— Parabéns, Júlia. Você está pegando um homem atrás do outro, hein? Tá se divertindo bastante, né?O tom de Rafael ficou sombrio de repente:— Quem era aquele cara? O que vocês fizeram lá em cima?O sorriso de Júlia desapareceu, e a dor na mão aumentou à medida que ele apertava com mais força. Ela tentou se soltar, mas Rafael usou ainda mais força.Quanto mais ela resistia, mais ele apertava.Júlia gritou:— Rafael, me solta!— Responde primeiro!Júlia franziu a testa, suportando a dor:— O que isso tem a ver com você?— Como ex-namorado, não posso me interessar pela vida amorosa da minha ex?Júlia riu e levantou os olhos:— Você sabe que é meu ex, então? E o que veio fazer aqui?Rafael ficou sem palavras por um instante:— Eu só tava passando, não posso?Logo depois, um senhor veio bravo da entrada do beco, reclamando:— Quem foi o infeliz que estacionou na entrada do beco? Não viu que a rua é estreita? Só porque tem um carrão acha que pode bloquear a passagem? Sem educação nenhuma, e
Rafael abriu a porta do quarto com uma fúria incontrolável, arrancando as gavetas do armário e se dirigindo ao vestiário exclusivo de Júlia. Ele encontrou todas as bolsas de grife, roupas, relógios e joias que havia dado a ela, organizadas perfeitamente. Nada estava faltando.Seus olhos pousaram em uma pulseira de cereja, e ele sentiu a respiração se acelerar, seu olhar se tornando sombrio. Lembrava-se claramente de que era o presente de aniversário que trouxe do exterior no terceiro ano de relacionamento.A palavra ‘cherry’, em inglês, soava como ‘cherish’ – significando ‘valorizar’. Aquela pulseira simbolizava que ela era a pessoa que ele mais valorizava.Naquela época, ela usava a pulseira constantemente, quase nunca a tirando. Agora, ela havia abandonado até isso, como se estivesse descartando todo o amor que um dia teve por ele.Rafael caiu na cama, sentindo o peso da realidade.Ele finalmente compreendeu que Júlia não estava apenas fazendo birra, cada palavra que ela disse foi
Bruno bateu animado no ombro dele:— Quando você chegou? Por que não avisou os amigos? A gente está com uma sala reservada lá em cima. Vamos beber juntos!Rafael massageou as têmporas:— Vou passar, vocês podem continuar.Ao vê-lo se afastar, Bruno ficou confuso.Ele nunca perdia essas reuniões. Será que… ele e Júlia fizeram as pazes? Faz sentido, recém reconciliados, ele deve estar sem tempo para baladas.— Bruno, o que você está olhando? Estamos esperando por você.Alguém chamou da escada, e Bruno deu de ombros, deixando a ideia de lado, e voltou para eles....Quando Rafael chegou na mansão, já eram dez da noite.O quarto e o vestiário já tinham sido arrumados, e todas as coisas de Júlia estavam organizadas novamente.Rafael mudou de direção e foi até o escritório.As estantes que cobraram uma parede inteira estavam cheias de livros de biologia.Embora Júlia não tenha continuado seus estudos, ela nunca deixou seu campo de lado. Passando horas no escritório sempre que podia, cercada
No caminho, os dois ficaram em silêncio, trocando apenas algumas palavras no início.José estava com seu carro habitual, percebeu que ela não estava de bem humor, dirigiu em uma velocidade constante e confortável.Ao chegarem na vila, o segurança na entrada reconheceu Júlia e acenou:— Srta. Júlia, faz tempo que não a vejo! Estava viajando?Júlia respondeu com um sorriso discreto, sem falar nada.José observou a expressão no rosto dela, mas não perguntou mais nada.Os dois seguiram em silêncio até a porta da mansão. José estacionou e perguntou:— Quer que eu ajude a carregar as coisas?Júlia balançou a cabeça:— Não precisa, são só alguns livros, consigo sozinha. Espera um pouco.Ela saiu do carro e se dirigiu à entrada da casa.Ao tocar a campainha, a voz de Ana ecoou do outro lado:— Já vai!Quando viu Júlia, Ana abriu a porta e exclamou com alegria:— Srta. Júlia! Você...Finalmente você voltou!Júlia sorriu levemente e explicou:— Só vim buscar umas coisas…Antes que pudesse termin
