Não sei quanto tempos se passa, se foram minutos ou horas, apenas encaro a parede branca para não ter que olhar nos olhos de cada membro da sua família.
Um médico rompe as portas duplas e levantamos, espero que seja notícias sobre Kalel e Melvin.
— Dra. Miller - eles parecem ser amigos, ela se aproxima dele, assim como toda a sua família, mas decido ficar no meu lugar, pelos olhares sei que não sou bem vinda, mas não sairei até saber que Kalel e Melvin ficarão bem.
— Os meus filhos Dr. Robert?
— Estão bem, mas vou falar sobre o caso mais grave primeiro.
— Mais grave? - percebo que Adele quer chorar, mas está se segurando.
— O seu filho mais velho, o Melvin.
— Melvin?
— Seu filho Melvin quebrou a perna direita em três lugares, o braço direito e o antebraço, fizemos ligamentos com pinos e apesar do seu filho ser saudável a recuperação dele será mais demorada, ele fará acompanhamento médico, e as fisioterapias serão intensivas.
— E Kalel? - Adele parece desesperada, eu ainda não acredito que causei essa situação, a vida desse irmãos irá mudar por minha causa.
— Infelizmente Kalel quebrou a perna, teve uma grave contusão no pescoço sem fraturas, há vários hematomas por seu corpo, o mais preocupante foram os vários cortes na sua cabeça, mas não houve gravidade já que foi estancado a tempo, a recuperação do seu filho será rápida, ele é um jovem saudável assim como o seu outro filho, apenas precisará de fisioterapia por causa da perna - fico aliviada ao saber que Kalel ficará bem, ele não merece o que aconteceu com ele.
— Quando poderemos vê-los? - a senhora mais velha pergunta, acho que é a tia dele - Quero ver o meu noivo! - Noivo?
— Minha nora quer ver o Kalel, quando estará liberado as visitas? - Adele pergunta e fico pasma ao constatar que um homem belo daquele é noivo de uma mulher que poderia ser a sua tia ou até mãe dele.
— E quando poderemos visitá-los? - a loura alta pergunta.
— Posso liberar agora, mas apenas cinco minutos, é para o próprio bem deles.
Eles vão visitar Kalel e Melvin um por um, assim que todos voltam ando até Adele e pergunto:
— Gostaria vê-los! Se a senhora permitir - vejo Adele abrir a boca para me responder, mas uma voz exaltada atrás de mim nos interrompe.
— Mas é claro que não, você causou esse acidente, não deveria estar aqui, não tem vergonha do que fez? - diz a noiva cadáver de Kalel, que isso Olivia repreendo a mim mesma.
— Eu sei que é a minha culpa. - engulo em seco encarando o olhar raivoso da loura - Mas eu estou aqui porque me preocupo.
— Você não irá vê-los. - diz a loura enrugada em tom de ameaça.
— Já chega Adele! Pode ir querida, mas não demore. O quarto do Kalel é o número 104 e o de Melvin é ao lado - assinto e ando passando pelas portas duplas, o quarto de Kalel é um dos primeiros, entro e o vejo com um cateter ligado a veia da sua mão, sua perna direita está pendurada e envolta no gesso, um lençol o cobre até a cintura e me sinto triste ao ver vários hematomas no seu tórax até seu rosto, me aproximo e toco a sua mão levemente.
— Me perdoe Kalel, eu não fiz por mal, todos que me conhecem sabe que eu sou estabanada e sempre faço algo errado, mas nunca pensei que a minha má coordenação causaria um acidente, sinto muito - arrumo o meu aparelho auditivo no ouvido e consigo ouvir melhor a sua respiração.
— Você vai ficar bem, e mesmo que a sua família me odeie nesse momento eu vou te ajudar, se você permitir, eu preciso fazer algo para pagar pelos meus erros.
Ele provavelmente não está ouvindo, mas me sinto melhor falando com ele.
— Eu vou ver o seu irmão, mas eu volto para visitá-lo novamente, você pode me odiar, mas eu não vou sair do seu lado. - aperto a sua mão uma última vez e vou para o quarto ao lado encontrando Melvin, sua perna e braço direito estão engessados, mas ao contrário de Kalel eu o encontro acordado.
— Posso entrar? - ele me vê e assente, me aproximo, mas me mantenho cuidadosamente afastada.
— Pode chegar mais perto, eu não mordo - sorrio e assim o faço.
— Eu não sei quantas vezes eu já pedi "desculpas hoje", mas vou pedir novamente, me desculpe Melvin. - digo entristecida.
— Está desculpada - ele sorri e faz uma careta.
— Está com dor?
— Um pouco, mas e você, por que não estava prestando atenção na rua? -diz confuso.
— Estava distraída, mas isso não voltará acontecer, a minha distração quase custou duas vidas.
— Mas ficaremos bem - Melvin está me tratando melhor do que alguns membros da sua família.
