Era antiga colega de universidade.Simone disse enquanto segurava sua mão que estava fria como gelo:— Viviane, você emagreceu tanto. Ouvi dizer que depois de um aborto é preciso se cuidar bem, senão pode acabar com sequelas, então você deve…Ao ouvir a palavra ‘aborto’, o olhar de Viviane ficou imediatamente mais frio:— Quem você acha que teve um aborto?Simone ficou parada com surpresa.Viviane disse com irritação:— Você que teve um aborto! Eu estou bem! Não aconteceu nada comigo!— Viviane, você…Viviane sentou-se bruscamente, com um olhar agressivo:— Quer ver meu fracasso? Esquece! Só porque estou numa fase ruim, você acha que qualquer um pode pisar em mim? Simone, guarda essa cara de pena! Acha que eu não sei que você tinha inveja porque eu namorava um homem rico? Pois saiba que, mesmo estando aqui no hospital, tudo o que eu já tive, você nunca vai ter na vida inteira!Simone ficou perplexa, sem entender o que estava acontecendo.Viviane deu uma risada cínica:— Você veio me ve
Viviane estava tão irritada que lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Ela gritou com a voz rouca:— Já disse que não tenho dinheiro! Não tenho! Mesmo que você me mate, não vai mudar nada! O que mais você quer de mim?!Melissa só ouviu as palavras ‘não tenho dinheiro’, e reagiu de imediato:— Sem dinheiro? Vai dormir com algum homem! Dormiu, o dinheiro aparece, não é? Desde pequena eu já te ensinei isso, como você ainda não aprendeu?Viviane gritou ainda mais alto:— Que homem? Eu não sirvo nem para isso! Quem ia querer dormir comigo?!Melissa logo percebeu algo estranho no tom de voz dela. Como o que importava era tirar proveito de mais uma oportunidade com aquele ‘negócio falido’, ela finalmente decidiu sair da mesa de jogo e foi para um lugar mais reservado.Ela perguntou:— Como assim ninguém quer você? E aquele seu namorado rico? Você não disse que estava prestes a casar com ele e entrar para uma família rica? O que aconteceu? Ele desistiu de tudo?Ao ouvir o tom emocionad
Estava na hora do almoço, e o laboratório ficou completamente silencioso.José empurrou a porta de sua sala de descanso, lavou as mãos na pia, enxugou o rosto e caminhou para o cômodo interno.Suas roupas extras estavam guardadas lá.Enquanto abria o armário e desabotoava a camisa, pegou uma camisa limpa.Júlia acordou assim que ele abriu a porta.A cama dobrável dela estava posicionada atrás da porta, que, ao abrir, criou um canto isolado, oferecendo alguma privacidade.No entanto, não era completamente fechado, apenas dificultava um pouco a visão.Então, ao abrir os olhos, ela viu José já tirando a camisa, que caía por seus ombros.Ela ficou paralisada.No instante em que ela pensava em avisá-lo que estava ali, ele tirou a camisa por completo.Nesse ponto, parecia melhor nem falar nada, interromper só aumentaria a vergonha.Júlia decidiu… Fechar os olhos e fingir que dormia.Mesmo assim, a imagem daquele momento: as costas nuas dele, os músculos definidos, os ombros largos e a cintu
Alan disse:— Está bem, você está mais ocupado que o diretor da escola…José respondeu:— Vou indo então.Alan gritou para ele enquanto José já se afastava:— Ei, espera aí! Esqueci de perguntar, o que você veio buscar?— Você faz perguntas demais.…Depois que José saiu, Júlia dormiu mais um pouco. Sem outra opção, ela sabia que, se não descansasse, estaria sem energia à tarde, o que afetaria sua eficiência.Às duas da tarde, Júlia acordou e lavou o rosto rapidamente e voltou para a área de trabalho.Andressa e os outros colegas também retornaram ao laboratório após o intervalo.Andressa perguntou:— Júlia, seu rosto está meio vermelho. Será que você esquentou?Hã?Júlia tocou as bochechas:— Está vermelho? Acho que pode ser…Alan comentou:— Mas o ar-condicionado estava ligado na sala, não? Como você ficou com calor?— Hoje acho que esquecemos de ligar…— É mesmo? Você e José estão com medo do calor, hein? Ele também estava com o rosto todo vermelho de calor quando o encontrei fora d
