A noite silenciosa foi interrompida por um sussurro que veio do outro lado da linha:— Jú, estou com dor.A voz do homem tremia um pouco.Naquele momento, Júlia sentiu um aperto no coração.Rafael era um homem teimoso e orgulhosa, que sempre insistia em ser forte. Costumava beber até ter uma úlcera ou trabalhar até esquecer de comer, o que não era raro.Naquela época, Júlia fazia de tudo para cuidar dele.Ela prestava atenção em todas as refeições e até aprendeu algumas técnicas de massagem com um terapeuta para melhorar a digestão.Depois de muito esforço e tempo, conseguiu melhorar o estômago dele.Mas tudo o que ela recebeu em troca foi um ‘que incômodo’.E, às vezes, quando ele estava impaciente, franzia a testa e dizia: “Você está parecendo minha mãe.”Essas memórias, quase esquecidas, ressurgiram naquele momento, mas logo a sensação de dor passou.Júlia disse friamente:— Eu não sou médica. Se a dor está forte, vá ao hospital.Ouvindo a voz fria de Júlia, Rafael apertou os dedos
Viviane se sentiu um desconforto e balançou o braço de Rafael:— Amor, o que foi?Rafael voltou a si e acenou com a mão:— Nada. Já estou melhor. Concentre-se nas suas aulas, não precisa mais vir até aqui. Nos próximos dias, estarei muito ocupado com o trabalho da empresa, então não vou ter tempo para ficar com você.Viviane ficou surpresa por um momento, mas logo sorriu e concordou:— Tudo bem, entendi.Ao sair da casa, o sorriso de Viviane lentamente desapareceu, e uma sensação de angústia tomou conta dela. Seus olhos ficaram sombrios.Ela sabia que Rafael estava pensando em algo, algo que não acontecia antes.Após hesitar um pouco, pegou o celular e ligou para Bruno.Dos amigos próximos de Rafael, Bruno era o único com quem ela tinha contato.Quando ele atendeu, ela sorriu:— Alô, Bruno! Tudo bem? Aconteceu algo no hospital esses dias? Acabei de sair da casa do Rafael e ele parecia estar de mau-humor. Será que foi a Júlia que o deixou assim?Do outro lado da linha, Bruno estava no b
Victor realmente fazia jus ao elogio do professor, mesmo não estudando a mesma área com que Júlia , eles encontraram vários pontos em comum durante a conversa. À medida que a conversa avançava, Júlia se sentia cada vez mais à vontade.Ela ainda está se preparando para o exame de mestrado. A maioria do conteúdo já dominou, mas ainda precisaria se aprofundar nas pesquisas mais recentes da sua área, o que exigia muita leitura e tempo, sem ser um processo instantâneo.Nesse aspecto, Victor, como estudante de pós-graduação, tinha mais experiência do que Júlia, que já estava fora da universidade há alguns anos.Rafael observava os dois de longe, vendo como os dois se davam bem, e sentia os punhos se fecharem de raiva.Ela era tão dura com ele, recusando-se a vê-lo, não importando o quanto ele implorasse. Mas para outro homem, ela sorria com tanta facilidade.Júlia preparou uma refeição cheia de pratos variados.Embora Victor soubesse que ela cozinhava bem, ficou surpreso com a quantidade e
— Parabéns, Júlia. Você está pegando um homem atrás do outro, hein? Tá se divertindo bastante, né?O tom de Rafael ficou sombrio de repente:— Quem era aquele cara? O que vocês fizeram lá em cima?O sorriso de Júlia desapareceu, e a dor na mão aumentou à medida que ele apertava com mais força. Ela tentou se soltar, mas Rafael usou ainda mais força.Quanto mais ela resistia, mais ele apertava.Júlia gritou:— Rafael, me solta!— Responde primeiro!Júlia franziu a testa, suportando a dor:— O que isso tem a ver com você?— Como ex-namorado, não posso me interessar pela vida amorosa da minha ex?Júlia riu e levantou os olhos:— Você sabe que é meu ex, então? E o que veio fazer aqui?Rafael ficou sem palavras por um instante:— Eu só tava passando, não posso?Logo depois, um senhor veio bravo da entrada do beco, reclamando:— Quem foi o infeliz que estacionou na entrada do beco? Não viu que a rua é estreita? Só porque tem um carrão acha que pode bloquear a passagem? Sem educação nenhuma, e
