumprimento Emma, carinhosamente, Kalel fica nos olhando e fala que vai fazer algumas ligaçõ
— Desculpe, a culpa disso tudo é minha. - falo entristecida. Meu Deus porque nasci tão distraída, se não fosse por minha distração esses irmãos não estariam nessa situação. — Não Olivia, não se culpe. - diz me consolando. — Bem vou indo, não quero atrapalhar. Ótimo dia Sr. Miller e David. - me despeço deixando os dois. Desço as escadas novamente indo para o escritório de Kalel. Para que uma casa tão grande para alguém que mora sozinho? Deve ser muito triste. Ainda bem que tenho Emma na minha vida. Entro no escritório e pego o meu computador, já que havia deixado aqui ontem, coloco o pendrive e começo a analisar as planilhas de giro financeiro da empresa de Kalel mês a mês, vou utilizar o método de análise da minha tese da faculdade é mais rápido e preciso. Fico meia hora analisando, tem muitos erros nessas planilhas, estou começando a desconfiar, são sempre parecidos os mesmos erros. Preciso ir ao banheiro, quando me levanto dou de cara com uma mulher, levo o maior susto e grito.
Uma hora se passa desde que o Sr. mandão saiu do escritório, David abaixou muito a cadeira, as minhas costas já doem. Levanto e tento subir a cadeira, mas realmente é muito dura, tento ajudar com o pé, estou quase conseguindo, quando a trava solta de vez e caio para trás. Sinto duas mãos segurando minha bunda e sentando em um coloco macio, bato meu pé em algum ferro, sinto uma dor tremendo na canela, sinto um cheiro maravilhoso de perfume masculino. Consigo olhar para trás, não acredito, caí sentada no colo de Kalel Miller, mas meu pé dói muito e abaixo para colocar a mão nele por reflexo da dor. — Ai! Me desculpe. - falo segurando meu pé. Olhando para Kalel que não fala nada, e ainda está com as mãos na minha bunda, causando sensações inexplicáveis que nunca senti, ainda sinto um volume embaixo da minha bunda crescendo, o que é isso? Fico pasma ao perceber que esse volume com certeza estou em cima do seu púbis, eu preciso sair daqui. — O Senhor pode tirar a mão daí, po
— Olivia, eu estava conversando com o Melvin sobre a sua adolescência, você não acreditaria se eu disser o quanto ele aprontou! - vejo Melvin olhar para Emma com um sorriso, espero que ele não esteja brincando com os sentimentos da minha amiga, pois se estiver fazendo isso eu posso quebrar a sua outra perna. Emma é uma pessoa especial e merece alguém que seja bom para ela. — Depois eu vou querer saber sobre isso, eu apenas vim ver como Melvin está, mas parece que está muito bem! - se possível ela fica ainda mais vermelha e seguro o riso. — Olivia a sessão da tarde do Sr. Miller será das 16h às 17h, talvez ele já possa tirar o colar cervical ainda hoje. - fala esperançosa. Prefiro que imobilizem o restante do corpo. — Eu preciso ir, o chefe chama. - eles riem e eu saio do quarto para lhes dar privacidade, depois preciso perguntar para Emma o que está havendo entre os dois. Sigo para o escritório de Kalel e o encontro sentado na cadeira com vários papéis a sua frente. Voltei para a
— Mas Sr. Miller, voltando ao nosso trabalho, as divergências de valores são pequenas, algumas com apenas $ 1.000,00 dólares de diferença, mas multiplicando 1000*100 = 100.000 isso em um dia, sua empresa teve o crescimento considerável à 5 anos. Por suposição que fiz na ponta do lápis o Sr. pode ter sofrido um golpe de mais de 500 milhões de dólares. Me desculpe, mas isso é porque não analisamos nem 10% dessas planilhas aqui deste pendrive. Todos esses balancetes que olhei estão divergentes. O que devo fazer continuo ou paro minha análise? - pronto joguei a bomba, agora ou ele me manda embora ou me dá uma estrelinha dourada. — Claro que deve continuar, só preciso que me mostre cada evolução que tiver. Percebi que você não me pergunta sobre quem são os responsáveis por esses balancetes na minha empresa, não tem curiosidade em saber quem são os fraudadores na minha empresa? - fala com um tom interrogativo. — Não, só tenho que fazer o meu trabalho e pronto, nada mais. - falo direta e v
— Mas por que eu? - fala Emma tentando se livrar. — Por que você é mais experiente. - me intrometo. — Dessa vez eu quero um beijo de língua. - fala Eliza. Meu Deus, a Eliza é louca, que os seus irmãos não saibam disso. — Ok, mas se você gostar, não tenho nada a ver com isso. - Emma fala em tom de risada. — Ok. - Eliza concorda. Essas duas são loucas, se conheceram a pouco tempo, só posso dizer que não estou com ciúmes. Já dá megera da Adele. Foco Olivia, esquece esse homem, ele é encrenca! As duas se aproximam rindo, eu rio, mas fico na expectativa. Começam um beijo selinho tímido, ainda rindo, mas Emma aprofunda um pouco o beijo, logo se separam. — E aí? - pergunto, as duas se encaram, depois me olham e dizem. — Definitivamente não. - dizem as duas em uníssono. Que alívio, depois que saímos daqui Emma e eu voltaremos ao nosso plano de sairmos com homens e caso não dê certo, descobriremos que somos Assexuais. O que duvido muito pelas reações que tivemos Emma com Melvin e eu com