— Sua mãe tem sido muito prejudicada nos últimos anos.As palavras ‘muito prejudicada’ fizeram o coração de Júlia se apertar.Pedro queria marcar uma reunião com Camila.Mas Júlia disse que sua mãe estava na cidade K, além disso, o contrato com Rosália ainda não havia terminado.Ela não queria prejudicar o estado de espírito da mãe, para não afetar sua criação de escrito.Ao ouvir sobre o contrato, Pedro imediatamente pediu uma cópia digital para Júlia e disse:— Não é urgente, vou analisar esse contrato primeiro. Se houver algo, mantenha contato. Sobre sua mãe, assino o contrato!Essa última frase Júlia não entendeu muito bem.Ele parecia ter dito isso, mas Pedro nunca assinava com pessoas, apenas com obras, não?Júlia pensou que ou ele cometeu um erro, ou ela havia entendido errado.Então, não se importou muito.Vendo sua filha de repente tão séria, Gustavo parou o que estava fazendo e perguntou:— O que houve, Jú? Sua mãe está com algum problema com aquele editor?— É uma coisa pequ
Às sete e meia da manhã, Júlia chegou ao laboratório.Ainda não havia ninguém, mas ouviu um barulho vindo da sala de descanso.De repente, passos se aproximaram e, para sua surpresa, José apareceu na porta.Seus olhares se cruzaram, e ambos congelaram por um instante.José parecia um pouco desconfortável, lembrando-se de como havia saído apressado no dia anterior.Por sua vez, Júlia se lembrou da situação constrangedora em que fingiu estar dormindo e da cena que viu sem querer… não era nada fácil manter a naturalidade.Ele disse primeiro:— Bom dia.Júlia fez um aceno leve com a cabeça:— Bom dia.Logo depois, escapou rapidamente para sua bancada e começou a trabalhar, a ponto de esquecer de colocar o almoço na geladeira.José percebeu e disse:— Estou indo para a copa. Coloco seu almoço na geladeira para você.Júlia hesitou, mas aceitou:— Obrigada, professor.Na hora do almoço, Júlia saiu do laboratório e, ao chegar do lado de fora do prédio, avistou Lucas parado a uma certa distânci
Júlia e Lucas estavam sentados à mesa de pedra, conversando de maneira concentrada.Eles estavam tão próximos que parecia haver uma conexão especial ali.Júlia mantinha uma expressão séria, enquanto Lucas escutava atentamente.José percebeu o leve sorriso de Lucas, mesmo de longe, e sentiu claramente aquela vibração de ‘conquista’ no ar.Ele franziu a testa, sentiu-se um tanto incomodado e pegou imediatamente o telefone, ligando para Alan.— Alô, José? Alguma coisa?— Você quer tomar um café?Alan olhou para a tela do celular e confirmou que era uma ligação de José:— Café? Como assim? Você tá bem? Desde quando me liga para perguntar isso?— Quer ou não? Eu pago. Pode avisar o pessoal também.Alan então ergueu a voz:— O professor José está oferecendo café! Quem não quiser, levanta a mão! … perfeito, todo mundo quer.— Certo. Vou comprar.— Mas espera… Por que não pede pelo delivery? É mais fácil. Vai mesmo pegar pessoalmente?José respondeu:— Estou fora agora, já aproveito. E aí, qua
Dizendo isso, ela passou o papel e a caneta:— Então, eu vou indo.Lucas apenas sorriu e respondeu:— Claro. Até mais.— Sim, vamos, professor. Tem uma cafeteria bem perto de onde estamos moramos, é só atravessar a rua.Da última vez que conversou com Lucas sobre o assunto, ela também foi lá.…— Chegou o café!Arthur, Alan e Andressa vieram correndo.Andressa agradeceu:— Obrigado, professor, e obrigado também, Júlia!Alan brincou:— Pedir para vocês dois, que são tão ocupados, fazerem isso é realmente um pecado, viu!E ele colocou o canudo e deu um gole forte:— Ah, que refrescante!Andressa riu:— É tão exagerado assim?Arthur pegou os cafés dele e de Amanda, agradeceu a José e Júlia e foi direto até Amanda, onde colocou o copo à frente dela:— Aqui está o seu, Amanda.— Sim.Ao saber que José e Júlia foram juntos buscar os cafés, Amanda sentiu um desconforto, perdendo o apetite.E Arthur insistia sem perceber:— Amanda, por que não toma? Daqui a pouco o creme derrete e perde o sabo