— Talvez você conheça a minha amiga na sua recuperação, ela é fisioterapeuta nesse hospital.
— Acho que vai demorar um pouco até eu me recuperar - um médico b**e na porta e aponta para o relógio.
— Preciso ir - aviso e me despeço, volto para a sala e encontro apenas a sua mãe e o homem que eu imagino ser seu pai.
— Eu já vou Dra. Adele, mas eu volto - homem ao seu lado nada diz e suspiro - Até mais.
Vou a procura de Emma no hospital para irmos para casa, só que ela me fala que terá que fazer plantão para cobrir outro colega que faltou, fiquei com dó de Emma. Foi um dia longo, quero ir para casa e dormir. Conto tudo para Emma, que diz que amanhã resolveremos o que fazer.
***
No domingo acordo cedo, decido ir ao hospital, depois passaria na casa da minha mãe, preciso de colo. Assim que entro encontro Emma conversando com um médico, noto pelos seus ombros caídos que ela está muito cansada, ando até Emma e toco seus ombros ela se vira para mim.
— Você precisa ir para casa e descansar Emma. - digo preocupada
— Eu sei, mas preciso atender os meus últimos pacientes. - diz já com voz de sono.— Eu vim visitar Kalel e Melvin Miller. - falo desanimada, já que tenho vergonha por tudo que aconteceu.— Que coincidência, os verei agora, vamos. - diz divertida.Sigo pelo mesmo caminho de ontem e entro no quarto de Kalel, já Emma vai para o quarto ao lado. Kalel ainda dorme então me aproximo, mas ao invés de pegar a sua mão eu toco delicadamente seu rosto cheio de hematomas e arranhões. Ele se meche e geme, como se estivesse acordando. Começa a abrir os olhos, e olha confuso até abrir um lindo e tímido sorriso para mim, como se estivesse em um sonho bom. Não entendo a sua reação sendo que fui eu que quase tirei a sua vida. Sorrio de volta e pergunto.— Como se sente? Sou Olivia Hill. - falo me apresentando um pouco envergonhada da maneira que ele me olha.— Você parece um anjo! O que aconteceu? - diz admirado. Quando eu ia responder, bem na hora uma voz conhecida e nada agradável entra no quarto.—
— Sr. Miller gostaria de me desculpar pelo que aconteceu, não foi minha intenção o Sr. deve saber, foi um acidente, sinto muito, assim como falei ao seu irmão, caso precise de algo, me procure estarei à disposição para ajudar. - entrego meu cartão a ele, que pega um tanto curioso. — Deve ficar mais atenta Srta. Hill, poderia estar morta a essa hora. Entregou o mesmo cartão ao meu irmão? - Como assim o que ele quer dizer? Penso. — Sim, me disponho a ajudar os dois. - Kalel sorri, e faz uma careta de dor. — Aí. Só toma cuidado, meu irmão é um tanto conquistador. - ele fala e fico envergonhada corando. — Não fique com vergonha, fica linda com as afeições rubras dessa maneira. - estou vendo quem é o irmão conquistador, penso. Mudo de assunto, não me sinto bem com elogios, ainda mais de um homem. — Se sente melhor? - pergunto. — A medida do possível, pode me ajudar a colocar aquele travesseiro nas costas? - pergunta, e pego o travesseiro ajudando a colocar nas suas costas. Ele pega m
E outra ele deve ser um conquistador barato, assim como falou que o irmão dele é, esse pessoal rico, acha que pode usar quem tem menos condições. Mas confesso que nunca senti nada parecido como o que senti naquele dia quando ele pegou no meu braço e falou perto do meu ouvido. Emma e eu combinamos de sair com David e o amigo dele para irmos ao cinema, já que da última vez furamos com eles, combinamos também de não cair nas cantadas baratas dos irmãos Miller. Chego em casa após o trabalho e encontro Emma fazendo as malas. — Oi! Vai viajar? - pergunto. — Não! É trabalho, fui escalada para ficar este mês para atender o Sr. Kalel Miller com a fisioterapia, graças a Deus David foi escalado para atender ao Sr. Melvin Miller. Eles vão precisar de fisioterapia intensiva, já que irão ficar meses em recuperação, Kalel já pode usar a cadeira de rodas, Melvin ainda não, vai ficar de cama algumas semanas ainda. - Emma fala e fico triste porque ficarei sozinha. — Mas você terá que dormir na casa