Júlia falou com a voz rouca, misturada com um tom de medo e desespero, como um pássaro assustado, frágil e perdido.Rafael sentia seu corpo esquentar ainda mais, abandonou a blusa dela e deixou suas mãos deslizaram diretamente por debaixo da saia.Júlia ficou chocada:— Rafael, você pode ter qualquer mulher que quiser! Por que precisa forçar uma ex-namorada que já terminou com você?! Se você quiser, posso ligar agora para a Viviane e chamá-la aqui. Não faça isso!Rafael olhava para ela, vendo seu rosto assustado, os olhos avermelhados demonstrando uma resistência teimosa. Uma chama de raiva subiu em seu coração:— O que foi? Em poucos dias já ficou tímida? Não é como se eu nunca tivesse te tocado antes. Para de fingir ser uma santa!Júlia tremeu de raiva:— Seu canalha!Ele deu um sorriso frio, segurando o queixo dela:— Você acha que, após me deixar, vai valer alguma coisa? Ninguém quer uma mulher que já esteve com outro homem.As lágrimas caíam de seus olhos sem controle, e Júlia ol
Rafael não ia deixar barato. Ele levantou o punho e partiu para cima de José, retrucando:— Você acha que pode me bater? Quem você pensa que é? Enquanto estavamos namorando, você nem fazia ideia de onde estava…José interceptou o soco de Rafael. Diferente do desespero de Rafael, ele manteve a calma, embora seus olhos mostrassem uma frieza inquietante.Ele disse calmamente:— E você? Qual é o seu papel? O ex-namorado que ainda permanece após o rompimento ou um estuprador??As palavras de José eram como facas afiadas, atingindo diretamente os pontos fracos de Rafael.— Você está pedindo para morrer! — Rafael tentou puxar o braço para soltar o punho preso.Mas José segurava firme, sem ceder.— Chega! — Júlia finalmente se recompôs e levantou-se do sofá, ajustando a jaqueta que José havia lhe emprestado, sem sequer lançar um olhar para Rafael.Ela se virou para José e abaixou a cabeça:— Professor José, desculpe por você presenciar isso.José franziu a testa e perguntou:— Precisa que eu c
Enquanto estudava, Júlia adorava a comida do segundo andar. A responsável por servir os pratos era uma senhora de rosto redondo, sempre sorridente, que não resistia a colocar uma porção extra de carne no prato de Júlia.De longe, Júlia avistou o balcão onde a senhora servia, do mesmo jeito de antes.Três anos após a formatura, Júlia não tinha certeza se a senhora ainda se lembrava dela.Esperando na fila, Júlia se aproximou. A senhora estava ocupada, mas quando sentiu o peso na colher, Júlia não pôde deixar de sorrir:— Obrigada, senhora.José passou o cartão e os dois escolheram um lugar para se sentar.Júlia lembrou-se de como era na época da universidade:— Costumava ficar tanto tempo no laboratório que esquecia de almoçar. Quando finalmente saía, já passava de uma e meia, e quase não sobrava comida, mas aquela senhora sempre guardava uma coxa de frango para mim.José estava logo atrás dela na fila, notou que a senhora, trocou a expressão cansada por um sorriso, quando reconhecer Jú
Ao entrar em casa, a primeira coisa que Júlia fez foi organizar aqueles livros. Após colocar cada um no lugar, estava suada.Após tomar um banho, ela foi para a sala e viu a pomada que estava sobre a mesa. Ela pegou-a, abriu o frasco e começou a aplicá-la cuidadosamente nas marcas roxas no peito e na cintura.A pomada gelada, com um leve aroma de hortelã, aliviou a dor rapidamente.Ainda era cedo, e ela pensou em ler um pouco. Mas, depois de um dia tão cansativo, sua cabeça latejava de dor, então ela se deitou exausta e adormeceu rapidamente.No meio da noite, Júlia teve um pesadelo. No sonho, Rafael se transformava em um monstro e a agarrava, e por mais que ela tentasse, não conseguia se livrar dele. O medo era tão real que ela acordou de repente, respirando com dificuldade.A noite ainda era longa, mas ela não tinha coragem de voltar a dormir.Ela pegou o celular e ligou para Patrícia imediatamente, mas ninguém atendeu.Ela segurou o celular e se levantou, mas percebeu que a luz da v