Rafael abriu a porta do quarto com uma fúria incontrolável, arrancando as gavetas do armário e se dirigindo ao vestiário exclusivo de Júlia. Ele encontrou todas as bolsas de grife, roupas, relógios e joias que havia dado a ela, organizadas perfeitamente. Nada estava faltando.Seus olhos pousaram em uma pulseira de cereja, e ele sentiu a respiração se acelerar, seu olhar se tornando sombrio. Lembrava-se claramente de que era o presente de aniversário que trouxe do exterior no terceiro ano de relacionamento.A palavra ‘cherry’, em inglês, soava como ‘cherish’ – significando ‘valorizar’. Aquela pulseira simbolizava que ela era a pessoa que ele mais valorizava.Naquela época, ela usava a pulseira constantemente, quase nunca a tirando. Agora, ela havia abandonado até isso, como se estivesse descartando todo o amor que um dia teve por ele.Rafael caiu na cama, sentindo o peso da realidade.Ele finalmente compreendeu que Júlia não estava apenas fazendo birra, cada palavra que ela disse foi
Bruno bateu animado no ombro dele:— Quando você chegou? Por que não avisou os amigos? A gente está com uma sala reservada lá em cima. Vamos beber juntos!Rafael massageou as têmporas:— Vou passar, vocês podem continuar.Ao vê-lo se afastar, Bruno ficou confuso.Ele nunca perdia essas reuniões. Será que… ele e Júlia fizeram as pazes? Faz sentido, recém reconciliados, ele deve estar sem tempo para baladas.— Bruno, o que você está olhando? Estamos esperando por você.Alguém chamou da escada, e Bruno deu de ombros, deixando a ideia de lado, e voltou para eles....Quando Rafael chegou na mansão, já eram dez da noite.O quarto e o vestiário já tinham sido arrumados, e todas as coisas de Júlia estavam organizadas novamente.Rafael mudou de direção e foi até o escritório.As estantes que cobraram uma parede inteira estavam cheias de livros de biologia.Embora Júlia não tenha continuado seus estudos, ela nunca deixou seu campo de lado. Passando horas no escritório sempre que podia, cercada
No caminho, os dois ficaram em silêncio, trocando apenas algumas palavras no início.José estava com seu carro habitual, percebeu que ela não estava de bem humor, dirigiu em uma velocidade constante e confortável.Ao chegarem na vila, o segurança na entrada reconheceu Júlia e acenou:— Srta. Júlia, faz tempo que não a vejo! Estava viajando?Júlia respondeu com um sorriso discreto, sem falar nada.José observou a expressão no rosto dela, mas não perguntou mais nada.Os dois seguiram em silêncio até a porta da mansão. José estacionou e perguntou:— Quer que eu ajude a carregar as coisas?Júlia balançou a cabeça:— Não precisa, são só alguns livros, consigo sozinha. Espera um pouco.Ela saiu do carro e se dirigiu à entrada da casa.Ao tocar a campainha, a voz de Ana ecoou do outro lado:— Já vai!Quando viu Júlia, Ana abriu a porta e exclamou com alegria:— Srta. Júlia! Você...Finalmente você voltou!Júlia sorriu levemente e explicou:— Só vim buscar umas coisas…Antes que pudesse termin
Júlia falou com a voz rouca, misturada com um tom de medo e desespero, como um pássaro assustado, frágil e perdido.Rafael sentia seu corpo esquentar ainda mais, abandonou a blusa dela e deixou suas mãos deslizaram diretamente por debaixo da saia.Júlia ficou chocada:— Rafael, você pode ter qualquer mulher que quiser! Por que precisa forçar uma ex-namorada que já terminou com você?! Se você quiser, posso ligar agora para a Viviane e chamá-la aqui. Não faça isso!Rafael olhava para ela, vendo seu rosto assustado, os olhos avermelhados demonstrando uma resistência teimosa. Uma chama de raiva subiu em seu coração:— O que foi? Em poucos dias já ficou tímida? Não é como se eu nunca tivesse te tocado antes. Para de fingir ser uma santa!Júlia tremeu de raiva:— Seu canalha!Ele deu um sorriso frio, segurando o queixo dela:— Você acha que, após me deixar, vai valer alguma coisa? Ninguém quer uma mulher que já esteve com outro homem.As lágrimas caíam de seus olhos sem controle, e Júlia ol