O que esse homem pretende, ele é comprometido, deve ser tão galinha como disse que o irmão dele é. Não vou cair nessa, apesar de que não posso negar que ele mexe comigo. Nenhum homem conseguiu mexer comigo do jeito que ele está conseguindo e o pior é que uma sensação estranha está dominando meu corpo, na minha vagina para ser mais exata, sem que eu perceba estou roçando as pernas em busca de algo que eu não sei, talvez alivio? Apenas sei que o olhar desse homem está me deixando úmida, e pela primeira vez nos meus 20 anos de vida pensamentos pecaminosos passam pela minha mente, me vejo querendo saber como é ter aquele homem por cima de mim, a cada pensamento o roçar de pernas se torna pior e me levanto abruptamente chamando a sua atenção. Peço para ir ao banheiro, preciso me recuperar do meu nervosismo e me acalmar. Depois de sair do banheiro, encontro Emma e o Sr. Miller conversando na sala. Cumprimento Emma, carinhosamente, Kalel fica nos olhando e fala que vai fazer algumas ligaçõ
— Desculpe, a culpa disso tudo é minha. - falo entristecida. Meu Deus porque nasci tão distraída, se não fosse por minha distração esses irmãos não estariam nessa situação. — Não Olivia, não se culpe. - diz me consolando. — Bem vou indo, não quero atrapalhar. Ótimo dia Sr. Miller e David. - me despeço deixando os dois. Desço as escadas novamente indo para o escritório de Kalel. Para que uma casa tão grande para alguém que mora sozinho? Deve ser muito triste. Ainda bem que tenho Emma na minha vida. Entro no escritório e pego o meu computador, já que havia deixado aqui ontem, coloco o pendrive e começo a analisar as planilhas de giro financeiro da empresa de Kalel mês a mês, vou utilizar o método de análise da minha tese da faculdade é mais rápido e preciso. Fico meia hora analisando, tem muitos erros nessas planilhas, estou começando a desconfiar, são sempre parecidos os mesmos erros. Preciso ir ao banheiro, quando me levanto dou de cara com uma mulher, levo o maior susto e grito.
Uma hora se passa desde que o Sr. mandão saiu do escritório, David abaixou muito a cadeira, as minhas costas já doem. Levanto e tento subir a cadeira, mas realmente é muito dura, tento ajudar com o pé, estou quase conseguindo, quando a trava solta de vez e caio para trás. Sinto duas mãos segurando minha bunda e sentando em um coloco macio, bato meu pé em algum ferro, sinto uma dor tremendo na canela, sinto um cheiro maravilhoso de perfume masculino. Consigo olhar para trás, não acredito, caí sentada no colo de Kalel Miller, mas meu pé dói muito e abaixo para colocar a mão nele por reflexo da dor. — Ai! Me desculpe. - falo segurando meu pé. Olhando para Kalel que não fala nada, e ainda está com as mãos na minha bunda, causando sensações inexplicáveis que nunca senti, ainda sinto um volume embaixo da minha bunda crescendo, o que é isso? Fico pasma ao perceber que esse volume com certeza estou em cima do seu púbis, eu preciso sair daqui. — O Senhor pode tirar a mão daí, po
— Olivia, eu estava conversando com o Melvin sobre a sua adolescência, você não acreditaria se eu disser o quanto ele aprontou! - vejo Melvin olhar para Emma com um sorriso, espero que ele não esteja brincando com os sentimentos da minha amiga, pois se estiver fazendo isso eu posso quebrar a sua outra perna. Emma é uma pessoa especial e merece alguém que seja bom para ela. — Depois eu vou querer saber sobre isso, eu apenas vim ver como Melvin está, mas parece que está muito bem! - se possível ela fica ainda mais vermelha e seguro o riso. — Olivia a sessão da tarde do Sr. Miller será das 16h às 17h, talvez ele já possa tirar o colar cervical ainda hoje. - fala esperançosa. Prefiro que imobilizem o restante do corpo. — Eu preciso ir, o chefe chama. - eles riem e eu saio do quarto para lhes dar privacidade, depois preciso perguntar para Emma o que está havendo entre os dois. Sigo para o escritório de Kalel e o encontro sentado na cadeira com vários papéis a sua frente. Voltei para a
— Mas Sr. Miller, voltando ao nosso trabalho, as divergências de valores são pequenas, algumas com apenas $ 1.000,00 dólares de diferença, mas multiplicando 1000*100 = 100.000 isso em um dia, sua empresa teve o crescimento considerável à 5 anos. Por suposição que fiz na ponta do lápis o Sr. pode ter sofrido um golpe de mais de 500 milhões de dólares. Me desculpe, mas isso é porque não analisamos nem 10% dessas planilhas aqui deste pendrive. Todos esses balancetes que olhei estão divergentes. O que devo fazer continuo ou paro minha análise? - pronto joguei a bomba, agora ou ele me manda embora ou me dá uma estrelinha dourada. — Claro que deve continuar, só preciso que me mostre cada evolução que tiver. Percebi que você não me pergunta sobre quem são os responsáveis por esses balancetes na minha empresa, não tem curiosidade em saber quem são os fraudadores na minha empresa? - fala com um tom interrogativo. — Não, só tenho que fazer o meu trabalho e pronto, nada mais. - falo direta e v