Viviane estava tão irritada que lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Ela gritou com a voz rouca:— Já disse que não tenho dinheiro! Não tenho! Mesmo que você me mate, não vai mudar nada! O que mais você quer de mim?!Melissa só ouviu as palavras ‘não tenho dinheiro’, e reagiu de imediato:— Sem dinheiro? Vai dormir com algum homem! Dormiu, o dinheiro aparece, não é? Desde pequena eu já te ensinei isso, como você ainda não aprendeu?Viviane gritou ainda mais alto:— Que homem? Eu não sirvo nem para isso! Quem ia querer dormir comigo?!Melissa logo percebeu algo estranho no tom de voz dela. Como o que importava era tirar proveito de mais uma oportunidade com aquele ‘negócio falido’, ela finalmente decidiu sair da mesa de jogo e foi para um lugar mais reservado.Ela perguntou:— Como assim ninguém quer você? E aquele seu namorado rico? Você não disse que estava prestes a casar com ele e entrar para uma família rica? O que aconteceu? Ele desistiu de tudo?Ao ouvir o tom emocionad
Estava na hora do almoço, e o laboratório ficou completamente silencioso.José empurrou a porta de sua sala de descanso, lavou as mãos na pia, enxugou o rosto e caminhou para o cômodo interno.Suas roupas extras estavam guardadas lá.Enquanto abria o armário e desabotoava a camisa, pegou uma camisa limpa.Júlia acordou assim que ele abriu a porta.A cama dobrável dela estava posicionada atrás da porta, que, ao abrir, criou um canto isolado, oferecendo alguma privacidade.No entanto, não era completamente fechado, apenas dificultava um pouco a visão.Então, ao abrir os olhos, ela viu José já tirando a camisa, que caía por seus ombros.Ela ficou paralisada.No instante em que ela pensava em avisá-lo que estava ali, ele tirou a camisa por completo.Nesse ponto, parecia melhor nem falar nada, interromper só aumentaria a vergonha.Júlia decidiu… Fechar os olhos e fingir que dormia.Mesmo assim, a imagem daquele momento: as costas nuas dele, os músculos definidos, os ombros largos e a cintu
Alan disse:— Está bem, você está mais ocupado que o diretor da escola…José respondeu:— Vou indo então.Alan gritou para ele enquanto José já se afastava:— Ei, espera aí! Esqueci de perguntar, o que você veio buscar?— Você faz perguntas demais.…Depois que José saiu, Júlia dormiu mais um pouco. Sem outra opção, ela sabia que, se não descansasse, estaria sem energia à tarde, o que afetaria sua eficiência.Às duas da tarde, Júlia acordou e lavou o rosto rapidamente e voltou para a área de trabalho.Andressa e os outros colegas também retornaram ao laboratório após o intervalo.Andressa perguntou:— Júlia, seu rosto está meio vermelho. Será que você esquentou?Hã?Júlia tocou as bochechas:— Está vermelho? Acho que pode ser…Alan comentou:— Mas o ar-condicionado estava ligado na sala, não? Como você ficou com calor?— Hoje acho que esquecemos de ligar…— É mesmo? Você e José estão com medo do calor, hein? Ele também estava com o rosto todo vermelho de calor quando o encontrei fora d
— Sua mãe tem sido muito prejudicada nos últimos anos.As palavras ‘muito prejudicada’ fizeram o coração de Júlia se apertar.Pedro queria marcar uma reunião com Camila.Mas Júlia disse que sua mãe estava na cidade K, além disso, o contrato com Rosália ainda não havia terminado.Ela não queria prejudicar o estado de espírito da mãe, para não afetar sua criação de escrito.Ao ouvir sobre o contrato, Pedro imediatamente pediu uma cópia digital para Júlia e disse:— Não é urgente, vou analisar esse contrato primeiro. Se houver algo, mantenha contato. Sobre sua mãe, assino o contrato!Essa última frase Júlia não entendeu muito bem.Ele parecia ter dito isso, mas Pedro nunca assinava com pessoas, apenas com obras, não?Júlia pensou que ou ele cometeu um erro, ou ela havia entendido errado.Então, não se importou muito.Vendo sua filha de repente tão séria, Gustavo parou o que estava fazendo e perguntou:— O que houve, Jú? Sua mãe está com algum problema com aquele editor?— É uma coisa pequ
Às sete e meia da manhã, Júlia chegou ao laboratório.Ainda não havia ninguém, mas ouviu um barulho vindo da sala de descanso.De repente, passos se aproximaram e, para sua surpresa, José apareceu na porta.Seus olhares se cruzaram, e ambos congelaram por um instante.José parecia um pouco desconfortável, lembrando-se de como havia saído apressado no dia anterior.Por sua vez, Júlia se lembrou da situação constrangedora em que fingiu estar dormindo e da cena que viu sem querer… não era nada fácil manter a naturalidade.Ele disse primeiro:— Bom dia.Júlia fez um aceno leve com a cabeça:— Bom dia.Logo depois, escapou rapidamente para sua bancada e começou a trabalhar, a ponto de esquecer de colocar o almoço na geladeira.José percebeu e disse:— Estou indo para a copa. Coloco seu almoço na geladeira para você.Júlia hesitou, mas aceitou:— Obrigada, professor.Na hora do almoço, Júlia saiu do laboratório e, ao chegar do lado de fora do prédio, avistou Lucas parado a uma certa distânci
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava
André perguntou:— Está com dificuldade de encontrar o lugar? Vou sair para ajudar...Notando a expressão nada boa do Rafael, André finalmente se tocou:— Epa! Rafael, Júlia ainda não… voltou, né?Já se passaram mais de três horas.Rafael deu de ombros:— Voltar? Você acha que terminar é brincadeira?Disse isso e passou por ele, sentando-se no sofá.André coçou a cabeça, “ sério mesmo? Será que foi de verdade dessa vez?”Mas logo balançou a cabeça, achando que estava pensando demais.Rafael pode até conseguir terminar de verdade, mas Júlia…Nenhuma mulher no mundo poderia aceitar terminar, mas ela não aceitaria. Isso é um fato reconhecido por todos.Bruno Rocha, sempre gostando de caos, cruzou os braços e sorriu:— Rafa, como você está sozinho? Você disse três horas, agora passou um dia.Rafael sorriu:— Perdi a aposta, qual vai ser a punição?Bruno levantou a sobrancelha: — Hoje vamos mudar o jogo, nada de bebida. Você vai ligar para a Júlia e, na voz mais doce, dizer: Desculpa, eu e